Beatriz POV:

Senti ele me penetrar lenta e delicadamente. Mas logo seu ritmo aumentou, e só paramos depois que a onda de prazer nos invadiu. Estávamos suados e nus no chão de uma caverna.”

Ele chegou mais perto e me abraçou por trás, alisou meu cabelo e logo eu adormeci. De manhã, acordei com o respingar da cachoeira e a claridade que passava através da água cristalina. Me levantei com cuidado para não acordar Thayer. Peguei minhas roupas e comecei a me vestir. Estava colocando a blusa quando Thayer acordou.

- Bom dia – ele falou bem humorado.

- Bom dia – sorri de canto. Ele vestiu a cueca box e ficou parado, pensando por um tempo – No que está pensando?

- Quer tomar banho de cachoeira?

- Sim, estou toda suada – passei a mão na testa e vi-o olhando com malicia.

- Ok – ele se levantou pegou suas coisas e saiu da caverna, peguei o restante da minha roupa, meus sapatos e minha bolsa e o segui. Descemos o paredão de pedra e ele correu para a cachoeira. Coloquei minhas coisas numa pedra onde ele tinha jogado suas roupas. Eu estava de roupas intimas e a blusa.

- Será que alguém vai nos ver aqui? – perguntei preocupada.

- Às seis da manhã? – ele arqueou as sobrancelhas.

- São seis da manhã?! – peguei meu celular e fitei a hora, 06:18. Assenti e coloquei o celular no lugar.

- Ah! Como é bom sair daquele calor – ele entrou debaixo da queda d’água. Resolvi tirar a blusa, ninguém ia aparecer por lá mesmo. Entrei na cachoeira e senti um imenso alivio. A água estava fria, mas uma temperatura agradável (pra quem passou a noite numa caverna). Era estranho está ali com Thayer, e pensar que na noite passada nos transamos. Eu ainda o via como um amigo. Fiquei surpresa quando ele esticou o braço e me puxou pela cintura. Ele aproximou o rosto de mim, pude sentir seus lábios. Me entreguei ao beijo. Noite passada eu tinha me entregado a muito mais. Esse beijo não iria fazer a diferença.

[...]

Estava colocando minhas roupas novamente quando escutei Thayer se aproximar.

- Você deveria voltar – ele parou em cima de uma pedra e apertou os olhos devido a claridade – Suas amigas devem estar preocupadas.

- É – assenti. Ele fez um sinal com a cabeça e eu o segui. Seguimos o caminho em silêncio. Em frente a minha cabana ele quebrou o silêncio:

- Vai almoçar? – percebi que ele tentava puxar assunto.

- Não sei – fitei a porta de madeira da cabana – Acho que vou dormir... – deslizei a ponta do dedo na superfície dela. Voltei a olha-lo nos olhos. Ele sorria. – Oque?

- Bom sono – ele se aproximou de mim e beijou o topo da minha cabeça. Esse gesto me lembrou de Harry. As lágrimas ameaçaram cair, entrei na cabana o mais rápido possível. Respirei o ar daquele cubículo. Como era estranho estar aqui, espaço apertado, sem o luxo da outra cabana. Adrianna acordou assustada.

- Bom dia – falei baixinho dando um risinho sem graça.

- BIA! – ela se levantou da cama com um salto e correu para me abraçar. Fiquei em choque. Primeiro por causa do desespero e segundo porque Adrianna não é do tipo carinhosa.

- Ok, estou bem – soltei ela mesmo ela não tendo me soltado – Juro.

- Oque aconteceu? – ela agora olhava meu rosto com os olhos arregalados.

- Nada... – escutei os gemidos de Carol. Lembrei da raiva que tive dela, da traição dela. Senti vontade de puxa-la pelos cabelos.

- What the hell... - quando ela me viu tive a sensação que ela tinha visto um fantasma, em menos de dois segundos ela tinha corrido pra me abraçar e me mandou uma enxurrada de perguntas, as quais eu não entendi nenhuma. Rejeitei o abraço. Recuei um pouco.

- Come on girls! – Adrianna, você bem que podia calar a boca, tipo, agora.

- Você ainda está com raiva de mim?

- Você acha que depois daquilo eu deveria ao menos falar com você? – cuspi as palavras e a olhei com ar de desprezo. Oque eu sentia agora, desprezo.

- Por quê? Por causa de um namorado?

- Não é por causa de um namorado! É que eu confiei em você! – quando percebi, estava gritando.

- Eu não contei! – ela gritava mais alto ainda.

- E quem foi? Eu é que não fui!

- Foi Scott! – ela gritou na minha cara. O mundo parou por um segundo. Aquelas palavras rodopiaram na minha cabeça.

- Scott? – ironizei – Como Scott contou a Harry? – arqueei a sobrancelha.

- Eu contei a ele do beijo – ela ficou cabisbaixa.

- Você oque? – a primeira lágrima rolou.

- Sim – ela hesitou – eu contei a ele. Eu achei que ele já sabia.

- Porque ele contaria a Harry? – meu tom de voz tinha perdido a ironia e a hostilidade, agora eu tentava descobrir oque motivaria Scott a fazer isso.

- Eu não sei – ela parecia estar sendo sincera – Me perdoa – ela suplicou. Abaixei a cabeça e pensei um pouco, eu estava muito machucada. Fitei meus braços, arranhados da escalada de ontem à noite.

- Vou tomar banho – foi a única coisa que consegui falar. Quando estava dentro o banheiro ouvi Adrianna dizer:

- Ela vai te perdoar.

- Ela acha que fui eu – ela estava chorando.

- O culpado dessa história vai aparecer. Sempre aparece.

- Assim espero.

[...]

Quando terminei o banho me enfiei debaixo das cobertas e não olhei pra cara de ninguém. Que raiva que eu estava. Queria que esse inferno acabasse. Queria parar de pensar no Harry. Queria virar um avestruz. Queria dormir.

Quando acordei o dia já estava escurecendo, ótimo, estava perto de acabar minha agonia, por hoje. Me arrastei até o banheiro e fitei a figura horrenda no espelho. Meu cabelo estava todo bagunçado, minha cara estava manchada da maquiagem mal tirada. Eu estava com uma cara pós-carnaval. Ouvi um barulho atrás da porta, estavam arrombando a cabana, ou, era apenas Adrianna e sua delicadeza mexicana. Tirei a maquiagem e tomei banho, embora, estivesse limpa. Após conseguir ficar razoavelmente decente sai do banheiro. Tinha vestido outro pijama e voltei para as cobertas novamente. Ah! Como é bom dormir.

- Pra onde vai? – Adrianna perguntou.

- Para o fantástico, não tão fantástico, mundo de Bia. – eu estava delirando.

- Haha, que engraçado, hilário. Levante a sua bunda dai que nós vamos sair.

Gemi em resposta. Cochilei por alguns minutos e acordei com Carol me cutucando.

- Oi? – perguntei sonolenta.

- Vamos – ela e Adrianna estavam prontas para sair.

- Já disse que não vou – enfiei a cara no travesseiro.

- Vai ficar o tempo todinho ai, com a cara no travesseiro, chorando e dormindo? – Adrianna colocou as mãos na cintura.

- Eu não estava chorando – retruquei.

- Uhum – Adrianna ironizou.

[...]

Depois de muita luta elas conseguiram me fazer sair da cama. Parece que ia fazer uma fogueira perto da cachoeira. Senti um frio na barriga quando me disseram ondem ia ser, mas fui mesmo assim. Chegando lá logo vi Tyler e seus amigos. Lembrei da nossa conversa outro dia.

Flash Back on:

- E Thayer? – ele arqueou as sobrancelhas. Agora, a conversa, tinha mudado completamente o rumo.

- Como assim o Thayer? – tentei disfarçar olhando pra frente.

- Ué, vocês dois não estavam, ficando, sei lá – ele deu de ombros.

- Não, nunca fiquei com Thayer – ri cinicamente.

- Nunca? – ele perguntou surpreso franzindo a testa.

- Nunca – será que ele sabia do beijo? Não, claro que não. Só que sabia era eu, Thayer e Carol. Apenas. E se Thayer tivesse contado a mais alguém?

Flash Back off

Será que ele tinha contado? Mas como ele sabia? Agora, ele era uma das minhas principais suspeitas, porque se Carol tivera coragem de contar a Scott, talvez Thayer também tivesse contado a ele, embora eu não achasse que ele e Thayer fossem tão amigos.

Harry POV:

Eu não a tinha visto desde a festa, ela estava desaparecida e a cada segundo eu ficava mais nervoso pensando no que talvez tivesse acontecido a ela. Mas esse nervosismo finalmente teve fim. Hoje, na cachoeira ao redor da fogueira a vi chegando junto com Carol. Elas haviam brigado, embora, não tivesse sido Carol que me contara. Queria muito falar com ela. Me desculpar. Mas agora, eu não tinha coragem nem de olhar na cara dela de tanta vergonha por tê-la feito passar por tudo. Toda vez que eu tentava me aproximar dela ela se esquivava. Shit!

Bia POV:

Nem tinha percebido que Harry estava lá, só percebi quando ele tentou se aproximar de mim. Recuei, fui em uma direção aleatória. Fui interrompida quando alguém colocou a mão no meu ombro. Senti um calafrio percorrer todo o meu corpo. Virei lentamente pedindo que não fosse ele.

- Saiu da toca? – Thayer sorria. Agradeci mentalmente por ser ele.

- É – sorri de canto. Olhei de relance para Harry, ele nos observava.

- Todo mundo estava perguntando oque aconteceu com você – ele se aproximou e falou num tom mais baixo – Perguntou onde estávamos noite passada.

- E oque você respondeu? – levantei uma sobrancelha.

- Que não interessa. – ele sorriu.

[...]

O resto da noite foi tranquila, Harry havia ido embora um pouco antes de mim. Quando estava seguindo pela trilha atrás de Adrianna e Naomi, Carol decidiu que ficaria mais um pouco. Então voltei com Adrianna e Naomi, nós iriamos deixa-la na cabana dela. Mas alguém me puxou pelo braço. Esperei ver Thayer, mas, de novo, eu estava errada.

- Oque você quer? – perguntei ríspida.

- Conversar – Harry estava cabisbaixo.

- Sobre oque? – perguntei cínica.

- Sobre nós.

- Nós? Não existe nós. – estava preparada para dar as costas.

- Desculpe – parei e virei para trás. Ele tinha acabado de me pedir desculpas?

- Oque? – franzi as sobrancelhas.

- Me desculpe – ele repetiu. Respirei fundo. Fiquei um tempo pensando.

- Quem lhe contou? – eu estava curiosa.

- Não posso lhe contar. – ele fitou o chão.

- Nesse caso, acho que vai ser impossível ao menos pensar em te desculpar. – virei às costas.

- Foi aquela sua amiga. – eu estava em choque.

- Amiga? – eu continuava virada.

- Sim, a brasileira.

- Carol? – agora eu estava olhando-o.

- Não – ele balançou a cabeça – Aquela outra.

- Rafaela? – me aproximei dele.

- Sim.

- Como ela sabia? – agora, eu estava realmente surpresa. Eu não conseguia acreditar.

- Ela disse que escutou Carol falando isso – ele estava me olhando nos olhos. Não havia ninguém em casa quando eu contei pra Carol. De repente, uma luz veio a minha cabeça. Adrianna não estava mais as vistas. Corri em direção a minha cabana. Talvez ela já tivesse chegado. Ouvi Harry gritar alguma coisa, mas eu não prestei atenção.

[...]

Depois de tropeçar várias vezes nos degraus, cheguei a minha cabana.

- Adrianna! – gritei assim que entrei.

- Oque foi? – ela estava lixando as unhas na maior calma.

- Você não sabe!

- Onde você estava? Quando virei pra trás você...

- Eu sei quem contou ao Harry!

- Quem? – ela deixou a lixa pra lá e ajeitou na cama.

- Rafaela.

- Ahn? – ela balançou a cabeça fazendo careta – Mas como ela soube? Como você sabe que foi ela?

- Harry me contou.

- Você estava conversando com Ha...

- Ela ouviu quando Carol estava contando a Scott.

- Você não acha que Harry mentiu pra livrar a cara da pessoa que o contou?

- A garota com quem Harry saiu na terça! É isso! Tenho que ir! – sai correndo da cabana, eu tinha que falar com Liam. Perguntar como ela a garota.

[...]

Cheguei à cabana. Arfei de cansaço e bati na porta. E quem me atendeu? Liam, lógico, me perguntei se ele vivia na cabana.

- Bia? – ele perguntou surpreso.

- Sim – arfei mais ainda do esforço.

- Olha Harry não está aqui e... – ele começou a falar tudo de uma vez.

- Não é com o Harry que quero falar – interrompi-o.

- E com quem é?

- Com você.