Guardioes de Deus: a Batalha nos Ceus

Cap. 25- A Montanha dos 4 elementos. PII


Medar entrou apressado no salão de reuniões. O conselho estava reunido. Os murmúrios cessaram. Olhou para os rostos de Empoly e Milenus que estavam sentados lado a lado, mas não trocavam uma palavra sequer.
-O que aconteceu? Perguntou.
Milenus levantou-se.
-Ardrieza desapareceu.
-O quê?
A sua voz de surpresa sumiu repentinamente, assim como o temível Titã.
-Já convoquei todos os Dominações. Pedi ajuda a todos mensageiros das comunidades. A maioria nos atendeu.
Milenus explicava as medidas tomadas.
-Mesmo assim estamos numa situação muito delicada.
-Compreendo.
Medar ocupou seu lugar.
A reunião prolongou-se por muito tempo, no final, todos estavam alerta, a Cidade Superior ficara vulnerável. O Titã poderia atacar e destruir toda ela num piscar de olhos. Se os guardiões não chegassem logo para auxiliá-los poderia ser o fim.

Odrin passou pelo corredor e chegou no que parecia ser uma arena. Ela abrangia uma área enorme. Toda cercada por muros sólidos de pedra. Nela havia uma mesa de pedra ao centro, ao seu lado uma esfera de metal com uma corrente. A bola estava presa até sua metade no solo. Não havia sinal de ninguém em lugar algum.
-Acho que acabei vindo a um lugar errado.
Virou-se para voltar, mas um tremor agitou toda a Arena e o caminho por onde Odrin passara, ficara bloqueado por muitas pedras.
-Agora sim! Reclamou ele. - Estou preso aqui.
Caminhou até a esfera, pegou a corrente e fez força, mas a esfera de metal nem se mexeu, estava firme ao chão.
-Isso não sairia daqui nem com cem homens puxando.
Dirigiu-se a mesa, distante ela parecia pequena, porém quando se aproximou viu que o objeto alcançava a altura de seu peito. Apoiou-se sobre a mesa. Não via como sair dali. Começou a ouvir um barulho atrás de si. No chão, era como se a areia brotasse das pedras, formando um pequeno monte que foi crescendo, mais e mais.
A areia foi ganhando a forma de um homem. Ele não possui olhos, ou língua, caminhava em direção a Odrin, por onde passava deixava atrás de si um rastro de terra que caia de todo o seu corpo, porém seu volume não diminuía.
-Parece perdido, meu jovem. Disse o ser composto de areia, sua voz era forte e grave. A cada palavra pronunciada seus lábios pareciam se desmanchar em um pó forte e grosso.
-Perdido não é bem a palavra. Odrin olhava desconfiado para o ser. -Estou preso e não vejo nenhuma saída.
-Está aqui por alguma razão especial?
-Por que esse interesse?
-É que talvez eu possa ajudá-lo.
Odrin não tinha o que perder, por isso foi honesto com o ser.
-Vim como escolta de amigos da Cidade Superior. Eles iam se tornar guardiões, mas estão todos mortos. Preciso voltar para a Cidade Superior, precisamos defendê-la.
-Você não pensa em ser guardião?
-Dizem que os elementos escolhem os guardiões. Acho que não fui o escolhido.
-Entendo. Disse o ser. -Eu posso ajudá-lo a sair. Mas somente se você me vencer.
-Vencer? Como?
-Você parece ser um jovem muito forte.
O ser se encaminhou até a mesa. Colocou o cotovelo sobre a mesma.
–Venha e me vença, se vencer poderá sair.
-Está me desafiando para uma queda de braço?
O ser confirmou com um gesto movimentando a cabeça.
-Você vai se arrepender.
Vangloriou-se Odrin passando a mão sobre seu braço direito.
O garoto ficou intrigado, imaginou que ao tentar pegar a mão do ser, a sua iria passar pela areia. Porém o aperto foi firme e forte. Um punhado de terra escorreu pelo braço de Odrin.
-Devo avisar que nunca fui derrotado.
-Talvez você não tenha enfrentado os adversários certos. Provocou Odrin.
A disputa começou o ser tinha uma força incrível. O braço do garoto pendia para o lado. Ele ria vendo o garoto sofrer para mudar a situação. Odrin concentrou-se, tinha que reunir todas as suas forças ou iria perder.
Aos poucos a situação foi invertendo, o braço do ser começou a pender para a outra direção, ele parecia não acreditar no que estava acontecendo. O garoto fez um esforço final, conseguindo por fim deitar a mão de seu adversário na mesa de pedra. Sua vitória fez o ser soltar um grito de raiva.
-Muito bem meu jovem, você me venceu.
Ele virou-se e começou a se afastar.
-Espere! Você falou que ia me mostrar à saída.
-Eu menti.
Confessou o ser se desfazendo. A areia foi tragada pela pedra. Odrin ficou parado observando sem saber o que fazer.

Bal caminhava pelo corredor úmido com Dafne, chegou a um enorme pilar quadrado. Este possuía uma passagem dentro de si.
-É vamos ter que atravessá-lo para continuar. Disse Bal.
O garoto entrou, Dafne ia segui-lo, porém duas portas de vidros baixaram prendendo Bal dentro do pilar. Ele batia com as mãos, tentava erguer a porta, tudo sem sucesso. Proferiu alguns encantamentos, mas a porta não sofreu nenhum arranhão. Olhava para Dafne. Ela gritava-lhe do outro lado, mas ele não conseguia ouvir nada do que ela falava.
Parou seus esforços por um momento, prestando maior atenção no interior da construção. Na parede existiam vários círculos, Bal calculava que o raio de cada círculo devia ter de trinta a quarenta centímetros. Em um canto da parede um painel com várias figuras geométricas.
-O que é isso? Bal tocou no painel. Algumas figuras acenderam e apagaram em seqüência. -Que estranho.
De um dos círculos na parede começou a sair água num volume considerável.
-O que foi que eu fiz? Isso vai encher de água comigo dentro.
Ele foi desesperado para porta tentando sair, mas nada acontecia com exceção da água que continuava a subir. Dafne estava mais desesperada do lado de fora.
-O que eu faço? Pense Balduíno, pense. O que foi que eu fiz? Mexi no painel.
Bal se dirigiu ao painel. Observando-o melhor.
-Deve haver um jeito de fazer essa água parar.
Colocou a mão sobre uma figura qualquer, ela ascendeu e de outro círculo começou a vazar água.
-Ótimo, consegui piorar minha situação. Deixe-me ver as figuras acenderam em uma ordem específica.
Bal apertou a primeira que ele se lembrara que tinha acendido. Ela se acendeu, mas de nenhum outro círculo começou a sair água.
-Isso! Gritou ele. -Agora é só me lembrar dos outros.
Conseguiu terminar a seqüência com sucesso, a água parou de cair. Virou-se para Dafne pulando de alegria.
-Eu sou demais, comigo ninguém pode.
Mas a ninfa estava quase tendo um ataque de nervos Bal não entendia o porquê. Quando se virou para o painel.
-Essa não!
O painel começou a piscar em seqüência mais uma vez, porém desta vez maior que a anterior e Bal não tinha visto o começo dela. Quando cessou, as águas dos dois círculos voltaram a correr.
O garoto tinha perdido as duas primeiras figuras, apertou qualquer uma, foi abrindo novos círculos que jorravam água. Ela subia rápido, logo todo interior do pilar estaria submerso. Olhou para Dafne ela apontava para o painel, tentava-lhe mostrar as figuras iniciais da seqüência.
Bal tinha dificuldades para entender a ninfa desesperada, mesmo por que ela também parecia estar em dúvida entre dois símbolos.
-Vamos! Decida-se logo. Berrou, mas Dafne não podia ouvi-lo.
Com a ajuda dela e mais dois círculos abertos, aumentando a vazão da água, ele conseguiu acertar a segunda seqüência. Porém a água atingira mais da metade do pilar seus pés já não alcançavam mais o chão.
A seqüência recomeçou uma terceira vez.
-Meu Deus, até onde isso vai?
Ele tinha dificuldade em ver o painel por causa da água. Tomou fôlego e afundou observou o conjunto de luzes do painel ascender e apagar várias vezes. Os sinais pararam de piscar. Ele tinha que ser rápido ou morreria afogando. Errou algumas vezes mesmo com a ajuda de Dafne. Tentou subir para tomar ar, mas a água tomava quase todo o pilar. Vários círculos já estavam abertos, teria sua última chance e se houvesse mais uma seqüência com certeza morreria.
Foi para o painel, já não importava mais errar, pois o pilar estava todo tomado pela água. Estava ficando sem ar, não agüentava mais, apertou a última figura que se lembrava, o painel começou a piscar todo, a água começou a sair muito mais rápido do que entrou. As portas se abriram. Dafne entrou. Bal estava caído ao chão tossindo, tentava recuperar o fôlego.

Cassi chegou a um lugar que parecia uma imensidão. O vento era forte, vinha de todas as direções. Não havia chão, somente nuvens. Elas se moviam conforme a direção que ar se propagava e ambos possuíam movimentos irregulares.
A uma distância considerável Cassi podia ver um pequeno ponto, mas não conseguia distinguir o que era. Olhou para trás e o caminho pelo qual viera simplesmente não existia mais.
-Acho que o único modo de prosseguir é seguir em frente. Mas como?
Teria que arriscar deu um passo para trás.
-Não quero nem pensar no que vai acontecer comigo, se isso der errado.
Com um impulso forte saltou e caiu sobre uma nuvem. Ficou surpresa ao ver que a mesma não deixara seu corpo passar, tinha uma consistência firme. O vento soprou mais forte, Cassi foi jogada para trás, rolou sobre a nuvem. Olhou para baixo, não conseguiu enxergar o chão.
-Seria uma queda e tanto.
Esperou que o vento se acalmasse pulando para a próxima. A cada nuvem que Cassi avançava mais forte o ar se tornava e mais as nuvens se moviam, dificultando seu equilíbrio. Não faltava muito para chegar...
Saltou para a próxima, entretanto uma rajada de vento a deslocou antes de Cassi chegar. Por pouco ela conseguiu se agarrar, mas seu corpo estava suspenso no ar balançando muito. Tentava não olhar para baixo. Uma de suas mãos escapou, entretanto ela continuava pendurada.
Não iria conseguir... O vento aumentou consideravelmente. Fez um esforço para se agarrar com ambas as mãos. Conseguiu subir. Estava decidida a seguir adiante, todavia mais uma vez o vento agiu, as nuvens começavam a se desfazer. Agora além do cuidado para não cair, tinha que ser rápida, pois todo o caminho estava se desintegrando.
Pulou em outra, mas ela foi dividida ao meio, conseguiu se agarrar as duas com cada uma das mãos, usou as como se estivesse em um trapézio para pegar impulso e com um movimento de vai e vem jogou-se para a próxima.
Estava quase chegando não podia parar, tinha que ser mais rápida. Começou a correr aos pulos nas nuvens torcendo para o vento ajudar. Uma delas sumiu a sua frente, ela caiu, mas antes encontrou algo sólido à frente para se segurar. Com muito esforço conseguiu subir, o vento tinha cessado misteriosamente. Ela estava exausta, virou e deitou-se de costas no solo. Estava sobre uma plataforma sólida.
Arão correu pelo resto do túnel, a lava derretida escorria pelas paredes destruindo tudo atrás de si. Quando saiu do corredor, olhou para trás a barreira natural formata pela lava impedia qualquer tentativa de volta.
Estava em uma sala circular. Cinco pilares faziam o contorno da sala entre cada pilar uma arma ficava pendurada a parede. Uma espada, um machado, uma lança, uma foice e uma clava.
Não viu ninguém dentro da sala, a sua frente, do outro lado do recinto, uma porta se encontrava fechada. Entrou caminhando até o centro, quando chegou no ponto central, de trás de cada pilar surgiu um ser. Suas cores eram avermelhadas não conseguia ver seus rostos, pois pareciam encobertos por uma máscara. Todos portavam uma espada cada e cercaram o garoto.
Do teto começou a escorrer lava derretida em intervalos regulares entre os pilares. Ao tocarem no chão elas sumiam por um buraco que percorria todas as colunas.
Os seres sacaram suas espadas, avançando sobre o garoto. Ele se desviou dos primeiros golpes, mas não tinha com o que se defender. Estava sendo encurralado para onde a lava escorria. Esperou ela cessar, cruzando a linha dos pilares, correu até a parede e pegou a foice.
-Agora vai ser um luta justa!
Voltou para o combate contra os seres, porém no primeiro golpe que defendeu a foice se desintegrou.
-O quê!?
O garoto foi pego de surpresa e quase foi atingido. Segurou um dos seus adversários pelo braço atirando no liquido incandescente.
-Menos um. Bradou ele.
Todavia quando a lava cessou o ser voltou para a luta como se nada tivesse acontecido. Arão foi para o canto se desviando dos golpes, esperou a lava cessar mais uma vez, pegou a lança e atirou-a no peito de um de seus adversários, ele caiu sem vida, à lança se desintegrou em seguida.
O garoto se movimentou para o outro lado da sala pegou a clava, atacou um de seus oponentes. O ser tentou se defender, mas a clava quebrou sua espada, atingindo-o em cheio, tombou ao chão derrotado, a arma desapareceu.
Restavam duas armas e três adversários. O garoto pegou a espada, quando um dos seres investiu, ele abaixou-se e com um movimento ágil cravou-lhe a espada no seu abdômen.
-Menos um, faltam dois.
Arão correu pegou o machado da parede.
-Terá que ser dois coelhos com uma cajadada só.
Atirou o machado na direção dos dois seres na esperança de que a arma acabasse com ambos, porém um deles conseguiu se desviar. Arão olhou para as paredes não havia mais nenhuma arma e ainda restava um adversário. O garoto pensou rápido. O ser atacou-o. Ele esquivou-se do golpe, tirou-lhe a espada das mãos. Num movimento veloz lançou a espada que acertou o peito do ser deixando seus oponentes todos sem vida na sala. Arão olhou surpreso para frente à porta se abriu.

Odrin olhava a Arena vazia.
“O que devo fazer?\"
Não havia saída, estava preso. Um novo tremor se abateu sobre a Arena, porém desta vez pareceu que vinha do chão abaixo do garoto.
-Mas o que pode ser?
O solo começou a se romper, uma mão apareceu, seguido por uma cabeça. Por fim frente a Odrin estava um colosso de pedra. O garoto esperava ansioso para ver o que aconteceria. O colosso se moveu, seus possantes braços ganharam movimento, os punhos cerrados partiram na direção de Odrin. Ele saltou para trás. As mãos do monstro abriram uma cratera no chão.
-Esse monstro é muito grande não posso ficar parada ou serei um alvo fácil.
O garoto se movimentava rápido, enganou várias vezes seu perseguidor, porém o gigante era incansável e não havia saída da Arena. Logo Odrin se cansaria.
-Como posso derrotar uma coisa dessas?
O garoto pegava as pedras que saíam do solo quando o monstro o atingia com seus punhos. Atirava-as nele, porém não surtia nenhum resultado.
-Maldição! Eu nem consigo arranhá-lo. Arranhá-lo? É isso.
Odrin correu para o outro lado da arena. Pegou a corrente da esfera de metal puxava para tirá-la do solo, mas sem sucesso.
-Não sai!
O braço do colosso passou rente a seu rosto.
-Já sei. Hei bicho feio. Gritou ele. -Você não é de nada, quero ver você me acertar.
O colosso levantou os dois braços arremessando-os contra o garoto. Odrin saltou, o golpe quebrou as pedras do solo libertando a esfera.
-Isso!
Vangloriou-se ele pegando a corrente da esfera. Ela era muito pesada, mas mesmo assim o garoto girou-a, arremessando contra o braço do colosso, este veio ao solo esfarelado.
-Não esperava por essa hein! Um a zero para mim.
Mesmo sem um braço o monstro continuava a lutar. Odrin partiu novamente atrás da esfera, girou-a novamente e atirou-a contra uma das pernas de seu oponente. Ela se quebrou, o monstro foi ao chão, tombou de costas e não se mexeu mais. O garoto subiu em seu peito, a corrente da bola estava ao seu lado.
-Mais alguma brincadeira. Gritou ele.
O colosso despertou de repente, com a mão que lhe restava segurou Odrin pela cintura apertava com força, para esmagá-lo. O garoto tentava se livrar, mas a força do monstro era descomunal. A esfera com a corrente estavam perto, com muito esforço conseguiu pegá-la. Atirou-a para cima a esfera subiu, na volta caiu sobre a cabeça do ser, fazendo-a em pedaços. A mão do monstro se afrouxou. Odrin escapou.
Ele viu o corpo todo do gigante virar pó e sumir.

Bal e Dafne atravessaram o pilar, entraram em uma câmara com muitas cachoeiras em seu redor. No centro da câmara, havia dois pedestais, com grandes livros sobre eles. À frente de cada um deles um recipiente grande com água repousava. Bal subiu até o pedestal, começou a folhear o livro.
-O que tem aí Bal? Perguntou Dafne olhando por cima de seu ombro.
-São magias... Muitas magias e encantamentos. Mas por que isto está aqui?
-Por quê?
A voz veio de trás do outro pedestal. Um ser saiu da escuridão. De seus olhos e mãos escorriam água.
-Para uma disputa e para que mais seria?
-Eu e minhas perguntas. Preciso aprender a ficar de boca calada.
-Prepare-se meu jovem.
-Espere aí. Gritou Bal. -Eu não vou participar...
Mas não teve tempo de responder. O ser folheou o livro, pronunciou algumas palavras, a água de seu recipiente tomou o formato de uma espada atacando o garoto e a ninfa.
Bal apressou-se em folhear o seu livro. Achou uma magia e a pronunciou. A água de seu recipiente transformou-se em um escudo protegendo-o dos golpes da espada. O ser riu.
-Muito bem, meu jovem, há tempos não me divertia assim.
-Não estou achando graça nenhuma. Ralhou Bal.
-Nem eu. Completou Dafne.
-Obrigado por compartilhar da minha opinião ao menos uma vez. Gracejou Bal.
O ser folheou novamente o livro pronunciou palavras, a espada mudou-se em uma corda de água e prendeu Bal.
-Ela está me esmagando.
-Faça alguma coisa Bal.
-Não posso estou com as mãos presas não consigo pegar o livro. Gemia o garoto.
Dafne pegou o livro, folheando perto do rosto do garoto.
-Espere! Pare! Volte duas páginas. Rápido.
Os grunhidos de Bal faziam a ninfa perder o controle, porém ela conseguiu. Bal pronunciara as palavras seu escudo de água virara uma tesoura, cortando a corda que o prendia.
-Vejo que você é bom garoto. Iremos ficar muito tempo aqui trocando truques. Vou ter que usar outros métodos para vencê-lo.
O ser começou a olhar fixamente para eles, seus olhos pareciam dois redemoinhos.
-Você está ficando com sono, com muito sono. Você vai dormir...
-Não está funcionando. Zombou Dafne, porém ao olhar para Bal, viu que o garoto estava de olhos fechados, dormindo...
O ser invocou mais umas palavras, a água de sua vasilha virou uma enorme serpente. Ela rastejava vigorosamente em direção ao garoto.
-Durma! Vangloriava-se o ser. -Durma o sono do qual jamais acordara!
-Bal acorde! Gritava Dafne desesperada. -A cobra!
A ninfa chacoalhava o garoto, batia-lhe no rosto, mas o garoto não acordava. Ela voou até o recipiente pegou água, e jogou em sua face. O garoto despertou.
-Mas o que você está fazen... A frase foi cortada. -Uma cobra, uma cobra.
Virou várias páginas do livro.
-Ah! Achei!!! Essa deve servir.
Gritou as palavras mais alto que o habitual. A água de seu recipiente subiu, transformou-se em uma águia e desceu em um vôo rasante cortando a cobra ao meio. Ela prosseguiu seu vôo atingindo o ser.
O pedestal caiu e o ser desapareceu.

Cassi explorava a plataforma. Viu uma moça que a observava sorrindo.
-Oi meu nome é Brisaria.
-O meu é Cassiana. O que você faz nesta plataforma?
-Eu moro aqui e você?
-Estou perdida, preciso sair deste lugar, você pode me ajudar?
-Posso sim... Você quer ser minha amiga?
Cassi balançou a cabeça em resposta a pergunta da garota, ficou intrigada.
-Ótimo. Nunca aparece ninguém por estes lados, eu me sinto sozinha. Venha comigo vou-lhe apresentar a minha mãe.
Ela pegou em sua mão. Cassi sentiu um grande vazio, como se a garota não estivesse ali, ficou confusa com suas sensações. Chegou em uma parte da plataforma onde havia dois tronos. Um deles, o maior, era ocupado por uma senhora de cabelos brancos, o outro se encontrava vazio.
-Mamãe veja minha nova amiga, Cassiana.
-Brisaria! Repreendeu a mulher. -Como se atreve a trazer esta garota má até mim. Ela só vai te machucar.
-Não, mamãe!
-Sim, vai. Eu sei o que estou falando. Livre-se dela.
A garota abaixou a cabeça e virou-se para Cassi.
-Sinto muito, mas tenho que me livrar de você.
-O quê?
A garota levantou os braços em direção a Cassi um corrente de ar saiu dela, jogando Cassi longe.
-Você queria me enganar! Ia me machucar! Gritava a menina sem controle antes de mandar Cassi longe novamente. -Mamãe sempre soube. Ela me protege.
-Espere Brisaria isto é mentira.
Ela apontou as duas mãos, a corrente de ar foi mais forte ainda, Cassi caiu batendo as costas no chão.
-Ela me protege de gente má como você.
\"Preciso pensar em algo não suportarei mais um desses. Mas a garota não parece ser real, eu não consigo senti-la, a menos que...\"
-É isso mesmo Brisaria eu quero machucá-la.
Ela lançou um jato de ar, mas Cassi se esquivou.
-Vou ferir você.
Outro jato quase acertou Cassi. Brisaria estava ficando brava seus jatos de ar saiam com muito mais força. A garota nem pensava antes de disparar só queria atingir Cassi. Estava totalmente descontrolada.
\"Minha nossa não quero nem pensar se um desses me acertar”.
A mulher no trono sorria.
-Isso mesmo acabe com ela. Destrua-a. Ela quer machucar você.
Brisaria não se contia diante das provocações de Cassi, atirava seus jatos de ar para todos os lados. Foi quando Cassi correu para o lado, passando pelo trono da mulher. Brisaria concentrou todo seu poder. Cassi foi rápida o suficiente para sair da frente.
-Brisaria espere. Não!
A rajada de ar atingiu os tronos, jogando a mulher para fora da plataforma.
-Não! Gritou Brisaria.
Cassi olhou para fora da plataforma, o breu da escuridão predominava, virou-se novamente. Brisaria havia sumido.

Arão seguiu para a próxima sala. Observava curioso o ser parado no meio da sala com dois bastões na mão. Usava um roupão vermelho com um dragão estampado em amarelo. Uma máscara cobria seu rosto, no lugar dos olhos duas chamas estavam acesas.
-Vejo que derrotou meus discípulos.
-Posso dizer que eles me deram uma recepção bem calorosa.
-Bem meu jovem, desta sala você não poderá passar.
-Veremos. Indagou Arão.
O ser jogou um bastão para ele. Ambos estavam parados quietos se estudando. O chão começou a se encher de lava, quatro blocos de pedras flutuavam bem acima do fogo derretido. O ser pulou sobre um deles, Arão pulou sobre outro.
-Esses blocos têm uma propriedade interessante, eles se movem para onde seu corpo se inclinar. Espero que aproveite esta dica que dei, pois será a única. Que comece o show.
Proclamou o ser inclinando o corpo, indo em direção a Arão. O garoto fez o mesmo, no momento em que se cruzaram seus bastões se chocaram.
Arão perdeu o equilíbrio, quase caindo de seu bloco. Novamente eles se cruzaram, chocando seus bastões. O garoto estava pronto para investir contra o ser, porém ele afundou seu bastão no fogo incandescente e o usou como apoio para pular até um bloco vazio.
Tirou o bastão do fogo, quase pegando o garoto desprevenido, por muito pouco ele não foi atingido. Arão inclinava o corpo para frente e para trás desferindo golpes contra o ser. Entretanto todas as suas investidas não surtiram efeito, o ser era rápido demais.
\"Não vou conseguir derrotá-lo com esses bastões ele é muito rápido\".
O ser pulava entre os blocos confundindo Arão. Acertava vários de seus golpes, o garoto estava com o corpo todo dolorido. Arão estava parado só observando a agilidade do ser pulando entre os blocos. O impressionante é que a velocidade dele parecia aumentar cada vez mais.
\"Não posso acompanhá-lo, só tenho uma chance\".
Arão pegou o bastão, levantou-o sobre o ombro como se fosse arremessá-lo.
-Vai tentar me acertar no ar com seu bastão. Riu ele entre um pulo e outro. -Se errar, seu bastão cairá na lava, deixando você indefeso.
O garoto continuava a observar, pronto para o disparo.
-Eu esperava mais de você, meu jovem. Estou muito decepcionado. Vai morrer aqui. Você sabe que eu sou muito rápido para você me acertar com este bastão. Mesmo atirando-o de tão perto.
\"Sim eu sei\". Pensou
-Os fracos devem morrer. Gritou o ser rindo.
-Pegue isto.
Arão atirou o bastão, porém em vez de mirar no ser, atirou no bloco de pedra que o ser ia cair. O bloco se despedaçou, sem apoio, o ser afundou nas chamas incandescentes.
-Você era rápido demais para mim, mas o bloco não saía do lugar.