Heroes From The Sky

Capítulo 14 - Battle over Hann Island - Part 2


Os três mísseis se aproximavam cada vez mais da ilha, até um deles explodir de repente, quando foi atingido pela metralhadora do caça de Gabriel.

- Um à menos! - Disse Gabriel, vibrando.

Heberth disparava mais uma rajada de metralhadora até destruir outro míssel, agora só restava mais um, mas um caça inimigo escapara do esquadrão e agora perseguia a aeronave de Heberth.

- Posso chutar a bunda dele? - Perguntou Heberth sorrindo.

- Claro! - Respondeu Gabriel.

O caça de Heberth girou de ponta cabeça e desceu, sendo acompanhado pelo inimigo. Enquanto isso, Gabriel continuava perseguindo o míssel, que por sinal, era muito rápido.

Após outras três rajadas de metralhadora, finalmente atingiu o míssel, fazendo-o provocar uma grande explosão à sua frente, mas conseguiu desviar. Sem mais mísseis no mapa, o Gripen partiu em direção ao esquadrão para defender a ilha.

- Bom trabalho vocês dois. - Disse o capitão Henry. - Agora nos ajudem aqui!

Os caças estavam ainda taxiando na pista e o único esquadrão no ar naquele momento era Odin, precisavam proteger a base dos inimigos a qualquer custo. Uma formação de cinco caças SU-32 estavam se aproximando rapidamente da base, como eram caças de ataque e bombardeio, provavelmente sua missão era bombardear as intalações da base.

- Bombardeiros se aproximando rapidamente! - Pronunciava Rosie.

- Capitão, posso cuidar deles? - Perguntou Rafael.

- Claro, Gabriel, vá com ele. - Respondeu Gannon.

- Sim, senhor... Vamos lá, buddy. - Confirmou Gabriel.

Os dois Gripens se juntaram lado a lado em direção ao esquadrão inimigo, não demorou muito até eles começarem à atirar. Rafael e Gabriel se separaram, um para cada direção.

Rafael manobrou o avião, dando meia volta e se posicionando atrás de um SU-32, se aproximava dele rapidamente e esperava o momento certo para disparar o míssel, o alvo ainda não estava travado. Quando o alvo finalmente travou, uma mensagem no HUD alertava que seu caça estava na mira de outro.

- Porra! - Gritou ele.

- Não se preocupe buddy, chute a bunda daquele infeliz! - Disse Gabriel, posicionando seu caça atrás do SU-32 que mirava em Rafael.

- Valeu... - Agradeceu ele.

Com uma rajada de metralhadora, Gabriel percebeu que o avião no qual atirava recebeu as balas diretamente no cockpit e na asa direita, o SU-32 continuou voando em linha reta até começar à perder a altitude. Gabriel se perguntava se o canhão atingiu e matou o piloto ainda dentro do cockpit.

Enquanto isso, sem nenhuma aeronave na sua cola, Rafael tentava mais uma vez travar seu alvo, e quando conseguiu, disparou um dos seus mísseis AIM-9M. A traseira do míssel se iluminou com a propulsão e foi empurrado para frente, o míssel se desprendeu da asa e voou em direção ao SU-32, atingindo sua traseira, as turbinas explodiram, o que restou caía agora em chamas em direção ao mar.

- Splash One.¹ - Disse Rafael.

- Aqui é a Torre de Controle, esquadrão Odin, protejam os aviões que estão decolando...

- Roger². - Confirmou Henry.

Uma transmissão mais fraca foi detectada no rádio dos aviões, provavelmente era a conversa das aeronaves inimigas:

- Há aeronaves inimigas na pista, destruam elas antes da decolagem.

Rosie voou baixo ao lado da pista e logo depois deu meia volta, um caça inimigo se aproximava, pronto para destruir os aviões ainda no chão, ela se posicionou atrás do SU-27 e disparou o míssel. Foi tudo muito rápido, o piloto só teve tempo de ouvir o som do painel alertando a vinda do míssel, puxou a alavanca e o canopy³ voou para fora, seu banco foi ejetado do cockpit e seu pára quedas abriu, observando sua aeronave ser atingida por um míssel, se desmanchando em pedaços em chamas e uma bola de fogo, o Gripen que o abatera passara girando em 360º no seu próprio eixo ao lado da explosão.

- Isso não é uma apresentação, Rosie... - Brincou Heberth.

Ela apenas riu.

- Os bombardeiros foram destruídos. - Avisou o capitão, após abater o último SU-32.

Ouviu-se outra mensagem de rádio do inimigo: "Eles abateram os bombardeiros!" Logo, outra voz respondeu: "Não se preocupe, isto não vai terminar tão cedo."

Não havia quase mais nenhuma aeronave inimiga perto da ilha, o esquadrão Odin abateu as cinco últimas aeronaves, enquanto outras duas fugiram para leste.

- Pra onde eles foram? - Perguntou Gabriel.

- Esquadrão Odin, aqui é a torre. Reforço está decolando agora, continuem vigiando.

- Roger That. - Confirmou Henry.

- Anda! Subam logo! - Dizia Heberth.

- Aqui é o esquadrão Swansaw, estamos decolando.

Minutos depois, o esquadrão Odin estava em companhia de seis caças SU-35BM. Se espalharam ao redor da ilha, mas não havia qualquer aeronave inimiga voando por ali.

- Eles foram embora? - Perguntou Heberth.

- Negativo. Aqui é a Torre de Controle, há aproximadamente quinze aeronaves se aproximando rapidamente da base, interceptem antes que seja tarde demais!

- Sabia que tinha alguma coisa errada. - Disse Henry.

O esquadrão se juntou e voava agora para o leste, direção em que os inimigos estavam vindo.

- Aqui é o capitão Gannon, esquadrão Odin, detectamos bombardeiros B-2 se dirigindo à base, repito, bombardeiros B-2 estão se dirigindo à base, estamos indo interceptá-los. - Disse Henry, após conseguir distinguir a fina aeronave.

O esquadrão se dispersou e todas as aeronaves de Hann Island se encontraram com os caças inimigos, os caças estavam escoltando os bombardeiros, dificultando a interceptação deles.

Minutos se passaram em uma intensa batalha pelo céu, os bombardeiros continuavam avançando enquanto o esquadrão ficava ocupado com a escolta. Gabriel, Rosie e Rafael estavam agora voando em direção aos bombardeiros, enquanto Gannon e Heberth ficaram com o esquadrão Swansaw para os caças inimigos não atrapalharem.

- Alvo travado, Fatale, Fox Three.

- Death Angel, Fox Two.

- Sam, Fox Three.

A formação de três Gripens disparou seus mísseis, Gabriel estava ligeiramente mais distante do grupo, por isso decidiu disparar um míssel guiado à infravermelho, o AIM-9 Sidewinder. Rosie e Rafael estavam um pouco mais distantes dos seus alvos, e dispararam mísseis guiados pelo radar, os AIM-120 AMRAAM.

Três mísseis. Três bombardeiros derrubados. Ainda faltavam mais três.

Gabriel soltou uma rajada de metralhadora em outro bombardeiro, o derrubando. Rafael optou pelos mísseis, disparando outro AIM-9 de curto alcance. Mas algo de errado aconteceu com a aeronave de Rosie.

- Fatale, Fox... - Sua voz foi interrompida por uma breve interferência.

- ICM? - Perguntou-se Rafael.

- Não, isso é diferente... - Respondeu Gabriel.

Os dois procuravam ao redor para achar o avião de Rosie, mas não o encontravam, até Gabriel ver algo caindo.

- Rosie! - Gritou ele.

O caça de Rosie estava perdendo altitude e sua turbina estava deixando um rastro de fumaça negra. Entre o caça de Gabriel e de Rafael, um F-16 passou velozmente, provocando-os.

- Filho da... - Disse Gabriel.

- Esse é aquele esquadrão...

- Que derrubou você em Walrus City, sim... - Continuou Gabriel.

- Hora da vingança...

- Rosie, está me ouvindo? Você está bem? Ejete! - Dizia Gabriel.

- Não... Eu vou tentar pousar... - Ouviu-se a voz dela no rádio, interrompida por interferências, quando podia-se ouvir sua voz, no fundo havia o som de um alarme soando, o cockpit não era o melhor lugar no mundo quando seu avião era atingido.

Rosie continuou manobrando o avião, que se balançava muito, o alarme soava alertando falha na turbina. Ela estava alinhando o avião com a pista da ilha logo à frente, mas para seu desespero, outro alarme começou à soar. Ela olhou para o painel que piscava, o novo alarme significava "Falta de Combustível", Rosie virou-se para olhar para as duas asas do avião, a asa esquerda estava esburacada devido as rajadas de metralhadora que acabara de receber de um F-16 inimigo.

O avião de Rosie balançava de um jeito violento, mas ela sempre foi corajosa. Continuava lutando para tentar pousar aquele avião, ou assim como Rafael, demoraria meses para voltar à voar, pois não teria um avião. Ela abaixou o trem de pouso e os flaps, mesmo com o avião tremendo, tocou o chão de uma forma um pouco violenta, mas ainda estava inteiro. Rosie acionou os freios e a velocidade do avião diminuía lentamente.

Uma ambulância de dois Humvees militares chegaram na pista e tiraram Rosie dali o mais rápido possível para levá-la à enfermaria, mas ela só sofreu alguns arranhões.

Enquanto isso, Gabriel e Rafael desviavam do fogo inimigo, disparado por aquele esquadrão de três F-16s boravianos. O resto do esquadrão apareceu para ajudar os dois. Gabriel de repente se separou do grupo, voando em uma direção qualquer.

- Para onde você está indo?! - Perguntou Henry, surpreso.

- Aqui é a Torre! Estamos sendo bombardeados!

- Esquecemos de uma coisa... - Respondeu ele. - Death Angel, Fox Three!

O míssel voou da asa em direção a um distante ponto negro a frente. Até todos verem uma pequena explosão, seguido de destroços em chamas caindo numa praia da ilha, era o último bombardeiro B-2, que foi impedido de ser destruído por Rosie anteriormente.

- Isto ainda não acabou... - Ouviu-se uma voz furiosa no rádio, não se sabia de quem era, mas era provável que fosse de algum piloto inimigo.

O esquadrão de F-16s cessaram fogo e se dirigiram para o leste, indo embora com o pouco que restou dos outros esquadrões.

- Eles desistiram, somos fodas! - Comemorou Heberth.

Naquele momento, Henry riu, o que era muito raro.

- Rosie está bem? - Perguntou Rafael.

- Acho que sim, o avião dela está intacto, eles estão tirando ele da pista... - Disse Gabriel, voando acima da base para checar.

- Aqui é o Comandante Rafferty, bom trabalho por defenderem a sua casa... Tanto para os que estão no céu para os que estão em terra! Não deixaremos esses porcos sujos invadirem nossa casa! Nossa casa só pertence à nós e não vamos deixar que tomem-na! - Disse a voz no rádio e nos auto falantes acima da Torre.

Todos que estavam no solo comemoraram a vitória, e não era uma vitória qualquer, mas uma esmagadora: Apenas quatro aeronaves de Hann Island foram abatidas, todos sobreviveram, enquanto foram contadas aproximadamente vinte e cinco aeronaves inimigas abatidas, era uma vitória quase que inacreditável.

Após alguns minutos, todas as aeronaves pousaram novamente na ilha, a noite chegou e o céu estava estrelado, havia poucas nuvens no céu e Gabriel caminhou até a praia ao norte da ilha. Se encontrou com os destroços do B-2 Spirit destruído por ele mesmo, a única parte reconhecível eram as asas, já que o cockpit foi esmagado ao se chocar de frente com o solo.

Sentou-se em uma pedra e bebeu um gole do refrigerante no copinho de plástico que pegara lá dentro, onde havia uma festa de comemoração, enquanto se perguntava: "Havia melhor comemoração de vitória melhor que aquela?".

Continuou ali, observando as estrelas, as ondas do mar e os destroços do avião inimigo destruído.