Hajimaru

Capítulo 10 - Seja Bem-vinda Yui-chan!



Poucos dias depois do desastre com o Shugo Tama de Nikaidou, os Guardiões souberam que o garoto iria mudar de escola, o que os impossibilitava de tentar ao menos consolar o segundanista pela perda de seu ovo. Depois que a confusão se acalmou um pouco, Mirai e os outros Charas explicaram aos Guardiões sobre a existência de Batsu Tamas, que, segundo eles, eram Shugo Tamas que foram corrompidos por sentimentos e/ou desejos negativos de seus donos. Quando um desses chocava, não nascia um Shugo Chara, e sim um Batsu Chara, que era basicamente a mesma coisa, só que ele não nascia baseado no sonho de uma criança, e era um ser mais irracional, repleto de pura energia negativa. Segundo eles, era comum avistar um ou outro Batsu Tama sobrevoando a cidade, mas até onde eles sabiam, não havia um modo de combatê-los, muito menos restaurá-los de volta ao normal.


Tsukasa estava completamente arrasado. Segundo ele, era sua responsabilidade como Presidente do Conselho zelar pelo bem dos alunos, e tinha falhado miseravelmente ao deixar que uma tragédia dessas acontecesse com o Shugo Tama de Nikaidou. Não importava o quanto os demais membros do Conselho lhe dissessem que ele não tinha culpa de nada, que o que aconteceu foi inevitável, ou que um menino de dez anos como ele não deveria estar tomando a responsabilidade por isso quando o Diretor da escola e verdadeiro responsável, com algumas dezenas de anos a mais que ele, estava pouco se lixando para o ocorrido, ainda assim, Tsukasa queria poder fazer alguma cosia por Nikaidou, mas o garoto tinha saído da escola e eles não tinham acesso ao telefone nem endereço dele, então não tinham como contatá-lo. Nem mesmo quando Midori apareceu um dia com a fofoca de que tinha escutado um estranho boato sobre a existência de uma criança travesti residindo no Templo perto da escola, e que andava rondando as redondezas, conseguiu animar Tsukasa (como se um boato desses fosse motivo pra deixar alguém mais feliz).


E, depois de quase uma semana após o incidente com Nikaidou, quando a depressão de Tsukasa tinha chegado ao máximo, tanto que ninguém sabia mais o que lhe dizer para animá-lo, eles avistaram uma cena um tanto familiar para todos eles há alguns metros do parque por onde caminhavam.


– Nee... vocês ouviram isso? - Aruto indagou, olhando em volta à procura da origem do som
– Isso o que? Algum outro Shugo Tama se despedaçando? - Tsukasa perguntou sem emoção
– Qual é, já chega disso Tsukasa, já está ficando chato! - Mikoto exclamou, perdendo a pouca paciência que tinha
– Não seja insensível Mikoto-chan! - a outra garota repreendeu - Quer deixar o Tsukasa-kun ainda mais pra baixo, é??
– Hunf, desse jeito eu é quem vou acabar ficando deprimida também... - a Às resmungou
– Façam silêncio! - Aruto exclamou - Tenho certeza de que ouvi alguma coisa...
– Ah, dessa vez eu ouvi também! - Midori falou - Isso são... gritos?
– Está parecendo - Mikoto concordou - Veio dali - ela saiu correndo na direção do barulho, e os outros a seguiram.


Há alguns metros de distância, atrás de algumas árvores robustas que antes ocultava a visão das crianças, haviam três garotos com ar de delinquente, os mesmos que costumavam intimidar Tsukasa antes dele criar o Conselho e que eles também viram implicando com Nikaidou, cercando uma garota e tentando prendê-la contra uma árvore. A menina parecia ter a mesma idade de Aruto e os outros quintanistas, ou talvez ser mais velha, tinha longos cabelos laranja-avermelhados que caíam como uma cascata por suas costas, o único olho visível era dourado, e o outro estava encoberto pela franja. Trajava um vestido branco e rosa com muitas fitas e babados estilo lolita e calçava meias três-quartos brancas e botas roxas.


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Ela estava em óbvia desvantagem ali, mas por algum motivo não parecia nem um pouquinho apavorada. Isso intrigou os Guardiões, afinal, os quatro já tinham passado pelo mesmo tipo de situação que ela antes, e nenhum deles havia conseguido demonstrar a coragem e confiança que ela aparentava sentir, então decidiram observar a cena mais um pouco antes de se intrometer.



– Até quando pretende continuar com essa pose, hein? Vamos, desista logo! - dizia um dos delinquentes
– Desistir por que? Não me lembro de ter feito nenhum tipo de aposta com vocês pra ter que desistir de alguma coisa - ela rebateu
– Você tem uma língua muito afiada mesmo - o delinquente mais corpulento resmungou - E deve ter muita coragem também, pra aparecer assim na nossa frente! Não tem vergonha não?!
– Coragem eu tenho mesmo. Mas do que eu deveria ter vergonha? As pessoas são presas se saírem despidas na rua, mas nós podemos nos vestir do jeito que quisermos, oras - a garota rebateu como se as acusações dos garotos fossem totalmente sem fundamento
– Você precisa é ter senso de ridículo mesmo, isso sim! - o garoto mais alto exclamou, perdendo a paciência. Ele avançou alguns passos, fazendo-a recuar, até que a menina sentiu suas costas baterem contra o tronco da árvore atrás dela. O garoto socou o tronco da árvore contra a qual ela estava encurralada, e arreganhou um sorriso com os dentes tortos - Não se enxerga não, idiota? Se os seus pais não te ensinaram a tomar vergonha na cara... então talvez nós devêssemos ensinar! E do pior jeito, não é rapazes?! - ele exclamou, e seus companheiros apoiaram empolgados, como se tivessem acabado de ganhar um novo saco de pancadas para treinar, o que de fato era meio verdade mesmo. O mais alto agarrou uma mecha dos cabelos dela, puxando com violência até erguê-la, fazendo com que seus olhos ficassem na mesma altura - Muito bem, imbecil, foi você quem pediu por isso... agora aguenta - ele fechou a mão gorducha, se preparando para acertar um soco na cara da garota, que fechou os olhos com força, não podendo ver a mão que segurou o pulso do delinquente, detendo seu ataque bem à tempo
– Mas o nível de vocês decaiu mesmo, hein - Aruto comentou em tom de repreensão, ainda segurando o pulso do delinquente e o impedindo de avançar contra a menina, com certa dificuldade - O que pensam que estão fazendo?! Ela é uma garota!
– E o que você pensa que está fazendo, hein moleque violinista?! Não se meta na briga dos outros! - o mais alto gritou de volta, puxando o braço de volta com raiva
– Não interessa se não é assunto nosso, vocês simplesmente não podem encurralar as pessoas e espancá-las! Ainda mais uma garota! - Tsukasa exclamou, colocando-se ao lado de Aruto. Geralmente ele não se intrometeria assim em brigas de modo tão imprudente, ele nunca foi muito forte ou atlético e sabia que desse jeito acabaria apanhando, mas não se importou com isso agora. Ele não pôde ajudar Nikaidou, e isso realmente o deixara arrasado, mas lhe ensinara uma lição: Se queria ajudar alguém, então tinha que agir logo, e não ficar hesitando, sem saber o que fazer. Ele não pôde ajudar Nikaidou, mas não cometeria o mesmo erro duas vezes, e tentaria compensar sua falha auxiliando as outras pessoas ao seu redor, ajudando quem quer que fosse, começando por aquela menina
– Ah, mas é claro... o garoto certinho do Conselho tinha que estar junto - um dos delinquentes resmungou ao avistar Tsukasa - Quer parar de bancar o bom samaritano e sair ajudando o primeiro estranho com quem você topa, pirralho?! Isso é muito irritante, sabia?!
– Ah é, pois ver vocês espancando os mais fracos por aí também é muito irritante, seus gorilas sem cérebro!! - Mikto gritou há alguns metros de distância, querendo se meter na briga, mas Midori a puxou de volta nervosa, impedindo-a se se intrometer
– Há! Nós já resolvemos as coisas com você, garota-macho! - o mais corpulento gritou para ela com um sorriso debochado - E já que vocês gostam tanto de bancar os salvadores da pátria, fedelhos... então vão apanhar junto com essa imbecil!!
– Não se você apanhar primeiro, seu trouxa! - Aruto gritou de volta, acertando um soco na cara do garoto antes que ele tivesse tempo de decidir em qual dos dois bater primeiro.


O delinquente mais corpulento soltou uma exclamação de indignação ao ver que seu companheiro tinha sido nocauteado, e avançou contra Aruto, que até que estava conseguindo se defender bem, mas não estava conseguindo revidar de tão rápido que o garoto era. Enquanto isso, o terceiro delinquente, que parecia ser o que estava mais irritado com a garota, avançou contra ela, mas antes que a acertasse, Tsukasa o puxou de volta, usando toda a força que tinha apara afastá-lo da menina. O garoto se irritou e já ia se virar para acertar um soco no terceiranista, quando a própria garota misteriosa pareceu se irritar também e, segurando a gola da camisa do delinquente, ela tomou impulso e acertou um chute certeiro entre as pernas dele. O garoto urrou de dor e caiu de joelhos no chão, completamente derrotado. Aruto, que tinha conseguido derrotar o delinquente restante, juntou-se a Tsukasa e ambos a fitaram boquiabertos, sem acreditar no que tinham acabado de ver.


– O que estão olhando? Essa é a forma mais rápida de se derrotar um garoto, não sabiam? - ela perguntou, como se não tivesse feito nada de mais, e os dois se entreolharam receosos, recuando um passo. Enquanto isso as duas Guardiãs vieram correndo ao encontro deles. Midori estava vermelha feito um tomate, completamente chocada com o que tinha acabado de ver, enquanto que Mikoto parecia tão surpresa quanto os dois garotos - Ah, e vocês duas estão com eles, não é? Aprendam isso, meninas, esse é o jeito mais rápido e fácil de se derrotar um rapaz
– Ahn... e-está bem... - Midori murmurou, duvidando muito que precisasse desse conhecimento algum dia. Mikoto, por outro lado, soltou uma exclamação de concordância, parecendo ter gostado da idéia - M-Mas... se você sabia disso, então por que não fez isso antes??
– Estão pensando que eu sou o que? Um gorila feito eles, é? - a garota perguntou, apontando enojada para os três delinquentes caídos - Eu poderia derrotá-los se fosse um contra um, mas esses caras me pegaram de surpresa e me encurralaram, então não dava pra fazer isso - ela explicou como se isso fosse completamente óbvio - À propósito... obrigada por terem me ajudado, garotos. Ninguém nunca tinha me salvado assim antes, obrigada mesmo - ela suspirou, agora mais calma, e sorriu para os dois garotos
– Ahn... i-imagina, não foi nada! Era o mínimo que podia fazer depois de... b-bem, disponha - Tsukasa falou nervoso, tentando deixar de lado o último golpe que a garota tinha dado no delinquente - Etto... eu sou Amakawa Tsukasa. Como você se chama?
– Eu? - a garota apontou para si mesma, parecendo surpresa com aquela pergunta - Bem... todos me chamam de Yui-chan, então podem me chamar assim também
– Hai! Prazer em conhecê-la Yui-san - Tsukasa sorriu para ela, o primeiro sorriso que dava desde o incidente com o ovo de Nikaidou, mas a garota apenas balançou um dedo para ele, como que reprovando alguma cosia
– Eu disse que sou a Yui-chan. Por que está usando esse "san" no final?
– Mas...
– Me chame de Yui-chan, vamos! O "chan" é muito mais bonitinho do que "san"! - ela teimou, como se aquilo fosse de extrema importância para ela
– Ah, tá bem... Y-Yui-chan - Tsukasa murmurou, corando um pouco pela falta de costume de se referir assim à uma garota. No entanto Yui abriu um largo sorriso ao ouví-lo chamando-a assim, então ele resolveu deixar isso de lado - Bem... esses são meus amigos, Tsukiyomi Aruto, Senou Mikoto e Yamato Midori - ele apresentou, apontando para cada um ao falar seus nomes - Nós estudamos na Academia Seiyo, que fica aqui perto
– Ahh sim, aquela escola logo depois desse parque, não é? - ela perguntou, e Tsukasa balançou a cabeça, confirmando - Dizem que só tem delinquentes lá...
– E costumava só ter mesmo... bom, na verdade ainda tem alguns... muitos, na verdade, mas estamos tentando mudar isso - Aruto contou - Ano nee Yui-chan... antes de virmos ajudar você, nós ouvimos um pedaço da sua... ahn, "conversa". E eu não pude deixar de me perguntar... por que esses caras queriam bater em você afinal?!
– "Por que"? - ela repetiu a pergunta, incrédula - Bem, isso é meio óbvio, não? Por ser o que eu sou, é claro...
– Como assim "por ser o que você é"? - Mikoto indagou sem entender. Milagrosamente Midori não a corrigiu nem explicou nada dessa vez, pois também estava tão confusa quanto a amiga
– Sim, isso mesmo... mas isso acontece com tanta frequência que já me acostumei, então não precisam se preocup...
– Acontece com frequência? - Midori interrompeu - Como uma coisa assim pode acontecer com frequência e você achar normal?!
– Bem, pra começar, uma porção de gente não gosta de mim, sem falar que é normal esse tipo de coisa acontecer com pessoas como eu, então acaba acontecendo não importa aonde eu vou - ela contou, como se ela estivesse explicando uma coisa completamente óbvia como "De que planta nascem as laranjas?" ou "Por que o mar é azul?"– Por que estão me perguntando uma coisa evidente como essa? Na verdade, me admira vocês não estarem agindo como eles... mesmo quando não querem me bater, geralmente as pessoas riem ou me evitam, vocês sabem disso, não sabem?
– Por que alguém iria querer rir, evitar, ou bater em uma garota tão legal quanto você?! - Tsukasa exasperou-se, sem conseguir entender do que ela estava falando. Yui piscou algumas vezes, parecendo meio atordoada, depois soltou um longo suspiro, dando um tapa na própria cabeça
– "Uma garota legal como eu", não é? Então é isso... é claro, vocês não sabem - ela murmurou para si mesma, parecendo finalmente entender o motivo da indignação deles para com os fatos que eram óbvios apenas para ela. Sem mais aviso, Yui levou as mãos até o decote da roupa e começou a desabotoar o vestido que usava.


Midori gritou, o rosto afogueando-se na velocidade da luz; Mikoto pareceu demorar mais alguns segundos pra entender o que ela estava fazendo, e soltou uma exclamação de surpresa quando o fez; Tsukasa também corou furiosamente e cobriu o rosto com as mãos; E Aruto olhava para todo o lado, para o chão, para o céu, para as árvores e de volta para Yui, parecendo indeciso se devia ou não olhar aquilo. Quando terminou de desabotoar, Yui afastou os dois lados da parte superior do vestido, deixando o tórax e o abdômen completamente à mostra. E gritou:


– Olhem pra mim!


Como que obedecendo à uma ordem, os quatro olharam, alguns mais temerosos e relutantes do que outros. O que os quatro viram foi um peito magro e liso e um abdômen delgado, sem o menor sinal de que alguma coisa fosse crescer ali algum dia. Aquilo era sem sombra de dúvidas um corpo masculino.


– Eu sou um garoto - Yui revelou, aproveitando-se do estado de choque dos quatro para poder falar sem interrupções. Era pouca a diferença, mas sua voz também tinha se tornado mais grave e mais masculina - Meu verdadeiro nome é Yuiki Daisuke. "Yui-chan" é só um apelido que eu inventei. É muito mais fofo do que meu verdadeiro nome, Daisuke, afinal
– Ahhh!! Você é a criança travesti do Templo Yuiki que eu tanto ouvi falar!! - Midori apontou escandalosamente para a pessoa semi-despida, despertando os outros amigos do choque com seu berro. Assim que percebeu o que tinha feito, recolheu a mão que apontava para Daisuke, e se encolheu, corando novamente
– É isso mesmo, sou eu - Daisuke confirmou, sem parecer se ofender com a "acusação", tornando a abotoar o vestido - Agora, é claro que as pessoas geralmente não gostam de travestis, os seres humanos infelizmente tendem a repudiar tudo aquilo que eles não entendem, principalmente aquilo que é fora do comum. Não é normal que um garoto use roupas de menina, então é claro que as pessoas me desprezam. Principalmente gente que adora ter um saco de pancadas pra surrar, como os caras que me atacaram
– Você é... r-realmente um... um g-garoto... - Tsukasa murmurou, ainda custando a processar a informação
– Eu nunca desconfiaria - Aruto admitiu, pasmo, ainda com os olhos grudados no peito da falsa garota até que ela terminasse de fechar o último botão da roupa
– Sim, sim, eu sou. Difícil de acreditar, não é? Muitas pessoas já me falaram isso - "ela" contou com amargura na voz. Agora que já tinha terminado de fechar o vestido, sua voz tinha voltado a soar mais delicada e feminina, mas nem de longe parecia ser a mesma garota alegre de instantes atrás - Olhem, eu agradeço por terem me ajudado, e tudo o mais, mas não precisam se dar ao trabalho de continuarem sendo simpáticos ou falando comigo. Lamento se vocês me salvaram só porque pensaram eu era uma garota bonita que sairia com vocês depois de ter sido salva ou coisa parecida, porque se foi isso, vocês perderam seu tempo
– Espera, Yui-chan! - Tsukasa exclamou - Acha que nós te ajudamos só porque pensamos que você era uma garota?!
– Ora, e por que outro motivo seria? - ela ergueu uma sobrancelha
– Está enganada! - Tsukasa exclamou - Nós te ajudaríamos independente de você ser uma garota, ou um garoto, ou um... um t-travesti.... i-isso não importa!
– Ah tá, conta outra - ela revirou os olhos, dando uma risada azeda - Não precisa fingir que quer ser meu amigo, ninguém iria querer isso depois de saber a verdade sobre mim
– Mas Yui-chan...!
– Olhe aqui, Tsukasa-kun - ela interrompeu - Eu realmente agradeço por terem me ajudado e tudo mais, e se tiver algo que eu possa fazer pra retribuir o favor, é só dizer que eu farei. Mas não precisa fingir que quer continuar sendo meu amigo, ou que não se importa com isso, porque eu não vou cair nessa de novo. Ninguém nunca foi capaz de aceitar o que eu sou, não vejo porque seria diferente com vocês. Então, se não se importam, eu vou andando... até mais, garotos - ela deu meia-volta e adentrou o bosque que se iniciava no parque, desaparecendo entre as árvores, e deixando para trás quatro crianças muito confusas com a estranha sequência de acontecimentos que tinham acabado de presenciar.



*** Próximo Capítulo: A Outra Face da Yui-chan ***