Heal My Scars
Suposto sumiço
P.O.V Da Melanie
Eu não aguentava mais guardar aquilo... Aquele maldito segredo estava mesmo me sufocando pouco a pouco. O Gibson não me deixava em paz, vivia batendo na minha porta e fazendo dezenas de chantagens e ameaças. O que me deixava atormentada dia e noite, com pavor dele abrir a boca e contar tudo para o Edward.
Já não sabia mais como fazer para me livrar dele ou mantê-lo calado, surtei e entrei em puro desespero.
Precisava contar de uma vez por todas e acabar com ele tormento, o Ed precisava saber a verdade por mais dolorosa que fosse. Foi por isso que decidi revelar que Julian não era o seu filho e sim, filho do Gibson.
Vi no seu olhar que eu causei a maior decepção e dor nele, o Edward ficou completamente sem chão, ele amava o meu filho como se fosse dele.
Ele decidiu melhorar por causa de Julian e começou com as terapias.
Ed pirou e praticamente correu para o quartinho do meu filho, arrancou o meu bebê do berço e ameaçou jogá-lo pela janela do terceiro andar, nunca senti tanto medo em toda a minha vida, ele estava devastado e descontrolado, e Julian corria muito perigo em suas mãos.
Temi por sua vida.
Berrei, implorei e me joguei de joelhos aos prantos, suplicando para ele poupar o meu filho, meu pequeno não tinha culpa de absolutamente nada, a errada fui eu... Tive um caso com o Gibson e engravidei.
E naquele momento, desejei que Julian fosse do Edward, ele sim sempre foi um bom pai para o meu filho, o Gibby jamais chegaria aos seus pés, ele não passava de um grande babaca que traiu a namorada comigo e só passou a me perseguir e se aproximar do filho porque queria de certa forma tirar algum proveito.
E foi o que ele fez, todas as chantagens e ameaças foram feitas porque ele queria me ter em suas mãos, e conseguiu por algum tempo até que resolvi dar um basta... Eu já não aguentava mais ir para cama com ele e me submeter aos seus caprichos.
Foi quando o Edward apareceu e flagrou o Gibson me agarrando.
Juro que tentei contornar a situação, mas já não conseguia mais levar tudo aquilo adiante, já estava farta de ceder ao Gibson, eu só queria voltar ao tempo e nunca ter cruzado o seu caminho.
Após me devolver o Julian, Edward saiu devastado do meu apartamento, olhei pela janela e vi quando ele entrou no carro e deu partida, dirigindo feito um louco...
— Acabou, meu anjo, finalmente esse pesadelo acabou... Vamos ficar bem, eu prometo. - Beijei o rosto do meu bebê que soluçava e ainda choramingava.
Como eu pude permitir que tantas coisas ruins acontecessem?
Como pude chegar naquela deprimente situação?
Por pouco não perdi o meu filho... O que seria de mim se o Edward tivesse causado uma tragédia?
Meu filho quase foi arremessado pela janela.
Aquela foi a noite mais horrível da minha vida.
[...]
— Agora nos deixe em paz, nunca mais volte a me importurnar, eu fui tola e deixei você me controlar... Deixei você me amedrontar. O Edward já está sabendo de tudo. Contei para ele toda a verdade. E provavelmente ele vai se vingar... Se eu fosse você, sairia da cidade. - Tentei colocar medo no Gibson.
— Mas que merda, Melanie! - Praguejou do outro lado da linha.
— Mas não era o que você queria? Que ele soubesse que você é o pai biológico do Julian? E quer saber, foi um alívio para mim. Agora vou poder deitar a cabeça no travesseiro e dormir tranquila. - Falei e fui sincera.
— Ele pode vir atrás de mim e me matar, sabia? Você com certeza deve ter inventado coisas para deixá-lo furioso. Que droga, Puckett! Eu que deveria ter jogado a verdade na cara dele! - Estava inconformado.
— Agora você tem medo? Covarde! Diferente de você, eu não sou manipuladora, e você merece o pior depois de tudo o que fez comigo! - Eu disse irritada.
— Será que sou o único manipulador aqui? Você não é santa, Melanie! Você não passa de uma vadia egoísta, falsa, gananciosa e aproveitadora! - Disparou ofensas.
— Vai se foder, Gibson! Adeus! - Desliguei na cara dele.
Bloqueei seu número.
Ele nunca mais voltaria a me incomodar.
O imbecil com certeza iria se acovardar e fugir da cidade achando que o Ed iria atrás dele para se vingar.
3 dias depois...
P.O.V Do Freddie
Sem notícias do Ed.
Já fazem 3 dias que estamos sem notícias do meu irmão.
Nem mesmo a sua namorada, Victoria, não faz ideia sobre o paradeiro dele.
— Vou acionar a polícia e prestar queixa de desaparecimento. - Avisei a Sam.
— Amor, ele é adulto e vacinado, sabe se virar. Não acho que esteja desaparecido. - Ela como sempre não sem importava com o Edward.
— Mas, Sam, já fazem 3 dias. Não é normal. A Victoria está desesperada. Meus pais já estão começando a estranhar o sumiço dele. Eu preciso fazer algo, não vou continuar aqui de braços cruzados. - Falei muito preocupado.
— Está bem. Faça como quiser, é seu irmão. Entendo que esteja aflito, mas ainda acho que não é nada, talvez ele tenha caído na farra para relembrar os velhos tempos... - Deu de ombros, indiferente.
Eu não iria retrucar ou defender o meu irmão, isso só nos renderia uma discussão.
— Oi, princesinha. - Fui para perto da Alice que estava na cadeirinha de alimentação comendo frutas amassadas.
Sam foi se ocupar com a pequena pilha de louça suja sobre a pia de alumínio.
A bebê estendeu as mãozinhas sujas de mamão e abriu um sorrisão, sua boca estava toda lambuzada.
— Não posso te pegar no colo agora, meu anjo, o papai já está de saída. - Apenas beijei seus cabelos macios e com cheirinho de loção capilar de morango.
Estavam formando cachinhos nas pontas das madeixas castanhas.
Rumei para o quarto indo pegar um casaco porque era uma tarde nublada e também minha carteira.
Eu trataria daquele assunto pessoalmente, o Departamento de Polícia não dava muita importância para quem ligava falando sobre amigos ou parentes desaparecidos.
— FREDDIE! - Ouvi a Sam gritar antes que eu pudesse ir até à cozinha para dar um beijo nela antes de sair.
— É a Victoria, o seu irmão apareceu, e sua cunhada quer falar com você. - Me entregou o próprio celular.
Graças a Deus que o Ed apareceu.
— Oi, Victoria. Como ele está? - Perguntei ansioso.
— Péssimo. Freddie, sinceramente não sei o que aconteceu... Nem sei como ele deu conta de chegar aqui dirigindo... Está completamente desorientado, imundo... Ele com certeza andou bebendo. Acabei de dar um banho nele e agora o seu irmão está dormindo. - Ela estava aliviada e ao mesmo tempo aflita.
— Meu Deus... - Suspirei.
O que diabos havia acontecido?
— Obrigado por nos avisar, Victoria. Por enquanto não diga nada aos meus pais, não quero que eles fiquem preocupados. Me ligue quando o Edward acordar, eu vou aí porque quero vê-lo e conversar pessoalmente com ele. - Eu disse sério.
— Está bem, Freddie. Cuidarei bem dele. Até mais. Pode deixar, vou ligar sim. - Disse como sempre gentil e desligou quando nos despedimos rapidamente com um 'Até mais'.
— E aí, o que ela disse? - Sam ao menos parecia curiosa.
— Talvez você tenha razão, ele chegou num estado deplorável e provavelmente morto de ressaca... - Suspeitei já que não aprofundei sobre.
Minha conversa com a minha cunhada foi tão breve.
— Como eu disse, ele estava festejando por aí... - Ela sorriu sem humor.
— Estou aliviado de saber que ele está vivo. - Eu realmente achava que tinha acontecido algo grave.
— Vem cá. - Me abraçou apertado. - Agora vá de trocar de roupa, vou fazer pipoca. Quero assistir um filme com você... Bem agarradinhos, que tal? - Sugeriu espalhando beijos pelo meu queixo.
— Claro, amor. - Relaxei em seus braços e a beijei.
Alice estava tirando a soneca das 16h.
Ela só iria acordar por volta das 18h, o que nos dava tempo para a gente namorar e foi o que fizemos relaxando da melhor forma no sofá.
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