Olhei para a garota que estava com meus pais, demorei alguns segundos para finalmente a reconheci.
– Rosa! Que saudades! – Disse correndo em direção dela.
– Também tava com saudades irmãozinho! – ela disse me abraçando
Ficamos conversando por alguns minutos até ela decidiu descansar, meu celular começou a tocar, era Marius
– Alô? – Atendi
– Enjolras, nos encontre na casa da Éponine... – ele disse
–Por que? – perguntei
–Só pra se ver cara! Somos amigos! – Ele disse rindo
–Quem vai? – perguntei
– Só eu, você e a Cosette... Os outros não poderão comparecer... – Marius respondeu
–Em que momento eu disse que vou? – perguntei
– Te espero na casa da Éponine, tchau cara... – Ele disse desligando.
Guardei meu celular no bolso e saí correndo em direção a casa da Éponine, passado alguns minutos, cheguei lá. Entrei no elevador, apertei o andar e fui em direção a porta do apartamento dela. Apertei a campainha e Éponine atendeu, do jeito de sempre, com o cabelo bagunçado e cara de sono.
– Oi Enjolras! Estávamos te esperando, entre! – Ela disse abrindo a porta
Sentei do lado de Marius, que estava assistindo TV. Ficamos conversando e depois Cosette deu a dica de jogarmos algum jogo, começamos a jogar Detetive, mas o jogo acabou em briga por que todos acharam que o Marius estava roubando. Ficamos horas conversando, comendo, assistindo TV, e comendo ainda mais, que nem percebemos que o tempo estava passando. Olhei no relógio e era 00h18min. Me despedi deles e voltei pra casa, onde meus pais e minha irmã estavam conversando. Eles me olharam e minha mãe me olhou preocupada.
–Onde você estava? – Ela perguntou
–Na casa da Éponine – respondi indo pro meu quarto
–Você tem uma namorada? – Rosa perguntou
–NÃO! – eu gritei, percebi que tinha sido grosso e tentei consertar isso – Me desculpe... É que... Sabe... A mamãe e o papai já me deixaram bravo com isso... Me desculpe, não queria descontar em você...
– Tudo bem, mas mesmo assim, você ta me devendo pela vez que você falou pra família toda que eu estava apaixonada pelo garoto mais feio na minha sala... – Ela disse rindo
– Eu tinha 13 anos... – Respondi rindo
–Mesmo assim, eu paguei um mico... – Ela riu
Desejei boa noite para eles e fui pro meu quarto, tomei banho e fiquei lendo Sombras da Noite, logo adormeci...
[...]
Acordei e vi uma cartinha da minha mãe na minha escrivaninha. Apanhei-o e comecei a ler.
‘’Filho, eu, seu pai e sua irmã fomos dar uma volta na cidade.
Seu diretor ligou e disse que hoje o seu curso é de noite, seu celular tocou várias vezes quando você estava dormindo.
É isso filho, deixei o almoço no forno. Volto as 15:30.’’
Olhei o meu celular e eram 14:02. Fui ver quem tinha ligado. Era Éponine. Liguei de volta pra ela.
–Enjolras? – Ela atendeu
–Oi Éponine...
–Quer almoçar comigo? - ela perguntou
–Ahn... Claro!
–Legal. Vou passar ai...
–Sabe meu endereço?
–Claro, o Marius me passou... Tchau monsieur! Te vejo daqui a pouco... – ela desligou.
Fui me vestir, olhei no forno o que minha mãe tinha colocado, era salada com molho de salmão e risoto. Eu odiava aquele molho. Minha mãe achava que eu amava.
Fiquei passeando pela casa enquanto esperava Éponine. Logo a campainha tocou. Era Éponine. Ela sorriu pra mim e apontou para um carro.
–Vem! – Ela disse e eu a segui
Entramos no carro e fomos para o mesmo restaurante onde descobri que ela era garçonete. O nome era Le’ Thénardier.
–Seu sobrenome é Thénardier? – perguntei me sentando
–É, é sim... – Ela respondeu rindo
Ficamos conversando até que ela começou a olhar para a porta, onde tinha um casal...
–Era só o que me faltava – Ela murmurou...
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