Enquanto isso, dentro do sonho, Sans estava sozinho em um lugar totalmente escuro. Sem esperanças, ele se sentia culpado por tê-la feito despertar o poder destruidor que havia. E junto com as lembranças de seu passado, sua alma estava totalmente deprimida. Passado algum tempo, ele começou a notar que alguém estava chamando-o. Aos poucos, a voz se tornava nítida.

?: ... Ei, tá aí?

Sans abriu os olhos e ouviu aquela voz que se aproximava, era estranhamente reconhecível. Ele se levantou e se virou para olhar quem estava ali, chamando-o quando surpreendentemente, Sans olhou perplexo para ele mesmo do seu lado. O outro ele estava agindo normalmente e usava suas roupas normais, enquanto o verdadeiro permanecia disfarçado, com o corte da faca em seu peito. Ele não entendeu porque, mas ver ele mesmo do outro lado o fez esquecer a dor.

?: Ainda bem, achei que tinha ficado surdo.

Sans: ... O que?

?: E aí? O que está fazendo aí, mano?

Sans: Mas... Você sou eu?

?: É ué... Já ouviu falar da teoria da consciência?

Sans: Heh, Então você veio me conscientizar?

?: Hehe, teoricamente. Eu vi que você está passando por um problemão, então eu vim te ajudar.

Sans não deixou de ficar surpreso ao ouvir ele mesmo dizendo tais coisas. Aquilo parecia outra ilusão, mas honestamente, ele não importava mais com isso, Sans estava tão certo do que acabou de acontecer que ele pensava que não havia mais nada a ser feito. Ele esboçou um sorriso amarelo enquanto olhava para o chão.

Sans: Heh... Não sei se poderá me ajudar.

?: ... Por quê?

Sans: Ela conhece o poder destruidor que possui, eu a incitei a cometer genocídio e agora... Está feito. Estou morto por dentro, definitivamente.

A outra versão dele ficou olhando-o sem esboçar reação alguma. Ambos não disseram mais nada por alguns segundos e um silêncio ponderou no lugar. Derrepente, a consciência começou a falar de um modo irônico.

?: Pff... E você acreditou que ela foi mesmo capaz de fazer isso?

Sans arregalou os olhos e se sentiu intrigado com o que ele falou. O que ele queria dizer? Ele mesmo viu o que Frisk fez e só um cego duvidaria do que acabou de acontecer. Porém, a sua consciência continuou convencido do que estava falando.

?: ... Não foi ela quem libertou os monstros do subsolo? Quem ajudou vocês a prosperarem com os humanos?

Sans: ... Isso tudo está acabado!

?: Bom... Você escolhe qual verdade seguir.

Sans: Mas isso não faz nenhum sentido!

Sua consciência tinha levantado os ombros e deixou-o refletir sobre aquilo. Mas a essa altura, Sans achou que estava delirando ouvindo tudo o que ele falou. Ele não conseguia entender o que ele queria dizer e sua mente se encheu de duvidas, mas Sans parou ao ver sua consciência se aproximando e parando em frente a ele.

?: Só existe uma verdade, a verdade pela qual você é um guardião. E ela está exatamente aí.

Ele apontou para seu peito, o mesmo lugar onde estava sua alma. Sans olhou por onde ele apontou e colocou a mão sobre seu peito, notoriamente sentindo que seu emblema não estava com ele, estranhando. Novamente sua consciência voltou a falar.

?: ... Nossos olhos podem nos iludir, mas a nossa alma não. Fique a vontade para decidir seu destino.

Novamente Sans colocou a mão sobre seu peito e começou a entender que o que ele estava passando não era por uma realidade qualquer. Sua confiança estava em jogo e ele deixou que seu temor dominasse-o. Ele então se lembrou da promessa que ambos haviam feito um para o outro e Frisk prometeu nunca deixar de ser a pessoa que todos conhecem. Essa era a chave da qual ele precisava se lembrar. A partir dali, o que ele viu até agora não passava de um sonho, e a sua consciência, ao vê-lo decidido, voltou a falar.

?: Então me diga... O que está fazendo aqui? Não tem uma missão a cumprir?

Sans: Heh... Eu perdi a hora.

Ambos sorriram um para o outro e após isso, Sans fechou os olhos e decidiu voltar onde ele estava anteriormente. Sua mente fez com que ele voltasse ao palácio do julgamento e ao abrir os olhos, ele continuava caído no mesmo lugar quando havia sido atingido e percebeu que Frisk ainda estava parada, olhando para ele. Sans não teve dificuldade alguma para se levantar e ele parou em pé como se nada tivesse acontecido, olhando para ela tranquilamente. Frisk viu-o se levantar e ficou surpresa.

Frisk: ... Está vivo!

Sans: Heh... Eu te fiz esperar demais?

Frisk: Então... Você vai mesmo me matar?

Sans: Não...

Dizendo isso, um brilho surgiu em frente a ele e seu emblema apareceu em seu peito. Um redemoinho de vento surgiu ao redor , fazendo-o se transformar. Graças a sua transformação, Sans voltou à sua estatura atual e vestia seu uniforme de guardião. Ele fez sua arma aparecer e a colocou em seu braço esquerdo, apontando para ela.

Sans: ... Vou te levar à realidade que te pertence.

Após ouvir isso, Frisk fechou seus olhos e não se atreveu a se mexer, deixando a faca cair. Ela esboçou um sorriso sereno quando viu que estava prestes a deixar esse lugar.

“Obrigada...”

Sans mirou-a mais uma vez e lançou seu disparo contra ela, pulverizando-a. Repentinamente o cenário começou a se estilhaçar em pedaços pequenos e Sans observou que estava num cenário inteiramente branco, com partículas brilhantes que caíam de cima. No fundo, ele ouviu uma voz diferente de todas que havia ouvido.

— “Quando todo remorso for suprimido, a justiça prevalecerá.”.

Essa frase penetrou em sua alma, fazendo-a ferver por dentro. Logo, sua consciência apareceu ao lado dele e falou novamente.

— O caminho que você escolheu é a verdade do seu universo.

Sans olhou para a consciência, mas dessa vez ela não era mais ele mesmo, sua forma havia mudado para um corpo etéreo, brilhando na cor amarela. Sans somente a observou, inquieto.

Sans: Não me disse ainda quem é você.

— ... Eu sou a alma da justiça que vive dentro de seu emblema. Agora é hora de ir, que o Deus da Luz esteja com você.

Após dizer isso, o espírito se tornou uma pequena esfera de luz, voltando ao seu lugar de origem. Para sair daquele lugar, o emblema brilhou intensamente de forma que Sans se transformou em uma luz e pôde voar acima do cenário, se tornando um cometa.

Enquanto isso, Asgore estava de frente com Omega Flowey, ele usou seu tridente para impedi-lo de atacar e fez tudo o que pôde para deter aquela flor, mas ela ainda estava intacta. Exausto, ele colocou a mão em seu peito e percebeu que seu emblema não estava com ele. Flowey não deixou de rir sarcasticamente enquanto continuava tentando atacá-lo.

Flowey: Você não é páreo para mim!

Repentinamente, Asgore relembrou de quando ele viu Flowey pela primeira vez, ele foi encurralado e amaldiçoado por aquela flor e quando ele viu Frisk, Asgore se lembrou de que não tinha vontade própria e atacou-a sem misericórdia. Ele fez tudo o que pôde para compensar seu erro e conhecia o sacrifício que Frisk fez para que os monstros prosperassem. Dessa vez, Asgore não iria deixar que Flowey o dominasse outra vez. Sem seus poderes, Asgore reuniu coragem suficiente para declarar sua derrota. Se ele tiver que morrer diante da flor, ele estaria em paz, sabendo que teve a chance de lutar ao lado dela para se redimir. Então ele se ajoelhou, segurando seu tridente apoiado para cima, convicto do que estava fazendo.

Asgore: ... Se eu tiver que morrer, morrerei em paz, pois cumpri com a vontade de meu povo.

Flowey: ... IDIOTA!

Ele estava prestes a atingi-lo quando um escudo de luz surgiu, protegendo-o de ser atacado. Flowey teve suas vinhas ricocheteadas pelo escudo e a luz se expandiu, consumindo-o. Quando Asgore abriu os olhos, ele viu que estava transformado e se levantou, surpreso por ver que estava vivo. Ao se virar para o lado, ele viu um espírito etéreo de cor azul clara falando com ele.

— “Não haverá obstáculo que supere a paciência.”

Asgore: ...Entendo.

Ele sorriu para o espírito e o mesmo retornou para dentro de seu emblema. Então, Asgore olhou para cima e viu uma luz voando no céu. Ele sentiu que aquela luz estava chamando-o, então, seu emblema brilhou intensamente e Asgore se transformou em outra luz, seguindo aquela que estava nos céus.

Em outro cenário, Undyne estava parada, dominada pelo medo. Dentro de seu consciente, ela não parava de pensar nas palavras de seu pai, ela deu ouvidos as palavras do passado e começou a aceitar que não tinha nenhum valor para ser uma guerreira. Mas subitamente, seus pensamentos foram interrompidos quando ela abriu os olhos, vendo uma criança parada ao lado, olhando para ela.

Menina: Você... É Undyne?

Undyne: O que está fazendo aqui?

Quando soube que era ela mesma, a criança ficou encantada e abriu um largo sorriso, deixando Undyne surpresa.

Menina: ... Você faz mesmo aqueles golpes incríveis?

Ouvir aquilo fez Undyne se esquecer dos problemas do passado, ela mal sabia que havia uma admiradora como aquela criança e então, ela se empolgou da mesma forma e sorriu igualmente.

Undyne: É Claro! Ninguém é capaz de me vencer!

Menina: ... Legal! Eu te adoro Undyne! Você é minha heroína favorita!

Undyne não deixou de ficar feliz ao ver a empolgação daquela menina. Após ela dizer aquilo, a criança saiu dali correndo com um semblante de alegria e por um momento, Undyne deixou que as palavras dela a tocassem profundamente. Undyne começou a perceber que realmente não importa o quanto ela se esforçava, curiosamente em algum momento haveria alguém que iria notar seu esforço e não necessariamente por alguém próximo.

Ela então abraçou aquela verdade ao se lembrar das crianças na escola de Toriel, elas a admiravam por sua força e seu jeito duro. Undyne também se lembrou de seus amigos, os quais ela se importava. Após refletir sobre isso, Undyne se virou para olhar o cenário e viu o monstro atacando insistemente, depois ela olhou para o diretor e viu que ele estava conversando com os produtores.

Undyne: ...Quer saber? Vão se danar.

Ela não perdeu mais tempo e avançou contra o monstro, invocando suas lanças para cima dele. O monstro se virou e recebeu as lanças dela, sendo atingido. Não demorou muito até aquele monstro conseguir se levantar e olhá-la novamente, tentando amendrontá-la.

— “Você não merece ser uma guardiã!”

Undyne: Eu não tenho que provar nada a você!

Ela não sentia mais medo dele, em seu lugar, sua fúria estava concentrada em derrotar aquele monstro que era a personificação do seu próprio medo. Undyne colocou a mão sobre seu peito e notou que seu emblema não estava com ela, olhando assustada. Aquele monstro então usou sua cauda para empurrá-la enquanto esteve distraída e ela foi atingida para trás. Assim que ela caiu, o direitou viu-a e chamou novamente sua atenção, dessa vez, ele estava mesmo irado.

Diretor: Undyne! Volte aqui, agora mesmo!

Undyne: Não me diga o que eu devo fazer! Eles precisam de mim agora e eu não irei decepcioná-los, porque eu sou a heroína deles!

O monstro novamente estava avançando contra ela e nesse meio tempo, Undyne sentiu um poder imenso surgindo dentro dela. O emblema havia retornado em seu peito e ela se transformou. O monstro foi afastado, cegado pela luz que o emblema emitiu e Undyne rapidamente avançou para derrotá-lo, dessa vez, fechando seu punho e se concentrando nele.

Undyne: Bravura... Soco Impactante!

Ela pulou para acertá-lo, socando diretamente na cabeça do monstro, fazendo-o cair nocauteado. Ao pousar no chão, Undyne olhou para o monstro caído e às pessoas que ele havia assustado. Eles se aproximaram cautelosamente dela e ficaram agradecidos. Ela então colocou a mão em seu peito, jurando para si mesma.

Undyne: Enquanto eu viver, juro proteger quem não pode se defender.

— “Quem ousar vencer sua fraqueza, conhecerá a bravura de espírito.”

Undyne se virou para ver quem falou essa frase e então, ela viu um espírito etéreo brilhante de cor laranja. Undyne olhou surpresa para aquele ser e o espírito voltou para dentro do emblema dela. Segundos depois, Undyne olhou para cima e viu as luzes que estavam voando no céu, chamando-a. Ela atendeu ao pedido e se transformou em outra luz, seguindo-as.

Noutro cenário, Toriel continuava observando aflita seu filho dominado pelas vinhas, machucando as crianças e afugentando os policiais, fazendo com que eles tomem medidas mais drásticas para contê-lo. Toriel olhou aquilo e viu que não podia ficar parada, urgentemente, ela cruzou suas mãos e orou aflita, e na mesma hora, Toriel ouviu uma voz dentro da sua consciência.

— “Mantenha as lembranças boas em mente, confie na sua intuição, então, saberá o que fazer.”

Após ouvir aquilo, Toriel percebeu que o destino de todos estava nas mãos dela. Vendo isso, ela fechou os olhos e aceitou aquelas palavras que vieram de seu consciente.

Toriel: Meu filho... Sempre foi e sempre será amado por todos.

Ela então abriu os olhos e adquirindo confiança, se aproximou aos poucos dele. Asriel se virou para vê-la se aproximar e fez seu braço girar em direção a ela para acertá-la. Os policiais viram aquilo e tentaram alertá-la para que fugisse, porém ela segurou a vinha que ia atingi-la, encarando seu filho.

Toriel: Já basta, Asriel!

Asriel ficou estático ao ouví-la e os policiais não estavam entendendo o que ela queria fazer. Ela continuava encarando-o e começou a repreendê-lo.

Toriel: Veja o que você fez! Eu não te ensinei a respeitar os outros?

Asriel ouviu sua repreensão e sentiu-se irritado mais uma vez. Novamente ele tentou empurrá-la com mais força usando novamente seu braço. Assim que ele o fez, Toriel tentou novamente impedir aquele ataque, mas o golpe foi forte o bastante para empurrá-la e jogar contra uma parede. Embora tenha levado dano, ela resistiu e continuou segurando seu braço, enquanto encarava-o com certo temor.

Toriel: Por favor... Lembre-se de quem você é...

Asriel ignorou sua súplica, porém, havia algo em seu olhar que começou a deixá-lo estático. Ao invés de golpeá-la ainda mais, ele não conseguia parar de encarar os olhos dela. Os policiais apenas observaram os dois ali sem fazer nada e Toriel começou a esboçar um sorriso para seu filho.

Toriel: Está tudo bem... Ninguém vai te machucar aqui, eu prometo.

Ele não entendia o que estava acontecendo, mas Toriel estava falando com tanta ternura e amor que ele sentiu que ela era especial. Aos poucos, Asriel começou a tirar a vinha de perto de Toriel e derrepente, ela sentiu algo emanando de dentro de si, seu emblema estava de volta e ela se transformou naquele instante.

Ao ver sua transformação, Asriel foi cegado por aquela luz e Toriel invocou um campo psíquico ao redor dos dois. Por essa magia, ela pôde compartilhar as memórias com seu filho. Ele então relembrou quem ele era e ao ver as mesmas lembranças, Asriel começou a tremer, soltando todos que havia prendido. Num instante, ele começou a gemer e a chorar, desconsolado. Vendo que havia conseguido parar suas ações, Toriel abraçou-o uma última vez.

Toriel: Estou com você agora, vai ficar tudo bem.

Asriel: Ma-mãe...

Ao receber aquele abraço, as vinhas começaram a sumir de seu corpo lentamente e ele voltou ao normal, olhando para sua mãe com um semblante de paz.

Asriel: Obrigado... Mamãe...

Aos poucos ele estava desaparecendo novamente, Toriel continuou mantendo-o em seus braços até ele desaparecer completamente e então, ela olhou para cima, vendo suas últimas fagulhas voando no céu. Naquele instante, todos haviam desaparecido, restando somente ela. Toriel se virou e viu seu espírito etéreo na cor roxa ao lado dela.

— “A perseverança trará força aos humildes.”

Toriel sorriu para ele e o espírito se transformou em uma luz, voltando ao emblema dela. Ela então olhou acima e encontrou as luzes que estavam voando no céu, sentindo que deveria acompanhá-los. Ela se transformou em outra luz para alcançá-los.

Mettaton estava preso dentro de sua consciência, olhando para o nada quando ouviu alguém se aproximando. Ele rapidamente levantou a cabeça e olhou para os lados, procurando quem estava por perto.

Mettaton: Quem está aí?

Derrepente, uma voz melancólica surgiu e alguém apareceu, Napstablook estava olhando-o preocupado e pensou que estava sendo um intruso.

Napstablook: Eu... Não queria te incomodar...

Mettaton: Blookinho! É bom ver você!

O robô se aproximou rapidamente do pequeno fantasma e o abraçou, deixando-o surpreso. Pelo menos, Mettaton soube que não estava mais sozinho e se sentiu aliviado de vê-lo.

Napstablook: E o que está fazendo?

Mettaton: Estou me sentindo um lixo.

Após dizer isso, Mettaton soltou-o e se deitou no chão, sem se importar com nada a sua volta. Napstablook o viu fazendo isso e acabou deitando-se do seu lado igualmente para acompanhá-lo. Ambos ficaram olhando para cima e no fundo, começaram a surgir estrelas e nuvens galáticas, fazendo ambos entrarem em meditação. De alguma forma isso deixou Napstablook contente.

Napstablook: ... Faz muito tempo que não fazíamos isso.

Mettaton: É verdade...

Eles continuaram olhando a representação do céu estrelado e Mettaton começou a refletir sobre o que havia acontecido no evento.

Mettaton: Me diz uma coisa... O que eu faço quando alguém não consegue acreditar em mim, mesmo quando ela estiver sendo enganada?

Napstablook: Oh... Ouviu um boato?

Mettaton: Sim, e quando eu quero falar a verdade ninguém quer acreditar em mim.

Napstablook: Oh...

Um silêncio ponderou no lugar, Mettaton continuou refletindo sobre isso tentando achar alguma resposta convincente quando Napstablook começou a falar, pensando longe.

Napstablook: ... Quando eu fico sozinho, eu constumo fazer algo que eu goste apenas pra me distrair, mas... Eu não consigo fazer bem feito, acho que é porque eu não sei fazer nada além de compor músicas.

Ao ouvir isso, Mettaton se levantou e ficou intrigado com o que ouviu de Napstablook. Ele sempre teve crise existencial, mas Mettaton sempre teve vontade de ajudá-lo a se animar.

Mettaton: Não diga isso Blookinho. Você dedicou décadas compondo músicas e elas são ótimas! Alguns anos a mais não são nada para aprender outra coisa.

Napstablook: Oh... Sério?

Mettaton: Sim! E se alguém vier falar mal de você, conte comigo. Eles não conhecem a dupla mais fabulosa que existe...

Após dizer aquelas palavras, Mettaton parou e começou a repetir as ultimas palavras que havia dito, entendendo a situação. Seus fãs realmente não o conheciam, eles apenas o admiravam pelas suas atuações, mas os únicos que o conheciam eram somente seus amigos, tanto Napstablook quanto Frisk e o resto da turma. Não importa o quanto as pessoas digam sobre ele ou inventem boatos, Mettaton sabe que aquilo era inevitável, mas a verdade sempre estará viva dentro de si. Sabendo disso, Mettaton novamente abraçou o fantasma, radiante.

Mettaton: Blookinho, você salvou minha vida!

Napstablook: Oh... E você vai falar a verdade?

Mettaton: Não seja bobo! Mesmo se eu disser, não espero que todos vão realmente acreditar em mim. Mas o que eu sei, isso ninguém pode tirar de mim.

Napstablook ouviu isso e mostrou um sorriso tímido, logo, ele ficou banhado de luz e Mettaton viu seu emblema aparecer em seu peito repentinamente. O cenário ao redor se apagou na mesma hora, virando um campo aberto com o céu anoitecendo. Mettaton olhou ao seu redor e ao seu lado onde Napstablook estava, surgiu um espírito de cor azul.

— “Nenhuma maldade apagará o brilho de uma luz íntegra.”

Após dizer isso, o espírito entrou de volta em seu emblema e Mettaton olhou reconfortado para o mesmo, agradecido por ter ajudado-o. O emblema começou a brilhar e Mettaton foi transformado pelo seu poder, permanecendo com uma aura ao redor dele e apontando acima com entusiasmo.

Mettaton: Mettaton está de volta!

Ele então olhou acima e viu várias luzes voando em uma direção pelo céu, ele sentiu que deveria estar ao lado deles e se transformou em uma luz nova, alcançando-os.

No último cenário, Papyrus estava agoniado observando tudo, ele definitivamente não sabia o que fazer. As criaturas haviam comido tudo e elas estavam espalhadas pelo chão e nas mesas, dormindo. Logo, Papyrus ouviu alguém batendo na porta que abria para fora do local e repentinamente, ele olhou para trás, vendo um garoto humano com roupas velhas abrindo-a, Papyrus ficou assustado quando o viu.

Papyrus: Um humano?

Menino: Me desculpe... fui eu quem soltei esses monstros.

Vendo que ele era o real culpado pela situação ter saído desse jeito, Papyrus novamente colocou suas mãos sob seu crânio, estando desesperado.

Papyrus: ... O que eu vou fazer agora? Eles comeram tudo!

Menino: Eles me disseram que estavam morrendo de fome e que me ajudariam a procurar comida, mas quando eu os soltei, eles correram de mim e atacaram a sua cozinha. Eu peço mil desculpas... Eu também não tenho nada pra comer, mas eu não me atrevo a roubar nada, pode me culpar pelo que fizeram.

Papyrus ouviu o menino se humilhar perante ele e não sabia o que fazer, não importa o quanto ele o culpasse, isso não iria trazer a comida de volta, e também não era justo culpar alguém que apenas foi usado nisso. Enquanto isso, alguém bateu na porta principal da cozinha e Papyrus notou que os garçons ainda estavam esperando para pegar os pratos. Parecia que ninguém ouviu o que estava acontecendo dentro. Então, Papyrus decidiu pensar um pouco sobre o que fazer até ter uma ideia.

Papyrus: Chame eles, eu farei algo para vocês.

O menino não sabia o que Papyrus ia saber e consentiu, recolhendo todas as criaturas que estavam dormindo. Enquanto isso, Papyrus correu para a geladeira e pegou vários ingredientes, rapidamente ele higienizou suas mãos, ligou o forno e em poucos minutos ele preparou uma massa consistente e colocou-a no forno. Quando a massa terminou de assar, ele tirou vários baguetes do forno e guardou-as em um saco de papel, entregando-a ao menino. Ele olhou para o saco cheio de baguetes, surpreso e não soube o que dizer para o esqueleto.

Papyrus: Esta é uma receita exclusiva do Grande Papyrus! E se quiser, à noite temos sobras de comida, fale com eles que irei esperá-los à noite.

Menino: Mas... Eu não tenho como pagar isso, eu não posso...

Ele estava prestes a devolver o saco, mas Papyrus insistiu, empurrando o saco para o garoto.

Papyrus: Isso é seu.

Menino: ... Muito obrigado, nunca vou me esquecer de como foi gentil.

Papyrus: O Grande Excelente Cozinheiro Papyrus sempre será bondoso com quem precisar.

Ele orgulhosamente colocou a mão em seu peito e não sentiu o emblema ali, ele parou assustado, e então ele relembrou quando ganhou seu emblema pela primeira vez. Quando Frisk teve que lutar contra Dogão para fazê-lo voltar ao normal, Papyrus foi corajoso o bastante para distraí-lo enquanto ela o ajudou a se tornar um guardião. Ele a acompanhou desde o início e viu como ela progrediu tanto quanto ele mesmo. Logo, ele percebeu que, por mais que tudo isso parecesse real, Papyrus entendeu que isso foi apenas um teste para comprovar que seu caráter havia sido moldado. Ele voltou a olhar o garoto, agradecido.

Papyrus: Humano... Obrigado por ter me feito relembrar quem eu era antes, agora eu entendo quem eu sou.

Ouvindo isso, o garoto fechou os olhos e todo o cenário mudou de forma. Papyrus olhou assustado ao seu redor e o restaurante deixou de existir, se tornando uma planície aberta com o céu anoitecendo. Papyrus recuperou o emblema em seu peito e se transformou. Ele então olhou para o lado onde o garoto estava e viu um espírito na cor verde.

— “A bondade plena sempre vencerá seu orgulho”.

Papyrus: ... Espere! Você era minha consciência?

?: Todo guardião tem uma consciência. Quando precisar de mim, eu estarei aqui;

Após dizer essas palavras, o espírito voltou para seu emblema e Papyrus viu-o brilhando dentro do mesmo. Ele então olhou acima e viu as cinco luzes voando em uma direção no céu. Sentindo que deveria estar com eles, Papyrus se transformou em outra luz, alcançando-os. Após as seis luzes se completarem, criou-se um arco-íris por onde eles passavam e todos os seis guardiões haviam se reunido novamente. Com o poder dos seis emblemas, eles entraram em uma fenda que estava levando-os diretamente ao portal onde ambos Frisk e Gaster estavam. Todos estavam ansiosos para encontrá-la e deter Gaster de uma vez por todas.

Sans: “... Espere por mim...”