Good Morning Call - BBRAE

Encontro Apenas Para Amigos


POV Garfield

Ainda bem que a Rachel sacou meu jogo! E agora, estamos os dois fingindo. Bem feito para essa Tara!

Ela estava olhando para a mão da Rachel com uma cara estranha, como se estivesse com dúvidas sobre o que fazer.

Rachel parece bem tranquila com aquilo.

— Hm, prazer. - A Tara mordeu o lábio inferior, tentando não fazer aquela cara de nojenta dela, porém sem sucesso. Ela enfim apertou a mão da Tara. - Ui! Que mão gelada e suada!

— Que deselegante da minha parte. - A Quel disse, mas estava se segurando para não rir.

Parecia que ela tinha planejado isso de propósito para irritar a Tara. Eu achei genial. Me segurei para não rir junto.

Tara empinou o nariz, tentando ignorar.

— O Gar merecia coisa muito melhor. - Ela sussurrou um pouco alto.

— É mesmo? - Eu indaguei, segurando Rachel pela cintura, fazendo-a ficar bem ao meu lado. - Eu acho que ganhei na loteria.

Vi que a Rachel corou na hora e a Tara espumava por dentro, por mais que tentasse esconder. Isso foi muito divertido. Mas eu estava envergonhado de estar tão perto assim da Rachel...

— Olha, Gar, preciso ir agora, mas eu voltarei aqui, hein? - Tara disse, mandando beijinhos no ar pra mim, me deixando enojado.

— Hm, claro. - Falei, com entusiasmo ( só que eu estava sendo irônico).

Fiz questão de não soltar da Rachel um momento sequer, para a Tara não desconfiar de nada e nem pular em cima de mim (ela pularia de qualquer jeito...).

Assim que a Tara foi embora, eu e Rachel nos olhamos, sem conseguir conter o riso.

— Você viu a cara dela? - Ria Rachel, com um sorriso tão bonito, que nunca tinha notado.

Eu segurava a barriga com as duas mãos, de tanto que ria.

— Foi o máximo! - Eu disse. - Valeu por fingir comigo.

Ela piscou.

— Sem problemas.

Senti o rosto corar com essa. Mas ignorei pois era só uma brincadeira. Rachel e eu estávamos presos a mais um trato: Fingir namorar, além daquele de morarmos juntos.

— Achei que ela nunca fosse embora. - Ela disse, bufando.

Dei risada, assentindo com a cabeça.

— Nem me fale. Ela me dá nos nervos.

— O que houve entre vocês?

Eu travei o corpo todo no chão. Fazia tempo que não falava sobre isso. Aliás, eu acho que nunca cheguei a contar para ninguém sobre nossa história. Mas eu acho que se eu falar, posso desabafar. E eu acho que estou precisando. E sinto que se eu me abrir com ela, vou me sentir melhor.

— Vou contar tudo. Mas queria saber se você... gostaria de jantar comigo?

POV Rachel

É isso mesmo que eu ouvi? Garfield Logan ME chamando para jantar? Eu vou sair com esse cara, é sério? Sem zoeira? Só pode ser um engano! Cadê as câmeras?

Mas falando sério, por que ele me chamaria para sair do nada?

Eu acho que minhas bochechas coraram de leve agora. Droga. Não quero ser pega.

— Jantar com você?

— É. É como um encontro, só que de amigos, né? - Ele coçou a nuca, mordendo o lábio inferior.

— E-encontro de amigos, né? - Concordei com a cabeça, sentindo algo se agitar dentro do peito, descontroladamente.

— Pode escolher o que quer comer.

— Humm... - Pensei um pouco, até que decidi. - Comida japonesa?

— Pode ser. - Ele deu de ombros.

— Mas e se eles pensarem outra coisa? - Perguntei no impulso e depois me arrependi. Podia jurar que meu rosto estava em chamas.

Ele deu um sorriso, mas podia sentir timidez também. PODIA SENTIR.

— Somos namorados de mentira mesmo, né?

Ah, não. Ele não disse isso com aquele sorriso perfeito. NÃO DISSE!! Eu sinto que vou entrar em erupção a qualquer momento! Ele quer me matar?! Tô quase derretendo aqui!

— É, somos. - Concordei, torcendo para minha voz ter saído normal.

Ele riu e se aproximou.

— Então... não temos com o que nos preocupar, não acha? - Ele começou a acariciar meu rosto, suavemente. Não era ruim, mas eu estava super desconfortável.

Estávamos sozinhos e estava tudo muito silencioso. Não sei o que fazer. Ele está se aproximando mais e meu coração está prestes a sair dos trilhos. Eu não estou conseguindo fugir.

Eu acho que ele pensa que está namorando de verdade. Ele deveria fazer isso quando tivesse alguém de testemunha.

— É... - Concordei, saindo um pouco de perto dele. - Mas é só de brincadeira. Vem, vamos fechar tudo aqui e vamos para casa se quisermos jantar cedo.

O sorriso dele murchou.

— Claro... - Suspirou ele. - Vamos.

xxxxx

Depois de ambos terem tomado um banho caprichado, estávamos praticamente prontos para sairmos. Eu estava me sentindo estranha. Eu ia sair sozinha com ele. Isso é um encontro, não é? Ainda mais que eu estou achando que estou me atraindo por ele...

Ele vestiu uma camiseta vermelha com calção jeans e um tênis. Sorte que o friozinho tinha dado uma trégua.

Eu estava com uma camiseta preta com desenhos brancos, calças jeans pretas e uma sandália. Estava com meu bracelete da sorte também.

Parece que finalmente estou começando a sacar o que Garfield pensa. Meus poderes estão voltando, acho.

— Vamos? - Perguntei, após Garfield estar um longo tempo no quarto, passando perfume.

— Bora. Nossa, que bonita.

Sabia que era brincadeira, mas fiquei meio sem graça.

— Eu sei. - Brinquei. - Onde vai ser a janta?

— Naquele restaurante perto da escola, o Hideki Sushi.

— Ah, lá é muito bom.

— Quando eu tirar a habilitação, podemos ir de carro. Mas primeiro, preciso estudar para as provas. Sorte que já fiz umas aulas com meu pai nas férias.

— Olha só, vai finalmente tirar a habilitação. - Brinquei, rindo.

— E você já tirou a sua?

Fiquei quieta. Não tirei ainda minha habilitação.

— Ainda não. Não ligo muito para essas coisas.

- Saquei. Mas quando eu tirar a habilitação, quero te levar para onde você quiser.

Eu corei, por isso não virei o rosto para ele.

Resolvi brincar para esconder a vergonha.

— É bom mesmo!

Ele riu e fomos a pé para o restaurante. Estou torcendo para não ter nenhum conhecido no caminho e nem lá. Foi tortura demais ver a Tara hoje, espero que ela não esteja lá.

Mas algo pior que a Tara estava lá e se chamava "Pais meus e do Garfield"!! Estamos ferrados!

— Essa não... Olha quem está lá... - Falei baixinho para ele.

— Droga... - Ele sussurrou de volta. - Devemos sair de fininho?

— Agora não dá mais. Eles nos viram. Vamos cumprimentar.

Fomos de sorrisos amarelos até eles e é claro, mãos dadas. Eu queria morrer por isso.

POV Garfield

Eu gosto de segurar as mãos das garotas. A da Rachel é macia e boa de segurar, eu gosto. Mas estou com tanta vergonha agora, que estou com vontade de me esconder. Mas preciso ficar firme e impressionar as pessoas, principalmente ela.

Segurei firme a mão dela e fomos até eles, que espantosamente estavam todos juntos numa só mesa.

— Filhos! Que surpresa! - Minha mãe disse, sorrindo.

— Bota surpresa nisso. - Falei entre dentes para Rachel, que segurou o riso.

— Olá, pai, mãe. - Rachel estava tão surpresa quanto eu.

— Ah, a juventude... Não queríamos atrapalhar seu encontro! Acho melhor irmos embora! - Falou a mãe da Rachel.

— Não! Apenas se quiserem ir! Mas estamos bem, né, Rachel?

— Aham. - Ela deu um sorriso amarelo igual ao meu.

— Vamos deixá-los em paz. - O pai dela disse. - Garoto, cuide bem da minha garota.

— Pode deixar, senhor! - Fiz como um soldado e por impulso, apertei a mão da Rachel para passar segurança.

Eu acho que ela não gostou muito disso.

Quando finalmente estávamos sozinhos, suspiramos aliviados. Começamos a comer e a rir da situação. Finalmente estamos nos dando bem afinal.

O que faltava agora era a Tara aparecer. Mas nem quero pensar nela agora.

Mas que azar o meu... Ela tinha acabado de chegar. Acho que a Quel não percebeu isso ainda. Quando a Tara me viu, eu fiz questão de segurar a mão da Rachel bem firme, deixando-a confusa e um pouco envergonhada diante daquela situação. Vi o rosto dela ficar preenchido com um tom de rosa, quase vermelho.

— O-o que foi?

— É a Tara. Apenas siga meu jogo. - Pisquei para ela.

Mesmo parecendo confusa, ela sorriu e entendeu.

— Deixa comigo. - Ela piscou também.