Ao chegar no dormitório noturno, percebi que estava vazio o hall de entrada, somente com alguns vampiros, pelo o que eu reconheci. Um garoto ruivo, um outro garoto loiro e uma garota igualmente loira. Eram todos belos e pareciam conversar sobre algo particularmente sério.


Zero ficou do lado de fora, pensativo. Antes de entrarmos Yuuki e ele conversaram sobre algo que eu não pude ouvir, mas fiquei ligeiramente curiosa. Tobie estava agarrado em minha cintura, já que era menor do que eu e Tresh ficava me observando como se fosse o meu guarda-costas, no canto do olho atrás de mim.
A menina loira se aproximou de mim, com uma cara um tanto de respeito sem nenhuma gentileza. Seus braços estavam cruzados enquanto me observava ligeiramente.


– Deve ser novata, não? Que tal você levar essa garota para o Kaname-senpai, Shiki? – Ela parecia soltar um sorriso irônico, meio torto.
– Irmãzona não é qualquer garota, ela é a Princesa Havencont! Mais respeito, sua idiota! – Tobie falou super nervoso, com medo.


A garota arregalou os olhos, juntamente de todos no local. Imediatamente um garoto de lindo aparecer surgiu diante o corredor das escadarias do segundo andar. Ele tinha cabelos castanhos, ou negros, eu realmente não consegui perceber. Os outros vampiros ficavam confusos em questão de pra quem prestar reverência, e então, acabaram prestando a reverência primeiro a mim, e depois ao garoto.


Acariciei o cabelo de Tobie enquanto Tresh se apoiava na mobília mais próxima parecendo cansado. Dei um beijo em sua testa e Tobie rapidamente se acalmou, me segurando pela cintura novamente.


– Tobie, aonde está vossa educação? Ela ficará triste se falar deste jeito. Não é mesmo, Ruka? – Soltei um sorriso gentil e inesperado enquanto Tobie me olhava com os olhos brilhantes.


Ruka simplesmente ficou surpresa por eu saber seu nome. O garoto que aparentemente era Kaname descia as escadas, de certa forma surpreso com um sorriso igualmente gentil. Segurando uma taça foi-se até mim e apertou minha cintura, e neste momento eu congelei. Tresh rapidamente correu em sua direção e desaproximou-se a mim, e mesmo Kaname podendo impedir, não cometeu tal ato.

– Me perdoe. Eu estou sedento, e a muito tempo não vejo um puro-sangue tão bem alimentado. – Ele olhou para Tobie por alguns segundos, e ele congelou igual a mim.


– Não há o que ser perdoado. Iremos esquecer tal ato, e nisto, estou falando dos dois. Se iremos ficar aqui por agora em diante, quero pelo menos que nos dêmos bem. – Fiz uma reverência, e ele me retribuiu com um beijo em minha mão esquerda. Logo se virou para o hall que agora, estava lotado de vampiros.


– Me escutem bem, meus amigos. Esta é a princesa Havencont, mais conhecida como a princesa traidora, e seu irmão, o Corrupto - Tobie Havencont! Deem as boas-vindas a eles.


Quando ele acabou de falar, todos se ajoelharam e me reverenciaram, como se eu fosse algum tipo de autoridade máxima naquele lugar. No mesmo momento eu fiquei de certa forma boba, sem ação. Ele então me conduziu juntamente de Tobie até os meus aposentos no segundo andar, e pediu desculpas sinceras pelo ato que fora cometido. Meu quarto ficava do lado do dele, sendo um pouco menor e menos paparicado.


Tresh iria ficar no quarto ao lado, um muito menor do que o meu, mas ainda espaçoso. Ele me ajudou a descarregar as malas e, foi começar a arrumar seu quarto de modo infeliz por eu ter ficado com toda atenção.


Tobie acabou por dormir e então fui receber as declarações de bem-vinda no hall de entrada, novamente. Todos estavam enfileirados e em postos para me receber, agora com as devidas formalidades. Ruka, Shiki e Akatsuki estavam em um canto separado, conversando algo sobre casamento.


Ao acabar as reverências, eu sai correndo para meu quarto, e adivinha quem estava lá? Tresh me aguardava enquanto remexia nos cabelos, a luz do luar. Ele ouviu o barulho da porta, e começou a para mim.


– A Princesa Havencont, não irá ler meus pensamentos como lera de todos naquela hora? Você é sapeca, Hana-chan.


Acabei por ignorá-lo e deixei ficar falando sozinho. Deitei-me sobre um sofá longo que coubera meu corto completamente. Tresh deitou-se por cima de mim, colocando sua cabeça dentre meus seios. Eu não ligava, aliás, eu deveria agraciar suas vontades mesmo que não seja as minhas – isso sim, é uma atitude digna de uma princesa.


– Tresh-sama, o que estás pensando? Saia de cima de mim. É pecado ver o corpo de sua noiva antes do casamento. – dei um sorriso irônico, esperando que ele respondesse negativamente.


– Oh... você está sendo uma garota má, chamando toda a atenção para você. – Ele sorriu, apertando meus pulsos contra o sofá.


Nessa mesmo hora, Tobie entrou. Sem estranhar muito a cena fechou a porta do quarto e parou do meu lado, com uma cara triste e infeliz segurando um ursinho de pelúcia.


– Irmãzona... eu estou com medo. Esses vampiros... e se eles quiserem me morder enquanto eu durmo? – Ele começava a chorar, enquanto eu passava a mão sobre suas lágrimas e as secava gentilmente.


– Você irá ver, eles não irão te machucar. Eu não deixarei.


Peguei ele no colo, levantando-me. Andei até a cama próxima e o coloquei lá, enrolado por uns três ou dois cobertores. Caminhei até a janela e eu pude ver aquela garota, Yuuki, do lado de fora com o Zero. Eles pareciam conversar algo realmente sério e não me interessava, e sinceramente, usar minhas habilidades ainda é perigoso.


– A Princesa se esqueceu de mim? Hana-chan, isso que é pecado...


Tresh me agarrou por trás, passando a mão dentro de minha camisa. Eu corei e, instantaneamente o vidro da vidraça se quebrou, e realmente fiquei assustada. Meus poderes estavam saindo do controle, mas Tresh não se importou muito com isso e me jogou novamente no sofá.


– Nana não... Isso é feio. Shh... fique quietinha.


– Tresh-sama...