Em uma pequena e conservada cidade chamada Lima, de Ohio, nasce uma pequena criança, filho do Cherife da cidade, Russel Fabray, e sua esposa, Lucy Judy Fabray. O pequeno Charlie.

Um menino cheio de saúde desde o nascimento, amado e mimado pela cidade toda (a cidade era pequena, e sua família era bastante conhecida, pois seu pai era conhecido por toda a Lima por causa de sua profissão, e os Fabrays vinham de uma “linhagem de nobres” e “certinhos” de prefeitos, governadores, Cherifes, “donos da igreja da cidade” *esse era um apelido da família pois eles eram praticamente donos da única igreja da cidade mesmo*) etc.

Mas havia algo de diferente no menino. Os Fabrays começaram a perceber algo de diferente em Charlie quando o pequenino fez dois anos de idade, e começou a proferir suas primeiras palavras.

– Eu... menina. – Charlie ainda tinha uma certa dificuldade de formar frases. Ainda estava aprendendo a falar. Seus pais não entendiam e por isso não davam atenção e nem procuraram entender. Apenas amavam o seu filho.

– Eu sou uma menina. – Charlie, com três anos de idade completos, já falava em alto em bom som. – Eu sou uma garota.

No começo os Fabrays achavam que era apenas uma brincadeira do pequeno. Mas o tempo foi passando e os Fabrays foram se preocupando com a criança. Achavam que Charlie estava confuso sobre como era cada individuo, o sexo de cada ser etc. Então, Russel começou, todos os dias, sentar e conversar com Charlie. E explicar toda a teoria do criacionismo do homem e da mulher, dos animais... enfim, de todas as espécies. Explicar tudo isso para uma criança de três anos de idade.

Como resposta ao seu pai, no final de cada conversa, o pequeno loirinho gritava – EU SOU UMA MENINA.

Os Fabrays a essa altura já estavam desesperados. Mas resolveram meter em suas cabeças que a criança só estava confusa. Que era só uma fase confusa que o pequeno estava passando, que ia passar logo logo.

Esse “logo logo” durou mais dois anos, os Fabrays tentavam ignorar, mas era impossível.

Logo começaram a achar que o filho tinha algum retardo mental, foram ao médico a procura de alguma espécie de tratamento ou “cura”. Mas estava tudo normal com a criança. Estava perfeitamente saudável tanto fisicamente quando mentalmente.

Resolveram correr atrás de psicólogos e ouviram pela primeira vez o termo “Transtorno de identidade de gênero”. Pela primeira vez foi ouvida sobre a transexualidade de seu filho.

Nessa pequena e conservadora cidade não tem isso, nunca teve e nunca terá” – Era o pensamento de Russel quanto á transexualidade.

Logo foi atrás de mais médicos e psicólogos tentando encontra alguém que tivesse “a cura para isso que seu filho tinha”. Em vão, nada foi encontrado. Os psicólogos conversavam com o homem, falavam que isso não tinha cura, não precisava, era um estado de nascença. O homem ignorava o que os psicólogo falavam, era ignorante demais pra entender.

O pequeno Charlie observava o desespero calado dos pais e não entendia. Ele só queria ser ele mesmo. Era tão normal e simples para a criança, não entendia todo o estardalhaço por isso. Afinal ele era normal. Se sentia uma garota normal. Apenas não se sentia confortável com o corpo com que nasceu. Fora isso, tudo certo. Ele brincava com as outras crianças normalmente, tinha amigas e amigos. Nenhum deles o rejeitavam do jeito que ele era. Era completamente normal para as crianças... Vai ver porque são crianças. Não é mesmo?! Algumas amigas dele até mesmo o tratavam como uma menina, por respeito a ele. O pequeno não entendia porque seus pais não paravam de surtar e simplesmente o aceitavam assim. Do jeito que ele era.

Passarem-se um tempo, Lucy e Russel cansaram de tentar achar a “cura” e resolveram usar outra tática.

Mandava Charlie todos os dias para a igreja, pagaram o padre para ir na casa dos Fabrays para “ensinar o certo” para o pequeno. Meter na cabeça do pequeno que ele era um garoto, nada mais que isso. E deveria se sentir e portar como um.

Todos as noites o Padre Hanster tinha que ir na casa dos Fabrays para fazer a “lavagem cerebral” Na criança, que a essa altura tinha seus cinco anos de idade. Passaram-se meses e meses e nada adiantou, o padre desistiu da idéia.

– Deus lhe deu uma bela criança. De qualquer jeito, Deus a ama e a abençoa. Ame sua criança tanto quanto Deus o ama. O aceite apesar de tudo, assim como Deus o aceita (surpresos porque um padre disse isso?! Haha).

Os Fabrays não podiam aceitar, na verdade só não queriam. Eles já tinham uma filha “perdida” (segundo eles). Pelo menos o pequeno Charlie tinha que ser “normal”.

Então foi ai que as coisas começaram a desandar quando Judy e Russel começaram a descutir quase todos os dias, e quase sempre o assunto era: Charlie. A criança só tinha seis anos de idade e os pais já estavam se matando quando o assunto era ele.

Tudo piorou de vez quando, no meio de uma discussão com Judy, Russel perdeu as estribeiras e não se controlou. Andou a passos pesados até o quarto de Charlie, mais uma vez a criança era assunto das discussões, Russel estava possesso de raiva e queria fazer algo, não sabia oque faria, só sabia que queria.

Quando abriu a porta do quarto da criança, excessivamente forte, viu que o pequeno estava vestido em um vestidinho azul e se olhava em frente ao espelho. O homem tremeu há porta. Seu corpo todo se contraiu e serrou os punhos.

– Oque é isso Charlie? – Russel perguntou há porta, seus olhos vermelhos de raiva.

– Isso papai... isso é um-um vestido... papai. – Charlie nunca há de sentir medo de seu pia, mas dessa vez a criança sentiu pavor do homem. Tremia de medo. A expressão de Russel era assustadora.

– Quem lhe deu isso Charlie?

– Foi uma amiga... Katherine, filha dos Jhonson.

– A filha dos Jhonson... Aqueles negros infames. – Russel fala e da um soco na porta. – Charlie Fabray, tira isso agora. – O homem ordena com a voz autoritária, e com as mãos tremendo ao tirar o cinto de sua calça.

– O-oque você va-vai fazer papai? – Charlie pergunta tirando o vestido pela alça e o deixando cair no chão, ficando só com sua cueca. O corpo da criança parecia tão frágil.

– Eu... vou ter que usar de artifícios que nunca pensei que usaria, Charlie. – Russel fala trancando a porta atrás de si e indo até o pequeno com o cinto na mão. Uma lagrima solitária foi vista saindo dos olhos do homem, mas isso não o parou.

Judy desesperada do lado de fora do quarto, tentava abrir a porta, para que pudesse fazer algo. De nada adiantou, estava trancada mesmo. Só restou a mulher sentar no chão com as costas encostadas na porta e chorar desesperadamente, rezando para que seu pequeno filho ficasse bem.

Aquela foi a primeira vez que Charlie apanhou de Russel, desde ali fora noites e mais noites sendo praticamente espancado por seu próprio pai. Oque lhe concedeu a vida, agora estava o matando aos poucos.

Logo Charlie começou a se afastar de todos os seus amiguinhos da escola, da rua, de seus parentes até, de todos ao seu redor. Só ficava o dia todo trancado no quarto.

Tudo estava desmoronando para o pequeno Charlie, a família Fabrays estava desmoronando junto. Tudo porque o machismo, o preconceito e ignorância conseguiram superar o amor de um pai por seu próprio filho.

Russel tampouco começou a beber, chegava em casa bêbado e quase sempre batia em Charlie.

Judy não fazia nada a respeito ou para contrariar o marido. “Ele tem o método dele e eu tenho o meu” era oque ela pensava. Ele só sabia “corrigir” na base da violência e ela rezava todas as noites. Não sabendo o mal que ela estava causando ao seu próprio filho permitindo isso. Ficar calada estava sendo quase tão cruel quanto espancar.

Eles estavam tão entretidos na “maldição” de seu filho, que não se davam conta que a criança só tinha seis anos de idade.

Charlie não entendia o porque tinha que passar por tudo aquilo, ele era apenas uma garota. Só era apenas uma garota normal.

Ele não era aceito pela sociedade, queria pelo menos ser aceito por seus pais, que o tratavam com todo amor antigamente.

Já não restava saídas pêra o pequeno. Então ele resolveu criar sua própria saída: Suicídio. Não havia de outro jeito.

Com apenas sete anos de idade, resolveu que se não podia ser ele mesmo, não podia se vesti como queria, não podia agir como queria, não podia ter o corpo que ele queria, já não havia outro caminho senão o suicídio.

Rezando para que em outra vida ele pudesse ser feliz.

Pegou a gravata do seu pai escondido. O esmalte vermelho e bato rosa de sua mãe, também escondido. Pelo menos o seu ultimo suspiro ele podia dar, sendo ele mesmo. Em parte.

Com as unhas pintadas de vermelho, o batom rosa nos lábios, o vestido azul que tinha desde os seis anos escondido, um banquinho e uma gravata pendurada no alto de uma barra de ferro, o pequeno Charlie via sua vida passar em câmera lenta. Subindo no banquinho seu corpo tremia.

Toda a curta vida da criança passava por seus olhos enquanto rodeava seu pescoço com a gravata azul listrada de Russel.

Quando pequeno ele era tão amado, tão mimado, por seus pais e todos os cidadões da cidade. “O garoto prodígio do cherife nasceu” era oque diziam.

Seu pai era carinhoso, um herói para um Charlie. Judy, sua mãe era uma inspiração, sempre tão elegante, fina e meiga com todos. Charlie queria ser exatamente como ela quando crescesse. Agora não mais...

Um paço para fora do banquinho... tudo passa em um piscar de olhos. Uma lágrima solta e um gritinho sufocado foi ouvido. Logo depois um estalo. Um pescoço sendo quebrado talvez. Não sabe-se ao certo.

O quarto ficou todo em silencio. Menos uma alma no mundo, uma alma boa e inocente... O quarto parecia tão sem vida agora...

– OH MEU DEUS. – Judy grita com as mãos sobre a boca da porta do quarto de seu filho.

Charlie pendurado pelo pescoço, seus pés mau tocavam o chão. Seus olhos fechados com vestígios de lágrimas pelo rosto.

Russel aparece atrás de sua esposa correndo.

– Mas oque é isso? – Russel grita adentrando no quarto do pequeno. O homem havia acabado de chegar do trabalho, a delegacia de policia da cidade.

Pegou o punhal que estava em sua cintura e cortou a gravata que estava envolta do pescoço da criança.

O corpo pequeno, pálido e aparentemente sem vida caiu no chão.

Russel se ajoelhou e pegou o pequeno pelos ombros, o sacudindo com uma força excessiva.

– Mas oque você esta fazendo? – Judy fala chegando até os dois e empurrando o marido, que cai sentado ao lado do corpo de Charlie. Judy pega o pequeno nos braços e o abraça.

– Oque você esta fazendo. – O homem fala se levantando. – Estou tentando acordar ele.

– Você não vê oque acaba de acontecer? – Judy fala se virando para o marido, deixando o corpo da criança ao chão. – Nosso filho se matou, Russel. Você já vinha o matando há um tempo, ele só deu um fim nisso tudo.

– Como assim?! Olha como fala comigo Judy.

– VOCÊ MATOU NOSSO FILHO. ELE ERA APENAS UMA CRIANÇA.

– Ele se matou. Ele era uma aberração. – Russel fala tirando Judy de seu caminho e pegando mais uma vez o corpo da criança pelos ombros. – Eu não vou perdoá-lo por isso. Suicídio. Agora que vai pro inferno mesmo. – Russel sacode o pequeno corpo pelos ombros.

Judy olha aquela cena apavorada. Ela parecia esta em um pesadelo, e seu marido estava agindo como louco.

De repente Charlie começa a tossir excessivamente. Começa a puxar ar desesperadamente para seus pulmões, a boca aberta tentava puxar mais ar.

Judy se apavorou. O corpo de Charlie ainda há pouco parecia esta sem vida, pálido e gelado. Não era possível.

Russel parou de sacudir o pequeno corpo e o encarou. “Deus, é um milagre” Russel pensou. Seus olhos se encheram de lágrimas e o homem olhou para trás, para sua esposa.

Judy chorava com a mão sobre a boca. Seu olhar estava confuso.

– Pa-papai?! – Charlie pronunciou com dificuldade.

Russel fecha os olhos e deixa o corpo fraco da criança ao chão de novo.

– Eu... eu disse que não ia perdoar. – Russel fala tirando o cinto de sua calça. – Tentativa de suicídio é inaceitável.

Charlie olha para seu pai, e seus olhos se enchem de lágrimas. Parecia que seu pesadelo nunca tinha fim.

Mais uma vez foi espancado, Judy até tentou protestar, mas não podia fazer nada.

A crueldade de Russel era gigantesca, seu filho acabara de tentar se matar, e oque ele faz?! O espanca mais uma vez.

Charlie tentava fugir, mas Russel não permitia. Era bruto e parecia que não ia parar tão cedo.

Depois de um tempo, Charlie parecia esta desmaiado no chão.

Russel para com as cintadas e socos. Estava suando, sua testa pingava suor.

Foi quando Charlie se levantou de uma vez, e tentou correr porta a fora de seu quarto.

Russel se meteu na frente e barrou a criança, com uma cara de interrogação.

Judy olhava tudo o outro lado do quarto de Charlie.

– Onde pensa que vai? – Russel pergunta autoritário, antes de, BAMM, ser arremessado na parede pela criança. Charlie parecia esta agindo automaticamente, porque arremessou o corpo de Russel na parede, com uma força excessiva tirada não sei da onde, e correu porta a fora. Desceu as escadas correndo e arrombou a porta.

Estava fechada, Charlie só empurrou o ombro nela e ela se abriu com um estrondo para o lado de fora.

A rua estava escura e deserta. Eram 23:17PM e estavam todos, a essa hora, em suas casas já.

Charlie correu, e correu, e correu, correu pela avenida até chegar perto da cidade grande.

Onde um carro o observava de longe.

As pernas de Charlie falharam e ele caiu ajoelhado, ralou o joelho na pista. Já não tinha forças para andar.

O carro que o observava de longe resolveu chegar mais perto, lentamente.

Charlie percebeu quando o carro estava ao seu lado, olhou para cima e viu três homens saindo de lá.

Graças a Deus” Ele pensou, esperando que fosse ajuda... Pobre Charlie...

Os três homens o pegaram no braço, quase que brutalmente e o jogaram dentro do carro.

Charlie não sabia para onde estava sendo levado, não sabia há quanto tempo o motorista dirigia, só sabia que, mais uma vez, nada ia dar certo para ele.

O carro finalmente para, e o motorista vai para o banco de trás, junto com Charlie e os outros dois homens.

Lá eles abusam de Charlie. Estupram o menino no banco de trás do carro preto de vidro fumê.

Charlie tenta reagir, mas estava fraco demais. Ele tentava pedir socorro, mas sua voz estava fraca demais, e os homens uma vez ou outra davam socos em sua boca.

Quando acabaram, abriram a porta do carro e jogaram o corpo violado e violentado para fora do carro, logo em seguida o carro sai em disparata do local.

Charlie abre os olhos de vagar e se vê em uma espécie de matagal. Estava tudo escuro, só as estrelas cintilavam no céu azul escuro. A lua estava cheia, de um esplendor sem igual.

Era uma bela cena pra morrer.” Pensava Charlie. “O céu estava tão lindo, as estrelas tão perfeitamente lindas... esta tudo perfeito. Pela primeira vez...” O menino pensa. É um pensamento um tanto quanto estranho para quem acabou de tentar suicídio, acabou de ser espancado pelo pai, acabou de ser estuprado e espancado, mais uma vez... Mas ele era o Charlie, apenas uma criança especial. E estava a beira da morte... Oque mais ele poderia fazer?! O céu estava lindo mesmo.

Ele ia morrer, e estava consciente disso. Ele apenas lamentava que, nunca tivesse visto sua irmã. Não sabia porque seu pai não há queria em casa, só Judy que uma vez mostrou fotos dela para Charlie. Ela era tão linda, parecia um pouco com Charlie e com sua mãe. Tinha olhos azuis marinho, o cabelo ruivo e ondulado, aparentemente sedoso, seu nariz pequeno, porém um pouco pontudo, seus lábios rosados e pequenos, parecidos com o de Charlie.

Charlie com certeza gostaria dela. Oque o faz pensar se ela gostaria dele também, ou se era igual aos seus pais, que o tratavam como uma aberração.

“Como queria conhecer ela...” Ele pensa. Sorri com o pensamento de como seria se eles dois tivessem sido criados juntos.

Charlie fecha os olhos, e seu corpo relaxa. Seu corpo relaxa até demais. Parece que seu fim já esta o conduzindo. Finalmente ele ia ter o descanso que merecia. Que buscou, mas não conseguiu, agora nem precisou correr atrás, a morte já estava o dominando.

Só se ouvia os pássaros cantando ao longe, os grilos cantando, aparentemente de perto, e o som de sua respiração... que a cada segundo ia ficando mais fraca... e mais fraca... mais e mais fraca...

Quando de repente Charlie não sente mais o chão abaixo de suas costa, se remexe incomodado. Sente uma rajada de vento bater sobre ela e bagunçar todo o seu cabelo curto.

Charlie sente seu corpo inerte no espaço. Se sente mais leve doque jamais se sentiu. Parecia flutuar. E era uma sensação deliciosa. Até que sente seu corpo caindo aos poucos. De vagar. Quando realmente acelera, ele abre os olhos, e se ver caindo do céu, despencando na verdade.

O pequeno grita, apavorado, seus braços se mechem ao redor a procura de algo pra se apoiar, mas não encontra nada. E ele apenas despenca. Rápido demais.

Colide no chão como uma pedra, era impressão dele ou o chão parecia afundar?! Não se sabe.

Seu corpo já não agüentava mais, estava no limite. Ele virou o rosto e olhou ao redor. Parecia estar em um tipo de jardim de entrada. Havia uma cerca de madeira, ele estava em um jardim de uma casa tamanho médio, azul e amarela.

As luzes da casa estavam desligadas, ele olhou há porta e viu que lá tinham peônias brancas penduradas. Olhou ao lado uma campainha.

Essa era a hora de fazer algo. Não sabia onde estava, e morrer estava totalmente fora de cogitação agora. Ele já tentou, não deu certo, já deixou se levar pela morte, mas ela parecia o recusar.

Então, juntando todas as poucas forças que lhe restavam, ele tentava se levantar.

Primeiro apoiou as mãos no chão, tentou levantar o torço, mas estava fraco, e caiu com o rosto no chão.

Contou até três e tentou outra vez, consegui se manter firme. Apoiou o joelho esquerdo de joelhos e o direito dobrado, com a palma do pé firme no não.

“1...2...3...já” O pequeno contou e se levantou de uma vez. Em pé tentou o Maximo que pode, continuar firme. Agora só tinha que ir até a porta e apertar a campainha.

Um paço de casa vez, lentamente, rezando para não cair ou desmaiar.

Ao apertar a campainha, sentiu suas pálpebras dos olhos pesarem. O cansaço estava o dominando aos poucos.

Três minutos depois a porta é aberta. Uma garota ruiva, olhos azuis marinhos, nariz pequeno e fino, e lábios rosados e pequenos a abriu.

Charlie estreitou os olhos e notou que a garota parecia ter uns 20 anos de idade. Estreitou mais os olhos e percebeu que conhecia aquela garota.

– Frannie?! – Charlie fala antes de desmaiar na soleira da porta.