Éponine me olhou assustada, mas depois sorriu...

Monsieur Enjolras! Está me perseguindo? – Ela perguntou rindo

– Não, não... Mas... Eu não sabia que você era garçonete... – Respondi e ela ficou vermelha

– É o restaurante dos meus pais... – Ela respondeu

– Não se sinta envergonhada por isso mademoiselle! Esse restaurante é muito chique! – Disse e ela sorriu

Bon appétit! – Éponine disse e saiu

Depois que acabamos de comer voltamos para casa, meus pais não paravam de me encarar.

– O que é? – Perguntei perdendo a paciência

– Aquela é a garota? – Minha mãe perguntou – A que você foi visitar hoje?

– Sim, qual o problema? – Perguntei impaciente

– Não, nenhum... Ela é muito bonita... – Meu pai disse

Oh! Pour Dieu! Em momento algum disse que estávamos namorando! Nem que ficaríamos juntos, nem nada disso! Só porque fiz um ato de gentileza quer dizer que estou apaixonado? – Disse quase gritando

– Ás vezes estamos apaixonados, mas não percebemos... – Minha mãe disse

– Céus! Será que não entendem que não estou apaixonado e pretendo não me apaixonar? – Perguntei

– Todos se apaixonam filho... – Minha mãe disse

– Mas eu não, esse assunto se encerrou... – Disse indo pro meu quarto

Meu celular começou a vibrar, apanhei-o. Era um número desconhecido...

‘’Bonjuor Monsieur! Quero-lhe agradecer novamente pelos livros, comecei a ler O Sol é Para Todos, poderia ler esse também monsieur...

Aliás, quem me passou seu número foi Cosette... Espero que não se assuste...

Talvez se assuste mais com meu pedido... Queria te pedir para sair comigo, não exatamente um encontro, só um passeio, hoje á noite. Espero sua resposta.

Tenha um bom dia monsieur! Assinado: Mademoiselle Éponine.’’

Sorri com aquela mensagem, gravei o número de Éponine em meu celular e respondi...

‘’ Bonjuor Mademoiselle! Não é por nada...

Tudo bem, assustei no começo mas... Está tudo bem... E é claro! Onde gostaria de ir Mademoiselle?

Assinado: Monsieur Enjolras.’’

Depois de alguns minutos ela mandou uma mensagem falando que poderíamos passear um pouco em uma pracinha. Aceitei o pedido e olhei o relógio. Eram 16h02min. Eu e Éponine iríamos sair as 18h00. Então eu tinha um tempinho.

Fiquei lendo até as 17h30min, depois fui me arrumar, tomei banho – um banho extremamente demorado, – olhei no relógio e já era 17h42min. Coloquei uma roupa e sai correndo de casa, foi ai que reparei que meu cabelo estava pingando. Voltei para casa e fui direto para o quarto da minha mãe, ela me olhou assustada...

– Mãe! Me empresta sua secadora! – Pedi e ela me olhou mais assustada ainda, não disse nada, apenas pegou o secador na gaveta e me deu.

Saí correndo para o banheiro. Sequei o cabelo o mais rápido possível, meu cabelo ficou meio cacheado, o que eu odeio, mas não liguei, apenas devolvi o secador para minha mãe e corri em direção a pracinha. Meus olhos alcançaram Éponine andando de um lado para o outro, e logo sentando-se e um banquinho. Ela olhou para o seu relógio de pulso e cruzou os braços. Fui correndo em direção dela, quando me viu, levantou-se.

– Porque demorou tanto? – Ela perguntou

– Que horas são? – Perguntei

– 18h01min! – Ela respondeu e eu ri, logo ela riu comigo. – Seu cabelo! Ele está... Está... Está cacheado!

– Ah sim! Eu sei ! Est terrible! – Respondi e ela começou a rir

– Não! Está lindo! – Ela disse

Começamos a passear e conversar até que chegamos ao assunto que eu estava conversando com meus pais a horas atrás...

– E o seu coração monsieur? – Éponine perguntou

– Creio que esteja batendo mademoiselle... – Respondi e ela riu

– Isto é bom... Mas quero dizer se há alguma garota em seu coração... Todo mundo é apaixonado por alguém – Ela respondeu

– Bem... Como minha mãe dizia... Eu não sou todo mundo... Mas, eu não entendo pra que se apaixonar... Pra que se envolver com outra pessoa. Acho que o mundo já tem falsidade demais, tristeza demais para mais isso... – Respondi

A vida só é vida se for vivida e envolvida na vida de outra vida... – Ela recitou um trecho de algum livro sorrindo

– De que livro é esse trecho? – Perguntei

Crepúsculo... – Ela respondeu sorrindo

– Gosta de Crepúsculo, mademoiselle? – Perguntei

– Gosto... Gosto sim... E você monsieur? – Éponine perguntou

– Só vi os filmes – Respondi rindo – Mas prefiro Jogos Vorazes! – Respondi e ela riu

Continuamos conversando por algum tempo até que Éponine disse que tinha que ir. Nos despedimos e fui para casa. Abri a porta e minha mãe e meu pai estavam assistindo TV, sentei no sofá com eles para ver o que eles estavam assistindo. Crepúsculo. Sorri com aquilo. Me fez lembrar de Éponine.

– Onde estava? – Minha mãe perguntou

– Eu saí... Pra pracinha... – Saí de lá antes que me perguntassem com quem, pois sei que se respondesse, eles iriam continuar com aquela conversa...

Fui para a cama e pensei um pouco no dia de hoje, logo, adormeci...

...

Acordei e fui para a cozinha. Peguei ovos e bacon e fiz meu café, subi para ver se meus pais estavam dormindo. Estavam. Fiquei com pena deles por ter agido daquele jeito com eles, então voltei para a cozinha, comi meu café da manhã enquanto preparava o deles. Fiz ovos, bacon, suco de laranja, bolachinas, panquecas e fiz Maple Syrup.

Preparei a mesa e deixei um recadinho pedindo desculpas. Fui pro quarto e troquei de roupa, peguei meus livros e fui pra universidade. Entrei e vi Marius, Joly, Grantaire e Jehan conversando. Fui em direção deles e eles sorriram...

– Cadê o Combeferre, Bossuet e o Courfeyac? – Perguntei

– Bossuet e Courfeyac já estão na aula deles. Quanto á Combeferre não sei. – Marius respondeu

– Eu fiquei sabendo que ele pegou uma gripe – Joly disse e estremeceu, logo depois saiu e foi para o seu curso.

– Bom... então tá... Vou indo então, tchau... – Disse me despedindo

Fui em direção a sala de Psicologia, fui pro meu lugar e fiquei esperando o professor chegar. Depois de alguns minutos o Monsieur Civinsk entrou na sala. Me ajeitei na cadeira e ele começou a dar aula...

Quanto a aula acabou, me dirigi a aula de Economia Política. A caminho da sala trombei com uma garota...

–Certamente monsieur... Acho que está me seguindo... – A garota disse

– Éponine? O que faz aqui? – Perguntei

– Estudo aqui monsieur! – Éponine respondeu

– Ah, e você cursa o que? – Perguntei

– Curso gastronomia... E você? – Éponine perguntou

– Curso direito... – Respondi

– Estou atrasada pra minha aula, nos vemos por ai monsieur! – Ela disse se afastando

– Eu também... Até mademoiselle! – Disse me afastando Entrei na minha sala e fiquei esperando a Mademoiselle Brachfichy entrar. Depois que todas as aulas acabaram fui para casa. Abri a porta e vi minha mãe, meu pai e uma garota na sala...

Surpresa! – Eles falaram