Guardioes de Deus: a Batalha nos Ceus

Cap. 25- A Montanha dos 4 elementos. PI


A Montanha dos Quatro Elementos...

Estavam longe do Coliseu quando pararam à frente de um túnel na direção em que Caravelliz apontara. Tomaram a água élfica. Ela encheu-os de ânimo e revigou-lhes as forças. Porém, a maior parte foi destinada a Cassi, pois ela estava muito debilitada. O líquido ajudou-a de forma inacreditável, mesmo eles ficaram espantados, pois após algumas goladas ela conseguiu se movimentar sem o auxilio de ninguém. Partiram túnel adentro.

-E agora? Perguntou Cassi, dando passadas firmes.

-Não sei. Respondeu Arão incerto. -Este túnel deve nos levar para dentro da montanha.

Um leve tremor começou, tornando-se mais intenso, pedras começaram a desabar do teto. Os garotos fugiam para o coração da montanha. O chão começou a rachar e eles foram engolidos pelas fendas.

Arão levantou-se, estava sozinho com um pequeno caminho à sua frente. Chamou por seus amigos. Não obteve resposta, decidiu seguir pela passagem.

Bal estava se levantando com a ajuda de Dafne.

-O que aconteceu? Resmungou passando a mão na cabeça. -Parece que levei um golpe. Onde estão todos?

-Nós caímos. Não há sinal de ninguém por aqui. Respondeu a ninfa.

-Vamos seguir por este túnel. Talvez os encontremos mais adiante.

Cassi levantou-se um pouco zonza, ouviu barulho de batidas e gemidos vindos de muito perto. Correu pelo túnel. Ao passar por um conjunto de pedras viu Tiror caído ao chão desarmado, Odrin estava em cima dele com o bastão apontado para seu peito.

-Você vai morrer!

Tiror olhou para o lado e viu a garota.

-Cassi me ajude! Ele está fora de si.

Odrin desferiu o golpe, mas Cassi o interceptou com seu bastão, defendendo o golpe. Logo em seguida acertou Odrin, o garoto foi jogado para trás. Ela ajudou Tiror a se levantar.

-Vamos sair daqui rápido. Ordenou ela puxando Tiror pela mão.

-Odrin ficou louco, ele queria me matar.

-Não era ele... Odrin ja não existe mais...

Um grito veio das costas deles enquanto fugiam. Odrin se levantara. Depois de um tempo correndo, chegaram a um local com vários buracos ao chão. Tomavam cuidado para não cairem em nenhum deles.

-Acho que o despistamos.

Cassi abraçou Tiror fechando os olhos, um sorriso brotou em seu rosto, uma sensação de segurança a invadia.

Os traços de felicidade começaram a mudar em seu rosto para uma expressão de dor. Ela não conseguia respirar direito. Foi afastado pelos braços do garoto. Ele apertava suas costelas com uma força incrível.

-Tiror o que esta acontecendo? Sua voz saia fraca e com muita dificuldade

O rosto de espanto de Cassi, fez o garoto rir, a face dele estava deformada. Seus olhos emitiam um estranho brilho. Ele rasgou a faixa que passava sobre o ombro da garota, levando-a ao chão.

-A pedra! Gemeu ele afastando-se perante o brilho verde que vinha do colo de Cassi. -Por isso não consegui possuí-la tão rápido como as outras. E depois aquela água Elfica. Mas agora você vai morrer. Nem a pedra irá salvá-la.

Cassi rastejava no chão tentando fugir dele. Ele a pegou pelos pés, puxando-a a seus pés.

-Garota tola! Morra!

Algo porém bateu no corpo de Tiror atirando-o contra a parede. Ao cair no chão foi sugado por um dos buracos. O garoto sontou um urro... o som foi sumindo junto com o brilho de seus olhos.

Odrin estava em pé diante de Cassi muito ofegante. A garota o abraçou, chorava.

-Desculpe! Pedia ela. -Eu não sabia...

Seus soluços cortavam as palavras.

Odrin não sabia o que fazer. Ele ficou sem jeito, mas acabou envolvendo-a em seus braços. Ela encostou a cabeça em seu peito, ficaram em silêncio por um longo tempo.

Um novo tremor provocou a queda de muitas pedras. Odrin corria segurando as mãos de Cassi. Ela tropeçou indo ao chão. Ele voltou para ajudá-la, entretanto uma enorme pedra caiu bloqueando o caminho. Os gritos de ambos não passavam pela extensão do obstáculo. Estavam separados.

Odrin vagou solitário por muito tempo até se defrontar com uma porta com inscrições marcadas no centro. Passou a mão pelo símbolo entalhado na porta.

-Espero que você saiba como abrir essa porta. Pois vai ter que me dizer antes de morrer.

Odrin virou-se para trás. Um ser grande com um machado negro nas mãos estava postado a sua frente.

-Quem é você? Perguntou Odrin.

-Meu nome é Molf. Vou acabar com você, mas antes preciso saber como abrir a porta. Jogou o machado no chão.-Não preciso disso para acabar com você.

-Verdade? Pago para ver.

Sorriu Odrin deixando seu bastão cair.

Bal e Dafne caminhavam com uma pequena bola incandescente à frente. Ela não era muito grande, mas iluminava boa parte do túnel.

-Bal, já estamos andando faz um bom tempo.

-Eu sei! Eu sei! Você acha que sou adepto a longas caminhadas? Só queria encontrar alguém. Estou cansado de ficarmos sozinho.

Um riso medonho veio da escuridão dando um tremendo susto em Bal.

-Seu desejo foi atendido.

-Retiro o que eu disse. Acho que prefiro a solidão.

Um brillho veio da escuridão aos poucos uma foice foi surgindo, Tulgor saiu das sombras...

Cassi ficou perdida sem saber para onde ir, andou a esmo até que achou uma abertura que a conduziu por um túnel pequeno. Quando por fim chegou ao que parecia ser final do túnel, viu que se encontrava em uma sala que não possuía chão. Pedras erguiam-se da escuridão formando um caminho. Onde um ser examinava uma pedra com um símbolo ao centro.

-Quem é você? O que está fazendo?

-Estava esperando por você minha querida. Não se lembra mais de mim? A sáliva escorria por seus lábios, as palavras confusas saiam rápidas de sua boca. -Tentei matá-la algumas vezes no Santuário, porém não obtive sucesso. Desta vez não falharei. Meu nome é Sender.

O ser sacou dois punhais da cintura.

Arão parou diante de uma estreita ponte de pedras. Em cima dela várias estalactites se postavam de maneira mortal. No final da ponte uma pedra com escrições estava a sua vista. Bastaria apenas atravessar a ponte para chegar até ela. Estava no meio da passagem quando ouviu passos atrás de si. Jitar surgira das sombras sorrindo, suas mãos se transformaram em duas lâminas.

Odrin e Molf agarraram-se medindo suas forças, Molf esperava encontrar um garoto fraco, porém ficou surpreso com a força de seu oponente.

-Você é forte garoto. Mas não o suficiente.

Atarracou Odrin pela cintura, levantou-o do solo. Esmagava-o com um abraço mortal. Odrin tinha dificuldade em respirar.

\"Preciso escapar ou não vou aguentar muito temp...\"

Com as mãos livres Odrin deu-lhe dois golpes no ombro, fazendo Molf gemer de dor e assim soltar sua vítima. O ser ficou furioso e partiu para cima do garoto. O jovem saiu da frente, o gigante tropeçou vindo-se a chocar contra a parede.

-Você é forte, mas o que tem de musculos, falta-lhe de inteligência. Clamou Odrin apontando para cabeça.

Após recuperar-se, Molf pegou uma pedra do chão. Atirou-a contra Odrin. O garoto se desviou com muita agilidade. O ser partiu novamente para cima dele, Odrin deitou-se no chão agarrou o ombro do gigante e usou os pés como apoio, atirando-o longe.

-E aí grandão, vai querer mais?

-Seu garoto insolente.

Molf pegou o machado do chão.

-Você não está jogando limpo.

-Vou matá-lo! Fazer picadinho de você e por fim separar essa sua cabecinha de seu corpo.

Molf avançou, o garoto mais uma vez saiu da frente e passou-lhe uma rasteira. O gigante caiu sobre o machado que cravou-lhe o peito.

Ele levantou-se com dificuldade, ainda sem entender o que acontecera. Tirou a arma de seu corpo, mas seu peito foi ficando negro. Ele tombou sem vida enquanto o fogo negro agia em seu tronco.

Um novo tremor e a porta se abriu, muita terra escorria do teto e das paredes por onde Odrin entrou. O jovem ficou tão distraído com medo de um desabamento, que esqueceu completamente de seu bastão de energia.

-O que faremos? Perguntou Bal deixando o bastão cair.

O ser sorriu, sua vitória seria fácil demais.

-Não sei. Respondeu Dafne. -Você é o mago aqui.

-Por que sempre a responsabilidade maior cai sobre nós homens.

Tulgor tinha em seu cinto várias facas presas, com movimentos ageis começou a dispará-las contra seus oponentes.

Um escudo surgiu na frente do garoto repelindo as facas. Tulgor vociferou palavrões pegando sua foice, partiu para cima do garoto. Bal correu até ficar encurralado, estava sem saída. Não tinha para onde ir, aguardava somente Tulgor desferir o golpe mortal. Neste momento uma pedra chocou-se contra a cabeça do ser que foi ao chão. Dafne apareceu, sorria mediante o golpe que aplicara salvando Bal.

-Puxa, essa foi por pouco. Suspirou o garoto aliviado.

-É melhor você pensar em alguma coisa rápido . Reclamou Dafne. -Por que ele já está se levantando.

Tulgor passava as mãos à cabeça, a dor era latente.

-Vou acabar com vocês de uma vez por todas.

O ser correu na direção dos dois, Bal se concentrou junto com a ninfa, lançando-lhe um encatamento que congelou todo o seu corpo. O garoto saiu da frente vendo o bloco de gelo deslizar indo chocar-se contra a parede. O impacto fez o bloco quebrar-se em vários pedaços. O garoto se vangloriava de sua vitória. Uma pedra deslocou-se mostrando um pequeno caminho. Bal começara a entrar quando Dafne o avisou.

-Você não está esquecendo seu bastão, não?

Ia voltar, mas o caminho atrás de si tinha sumido. O único modo de prosseguirem era seguir em frente, o chão estava úmido. Gotas de água escorriam do teto.

Cassi saltava nas pedras tentando não cair. Isso a deixou um pouco fraca, mas mesmo assim conseguia pular. Sender rancou um chicote de trás de suas costas, atirou em Cassi prendendo-lhe a perna. Fez força puxando-a para si. O corpo dela foi ao chão, soltando o bastão, estava sendo arrastada para fora da pedra, iria cair na escuridão.

A garota conseguiu pegar o bastão, passou pelo chicote cortando-o. Estava livre, ficou em pé na rocha.

Sender jogou o chicote e pegou seus punhais, pulou nas pedras até chegar perto de onde a Cassi estava. Desferia golpes com suas armas. A garota rebatia todos os ataques, mas estava recuando, chegando perigosamente ao final da pedra.

Precisa pensar em algo para livrar-se dele. Sender desferiu um golpe que jogou o bastão de Cassi na escuridão. O ser pulou para sua pedra. Ela se atirou em outra, ele a seguia num jogo de gato e rato. A garota viu o chicote cortado caído sobre uma das pedras. Pulou até ele, Sender estava em seu encalço, ele foi pular na próxima pedra para alcançá-la. Ela porém atirou-lhe o chicote que enrolou em seus pés. O ser perdeu o equilíbrio, não conseguindo completar o salto, vindo a cair na escuridão do abismo.

A pedra no final do caminho se deslocou, uma passagem se abriu. O vento soprava forte dentro dele. Cassi teve que firmar o corpo para não se desequilibrar pela força do vento.

Jitar avançou ao encontro de Arão, usava as mãos transformadas como armas mortais.

-Desta vez acabarei com você. Se meteu onde não devia garoto.

-Não pense que será tão fácil quanto pensa.

-Espero que não mesmo, porque se for, eu ficarei muito desapontado.

Os dois lutavam com muito empenho a ponte começara a desfazer-se em alguns pontos. Ela não resistiria muito mais. Arão atingiu o corpo de Jitar com um de seus golpes.

-É melhor você desistir. Sugeriu Arão. -Não quero machucá-lo.

-Machucar-me? Jitar gargalhava.

Pulou sobre Arão, o bastão cravou na barriga. O ser se contorceu caindo ao chão. O garoto levantou-se.

-Eu avisei.

Informou Arão dando-lhe as costas para sair da ponte.

Jitar começou a gargalhar. Levantou-se com o bastão preso a barriga, puxou o objeto tirando do corpo como se este fosse líquido.

-Você perdeu isso? Jitar atirou o bastão aos pés de Arão.

Uma das mãos do ser transformou-se em um machado, ele voltou a atacar Arão. O garoto se defendia e atacava, mas todos os seus golpes passavam pelo corpo de Jitar.

\"Afinal do que ele é feito\". Arão tropeçou e caiu.

-Eu disse que não subestimaria você de novo.

jitar sorriu andando em direção a Arão. O garoto olhou para cima.

-Eu vou derrotá-lo do mesmo jeito que fiz antes.

Respondeu com fúria atirando o bastão em uma estalactite no teto, ela se quebrou caindo sobre Jitar.

-Nnnãããoooo! Gritou ele antes da pedra o esmagar.

Arão respirou aliviado, porém um líquido escorreu dos vãos das pedras. As gargalhadas voltaram a ser ouvidas. Ele se recompôs suas mãos se mudaram. Uma virou uma esfera com pontas segurada por uma corrente, a outra um chicote.

A ponte estava em seu limite, desmoronaria a qualquer momento. Arão percebeu, correndo para o seu final, um estrondo e ela sucumbiu, Jitar lançou seu chicote prendendo o pé do garoto. O ser ficou suspenso no ar. Arão se agarrou a uma pedra que não havia cedido. O peso de Jitar ia fazer ambos cair.

–Se eu cair, vou levá-lo comigo. Riu ele

-Ah! Mas não vai não.

O garoto passou o bastão pelo chicote que lhe prendia, cortando-o. Ele observou Jitar sumir na escuridão. Teve que largar seu bastão para conseguir se segurar e subir. Estava a salvo.

A pedra à frente de Arão se abriu. Um pequeno corredor exibia-lhe uma passagem. O garoto entrou, foi colocar a mão nas pedras para se equilibrar, com um movimento rápido recolheu-a de volta, as rochas estavam muito quentes.