Capitulo 41

— Esse pra mim está perfeito.

— Nem acredito que já estamos nos últimos retoques para o casamento Harry. Passou voando.

Estavam no quarto de Gina, com aporta aberta por insistência da Sra Weasley, que dizia que assim o quarto ficava mais arejado. Mesmo todos sabendo que o motivo real era outro, fingiram acreditar.

Estavam falando sobre os últimos preparativos para o casamento. Quase tudo já estava pronto, lista de convidados, comida, flores, damas, padrinhos e madrinhas...

Harry sorriu para Gina, estava feliz por saber que logo viveriam juntos e que não teria mais que ser obrigado a decidir quais tons de lilás seria o perfeito para a decoração.

— Eu acredito, já esperamos tempo demais.

— Falta pouco agora, hum...você já levou todos os presentes para nossa casa?

— Já sim e...

— Não abriu nenhum né?

— ...E não abri nenhum, assim como você já me disse muitas e muitas vezes.

— Hum, muito bem! E não foram tantas vezes assim – disse lhe dando um sorriso – Já disse que acho melhor abrirmos juntos, assim será surpresa para os dois.

Harry preferiu comprar uma outra casa, a casa de Sirius era confortável e bem grande, mas, sentia que ali não era seu lar e gostaria de criar um ambiente que combinasse com ele e com Gina. Uma casa nova, para criar novas lembranças. A casa do Largo Grimmauld ficaria aos cuidados de Monstro. Deixaria ele viver ali para não separa-lo do único lar que teve na vida.

Ele puxou Gina pelo braço carinhosamente para que ela se aproximasse, e lhe deu um beijo carinhoso. - Agora preciso ir, tenho que pegar o turno da noite no ministério. – Gina fez uma cara de desanimo, há semanas Harry estava trabalhando sem parar e o tempo que tinham era escasso.

— Parece que só porque esta chegando a data do casamento estão lhe enfiando mais serviço, oras, quero ver se no dia do casamento você estará de folga pelo menos – disse divertida.

— Veremos...

— Harry Potter... – disse ameaçadoramente.

Ele a olhou e lhe lançou um sorriso enquanto caminhava para a porta, desceu as escadas para fora da Toca e aparatou.

— E aí cara? – Rony estava com um sorriso que denunciava a sua extrema felicidade, havia chegado quase ao mesmo tempo que Harry. Estavam caminhando em direção ao setor de aurores, um dos maiores setores do Ministério.

— Oi Rony, como foi a viagem com Hermione? – Disse meio que com um sorriso, depois de dar um abraço no amigo que não via há algum tempo.

— Foi ótima, melhor impossível – fez uma pausa, não sabendo direito se contaria aquilo para Harry ou não, mas, ele era o seu melhor amigo afinal – Aconteceram coisas, sabe, que nunca tinham acontecido antes.... Você me entende? – Disse todo alegre e meio sem jeito, olhando para Harry com um ar abobalhado.

— Não sei direito... - disse tentando não prolongar o assunto. Aquilo era embaraçoso e constrangedor para Harry, poxa, eles eram os seus melhores amigos, não queria nem imaginar aquilo.

— É Harry nós somos caras, qual é para com isso, você já entendeu – disse sorrindo – e vou dizer pensei que ficaria tão nervoso que não conseguiria, mas me sai muito bem e....

— Já entendi, isso já é informação demais Rony.

— E ai pessoal, não chorem mais, eu já voltei pra ajudar vocês.

A sala que dividiam estava demasiadamente cheia, todos deram risadas e xingaram assim que Rony entrou com Harry.

— E aí cara? Como foram as férias?

O Ministério teve que fazer mudanças nas acomodações dos aurores, devido à grande quantidade de funcionários, tiveram que colocar grupos para dividirem a sala, aproveitando para formar equipes, o que não impedia de realizarem missões com pessoas de outras equipes, era apenas logístico. Claro que não era uma sala normal, era ampla, com algumas janelas ao alto que permitia entrar mais claridade e que atendia todas as exigências do departamento de Manutenção do Ministério da Magia.

Era muito aconchegante, mantinha um padrão básico com mesas de madeira pura, cadeiras confortáveis e um espaço razoavelmente bom de uma mesa a outra, um lugar para pendurar as capas e um armário moderadamente espaçoso com algumas poções básicas para determinadas situações, alguns livros de Defesa contra as artes das trevas e alguns acessórios que utilizavam em missões. Havia também, algumas poltronas de couro preto no canto formando um mini círculo, onde eles gostavam de sentar para ler o jornal e bater papo nos poucos momentos de calmaria que tinham. Algumas adaptações podiam ser feitas, mas nada exagerado e nem podiam ter, como o senhor Wollin na sua sala, uma lareira e um mini bar, que no caso do Chefe, com Conhaque da Bulgária, Uísque escocês e Hidromel envelhecido.

Infelizmente para Harry, Draco dividia a mesma sala que a equipe dele, ou seja, fazia deles membros da mesma equipe. E ultimamente estavam sendo escalados para as mesmas missões, mais vezes do que Harry gostaria.

Ainda não entendia, poderiam tê-lo colocado em qualquer outro grupo, mas, deixaram que Draco ficasse no mesmo grupo dele. Porque? Lembrou-se de quando foi questionar o Sr Wollin sobre esta decisão:

— No mesmo grupo? Você só pode estar de brincadeira – Estava irritado e desesperado, mas tentava se controlar. Achou realmente que estavam fazendo aquilo de propósito, testando seus limites – Esse cara é um ex comensal da Morte – Falou cerando os dentes, olhava indignado para ele.

Houve Silêncio.

Harry tentou dizer, já cansado daquela situação – Se não pode transferi-lo.. Me transfira então e assim...

— São ordens do Ministro, Potter – disse seu chefe ríspido e de uma só vez, olhando pela primeira vez para Harry desde que ele entrara na sua sala sem ser anunciado

— Mas...

— São ordens do Ministro Potter.... Agora se não tem mais nenhum assunto a tratar – indicou a porta para a saída de seu escritório, deixando bem claro que a conversa tinha acabado.

Harry se dava muito bem com o seu chefe, porém quando se tratava de Malfoy, sentia que Wollin ficava na defensiva e que seu humor se alterava drasticamente. Esse tempo que Draco estava trabalhando lá, já notara várias reuniões de portas fechadas, somente Draco, Wollin e o Ministro, quando não somente Draco e o Ministro. Tentou algumas outras vezes, com a capa da invisibilidade, entrar ou ouvir algo sobre o que poderiam estar conversando, mas quase fora descoberto em uma das tentativas e preferiu não se arriscar mais.

Observou o loiro conversar com Willian.

Draco já estava lá há meses e já havia participado de várias missões e ainda não havia demonstrado nada de estranho, nada de que qualquer um pudesse desconfiar. O pior, era que os outros aurores já o tratavam normalmente, pareciam até que tinham esquecido o que ele foi um dia, a quem ele se aliou...

Até mesmo Gina achava que Malfoy havia realmente mudado e que deveriam dar uma chance a ele. O que provocou, há um tempo atrás, uma das piores brigas do casal.

Harry ficou inconformado por ela defender Malfoy depois de tudo o que ele já havia feito. E Gina ainda mantinha sua opinião dizendo que não poderiam julgar, porque não sabiam o que ele enfrentava na época.

– É, ele com certeza foi obrigado a ser um sonserino desagradável por sete anos, tendo que ser obrigado a prejudicar e humilhar as pessoas a vida toda e se tornar um comensal fiel a Voldemort! – Disse num tom sarcástico. Colocando os braços sobre o peito, sentindo-se indignado por ter que ouvi-la dizer aquilo.

A discussão não acabou por aí, Gina mantinha sua opinião firme, o que sempre fez, e não seria Harry que a faria ficar calada e consentir só para agrada-lo. Sabia que Draco nunca foi uma pessoa agradável, que sempre humilhou a todos, principalmente a sua família, mas percebeu uma nítida mudança nele depois que ele começou a trabalhar no Ministério, havia casado há pouco tempo e parecia ser uma pessoa que realmente queria mudar. E isso não era uma opinião só dela, Hermione também estava achando que ele mudara também, claro que não disse isso para Harry nem Rony, mas percebera também.

Mesmo assim, Harry ainda tinha certeza que tudo não passava de um plano, que alguma hora Draco se revelaria o que sempre foi! Depois daquele dia ele evitou falar sobre Malfoy com Gina, já a conhecia muito bem para saber que era teimosa e tinha personalidade forte, quando tinha opinião sobre algo se fixava nela até o fim. Ele não queria mais brigar por aquele motivo e não precisava de mais ninguém dizendo que ele estava obcecado e que as pessoas podiam realmente mudar.

Trabalharam mais internamente naquela noite, não haviam tido muitas ocorrências e somente três aurores de um grupo haviam saído para verificação de ocorrências simples. Rony estava com alguns relatórios atrasados, devido a suas férias, recebeu ajuda de Robert para colocar tudo em ordem, claro que não sairia de graça, depois teria que ajuda-lo em alguma coisa. Eles tinham um jeito amistoso de ser um com o outro, eram amigos e criaram uma espécie de “família”. Enquanto alguns trabalhavam em suas mesas, elaborando relatórios ou lendo alguma informação para próxima missão. Outros estavam sentados nas poltronas jogando conversa fora.

— Tô te dizendo cara, levei ela pra minha casa e a mulher me atacou. Pensei que teria algum trabalho, porque ela parecia um pouco tímida hum, que nada. – Disse Patric, que a cada vez contava uma história de suas desventuras com mulheres diferentes. Ele era um rapaz de quase trinta anos, com a mentalidade de vinte. Era alto, vestia-se bem e gostava de andar sempre perfumado. O corpo atlético, mas não muito exagerado. Tinha olhos no tom de castanho mel e o cabelo da mesma cor, o qual ele, em hipótese alguma, deixava que se aproximassem. Era cômico. Sempre dizia “vocês podem me atacar em qualquer parte, mas meu cabelo não” e passava a mão delicadamente pelos fios. Tinha uma vaidade impecável e quando era elogiado por alguma mulher, ao invés de agradecer, dizia que já sabia de tal beleza. Por incrível que pareça, as mulheres ainda assim queriam sair com ele, lhe pagavam bebidas e lhe lançavam olhares sedutores, fato que os amigos já presenciaram várias vezes nas diversas saídas para beber.

— E depois?

— Depois o que?

— Depois não tomaram café? Não pensou em chama-la pra sair novamente?

— Você só pode estar brincando né? Eu acordei ela bem cedinho e disse que minha mãe passou mal que eu precisava ir, lancei um feitiço confundos nela para que esquecesse aonde eu morava e voltei a dormir, - disse sério. - Era pra ter feito isso antes mas acabei pegando no sono– disse fazendo negativo com a cabeça, aquilo não poderia acontecer. Mulheres dormindo na casa dele como se fossem um casal? Não!

— Nossa Patric, você é um tremendo de um insensível. – Disse Charles com sua fala mansa e sossegada, falava meio baixinho e era ele quem sempre tentava acalmar os ânimos quando as coisas saiam do controle, era casado há 6 anos e tinha 2 filhos. – Quero ver até quando vai levar essa vida – disse o repreendendo.

— Ah você diz isso porque já está enforcado, nem se lembra mais como é ser solteiro hein – disse com um sorriso cafajeste.

— Estou muito bem assim. Você deveria tentar. Ter uma família é a melhor coisa do mundo.

Harry, Rony e Robert sentaram-se junto com os outros nas poltronas, faltavam poucas horas para o fim do turno. Alguns ainda estavam em suas mesas, Draco tinha ido buscar algo para comer, já que a senhora com o carinho de lanches ainda não havia passado.

— Nossa e aquela mestiça do departamento do preparo de poções, toda vez que vou lá me derreto por ela. As vezes nem preciso de nada, mas finjo que preciso só pra ir dar uma olhada nela. Nossa, ela é difícil...

— Quem? A Cho? – Rony disse entusiasmado – Harry namorou com ela. – Olhou para o amigo que ficara muito surpreso e sem graça pelo comentário desnecessário.

— Potter? Mas quem diria hein garanhão. Você tem sorte com as mulheres hein. – Kel disse tentando atormentar o amigo.

— Há isso foi a muito tempo e...

— É até ele dar o fora nela.

— Potter deu um fora naquela gata? – Leonel falou.

— Quem diria hein, e ai como foi? – Perguntou Patric

Harry queria matar Rony, seria o comentário da semana toda, mas não deixaria barato.

— Eu já contei pra vocês da história de Lilá e Ron Ron?