Hearts Are Te Same

Eu vou te proteger


Dia seguinte…



Bucky abriu os olhos e percebeu que já estava solto. Se levantou e não viu sinal de Aurora. Caminhou pelo apartamento e a encontrou no último do quarto, sentada no chão com vários livros e papéis ao redor.

—Bom dia - o cumprimentou assim que percebeu sua presença.

—Bom dia. O que está fazendo? - perguntou vendo ela ler três folhas ao mesmo tempo e se sentou ao seu lado.

—Acho que descobri um jeito de te ajudar - comentou substituindo as folhas por um enorme livro.

—Como assim? - perguntou confuso.

—Sou telepata - disse - Xavier me disse uma vez que eu poderia tanto mudar, implantar ou recuperar memórias, só nunca havia tentado.

—Você está dizendo que consegue recuperar minha memória?

—Na teoria, sim - deu de ombros - Posso tentar? - perguntou incerta.

—Sim - suspirou e ela se sentou sobre os tornozelos. Fios púrpuras saíram de seus dedos e ela aproximou as mãos das têmporas dele.

Bucky sentiu sua visão do quarto desaparecer lentamente e se viu novamente ajudando Steve em um beco no Brooklyn. Cada memória durava apenas alguns segundos, começou a se lembrar de seus momentos no exército, os experimentos da HYDRA, o resgate e depois a queda do trem. Depois, as cenas de seus assassinatos começaram a retornar e Bucky pela primeira vez em muito tempo sentiu remorso por todas as vidas que tirara. Logo, estava de volta, encarando os olhos ansiosos de Aurora.

—Deu certo? - perguntou.

—Sim, eu… Me lembro de tudo - admitiu e ela sorriu.

—E agora? O que pretende fazer?

—Não sei - disse sincero e a encarou - Alguma ideia?

—O que acha de procurar Steve? Posso te levar até onde ele está - sugeriu.

—Não é meio perigoso você ir para os Estados Unidos? - perguntou se lembrando do dia anterior.

—Se eu conseguir entrar em contato com ele e marcamos um encontro em um lugar seguro, não é perigoso - moveu as mãos e logo seu notebook apareceu - Quando eu ainda participava da equipe de X-men, ajudávamos a S.H.I.E.L.D. quando os Vingadores estavam ocupados, creio ainda ter o contato do Fury - pesquisou durante alguns minutos, até que o encontrou e começou a digitar rapidamente.

—Acha que vai funcionar? - perguntou incerto.

—Claro, por que não funcionaria? - perguntou e enviou o e-mail - Pronto, agora só precisamos esperar a resposta.

—Obrigada! - disse sincero e ela sorriu.

—Sem problemas. Acho que eu sentia falta de ajudar os outros - suspirou e seus olhos se perderam na parede.

—O que era os X-men? - indagou, percebendo que era importante para ela.

—Era uma equipe formada por cinco mutantes - começou - A cada quatro anos os membros são substituídos e depois você recebe a oportunidade de abandonar os poderes.

—Alguém abandonou? - perguntou.

—Pegamos a época do início da perseguição da HYDRA, mas ninguém quis abandonar, pois com ou sem poderes não saímos dos registros de geneticamente modificados, eles garantem uma proteção mais efetiva - deu de ombros.

—Quantos anos você tem? - perguntou, percebendo que não sabia a idade dela. Ela pensou um pouco antes de responder.

—Em 10 dias, terei 19 - suspirou e Bucky sentiu seu coração apertar revendo a imagem de ele quase a assassinando com suas próprias mãos.

—Eu prometo nunca mais te machucar, e não permitir que ninguém faça isso, eu vou te proteger - prometeu e ela lhe dirigiu um sorriso sincero.

—Obrigada - o abraçou e mesmo hesitando em a tocar com seu braço de metal, Bucky correspondeu o abraço. Quando se separaram, ela pareceu ponderar - Vamos na cafeteria comigo? Estou entediada.

—Agora? - perguntou.

—Bom, estamos os dois de pijamas - comentou - Daqui a vinte minutos.

—Ok - cedeu e se levantaram.

Quinze minutos depois, Bucky esperava Aurora já usando um casaco e luvas para esconder seu braço metálico e um boné sobre os cabelos. Logo, Aurora apareceu terminando de trançar os longos cabelos brancos. Vestia uma calça preta e um casaco vermelho, acompanhados por um par de coturnos.

—Pronto? - perguntou e Bucky assentiu, se levantando do sofá e os dois saíram do apartamento.

Saíram do prédio e ela o guiou até uma pequena cafeteria que parecia muito aconchegante e estava vazia. Ela empurrou a porta, fazendo um pequeno sino soar, chamando a atenção de uma senhora que estava no balcão.

—Aurora, minha querida - se aproximou e a abraçou apertado - Esse seu amigo eu não conheço - disse encarando Bucky.

—Ele se chama Bucky, Maria - sorriu vendo a mesma cumprimentar Bucky, que correspondeu ao abraço meio sem jeito.

—Sente-se meninos - apontou para uma mesa próxima a janela - Vou pegar aquele bolo que você adora, querida - sorriu para Aurora e se afastou.

Minutos depois, Maria retornou carregando dois pedaços de bolo, dois cappuccinos e um pequeno pote com pães de queijo. Depois, se afastou novamente, murmurando algo sobre os dois precisarem de privacidade.

—O que é isso? - perguntou apontando o pote.

—Se chama pão de queijo - disse calma - Experimenta - sugeriu e ele pegou um, levando até a boca.

—É muito bom - comentou e ela riu.