Fomos para Franklin no dia seguinte, a viajem foi silenciosa e longa. Digamos que por ser uma viajem em família foi mais tediosa que o normal. Chegamos á tal cidadezinha no cair da tarde, a casa que meu pai havia encontrada era linda, e bem mais espaçosa do que a casa que tínhamos em Meridian. A frente dela era de um branco gelo impecável, o que á fazia combinar com o clima frio da cidade.

Franklin era o tipo de cidade acolhedora, bem típica, cidade do interior. Mal entramos em casa e vizinhos já apareceram trazendo guloseimas de boas vindas. Realmente, a cidade não era de um todo ruim, as pessoas eram acolhedoras demais, o que me deixou um pouco receosa em relação ao resto da cidade, será que eles aceitariam o meu jeito de ser diferente do que eu era obrigada a viver em Meridian? Bom, até agora era o que estava parecendo ser. Com muito custo consegui guardar minhas coisas no meu quarto, que era amplo e... Rosa... Logico que aquela cor tinha sido ideia da minha mãe, mas eu não quis contraria-la. O que eu mais tinha gostado naquele quarto era a escadinha que levava ao guarda roupa, um carpete cheio de estrelas dava a impressão que eu estava andando na galáxia, isso era legal. Meu piano coube perfeitamente no outro canto do quarto, e eu agradeci a Deus por isso mentalmente, eu odiava plateia quando eu estava no meu momento musical. Ajeitei a coxa de cama na minha nova cama (exageradamente e sem necessidade) de casal. Eu poderia muito bem dormir numa cama de criança, mas minha mãe disse que ela me seria útil algum dia e eu não quis me aprofundar naquele papo. Conversa sobre garotos era o que eu mais evitava ter com qualquer um dos meus pais... Guardei meus rascunhos de musicas na gaveta do criado mudo e olhei aquele quarto imenso e quase vazio, eu não tinha muita coisa pra preenchê-lo, o que não o deixava vazio demais era a cama, um criado mudo, uma escrivaninha com um computador e meu piano, o guarda roupa ficava no segundo andar, em um cômodo pequeno. Quando terminei de guardar todas as minhas coisas eu resolvi sair para “conhecer” meu novo lar. Estava caminhando devagar pela cidade quando ouvi alguem me chamar. Não olhei, talvez fosse coisa da minha cabeça, ou talvez fosse apenas uma coincidencia, afinal, Hayley é um nome bastante comum nos EUA...

- Hayley? – A voz masculina gritou novamente agora a pouco metros de mim, eu me respirei fundo e fui diminuindo o passo até sentir alguem segurar o meu braço, quando me virei tomei um susto – Hayley? Hayley Williams?

- Dave?! – Eu disse surpresa, ele abriu um sorriso lindo e me deu um abraço apertado me carregando um pouco – Dave! Como você esta? Nossa! Quanto tempo...

- Pois é pequena! Quanto tempo! Ei... espera ai? O que você está fazendo aqui em Franklin?

- Bom, digamos que eu me mudei pra cá... – eu disse dando um sorriso torto.

Dave era meu amigo desde que erámos duas crianças, ele morava em Meridian mas depois que o pai dele faleceu ele se mudou e acabamos perdendo contato, e eu acabei me esquecendo que ele havia se mudado pra Franklin. Ele estava bastante diferente desde a ultima vez que eu havia o visto. Agora, ele tinha uma franja enorme tampando um dos olhos e o cabelo batia na altura do ombro, quando ele tinha se mudado de Meridian ele era um menino magrelo e alto, agora era um rapaz espichado e robusto. Eu não podia negar que ele tinha se tornado um belo rapaz.

- Sério? Você vai morar aqui em Franklin?? Que ótimo pequena! – ele disse me apertando nos braços dele de novo.

Nós dois ficamos conversando por um bom tempo na pracinha ate que ficou a noite e meus pais começaram a ligar no meu telefone. Dave foi um cavalheiro e me levou ate em casa e prometeu me visitar qualquer dia.

Quando entrei em casa meu pai estava deitado no sofá assistindo á um jogo de Football na tevê. Dei um beijo nele e depois subi correndo para o meu quarto, estava tão cansada que acabei tomando um banho e desmaiando na minha cama.

O dia seguinte seria um dia longo.