Good girls

Mentir não é crime


No dia seguinte Annabeth sentia como se um caminhão tivesse a atropelado. Seu corpo inteiro doía e ela não tinha o menor ânimo para ir à escola. Depois de tomar um banho demorado ela desceu as escadas esperando não ver ninguém como sempre, mas não foi isso o que aconteceu. Na sala de estar sua mãe, Atena e seu pai, Frederick acompanhados de uma mulher e um homem, ambos com aparência de policiais.

– Bom dia, Annabeth – a mulher cumprimentou Annabeth com um sorriso no rosto.

– Oi, quem são vocês? – ela perguntou desconsiderando a cara de reprovação de seus pais.

– Sou a tenente Hylla Avila – a mulher se apresentou. Ela tinha longos cabelos negros e olhos escuros. Annabeth não admitiria, mas sua presença a deixava desconfortável. – E esse é Octavian. – ela disse se virando para o homem que estava ao seu lado. Ele tinha cabelos loiros e olhos muito, mais muito azuis.

– Annabeth – Atena a interrompeu. – A tenente Hylla e o detetive Octavian, estão aqui para investigar o assassinato de Rachel E´dare.

O corpo de Annabeth gelou.

– E o que fazem aqui? – a loira perguntou já temendo a resposta.

–Nos gostaríamos do seu depoimento sobre o que aconteceu na noite do assassinato – Octavian disse e depois sorriu. Um sorriso frio e calculista.

Após a estranha conversa com os dois agentes da policia e depois de eles saírem da enorme mansão dos Chase batendo a porta atrás de si, Atena puxou Annabeth pelo braço.

– Annabeth, você tem que me dizer tudo antes de falar alguma coisa na delegacia. – seu olhar indicava que a mãe estava aflita.

– Mae me solta! – Annabeth pediu.

– Eu só quero ter certeza que você não fez nada de errado naquela noite. – Atena disse se sentando na poltrona cinza que ficava na enorme sala de estar.

– Eu não fiz nada de errado! – Annabeth mentiu. A verdade era que ela não sabia se havia feito algo de errado. Na realidade ela não se lembrava de quase nada daquela terrível noite.

– Você tem certeza? – Frederick perguntou colocando o braço em volta de Annabeth.

– É claro que... Eu... Eu tenho. – a loira estava apavorada.

– Annabeth me escuta – Frederick se virou pra ela. – Nos queremos te ajudar, e sabemos que você e Rachel não eram melhore amigas. – ele olhou para Atena que se levantou – Mas se você fez alguma coisa... Da qual não se orgulha. – ele olhou Annabeth nos olhos. – Precisa nos contar. Agora! Antes que seja tarde.

A mente de Annabeth dava voltas e mais voltas e sua pele com certeza estava muito pálida.

– Pai – ela disse o olhando nos olhos. – Eu não fiz nada.

Ele a encarou por minutos e depois Atena perguntou.

– Você tem certeza?

A loira relaxou os músculos.

– Eu tenho certeza.

É com certeza ela era uma boa mentirosa.

– dormiu alguma coisa? – Thalia Grace perguntou para sua amiga Piper Mclean, quando ela entrou no refeitório e se sentou ao seu lado.

– Eu pareço ter dormido? – Piper perguntou, ajeitando seus óculos escuros.

– Não – Thalia constatou. – Na verdade parece que passou a noite em claro.

– E foi o que aconteceu – Piper resmungou.

Elas ficaram minutos em silencio, ambas pensando na noite anterior. Silena adentrou no refeitório usando suas típicas roupas rosa.

– Oi – ela disse se sentando e bebericando seu suco.

– Só oi? – Thalia perguntou. – Silena fala alguma coisa!

– Falar o que? Que eu estou péssima? Pensei que já tivessem percebido!

– e percebemos – Piper disse baixinho.

– Cadê a loira em? – Thalia perguntou enquanto procurava por seus óculos escuros dentro da bolsa.

– Bem ali – Silena apontou para a loira que estava parada na porta do refeitório fazendo sinais estranhos com os dedos.

– O que ela ta fazendo? – Piper perguntou se virando. – Annabeth! – ela gritou e todos olharam pra ela.

– Piper cala a boca! – Thalia sussurrou – Annabeth quer que nos a seguimos. – a punk se levantou e caminhou ate o corredor. Annabeth estava parada em seu armário também com óculos escuros.

– Precisamos conversar! – a loira disse enquanto olhava os alunos que circulavam pelo corredor.

– Agora?! – Silena perguntou.

– Agora!

Piper fez uma careta.

– Vamos para o banheiro do segundo andar – ela disse.

Annabeth puxou seu braço.

– Não! Vai chamar muita atenção – a loira sussurrou.

– O que você quer nos falar de tão... - A voz de Thalia foi cortada pelos alto falantes da escola.

Por favor, dirijam se a diretoria as adolescentes Thalia Grace, Silena Beauregard, Piper Mclean e Annabeth Chase. – a voz do diretor irrompeu pelos corredores.

– Isso – Annabeth sussurrou. – Mas é tarde demais.

As quatro garotas caminharam pelos corredores hesitantes ate a grande sala da diretoria.

Thalia parou na porta.

– Bate Thalia – Silena disse, ela estava tão nervosa quanto qualquer uma das garotas - o que esta esperando?

– Silena cala a boca! – Piper ordenou.

– Anda Thalia! É pra hoje! – Silena continuou – É só bater Thalia.

– Silena para!

– O que esta esperando? – Silena se virou para Annabeth. – Será que ela não sabe bater?

Thalia bateu na porta e a voz do diretor as mandou entrar. A punk foi na frente, seguida por Annabeth. Piper foi logo atrás e Silena foi por ultimo.

– Sentem-se – disse o diretor apontando para as poltronas que ficavam nas laterais da sala.

As quatro se sentaram. Annabeth pode perceber os dois agentes, Hylla e Octavian SENTADOS de frente pra elas.

– Bem, esses são Hylla- o diretor apontou para a mulher morena que estava sentada com as pernas cruzadas. Ela olhava para Silena como se soubesse de todos os seus segredos. – e Octavian – ele apontou para o homem de terno azul escuro e olhos azuis.

– E o que eles fazem aqui? – Thalia perguntou enquanto balançava as pernas freneticamente.

– Bem, somos os detetives contratados para desvendar o assassinato de Rachel E´Dare. – Hylla disse se levantando. – Queremos apenas as interrogar sobre a noite do assassinato.

Silena parou de respirar. Como ela diria que não se lembrava de nada? Isso a colocaria na lista de suspeitos.

–Não queremos que fiquem nervosas – Octavian constatou pegando o que parecia ser um gravador. – apenas digam a verdade. – ele sorriu.

Piper percorreu os olhos pela sala tentando se acalmar. Ela não podia dizer nada.

– Bem, acho que teremos que interroga-las individualmente. – Hylla constatou vendo o nervosismo estampado no rosto de Silena.

– Não acho que seja necessário – Annabeth disse. Ela era a única que parecia estar menos nervosa.

– Por que não Chase? – Hylla perguntou.

Annabeth relaxou os músculos na poltrona.

– Por que ficamos a maior parte do tempo juntas. – ela disse de uma forma tão convincente que Thalia quase acreditou.

Hylla pareceu avaliar cada uma das meninas. Piper estava com as pernas cruzadas e olhando para os lados freneticamente. Silena não conseguia parar de comer as unhas e encarar Octavian. As únicas que pareciam pessoas normais e sem culpa eram Thalia e Annabeth. Elas estavam sentadas lado a lado e se olhavam pelo canto do olho.

– Que seja – Hylla disse por fim – Vou querer as quatro na delegacia assim que as aulas acabarem. – ela pegou sua pasta e Octavian guardou seu gravador dentro do bolso. – Só quero que saibam, que ele esta por ai – Hylla disse e depois se virou para as garotas – Procurando, seguindo, matando. Podem me chamar de obcecada, mas eu vou para-lo. - Hylla disse e se retirou.