POV Garfield

Um novo dia nasceu. Acordei com um sorriso, lembrando de tudo o que tinha acontecido. Eu consegui me confessar para ela e ela também se confessou para mim. Eu não podia estar mais feliz!

Porém... Ainda não a pedi em namoro oficialmente! Será que ela acha que já é oficial? Eu estou com vergonha de perguntar, dá para acreditar?

Hoje é domingo, dia de fazer vários nadas. Mas o que eu gostaria de fazer hoje é ir a um encontro legítimo com ela. Ela, a garota misteriosa linda que eu amo, Rachel Roth.

Estou parecendo um babaca suspirando pelos cantos.

Fui até a cozinha, sendo conduzido por um perfume maravilhoso de lavanda.

— Bom dia. - Falei, sorrindo.

— Bom dia. - Vi que ela estava meio sem jeito, porém sorriu também.

— Foi louco o dia de ontem, né?

— E como... Foi o dia mais diferente da minha vida. - Falou ela, sem tirar os olhos do fogão.

— O que quer fazer hoje? - Perguntei.

— Dormir.

— Qual é! Não pode estar falando sério...

— E não estou. - Ela disse, tentando não rir. - Te enganei.

— Ahh, malvada! - Fiz biquinho, mas comecei a rir depois.

Eu gosto dessas pequenas provocações. Agora eu sei que isso acontece porquê nos gostamos.

— E você? Vai fazer o que hoje? - Perguntou ela, servindo café para nós dois.

Eu pensei um pouco.

— Ficar em casa vai ser muito monótono... Vamos sair de casa para algum lugar? Uma escalada, um piquenique, um passeio de barco, ir ao parque de diversões, ao cinema, não sei...

— Podemos fazer tudo isso. - Ela disse, e eu não achei má ideia.

— Sim, vamos fazer isso! Aí, mais para frente, se achar que devemos, vamos viajar juntos!

Vi o rosto ruborizar.

— M-Mas não vou fazer nada estranho com você! Relaxa!

— Eu sei, idiota. Eu não iria deixar.

POV Rachel

Viajar junto com esse cara? Só nós dois? Isso é programa de casal, certo? Somos um casal oficial agora que confessamos nossos sentimentos? Ele não me pediu em namoro (oficialmente). Vai ver ele acha que estamos namorando oficialmente.

— Então, vai querer sair comigo hoje? - Ele perguntou e fiquei hesitante para responder.

— Acho que não tem problema, né? - Respondi, mas estava envergonhada ao pensar que esse encontro seria "real".

— Claro que não. Será um encontro de verdade. - Garfield sorriu e eu me obriguei a sorrir também.

— É... De verdade... - Repeti as palavras dele, tentando fazer a ficha cair.

Ele pegou o celular e digitou alguma coisa.

— Essa é uma boa montanha para escalarmos. - Ele mostrou-me a foto de uma montanha no celular. - O dia está lindo! Vamos levar uma cesta de piquenique para comermos no parque, após o passeio de barco! Mais tarde, vou te levar ao parque de diversões e quem sabe mais para frente, podermos ir numa viagem...

— Vai com calma, Garfield, está me deixando zonza com tanta coisa!

— É que eu tô muito empolgado! - Declarou ele, mas tava na cara que estava empolgado.

— Então... Que horas devemos sair?

— Depois do almoço, talvez. Mas se você quiser, podemos ir antes do almoço.

— Mas eu nem preparei nada para o piquenique. - Falei.

Garfield bateu com a mão na testa, dizendo "É verdade!". Eu ri do jeito dele.

Arrumei alguns sanduíches, algumas frutas, um pouco de suco, alguns biscoitos, alguns salgadinhos, também comprei alguns salgados e iria levar uma bolsa térmica para tomarmos sorvete.

Peguei minha câmera. Vou adorar registrar os momentos. Estou pensando em escrever um livro e as fotos vão me dar bastante inspiração.

Após um leve almoço (apenas uma macarronada), nós nos arrumamos. Ele colocou uma camiseta preta, com um moletom roxo por cima, também colocou uma calça rasgada e seus desgastados tênis preto com branco.

Eu fui com uma regata preta, um colar de yin yang, um brinco de argola pequena, batom roxo, levei uma blusa que por coincidência também é roxa. Coloquei meu bracelete da sorte, passei um perfume leve, coloquei minhas calças rasgadas também e tratei de colocar minha bota de All-Star preta.

O dia está com um clima agradável. Afinal, estamos na primavera.

— Estou levando protetor solar. - Eu falei.

— Ahh, meleca branca!

— Vai passar sim, mocinho! Senão, vai reclamar depois de queimaduras!

Rimos com essa "discussão". Essas nossas intrigas sempre aconteciam, mas agora estávamos mais "toleráveis" um com o outro.

POV Garfield

Clima agradável, ótima companhia... O dia será perfeito!

— Mas e aí... Vamos de táxi? - Ela indagou, pegando nossas coisas.

— É o jeito. - Choraminguei. - Enquanto eu não tirar a carteira, vai ter que ser assim. Vou ver se começo semana que vem.

— Bom mesmo. - Ela brincou.

— E aí, posso ir até os confins da Terra com você. - Eu sorri com esse pensamento.

Mas vi que ela ficou toda corada.

— M-Mas de um jeito bom, tá? - Eu consertei, pois era capaz de ela pensar que eu estava pensando em algo pervertido. Mas juro que não foi por mal.

— T-Tá bom, eu entendi. Babaca. - Ela respondeu, meio envergonhada ainda.

— Também te amo. - Falei, sorrindo.

Ela nem olhava na minha cara, mas isso não importava. Ela estava ali, do meu lado. E iria passar o dia comigo.

Pegamos o táxi até a montanha que iríamos escalar. Colocamos as roupas especiais.

Escalei poucas vezes na minha vida. Mas até que é divertido.

— Você já escalou antes, Rachel?

— Nunca, mas não deve ser tão difícil...

— Eu não teria tanta certeza disso. - Eu sorri, pois falei a mesma coisa quando comecei.

Ela foi subir um pouco e logo tropeçou, quase caindo, mas eu a segurei e ela ficou olhando para mim e eu para ela.

— Eu avisei, gatinha. - Dito isso, toquei no nariz dela.

— Bobão. - Ela reclamou, dando um sorriso. - Me tira daqui!

— Por mim, eu nunca mais te soltava.

— Eu sei, mas é sério. ME LARGA!

Depois desse grito, eu a soltei. Vai saber o que ela vai fazer se eu não obedecer?

— Que tal uma coisa mais fácil? Boliche, por exemplo? - Sugeri.

— Você chama boliche de fácil? Eu chamaria de "impossível". - Ela cruzou os braços, voltando a ser a velha Quel marrenta.

— Mas tem que ir tentando. É divertido. - Eu falei, tentando convencê-la. - Ou você tem medo de perder para mim?

— Não! Nunca! Vamos jogar boliche!

Toquei no ponto fraco dela. Ego. Nisso, somos parecidos. Detesto ser contrariado.

— Tá legal... - Eu disse, rindo. - Conheço um lugar que é um bar-lanchonete-boliche-karaokê. Topa?

— E o piquenique?

— Vamos fazer ainda, claro! Que tal... Agora?

— Não acha que é cedo para comer? - Perguntou ela.

— Então vamos apreciar o ar livre enquanto esperamos a fome vir. Vem! - Peguei na mão dela, levando-a comigo.

— Como assim? "Apreciar o ar livre até a fome vir"? Essa é nova pra mim. - Comentou Rachel, rindo atrás de mim.

— Coisa minha. - Respondi, piscando.

Estendemos a toalha embaixo de uma árvore. Não era qualquer árvore. Era uma linda cerejeira branca. As pétalas estavam caindo e isso deixava o cenário ainda mais bonito. Comecei a tirar as coisas de dentro da cesta.

— Que dia lindo e que árvore linda também! - Ela comentou, tirando fotos com a câmera e com o celular.

— Lindos como você. - Eu disse.

— Você não cansa de ser conquistador, não? - Ela perguntou, mas estava se segurando para não sorrir.

— Se eu cansasse, não teria conquistado você. - Eu acariciei o queixo dela, lentamente.

Vi que ela ficou um pouco vermelha.

— Não foi só isso que me conquistou.

— O que foi então? - Perguntei, comendo um dos sanduíches. - Que delícia esse sanduba!

Ela riu.

— Não sei o que me conquistou.

— Ah, assim não vale, sua boba.

— E o que eu fiz para conquistar você? - Ela perguntou.

— Aí são outros 500...

— Tá vendo? Você também não fala! - Ela disse, me batendo de leve e rindo.

Eu fui obrigado a rir também.

— Precisa falar primeiro, já que você é a mais fechada!

— Nada a ver!

Ficamos rindo e comendo um tempão.

Depois de comer, deitamos um do lado do outro, observando as nuvens. O dia estava realmente perfeito. E eu estou mais feliz por ela estar aqui comigo.

— O dia está perfeito. - Eu disse.

— Está mesmo...

Sem dizer nada, coloquei a mão sobre a dela. Por incrível que pareça, ela deixou. Foi muito bom ficar de mãos dadas com ela.

— Vamos tirar fotos? - Perguntei.

— Nossas?

— Por que não? As fotos sempre ficam melhores quando estou nelas. - Dei meu sorriso arrebatador.

— Que convencido que você é. Vamos nessa. - Ela riu, pegando o celular, se preparando para tirar fotos nossas.

Tiramos várias fotos, rimos bastante, brincamos de correr atrás do outro, nos molhamos no lago do parque, andamos de barco até umas 16:00. Depois disso, guardamos nossas coisas e iríamos para o próximo destino.

— Que tal acamparmos hoje?

Ela me olhou, assustada.

— Na mesma barraca?

— Qual o problema?

— É que...

— Tudo bem se não quiser...

— Se for em outra barraca, eu aceito.

Eu sorri. Melhor do que nada.

— Fechado! Vamos agora para o boliche?

— Vamos! - Ela respondeu, parecendo animada.

Fomos de mãos dadas... Porém, eu ainda não havia pedido para namorar sério... Será que ela já sabe que é sério? Meu Deus, como isso é difícil...