Heróis da Nova Era - Livro I - Mundo paralelos

IX Hispana - Bravura Indomita part II


Como todo bom Romano, toda a Legião Hispana estava pronta para marchar, todos os seus dez mil soldados, entre eles, quatrocentos Meio-sangues e nove mil e seiscentos legados, um número exorbitante de sangue divino.

A Marcha de uma legião, era de fato, um show a parte do Império; quando se movia, o chão tremia, armaduras tilintavam em um alvoroço digno de uma Legião Romana dos tempos de Júlio Cesar. Uma coluna maciça de homens trajando armaduras com peitoral de ouro, ombreiras cintilantes e capa purpura, junto com botas gladiadoras de couro e braçadeiras, também, douradas; seus elmos, eram dourados com plumas vermelhas que nasciam no topo da cabeça e escorriam até a nuca.

O povo romano, com suas vestimentas formais; homens e mulheres bem vestidos, perfumados e sorridentes, davam um ar mais fantástico a marcha de IX Hispana. Rosas eram jogadas no caminho da Legião, como se um tapete vermelho se esticasse para o rei, ou o próprio Imperador passar.

–Romans ! Nostra honoribus iter ! Nos vero pugnabimus pro sanguine nostro prouinciam nunties, existimesne morere! Non timeo, nostra erunt immortales!*

Num aclamado brado, Maximus exaltou o feito se sua Legião e ao longe, mulheres, crianças e velhos, aplaudiam a partida de mais uma Legião, de longe, uma filha de Afrodite, olhava numa mistura de pesar e orgulho um certo homem marchar a frente de sua corte; este homem era Aurélios, filho de Belona e Centurião de uma das dez cortes.

Reyna sentia excitação correr-lhe a espinha, sempre pensou nas vastas Legiões de Roma, sempre pensou em como colossais elas poderiam ser, mas nada se comparava ao que elas realmente eram, em sua visão; A legião IX Hispana era a reunião de todos os seus sonhos de glória.

No canto do olho, a Pretora da Duodécima Fulminata, pode ver a sua mesma Legião, postada como a grande e inconfundível Águia de Ouro, com os Centuriões e Centuriões-mestres postados em continência.

A marcha de IX Hispana foi demorada, longa e cansativa, mas como semi-deuses, eles prosperavam a cada passo. Sempre descansavam a noite e retomavam a marcha ao dia; comiam, bebiam e conversavam sempre que podia, era uma marcha lenta, embora, tranquila.

Aurélius, usando dos ensinamentos de uma ninfa do vento, sempre que podia mandava uma carta para a amada e sempre recebia uma resposta e foi numa dessas, que ele recebera a notícia de que seria Pai; aquilo o pegou desprevenido, deixando-o louco, morrendo de vontade de voltar e foi Décimo, o segundo Pretor, o responsável por acalmar seu coração.

– Meu jovem, esqueceu de sua responsabilidade? – A voz do velho era calma e terna, diferente daquela vez no fórum. - Está em uma missão que requer sua total atenção, alma e coração, meu irmão. – Décimo, era um velho de cabelos grisalhos, olhos claros e uma aparência serena que só os sábios possuíam. – Tal missão, meu amigo, é mais do que a salvação dos nossos deuses, é mais do que a nossa salvação e sim, a salvação e a garantia de que a próxima geração perdure para o futuro. Seu filho, poderá crescer sem um Pai, mas ele sempre saberá, que seu Pai, é um herói, sempre saberá que seu Pai terá seu nome gravado nas mais incríveis lendas e acima de tudo, saberá que a morte de seu Pai, significou a salvação de Roma.

Um discurso digno de um orador que visa a calma de seu exército, assim era Décimo, chamado de Orador e sendo filho de Vênus(Estranho), tinha o dom da fala. Aurélius se acalmou, fitou as estrelas, embora, sentia-se uma grande vontade de voltar e abraçar, beijar sua amada, conseguiu entender que sua contenda era mais importante do que a simples vontade de estar com sua família, era a salvação da mesma.

Assim, após quase dois meses de pura marcha, eles chegaram em uma das colônias Britânicas, uma mini Roma, com seu pequeno Coliseu, singelas casas, onde as ruas eram feitas de tijolinhos quadrados feitos de barros, em seu redor, grandes arvores verdes enfeitavam o lugar dando uma aparência meio silvestre; mas o ar do local estava denso, anormal e uma névoa clara tomava o lugar ofuscando as aparências da antiga colônia.

– Centurião Aurélius. – Chamou Máximus. – Pegue seus dez melhores soldados vasculhem perímetro. – Em cima de seu cavalo, o filho de Júpiter, demonstrava imponência invejável. – Certifiquem que a cidade está vazia e não corram riscos desnecessários.

Aurélius acenou positivo e saiu para a primeira corte.

– Danae, Heitor, Primus, Gallas, Fiorini, Paulo, Enéas, Romulo, Cadmo e Diana. – Aurélius era o Centurião da Primeira corte, conhecida por portar a Águia de Hispana, uma linda estatua de Prata da Águia Imperial, símbolo de Júpiter. Sua voz ecoou pela Legião ao chamar, segundo ele, seus dez melhores soldados. – Venham comigo.

Danae, assim como chamada, foi a primeira a aparecer. Era uma mulher loira, com não mais de vinte e dois anos; seu olhar era bravo, cinzentos; seus lábios, carnudos e seu físico invejável, não era musculosa, mas tinha uma boa constituição que a ajudava em diversos momentos quando precisava usar a força. Vestia-se com indumentária dourada como todos os outros e em seu braço, jazia a marca de Marte, o deus da Guerra.

Heitor, um jovem moço de dezesseis anos, conhecido como o “mal agouro”, pois era filho de Netuno; possui cabelos longos e negros, olhos verdes, hora tempestuosos, hora calmos assim como o vasto mar. Seu físico, embora macro, tinha seus músculos definidos.

Primus, era o “estranho no ninho”, pois era macro, fraco; tinha cabelos desgrenhados, que para aquela época era completamente fora dos padrões e o pior, era filho de Plutão, portanto, junto de Heitor, era considerado, mal agouro.

Gallas, um filho de Mercúrio; era o melhor soldado de Roma, na matéria de infiltração. Quando a missão pedia silencio e rapidez, era ele que ia buscar. Gallas, apesar do nome, era loiro com cabelos bem enrolado, embora liso, tinha um físico invejável, pois gostava de se cuidar, e ao contrário dos outros, usava um pilo para lutar e não um Gladio.

Fiorini, era talvez o semi-deus mais engraçado que existia, pois aquém com a sua época, sempre conseguia levar as coisas com humor e leveza, tinha extrema facilidade em fazer amigos, talvez, por conta de sua mãe, Melinoe, deusa dos Fantasmas e cerimonias oferendas Fúnebres, embora ela seja Grega, os Romanos preferiram deixar seu nome verdadeira, assim como Thanatos.

Paulo e Enéas eram irmãos gêmeos, exatamente iguais. Morenos, altos e bem bronzeados, tinham olhos castanhos e cabelos curtos. Sempre usavam togas e mesmo com suas armaduras, eles não abandonavam tal vestimenta. Eram filhos de Vulcano, por isso, tinham grande facilidade de criar maquinas, que já ajudaram muito a Legião IX Hispana.

Romulo e Cadmo, também eram irmãos. Romulo, era mais velho, com vinte e cinco anos; era loiro, olhos azuis, forte e tenaz; recebeu esse nome em homenagem a “o Romulo”, fundador do Império. Cadmo, era um jovem de dezenove anos, também forte, moreno, olhos negros e cabelos longos, sua expressão mostrava que era um grande soldado e experiente no manuseia de armas. Cadmo recebera esse nome de Vulcano, que mesmo, não sendo seu Pai, o adotou pois não poderia deixar o jovem sozinho, pois Cadmo era filho de Marte, fruto de uma traição de sua mãe, que aos olhos dos deuses, se encheu de cobiça e teve dois filhos meio sangues com dois distintos deuses: Romulo de Vulcano e Cadmo de Marte, ela foi punida com a morte.

Diana, uma prodígio nas artes da guerra e controle da principal esfera do poder de seu Pai, Júpiter. Ele era uma bela jovem de olhos azuis, loira de corpo impressionante. Seu olhar era duro e sua postura elegante e rígida como uma perfeita militar, o que ela realmente era. O fato curioso dessa mulher, é que tinha o mesmo nome que sua irmã, Diana a deusa da caça e da Lua, um fato que poderia acarretar-lhe uma grande punição por parte da própria deusa da caça, mas surpreendentemente, a deusa gostou de tal homenagem, apesar da mortal ser fruto de uma traição de seu Pai.

Sem esperar, partiu em direção a cidade, levando consigo, dez soldados, entre eles, duas mulheres, com dureza nos olhares e determinação indômita no espirito; esse pequeno grupo, teria pela frente, o seu mais terrível adversário.

Dentro da cidade, dominada pela névoa cinzentas, um monstro de olhar vermelho de puro ódio, dentes serrados e pontiagudos, pele cinza e dois troncos, sustentados em duas pernas, u, humanoide. Essa criatura infernal, carregava consigo um grande facão carmesim e seguia com o olhar, o pequeno grupo que adentrava as bordas de Britânia.