As semanas seguintes não foram diferentes das demais. Plantar; arrumar a fazenda; consertar goteiras; plantar; fazer amizade; plantar e regar; colher e plantar de novo. A mesma rotina, mas os sócios se surpreenderam com o investimento que estavam fazendo. Podiam até estar comendo mal e chegando a exaustão, mas os números cresciam e se multiplicavam. Mas mesmo com as boas noticias os dois continuavam a brigar.

Pete e Claire decidiram plantar batatas e pepinos. Depois de muito esforço aprenderam como colher mel da colmeia da macieira, esta por um acaso, é uma ocasião muito divertida.

Era o dia 12 da primavera. Pete capinava enquanto Claire treinava Jazz, esperava que ele crescesse até o verão para fazer parte da competição de cães da cidade. O filhote corria de um lado para o outro, alegre, então Claire jogou a bolinha muito alto, e ela se enroscou na macieira. A moça indignada com si mesma sabia que pedir ajuda ao seu sócio seria inútil, ele fez até questão de ignorar o choro do pequeno Jazz e capinar como se nada estivesse acontecendo em seu redor.

A moça andava de um lado para o outro imaginando como subiria na árvore sem ser picada, seu fiel companheiro andava atrás, como se também estivesse pensando em uma maneira. Aquela colmeia a assustava um pouco, parecia que as pequenas criaturas iriam atacá-la sem nenhuma piedade. Claire então entrou em casa e colocou seu casaco de inverno, luvas felpudas revestida de couro e uma máscara para o frio. Parecia um enorme pinguim. Pete não segurou a risada e assistiu a cena de longe.

A pequena subiu na árvore com maior cuidado, mas acabou dando de cara com a colmeia, vendo os deliciosos favos recheados com mel. Ela então gritou para que Pete lhe trouxesse uma vasilha.

Enquanto Claire arriscava ser picada, Karen, com quem já havia feito amizade apareceu na fazendo e começou a observar a coragem da amiga.
— Você é louca! – Gritou ela mantendo distancia. – O que vai fazer?
— Colher um pouco desse favo, parece delicioso. – Respondeu a loira com a voz abafada por causa da máscara. – Vamos seu incompetente eu estou morrendo de calor aqui!
— Pronto tá aqui!- O rapaz entregou a vasilha a ela e foi para o lado de Karen. – Como ela vai fazer isso.

Claire colocou sua mão na colmeia e retirou cuidadosamente os favos, e inacreditavelmente nenhuma abelha avançou para atacá-la, pareciam nem se importar com a intrusa retirando seu trabalho. Os três ficaram surpresos e contentes, pois teria a tarde para beliscar favos e rir do ocorrido debaixo da macieira.

Karen contou que aquilo deveria ser obra da Deusa da Colheita, que estava ajudando eles em tudo que faziam. Ela até comentou que eles deveriam fazer uma oferta a ela, seu lago fica ao lado do Hot Spring, ela comentou.

O mel estava delicioso e os três dormiram de baixo da macieira até a noite chegar e Zack chegar gritando com eles perguntando o que eles tinham para vender.

Naquela mesma semana ocorreu uma chuva muito intensa. Os sócios quase não conseguiram terminar seu dia com sucesso.

No dia seguinte a essa tempestade Jazz acordou agitado e saiu cedo de dentro da casa. Pete preparou o café enquanto Claire ajeitava a cama e o colchãozinho do chão. Quando eles pensaram em tomar café começaram a ouvir o piado de um corvo e Jazz latindo sem parar. Preocupados saíram para ver o que estava acontecendo.

O garoto molhado pela chuva e sujo de lama, com o cabelo loiro escuro prendido por um rabo de cavalo baixo, suas franjas sujas de lama cobriam os olhos e seu rosto angelical, mas parecia exausto.
— Acho melhor levarmos ele para o Doutor! – Disse Pete percebendo que o rapaz estava inconsciente. Neste instante ele começou a recobrar os sentidos.
— Vou pegar água para ele! – Claire saiu correndo para dentro da casa.

O rapaz desnorteado olhou para os lados e conseguiu enxergar três Petes, E quando Claire apareceu ele disse com a voz enrolada.
— Sua irmã gêmea é bem bonita moça. – Claire sorriu e lhe deu o copo da água.

O rapaz então conseguiu se recompor. Seu nome era Cliff e ele era novo na cidade. Chegou a noite na cidade e a chuva fez ele se perder, acabou desmaiando por causa da fome. Os sócios o convidou para o café e em seguida um local para ele tomar banho. O garoto todo envergonhado aceitou de bom grado.

Após passar a manhã na fazenda, Pete o levou para o Inn e o apresentou para Doug, o dono da estalagem e Ann sua filha. O rapaz ficou encantado pela pequena no mesmo instante. Ann tinha uma personalidade infantil e era muito simpática. E assim o casal fez mais um amigo, e um possível ajudante.

O dia mais mágico para Pete foi o dia 16 da primavera, onde ele podia ter apostado na loteria e ter ficado milionário, pois sua sorte foi surpreendente. Claire resolveu inverter as tarefas com ele aquele dia, enquanto ela foi cuidar dos negócios.

Na montanha ele colheu algumas flores e ervas. Passou a tarde na cidade e foi até o consultório vender algumas ervas para o Doutor. Mal o rapaz entrou e Elli, a linda enfermeira, sentiu o cheiro das flores, e gentilmente o rapaz lhe deu um buquê.
— Como você adivinhou que hoje era o meu aniversario? – Perguntou ela contente. - Obrigada Pete.
— De nada. Feliz aniversário. – Ele sorriu aliviado. – Vou ver o Doutor.

Elli colocou suas flores em um vaso e ficou admirando-as por um bom tempo.
— Claire não veio hoje? – Perguntou o Doutor um pouco decepcionado.
— Ela resolveu trocar de lugar comigo hoje. – O Doutor apenas concordou com a cabeça. – Trouxe algumas ervas.

Após o negócio o rapaz voltou para a fazenda, onde Claire estava contente, e extremamente sinistra aos olhos do rapaz que ficou apavorado com a alegria estonteante da loira.
— Pete! Que bom que chegou! Tenho uma boa notícia para você, mas você terá que fechar os olhos e me acompanhar.
— O que você esta aprontando polaca?

Claire o guiou até o estábulo, e Pete desconfiado apertava sua mão para ter certeza que ela não iria fugir ou lhe pregar uma peça. Quando a loira tirou a venda, o rapaz sorriu instintivamente e seu coração bateu forte e alegre.
— O senhor Barley contou que o velho fazendeiro deixou em testamento para você um potro. Ele é seu Pete, não é lindo. Já avisando é macho. E adora maçãs.
— Não acredito.

A cena fez os olhos de Claire se encantarem com tanta alegria . O cavalo se apaixonou na hora pelo seu dono. O cumprimentou cheirando seu rosto, Pete acariciou sua crina e ele trotou alegre. Ele um lindo cavalo marrom escuro. Pete deslumbrado pelo seu novo amigo ficou ainda mais animado para continuar sua missão de cuidar de uma fazenda.
— Vou chamá-lo de Luck. – Exclamou Pete, Luck trotou em agradecimento e alegria.
— Um bom nome. Tome, ele deixou isso. – Ela lhe jogou uma escova para animais. – Cuide bem dele e vá agradecer Barley. Divirta-se.

Pete passou o resto do dia penteando e curtindo seu novo amigo.

Este é o último capítulo disponível... por enquanto! A história ainda não acabou.