Heróis da Nova Era - Livro I - Mundo paralelos

IX Hispana - Bravura Indômita part III


O grupo com onze semi-deuses adentraram na cidade por uma via, até então, encoberta pela névoa escura. Os meio-sangues eram furtivos, caminhavam devagar e com delicadeza extrema; tudo para evitar que seus armamentos fizessem mais barulho do que já faziam.

Britânia, era uma das muitas colônias Romana, mas diferente de sua grande maioria, era um lugar pacato em seus dias comuns, um lugar sossegado, com lavradoras e fazendeiro. A cidade, claro, mantinha a mesma estrutura arquitetônica de sua cidade mãe, Roma. Sustentava um pequeno coliseu no centro da cidade, as casas, eram feitas de tijolinhos rústicos de coloração marrom, como se fossem feitos de barro, mas eram fixados com extrema habilidade, fazendo o mesmo se manter por longas datas sem precisar de manutenção

As vias de Britânia, foi criada para o trânsito de animais, desde cavalos a vacas e carroças. As ruas, eram feitas de blocos quadrados e deixava a visão das vias bem moderna, o que naquela época, já era considerado um avanço importante. Muitos Imperadores, quando em guerra, já visitaram o conde daquelas terras afim de passar a noite, conversar e degustar de um bom vinho, por isso, algumas casas ou casarões, eram bem avantajados, bem ao estilo Romano da capital; colunas jônicas bem altas, teto ao mesmo estilo completava a construção, cortinas de seda bem extravagantes e diversas estatuas jaziam espalhadas pela cidade.

Britânia, para os deuses era um marco especial, pois, era um dos poucos lugares fora de Roma e do Olimpo, claro, que possui um templo dignamente erguido a Vesta, a deusa das chamas. O lugar, ficava bem no extremo da cidade, chamado de “Ultimo Marco” pois o mesmo, era exatamente a última morada de Britânia, e por sua imponência e poder, era visto apenas por quem possui sangue Olimpiano.

Os heróis partiram pelas vias, cegos por conta da névoa, mas atentos com todos os outros sentidos e esse era o exato momento para usa-los. Aurélius, que guiava o grupo, corria em direção a uma estreita via, que dava acesso a rua principal, onde originalmente, os cortejos em honra a Cesar, foram feitos. Os outros, o seguia em uma fila indiana e perfeita sincronia, até mesmo no passo e respiração.

– Mantenha-se quietos. – Anunciou num breve sussurro. – Não saiam da formação.

Suas palavras tiveram efeito contrário. Primus, sem perceber fora puxado para um beco escuro. Dele, sussurros eram jogados para fora. Num guincho, Primus tentou chamar seus companheiros, mas era tarde, ele sumiu para, talvez, nunca mais voltar.

– Que foi isso? – Perguntou Danae.

– Quietos. – Ralhou, Aurélius.

Eles continuaram por mais quatrocentos metros pela mesma via, para assim, viraram a esquerda, um ela cruzava com uma estrada secundaria, que daria acesso ao templo de Vesta e foi ali, quando eles pararam e fizeram a contagem, que deram falta de Primus.

– Onde está Primus? – Perguntou o Centurião, com cara de poucos amigos.

– Ele estava bem atrás de mim, mas....- A voz Gallas, sumiu.

– Ele morreu. – Falou Fiorini de forma dura e fria. Por ser um jovem engraçado, que sempre adotou o humor como válvula de escape, todos estranham quando o mesmo fica sério, porem, Aurélius conhecia bem sua tropa, e sabia que ele estava dizendo a verdade, claro, por dois fatos: 1 Ele sempre ficava sério quando algum amigo morria e 2: Ele era filho do mundo Inferior, filho de Melinoe e, sentia quando alguém cruzava as portas da morte.

– Vamos. – Falou por fim.

– Acho que não. – Diana estava seria, com postura rija como se estivesse aguardando o confronto. Seus olhos não piscavam, olhavam fixo para uma criatura no alto da rua. Uma criatura de dois troncos, quatro braços, duas cabaças e duas pernas, em três mãos, empunhava uma sinistra espada que de longe, era possível sentir o cheiro de sangue fresco e na terceira, o Elmo, que originalmente era de Primus.

– Cerrar escudos! – Bradou Aurélius.

Em respostas, os romanos marcharam, seus passar eram sincronizados e cada um fechava a frente formando uma fileira perfeita com seus grossos escudos retangulares que protegia desde a canela, até o peito, e como estavam com a pernas flexionadas, forçando uma destas a aguentar o peso de uma possível investida, eles estavam protegidos até a cabeça pelo escudo.

– Que criatura é aquela? – Questionou Heitor.

– Não importa o que é. – Diana. – Oque sei é que acabou de virar uma criatura morta.

O céu escureceu, as estrelas que, antes cintilavam com alegria diabólica, sumiram no abraço das tempestades. Raios cruzavam os céus como galhos de arvores, trovões ribombavam como se todo o mundo explodisse com violência.

– Fiorini, você deve ir até Maximus. – Aurélius, que estava no meio da linha, olhou ao seu lado, onde se encontrava Fiorini. - Ele deve saber.

– Ele saberá, Centurião. – Enéas, que até o momento estava calado, saiu de seu mundo silencioso. – Nossa amiga Diana, estava fazendo o melhor para chamar atenção, de até mesmo de seu próprio Pai.

Aurélius sorria, para ele, era o melhor grupo que poderia escolher, mesmo o infortuinio de Primus, que fora atacado de forma covarde, era sem dúvidas os melhores e isso ele pensou antes mesmo do confronto.

A criatura rosnou e mais quatro apareceram ao seu lado. Carregando quatro espadas cada um, com um olhar assassino que podiam ser sentidos a quilômetros.

– Não ousem subestimar o sangue de Roma! – Bradou Aurélius. O símbolo de Belona cintilou em seu braço, sua bravura, seu poder estava sendo compartilhado com seus irmãos.

Diana entendeu o recado, ela esticou a mão direta para fora da formação de escudos e no mesmo momento, dez raios mortais atingira o topo da rua onde se encontrava as criaturas. Um brilho ofuscante cegou a todos, barulhos de explosões elétricas deixam todos surdos e todas a área próxima dos monstros, se tornou uma mistura de escombros com partes dos corpos das criaturas.

– Tenho medo de você Diana. – Revelou Romulo. – Sempre tive na verdade. – Falou com um sorriso torto no rosto. – Acabou.

– Não, só atingi um. – Ele mantinha-se firma com seu escuto e Gladius. – Eles são rápidos, se preparem.

– Cerrar escudos! Armar Pilos. – Aurélius tomou a frente. – Diana, se embrenha nos becos, use seu domínio dos raios. – Virou-se para Fiorini. – Vá com ela, você e o único filho do mundo inferior agora, ajude-a com as sombras, use os fantasmas para auxiliarem vocês.

Ambos acataram e sumiram na névoa e escuridão

– Cadmo, Danae e Eu, ficaremos aqui, enfrentaremos eles de frente. – Ele se virou para os três filhos de Vulcano. – Paulo Enéas, vocês, usam suas artimanhas para criarem as melhoras barricadas e obstáculos, esses monstros são grandes e rápidos, mas desengonçados. Usem o que puderem e você Romulo, é o Fogo do grupo, sabe o que fazer.

Romulo sorriu, ele entendia muito bem p que ele queria dizer. Romulo nasceu com um dom que poucos filhos de Vulcano possuíam; a capacidade de criar fogo e manipula-lo conforme sua vontade.

– Sim. – Uma explosão carmesim os envolveu, um foracão de fogo girava em torno dos três filhos de Guerra, Cadmo, Aurélius e Danae.

Rios continuavam a cair nas ruas, atrasando a investido dos monstros, porém, não era apenas quatro, mas sim uma dúzia deles e cada vez mais deles saiam das casas abandonadas e becos escuros. Muitos eram mortos por uma coluna de Fantasmas e outros eram torrados tanto pelo raio, quanto pelo fogo.

– Heitor, crie a nosso melhor tremor. – Aurélius, como bom líder que é, conhecia as qualidades de cada soldado, a cada ordem que deva, já sabia como combina-las, até mesmo agua e fogo. – Os gases que soltaram, será tão causticante, vai derrete-los e você Gallas, é nosso melhor assassino, use as brechas que criaremos para infringi-los mortalmente.

– Sim. – Com a deixa, ele sumiu por entra as sombras.

– Heitor, Romulo, agora! – Bradou Aurélius.

No exato momento, as Aguas do pequeno rio, que circulava próximo da rua, explodiram para fora e correram numa torrente violenta em direção ao grupo de monstros, que agora, somavam trinta. A furação carmesim que foi criado por Romulo, morreu dando a forma de uma serpente de fogo e foi de encontro com a agua do rio. O encontro de ambos criou um chiado ensurdecedor, os raios de Diana, continuavam caído como se o próprio deuses dos deuses, estivesse jogando tiro ao alvo.

– Cadmo, Danae...- Chamou com um sorriso no rosto. – É a hora de nosso gloria!

Cadmo a Danae bradou com excitação, eram dois gigantes, deus filhos da Guerra e Aurélius, o Centurião, que até então, só dera ordens, rugiu seu grito de guerra se juntando ao dois amigos e seu grupo.

– Bellona, benedicat hominibus istis , et gloria eius in proelium *– Susurrou Auriius.

Assim, os três correram com armas em punhos, em direção aos inimigos; desviando dos raios, do fogo e da Agua. O grupo agia em perfeita sincronia e nesta noite, os Mahkai, entenderiam, que estes eram filhos de Roma, filhos dos Deuses e grandes Heróis.