A quarta-feira amanheceu chuvosa. Claire se levantou antes de Pete. Arrumou a cama e a mesa para o café. Ela realmente ficou grata pelo garoto ter lhe cedido a cama. Resolveu até deixar seu pão cortado e seu café pronto para que quando ele acordasse não ficasse mal-humorado.

Claire o via dormir profundamente, deveria estar bem cansado pela correria do outro dia. A loira ainda estava acostumada a dormir tarde e acordar cedo. Mas ele que morava com os pais e ainda não fazia nada da vida era um grande desafio. A moça sorriu marotamente, feliz, sabendo que o sócio não aguentaria o tranco.

Antes dela sair e ir para a montanha deixou um bilhete para Pete, pedindo que ele passasse no mercado e pagasse parte dos gastos para Jeff e comprasse comida, ela iria para montanha pegar mais ervas e broto de bamboo para vender.

A moça foi até a montanha, no caminho onde tinha um bosque, ela encontrou algumas ervas azuis e uma casa de madeira. Ela leu a placa na frente da casa, ele era o marceneiro da cidade, Gotz, já pensou em passar ali depois para ver por quanto ele fazia uma cama.

Chegando na frente do lago ela avistou um homem de branco que se escondia da chuva de baixo de uma árvore.
— Doutor o que faz por aqui? – Claire perguntou sorridente.
— Achei que a chuva passaria logo, mas acabou que ela ainda está forte, e você? Saia da chuva, vai pegar um resfriado.
— Estou pegando algumas ervas.- Claire se escondeu da chuva de baixo da árvore. – Lá na cidade eu estava acostumada a sair de manhã sem guarda-chuva e a noite quando eu voltava pegar uma chuva pior que essa.
— Mesmo assim cuidado. O que você colheu ai?

Claire mostrou as ervas que colheu e acabou dando uma para o Doutor, que lhe retribuiu com um sorriso. Ele sempre era tão serio e com uma postura impecável, que o sorriso dele encantou a moça que lhe retribuiu com outro. Eles ficaram escondidos por um tempo depois resolveram voltar.

Enquanto isso Pete finalmente acordou, assustado por causa do horário. Ele viu o bilhete em cima da mesa e a comida pronta. Deu um sorriso de canto de lábios e se sentou. Tomou seu desjejum e saiu, indo até o mercado.

Pete entrou no estabelecimento todo molhado, estava na esperança de ver Karen, mas ela estava dentro de casa, e como ele não tinha intimidade com a família resolveu não entrar para lhe dar oi.
— Bom dia senhor Jeff, vim lhe pagar um pouco da minha divida. – Jeff sorriu contente. – quanto ficou ao todo?
— Bem, a semente você já tinha pago, e a grama minha mulher lhe deu de presente. Então, 100G do pão, 100G da manteiga e 80G do arroz. 280G. Vai pagar tudo de uma vez?
— Eu bem que gostaria, mas tenho que comprar comida também. – Pete tinha apenas 350G. -Lhe dou 150G e pego um pacote de farinha de trigo que é 100G e um arroz.
— Ok.

Pete ficou liso e preocupado com a bronca que levaria de Claire por ter gasto todo o dinheiro. Ele não se importava dela ser sua sócia, mas o que o incomodava era sua personalidade, mas ele no fundo admirava sua personalidade forte e destemida.

Pete correu da chuva e acabou ficando na marquise da entrada da igreja esperando a chuva amenizar. Ele então começou a ouvir uma movimentação em um arbusto, chegou então bem perto e viu algo pontudo azul, de repente surgi outra coisa pontuda e verde. Pete curioso estende a mão para aperta-los. Então duas coisas pequenas, que ligeiramente lembravam um humano, de uns quarenta centímetros, pularam do arbusto e fugiram para dentro da floresta. Pete curioso vai atrás deles.

Andando no mato ele vê uma casa pequena e pontuda, como o chapéu daquelas criaturinhas. Curioso e com um pouco de medo ele abre a porta, e vê sete daqueles pequerruchos comemorando e bebendo chá. Havia um deles sentado no meio deles que estava contente. Eles pararam a cantoria e ficaram observando o gigante olhar para eles e desmaiar.

O Doutor convidou Claire para almoçar na clínica com ele, pois sua enfermeira Elli estava na casa da avó Ellen e do irmão Stu, e acabou ficando sozinho. Como a moça estava sem dinheiro para almoçar resolveu aceitar. Antes de sair ela colocou as ervas e os bamboos para vender e seguiu com o Doutor até clínica.

Ele cozinhava um pouco mal. Mas desta vez tinha queimado o arroz e o omelete. Decepcionado, evitava olhar para Claire que se divertia com a situação. Ela levantou de sua cadeira e foi para a cozinha ajuda-lo.
— Deixe que eu faço. – Disse ela sorrindo segurando o riso.
— Peço perdão, não sei o que houve. Sem Elli eu não sou muita coisa. – Ele sentou e abaixou a cabeça um pouco decepcionado. Claire entendeu o seu desespero.
— Quando eu saí de casa e fui morar sozinha, quase desisti na primeira semana.- ele levantou a cabeça e começou a prestar atenção, Claire limpava a cozinha. – Minha mãe dizia: “Ah, você não vai aguentar, você aquilo, você aquele outro, vai voltar pra casa correndo.” E realente não aguentei aquela rotina de trabalhar e trabalhar. Foi bem melhor assim, aprendi muitas coisas. Inclusive a cozinhar.

Claire abriu a geladeira e começou vasculhar. Viu o ovo, pão e leite. Resolveu fazer rabanada, era rápido e gostoso.

Pete acordou sussurrando e colocando a mão na cabeça, pois a cabeça doía e o corpo também.
— Tive um sonho muito estranho. – Ele se sentou, ainda estava de olhos fechados. – Sonhei com homenzinhos e cha... – Ele quase desmaiou de nov. – péus...

Antes dele cair o pequeno de chapéu vermelho lhe jogo um balde da água. Um pequeno balde, mas foi o suficiente para Pete ficar desperto. Pete olhou para eles. Analisando. O pequeno de chapéu roxo, parecia triste e um pouco choroso.
— Quem são vocês? Perguntou Pete, o de chapéu verde se escondeu atrás do de chapéu azul escuro.
— Nós somos os Harvest Spirits! – Disse o de vermelho. – Nós somos os ajudantes da Deusa. E você deve ser Pete o novo dono da fazenda?! Veio aqui por causa da festa não é? – Ele então olhou para o de roxo que pareceu um pouco mais alegre.
— Sim... eu acho. – Disse ele, todos os spirits ficaram alegres e comemoraram. - Você que deve estar fazendo... er... aniversário, certo?
— Exatamente humano, me chamo Bold! Onde esta meu presente?

Agora outro impasse. Todos param de comemorar e o encararam. Pete queria apenas acordar daquele sonho absurdo. Ele então abriu a bolsa e viu o saco de farinha. Assustado o tirou para que pudesse fingir procurar algo na bolsa. Mas a reação dos pequeninos foi surpreendente.
— Farinha! – Eles gritaram. – Como adivinhou que eu amo farinha! – Bold se levantou da cadeira e pegou a farinha, contente.

Pete havia se safado e com louvor. Todos ficaram felizes e voltaram a festejar. Então cada duende se apresentou. Chef era o líder deles, o de chapéu vermelho. Já de chapéu azul era o Aqua e o azul escuro o Staid. Timid se aproximou devagarinho e voltou a se esconder. Tínhamos o Hoggey de chapéu amarelo e Nappy de chapéu laranja. Pete passou a tarde com eles comemorando e comendo.

— Como foi o seu dia? – Perguntou Claire à Pete enquanto arrumava o chão para dormir.
— Foi divertido, te levarei a um lugar amanhã. Conheci umas pessoas novas e bem diferentes. E você?
— Almocei com o Doutor. Ele é bem simpático até. Mas é apaixonado por Elli, dava para ver em seus olhos. Quanto sobrou do dinheiro que você gastou? Com as ervas e o bamboo conseguimos 420G, fiz um bom trabalho. – Pete abaixou a cabeça e irou para o outro lado da cama. – Pete... Você trouxe apenas arroz...
— Sobrou 20 – Ele sussurrou, ela pediu para ele repetir. – 20!
— Oras seu! Você foi é moer o dinheiro isso sim!

Claire se levantou brava, pegou o travesseiro e bateu em Pete que começou a revidar, eles começaram a se xingar. Jazz achou que era festa e começou a brincar com os sócios briguentos.