Hearts Are Te Same

Se nada dói, você não está vivo


Aurora corria desesperadamente, utilizando seus poderes para se defender dos tiros dados pelos agentes da HYDRA. Eles estavam a procura de jovens mutantes e quando descobriram que a mesma era uma mutante nível Omêga, iniciaram sua caçada.

Ao virar uma esquina, se sentiu ser erguida pelo pescoço e ser presa contra a parede. Ao olhar para seu agressor, viu o temido Soldado Invernal a encarando e estremeceu.

—Por favor, não… - pediu levando suas mãos ao braço mecânico dele que lhe sufocava e o mesmo fixou seus olhares nas mãos dela. Estavam enfaixadas e havia cateteres presos ao dorso das mesmas.

Pela primeira vez, Bucky pensou no que estava fazendo. Pela primeira vez, ele hesitou em continuar sua missão. Ao ver os olhos assustados da garota, indagou-se se era certo entregar a jovem para a HYDRA. Pela primeira vez, estava indeciso sobre o que fazer e desejou falhar em sua missão, sem temer o que aconteceria depois. A soltou e agarrou sua mão, tomando cuidado para não esbarrar no pequeno instrumento médico para não machucá-la. Ouviu passos dos outros agentes se aproximando e a encarou.

—Venha comigo - pediu e a mesma olhou por cima do ombro. Bucky viu seus olhos brilharem e, segundo depois, ela assentiu, concordando. Os dois correram para longe do batalhão de soldados que se aproximava. Ao virarem outra esquina, viram um outro batalhão se aproximando, apontando as armas para os dois - Droga! - Bucky murmurou e sentiu Aurora soltar sua mão. Suas mãos emitiram uma luz púrpura e as armas voaram das mãos dos soldados, sendo desintegradas segundo depois. Movimentando as mãos, conseguiu lançar os carros presentes na rua contra o batalhão, abrindo para caminhou para passarem.

—Precisamos chegar a saída da cidade, fora da redoma - disse para ele - Lá posso nos teletransportar para longe daqui - o mesmo assentiu e os dois retomaram a corrida.

Assim que atingiram a saída da cidade, Aurora agarrou sua mão novamente e Bucky se viu ser engolido por uma penumbra púrpura. Segundo depois, se viu em um pequeno bairro residencial. Havia neve pelas ruas e calçadas e crianças brincando em um pequeno parque.

—Que lugar é esse?

—Estocolmo - respondeu breve e começou a andar até um pequeno prédio. Ele a acompanhou sem perguntar nada e ambos passaram pela recepção sem problemas e foram até o elevador.

Assim que o elevador parou no andar, Aurora caminhou até seu apartamento e retirou a chave do bolso e abriu a porta, entrando logo em seguida.

—Fique a vontade - sorriu fechando a porta atrás de si.

—Você não tem medo de mim? - perguntou e a mesma olhou para ele.

—Não - disse sincera - Depois que se convive com mutantes, você acaba sendo mais tolerante quando se trata de sentir medo de algo - comentou e encarou as mãos.

—Do que se tratam? - perguntou apontando para os cateteres nas mãos dela.

—São uma espécie de… Válvula de Escape - ponderou - Os mutantes de Nível Omêga são considerados ameaças em escala mundial e/ou universal, e o governo estabeleceu que precisa haver um meio de serem controlados - resumiu.

—Não machucam? - perguntou.

—Você acaba se acostumando - sorriu amarelo - Se nada dói, você não está vivo - respirou fundo - Vou fazer alguma coisa para comermos - anunciou e foi para a cozinha, deixando Bucky sozinho com seus pensamentos.



Horas depois…



Ambos já haviam jantado e Aurora havia conseguido algumas roupas para Bucky. O mesmo estava saindo do banheiro quando ouviu um estrondo em um dos quartos. Caminhou até o mesmo e viu a loira brigando para retirar algo de um dos cantos.

—Eu juro que a próxima vez que vierem e mexerem nas minhas coisas eu acabo com a raça de cada um - resmungava - Quase certeza que ainda vou morrer soterrada tentando tirar as coisas desse armário - disse e finalmente conseguiu tirar o que tanto precisava - Ah, oi Bucky - sorriu.

—O que é isso? - perguntou.

—Sua cama - disse pegando o móvel compactado nos braços - Eu durmo no sofá e me lembrei de que eu tinha esse negócio de um acampamento que eu participei quando tinha doze anos, achei que seria útil - colocou perto de uma poltrona e apertou um pequeno botão, conseguido abrir o aparelho revelando uma espécie de maca sustentada por quatro pernas de metal.

—Não precisava se incomodar, dormiria no chão sem problemas - disse e ela negou com a cabeça.

—Não foi incomodo algum - pareceu pensar - Onde eu coloquei aquele jogo de travesseiros que me deram? - murmurou caminhando até o mesmo cômodo onde havia achado a cama. Minutos depois, apareceu com dois travesseiros e um cobertor e os colocou sobre a cama - Pronto - sorriu, mas Bucky pareceu pensativo - O que foi?

—Você tem algo para me prender? - perguntou e ela o olhou sem entender.

—Como assim? - perguntou confusa.

—Não sou confiável - disse - Posso surtar no meio da noite e machucá-la - observou as marcas vermelhas que ainda eram visíveis no pescoço dela.

—Você tem certeza? - perguntou incerta e ele assentiu - Acho que tenho uma corrente de quando cuidava do pitbull de uma vizinha, deve servir - foi até a cozinha e pegou a corrente e um cadeado que acho.

Quando se levantou, Bucky estendeu as mãos e junto os pulsos. Aurora prendeu suas mãos e depois Bucky a instruiu que prendesse a outra ponta a prateleira da sala, que era o móvel mais pesado.

Depois, ambos se deitaram. Aurora apagou a luz do abajur que ficava na mesinha ao lado de sofá e viu o braço de metal de Bucky refletindo a luz que a lua emitia.

—Boa noite, Bucky - Aurora disse quase adormecendo.

—Boa noite, Aurora - ele respondeu e antes de adormecer, Aurora se perguntou como ele sabia seu nome, já que não havia lhe dito.