Os quatro entraram na loja, eles já notavam um ar diferente nela. Um pouco mais alegre, mas ainda faltava muito para voltar ao que era. Os bonecos de Harry e Voldemort tinham sumido, para a alegria do moreno.

Logo, Andie apareceu.

_ Boa tarde, senhores – ela foi formal.

_ O que houve com você? Você parece nervosa – observou Gina.

_ É que... bom... me desculpe, Sr. Potter, mas da última vez em que esteve aqui essa loja virou o inferno.

_ Pois é, né? - riu Rony – Cadê o meu irmão, Andie?

_ Ele está lá atrás, parecendo um louco – Angelina falou surgindo de trás de uma estante.

_ Louco ele sempre foi... - Harry observou.

_ Mais louco – disse Angeliana séria.

_ Ele explodiu algo? Ah, pera! Esse é o normal dele – falou Gina pensativa – Afinal, o que está acontecendo?

_ Venham ver vocês – disse Angelina se virando e levando todos para a oficina – Vejam... - ela completou ao abrir a porta.

Jorge estava sentado sacudindo a varinha freneticamente fazendo soltar faíscas da ponta dela, depois levantou pegou um estojo e voltou a sua posição inicial.

_ Jorge... - chamou Gina.

_ Oi! - ele gritou ao ver os visitantes.

_ Jorge, o que você está fazendo? - perguntou Gina preocupada.

_ Inventando! - ele ainda gritava – Aliás, Rony, você não tem o talento...

Rony bufou.

_ Harry, não parece que ele tomou cafeína demais? - Sussurrou Hermione para que só o amigo ouvisse. Harry concordou ainda assustado com a cena que presenciava.

_ Hey, eu tentei, ok? - Rony se irritou.

_ Valeu a tentativa, mas não tente de novo. Ok? - zombou Jorge.

_ Mas o que exatamente você está fazendo? - Gina insistiu.

_ Montando outra coisa com a ideia do Rony – ele respondeu se voltando para a mesa onde trabalhava – Mas está faltando algo...

_ Algo ou alguém? - perguntou Rony.

_ Ronald! - ralhou Hermione – Você é tão sensível quanto um trasgo, sabia?

Gina foi até o irmão ao perceber que este chorava em desespero.

_ Eu n-não consi-sigo! Não s-sem ele! - ele falou aos soluços.

_ Consegue sim, Jorge – disse Angelina indicando para que Gina o soltasse. Gina o fez e Angelina sentou ao lado dele – Lembra aquela vez em que vocês brigaram no terceiro ano? - Jorge indicou que sim enquanto Angelina fazia cafuné no ruivo – Então, lembra que você inventou sozinho uma pegadinha para que Fred caísse e vocês fizessem as pazes?

Jorge indicou que sim novamente.

_ Então você consegue inventar algo sem ele, certo? - Angelina completou.

_ Jeito estranho de fazer as pazes, hein? - Harry comentou com os amigos.

_ Era uma parada só deles, as pegadinhas – respondeu Rony.

Quando Jorge se acalmou, Harry, Rony, Hermione e Gina decidiram ir embora. Harry deixou as compras e Nix para que os outros levassem para casa, ele iria direto para a casa do Dursley.

_ Hermione, aparate no beco entre a Rua das Magnólias e a Rua dos Alfeneiros, onde fui atacado por dementadores no quinto ano... - Harry pediu.

_ Ok, vai logo, Harry – Hermione falou.

Harry deu um beijo em Gina, aparatou para logo depois desaparatar no beco e então caminhou até a casa onde sofreu por muitos anos. Sofreu o descaso dos tios, os dias sem poder sair do quarto, isso quando não era preso no armário debaixo da escada.

Harry parou em frente a porta do número quatro e tocou a campainha. Logo um rapaz a abriu, mas não parecia ser seu primo.

_ Harry – o rapaz apertou a mão do moreno, era sim o Duda – Quanto tempo, cara!

_ Pois é, né? - Harry estranhou a atitude do primo.

_ Entre – convidou Duda abrindo passagem.

Harry entrou na casa que não tinha mudado muita coisa. Ambos os rapazes estavam nervosos e não sabiam como agir.

_ Hum... Por que não nos sentamos? - sugeriu Duda entrando na sala.

Harry concordou e se sentou no sofá.

_ Você parece muito bem, Duda – Harry elogiou.

_ É, depois de passar meses indo de um canto à outro do planeta sem muita comida, eu emagreci bastante – ele sorriu.

_ Mas não é só isso – Harry observou – Você parece... radiante!

_ Minha culpa, eu acho – falou uma menina vindo da cozinha.

_ Ah, Harry, essa é minha namorada, Susana – Duda apresentou.

_ Bones – Harry completou.

_ Oi, Harry – ela disse sorrindo.

_ Vocês já se conhecem? - perguntou Duda.

_ Bom.. Sabe, Dudinha...

_ Você é uma... uma... - Duda travou.

_ bruxa? Sim, eu sou...

Harry observou a cena incrédulo. Ele imaginava como seria se os tios descobrissem que a namorada de Duda é uma bruxa.

_ Desculpa, Duda. - ela disse se sentando ao lado do loiro – Eu nem iria te contar se você já não soubesse sobre o nosso mundo – ela completou.

_ Ótimo, então você ia continuar me enganando? - ele a encarou.

_ Hum... tenta entender... - ela pediu – Eu só poderia contar à um trouxa, quero dizer, um não-bruxo se eu já estivesse casada com ele... - ela deu uma pausa – É a nossa lei.

_ Depois conversamos, pode ser? - Duda pediu se endireitando no sofá – Bom, Harry, eu te chamei aqui porque...

_ Eu vou deixar vocês conversarem sozinhos – Susana se retirou para a cozinha.

_ para começar, tenho ouvido um barulho vindo de debaixo do assoalho do seu quarto, e bom... Achei melhor não mexer, você sabe...

_ Ah, vamos ver... Esqueci de esvaziar lá embaixo antes de sair – Harry se levantou e se dirigiu à escada – Podemos?

_ Sim, claro! - Duda se levantou e acompanhou Harry até seu antigo quarto.

_ Seus pais trancaram a porta e tornaram o quarto uma área de isolamento? - perguntou Harry ao parar em frente a porta.

_ Claro, você sabe como eles são com relação a você. Mas não tinham trancado até que ouviram o barulho no assoalho... Eles tinham medo de ser um monstro de estimação seu... - ele respondeu sem graça.

_ Alohomora – ele apontou a varinha para a fechadura e esta fez um clique.

Harry percebeu Duda se contrair ao ver a varinha, então logo a guardou. Abriu a porta e viu o quarto exatamente como o deixou. Ainda tinha uma pilha do Profeta Diário intactos na mesa e a cama estava desarrumada. Ele se dirigiu até a madeira solta do assoalho e se ajoelhou. Tirou a madeira e lá encontrou o motivo do barulho.

A miniatura que ganhara no Torneio Tribuxo do Rabo-Córneo Húngaro. O dragão soltava fogo pelas ventas e agora observava Harry.

_ É o meu dragão.

_ O seu o que? - Duda se assustou.

_ Meu dragão, eles ainda existem, sabia? - Harry se levantou com o dragão em suas mãos – Esse é a miniatura do que eu enfrentei...

_ Você enfrentou um dragão? - disse Duda surpreso.

_ longa história... - suspirou Harry ao se lembrar do torneio.

_ Acho que temos tempo... - Duda se sentou na ponta da cama.

Harry colocou o dragão na escrivaninha e se sentou na outra ponta da cama.

-xx-

_ Então, você sonhava com a morte dela, do Cedrico – Duda concluiu depois que ouviu toda a história sobre o Torneio Tribuxo e os momentos no cemitério.

_ Exato, eu revivia a mesma cena enquanto dormia todas noites durante aqele verão em que foi atacado.

_ Desculpe por ter zoado você e... - Duda começou a falar mas a campainha tocou – Vamos descer.

_ Rony, Hermione e.. Gina! - Suna falou na porta.

_ Oi, Susana. Acho que estamos na casa errada – Harry reconheceu a voz de Gina.

_ não estão, não – Duda disse ao chegar perto da porta – Acho que vocês são os amigos de Harry, estou certo?

_ hum... Sim, somos – disse Hermione.

_ Oi, gente – Harry apareceu – Entrem.

_ É claro! Que cabeça a minha – Duda entrou na sala e todos o seguiram.

_ Sentem-se – Duda convidou.

Duda se sentou na poltrona que era do pai, Harry se sentou no canto do sofá com Rony ao seu lado.

_ Eu vou buscar o chá – disse Sosana.

_ nós te ajudamos – disse Gina indicando ela e Hermione.

As três saíram e logo voltaram com o jogo de chá e os muffins.

Depois de servirem todos, Susana se sentou no braço da poltrona de Duda, Hermione se sentou ao lado de Rony e Gina se sentou entre o irmão e o namorado.

_ Bom... gente, esse é meu primo Duda Dursley, e você já conhecem Susana Bones, sua namorada – seus amigos fizeram cara de surpresa – Duda, essa são Ronald Weasley e Hermione Granger, meus amigos, e essa é minha namorada, Gina Weasley.

_ É um prazer conhecê-los – disse Duda.

_ posso perguntar uma coisa? - Gina perguntou e Duda assentiu – Como você e a Susana se conheceram? - ela perguntou sem medir palavras – Porque, até onde eu sei, você e seus pais sempre tiveram aversão aà bruxos... Pera ele não sabe? - Gina concluiu olhando para Susana.

_ Soube hoje, quando Harry chegou – Duda respondeu.

_ Bom... eu moro aqui do lado no número 6 – respondeu Susana – Vim pra cá um pouco antes de Duda voltar com os pais. Eu e meus pais viemos para cá para proteger os Dursley...

_ É o que? - Duda estava surpreso.

_ Vocês voltaram um pouco antes da batalha de Hogwarts e ainda não estavam seguros e...

_ Mas se não estavam seguros, por que voltaram? - perguntou Rony.

_ Por que Harry já não se escondia mais, Ron – Hermione respondeu – Não tinha porquê virem atrás da família dele, já que todas as informações que eles poderiam ter estavam estampadas em todos os jornais.

_ Isso – Susana concordou – Nós viemos para ver como estava a área, não esperávamos que os Dursley logo voltassem, a ideia era que eles só voltassem quando a guerra tivesse acabado. Nós viveríamos aqui até um ou dois meses depois do retorno deles e depois iríamos embora.

_ Mas a Ordem ficou sabendo que o Harry tinha sido encontrado e que conseguira fugir – Gina começou a falar – Alguns dias antes deles invadirem o Gringotes...

_ Fiquei sabendo disso – Duda se manifestou – Quando disseram que Voldemort quase tinha pego você, eu suspirei aliviado em saber que estava vivo e que ainda conseguia lutar. Eles decidiram nos trazer de volta. Mas que história é essa de invadir o Gringotes? Afinal, o que é o Gringotes?

_ Gringotes é o banco bruxo. Não é impossível invadir, mas era impossível sair. Mas mais uma vez o Harry conseguiu algo impossível. Vocês saíram num dragão, certo? - Susana concluiu.

_ Outro dragão? - Duda se surpreendeu.

_ Sim, outro... Só que este não percebeu que estávamos com ele. Nós tivemos que pular num lago para descer dele – Harry observou.

_ Entre esses dois acontecimentos os Dursley voltaram. E nós passamos a frequentar um a casa do outro, não que seus tios soubessem que nós éramos bruxos, eles sabiam que estavam sendo protegidos, mas não faziam ideia de éramos nós, Harry – Susana conclui a história.

_ Mas você não deveria estar em Hogwarts, Bones? - perguntou Hermione.

_ Assim como Gina, eu não voltei... Sou de sangue puro, mas não queria fazer aquelas brutalidades que os Carrow mandavam.

-xx-

Depois de muito conversarem, o dia já virava noite.

_ É melhor irmos, Harry – disse Gina – Mamãe está nos esperando para jantar.

_ Vamos sim. Não quero despertar a preocupação de minha sogra – Harry respondeu.

_ O cara que derrotou o maior bruxo das trevas que já existiu está com medo da sogra? - implicou Duda.

_ Você não conhece a figura, Duda... Se conhecesse, você entenderia – Harry respondeu.

_ Harry! Não fale assim da minha mãe! - Gina exclamou.

_ Eu não disse nada demais! - Harry se defendeu – Só disse que ela se preocupa muito com os filhos e agregados da família.

_ Acho bom... - Gina disse de cara emburrada.

_ Por que vocês não vem jantar conosco, Duda e Susana? - perguntou Rony.

_ Acho melhor não, quem sabe um outro dia – Duda declinou – Eu e Susana precisamos conversar hoje.

_ Ah, sim... Façamos o seguinte, meu aniversário é dia 11 e vai ter uma festa e vocês estão convidados! O que acham? - Gina se animou.

_ Hum... pode ser – respondeu Duda.

_ Ótimo! Então nos vemos em uma semana – Harry sorriu – Até lá então, Duda – ele completou se levantando.

_ Até semana que vem, Harry – respondeu Duda.

_ Ah, quando você for contar aos seus pais que você namora uma bruxa, por favor, me chame. Estou com saudades de ver tio Valter de cara roxa arrancando os bigodes – Harry fez piada e Duda assentiu com uma risada tensa.

Todos se despediram. Os quatro saíram para a rua dos Alfeneiros e seguiram para o beco onde desaparataram e aparataram no jardim d'A Toca. Entraram e viram Jorge jogado no sofá e Angelina sentada no chão perto dele.

_ Boa noite – Harry disse ao entrar.

_ Ai estão vocês – disse Angelina – Molly já estava pirando. Ela está na cozinha.