A loira enfurecida aguardou um tempo se preparando mentalmente para um castigo certeiro após dissesse o que estava presso a sua gargada para o mestre. Mas estava decidida, independente do que sofreria depois, iria fazê-lo.

Respirou fundo pela a ultima vez adquirindo a cara mais séria que podia - O que devido sua situação, convenhamos, não era muito difícil - e abriu a porta bruscamente atraindo a atenção de todos que pararam o que faziam para olharem surpresos a garota que olhava apenas fixamente para frente indo em direção de Magnumque.

Pessoas como Sucker e Enma olhavam temerosos para a loira sendo um dos únicos da guilda que já tinham conversado com ela antes.

– Ora, ora, para quem devo a sua visita inesperada? - Pergunta o mestre sorrindo desdenhoso ao ver a loira a sua frente.

A garota ergueu a sua mão espalmada a direcionando diretamente no rosto esquerdo do homem que virou o rosto com o ataque.

O rosto pálido do homem ficou com uma marca em um vermelho forte que mostrava certinho a forma da mão da loira em sua bochecha esquerda, o seu rosto demonstrava espanto mediante a ação da Heartfilia.

– Seu cafajeste imundo! Ninguém tem o direito de tratar assim os outros, como se fossemos vermes! Ou até mesmo pior que isso!! - Exclama alterada quando o homem continuava a encarar o nada estasiado.

– Pff… HAHAHAHAHAHA!! - Gargalhou maldosamente.

– Você é a quem menos tem direito de reclamar Nekool, você não faz nada e ainda vive numa situação melhor até mesmo dos meus escravos particulares! - Retruca debochado.

– Está merecendo uma punição! - Murmura friamente parando de gargalhar e utilizando o antigo chicote de Lucy contra esta.

Mas, a garota desviava habilmente.

– Eu reconheço que a minha condição é muito melhor do que muitos aqui e isso me enraivece! Você me traz aqui e nem fala o motivo! Eu apenas fico aqui, olhando todos sofrerem sem poder reclamar ou os defender! O que afinal você quer de mim?! - Indaga finalmente parando e segurando a ponta do chicote ignorando a magia de raio que a envolvia.

– Eh… Então finalmente consegui de irritar hein?! - O mestre voltou a sorrir maldosamente - Pois bem, imagino que já conheça o dragão não? Ou não estava lá encima durante os últimos dias? - Retruca vitorioso ao vê-la encabulada a frase ouvida.

– Ah! Não vai me dizer que… Não!! Vocês dois acreditaram mesmo que eu não tinha percebido?! Como são ingênuos… Tão ingênuos… - Ele fala em falsa surpresa e deboche a irritando ainda mais.

– Mas fique tranquila! Você não vai sofrer nada por isso - Falava como se estivesse falando com uma criança pequena - Não… Quem vai sofrer vai ser aquele animal repugnante… - Fala fazendo uma careta enojado.

Lucy o fitou ainda mais intensamente, sua aura mágica emergia pesadamente em volta de si sobriamente.

Fato notado por Magnumque.

– Ficou irritadinha foi? - Perguntou infantilmente - Pois saiba que eu também estou! Vocês dois vão pagar caro por suas insolências!! - O mestre levantou de sua cadeira e passou a atacar bruscamente Lucy até que um forte chute no meio de sua barriga a vez chocar contra a parede a quebrando

Lucy transtornada caiu entre os destroços com um filete de sangue escorrendo pelo canto de sua boca, sentia que tinha quebrado ao menos uma costela com o impacto.

– Você é tão fraca quando o seu pai… - Afirma asquerosamente cuspindo em sua direção.

Uma raiva enorme cresceu na garota por o homem a sua frente ter mencionado de seu falecido pai.

– Tão insolentes… Tão teimosos… Os Heartfilias são ridículos! A única coisa boa de sua família medíocre era a gostosa de sua mãe! - Ele a ergueu pelos os cabelos visivelmente longos e mal cuidados da maga celestial - Os seus genes fazem corpos maravilhosos - Passou a língua nos lábios os umedecendo - Mas essas arrogancias de todos vocês… - Enraivecido deu uma joelhada na barriga da loira e a levando a beira do corredor, caso a soltasse ela cairia todos os andares até chegar ao chão. Uma queda daquela altura seira morte certa.

– Desculpe-se - Ordenou a loira.

Lucy com muita dificuldade cuspiu na cara do mago o deixando mais irritado ainda puxando ainda mais forte o seu cabelo.

– Magnumque-sama! - Chamou Sucker meio desesperado, mas tentando permanecer firme.

O homem olhou irritado para o seu escravo que engoliu em seco.

– O… P-Plano… - Gaguejou sem jeito com o olhar mortal lhe direcionado.

– Ah sim! O plano… Bem lembrado Sucker! - O mestre sorriu maldosamente - Você ainda vai se ver comigo Heartfilia - Ameaça a jogando novamente para trás a fazendo acertar a parede novamente, desta vez, sem a quebrar, mas quebrando mais costelas de Lucy.

Magumque voltou a se divertir como se nada tivesse acontecido e mandou os servos mais forte reconstruírem a parede e proibindo de qualquer um ajudar a maga celestial.

***&***

Horas se passaram na quais Lucy ficara ali sem conseguir se mover sendo chutada por alguns magos, recebendo cuspes e risadas maldosas de outros, alguns até aproveitaram a situação da arisca Nekool para abusarem de seu corpo enquanto a maga irritadiça segurava o choro bravamente se amaldiçoando por não conseguir sair dali.

– Tsk…

Estralou a língua quando as lágrimas finalmente passaram a rolar livremente por o seu rosto pálido e com o resto de suas forças passou a se arrastar para fora dali. Mesmo sem poder se levantar utilizava das pontas dos pés e ao queixo para se mover para longe dali.

– Princesinha complicada… - Ouviu uma voz masculina e em seguida se sentiu sendo carregado como uma princesa por alguém.

Seus olhos embasados ofuscava a imagem do homem, ela pensou reagir, se remexer, mas o seu corpo cansado e dolorido não a obedecia, pensou em falar mas sua garganta estava seca e lhe era exigido um esforço enorme para tal.

Estava totalmente derrotada e a mercê de quem quer que a estivesse a carregando. Então, resolveu dormir.

***&***

A maga acordou, mas seus olhos estavam pesados e a remela neles complicava a simples ação de abri-los. Novamente tentou mexer, novamente seu corpo cansado e dolorido não a obedecia, tentou abrir a boca para pronunciar algo, mas as palavras não viam.

– Desista, você vai ficar impossibilidade de se mexer durante alguns dias, você vai ficar sem conseguir enxergar por algumas horas graças a o remédio que eu de dei, mas no caso de sua fala é apenas tomar água, mas eu não tenho aqui e vai ser perigoso sair para pegar… - A mesma voz que ouviu antes de ser carregada se pronunciou.

Surpresa, Lucy finalmente abriu os olhos contrastando estar tudo realmente embasado e sem foco, não conseguia enxergar muito além de um palmo na sua frente direito.

Suspirou, mas tal ato lhe forçava pulmões e garganta lhe causando um enorme desconforto.

Que maravilha, nem suspirar direito conseguia!

– Alias, o meu nome é Thairo e graças a você estou ferrado, muito obrigado - Agradeceu sacarstico, mas riu em seguida.

Lucy novamente tentou retrucar. Inutilmente, pensou em suspirar novamente, mas lembrou que nem isso conseguia então apenas fechou a cara emburrada.

– Oya… Você é mesmo bem arisca não? - Comenta brincando o que faz a garota apenas fechar os olhos e virar o rosto para o lado oposto da voz.

– Você é bem difícil… E insensata, nunca vi ninguém fazer o que você fez! Foi incrível! Insensato, mas incrível!! - Elogia animado ao lembrar das palavras proferidas de Lucy para o mestre.

– Sinceramente, sempre quis fazer isso, mas não tenho coragem - Confessa num tom triste.

– Na verdade, se pudesse já teria saído dessa guilda maldita a tempos! - Alega meio animado - Mas… Não posso fazer… - Completa melancólico.

Lucy se viu curiosa, pelo o que tinha entendido, tinha algo que o prendia ali e não era o medo.

Resolveu por hora deixar isso de lado, estava incapacitada de falar para lhe fazer qualquer pergunta, além de obviamente não ter nenhum tipo de intimidade.

Estava preocupada, preocupada com o que poderia acontecer com o dragão, afinal, apesar das discussões, poucas falas e frieza para si, realmente tinha gostado dele, se sentia de uma forma que nunca mais sentiu, se sentia em paz, num conforto em família. Era ridículo, no curto tempo que ficou com ele ele só lhe direcionava palavras frias e amendrontadoras. Muitos teriam ficado com medo, mas Lucy estranhamente se sentiu como se estivesse em família novamente.

Droga… Tinha prometido a si mesma que iria bloquear seus sentimentos quando estivesse ali, e olha agora o que deu! Todos que resolve se abrir ou quem lhe ajudasse acabava pagando o preço!

E novamente, o pensamento de morte lhe veio a mente.

Não era poucas as vezes que ele lhe ocorria, parecia ser a saída mais simples, deixaria de fazer todos ao seu redor sofrer…

Mas, sempre que pensava nisso, se lembrava de Flare, da sua família da Fairy Tail, amavá-os e não estava pronta para deixá-los para sempre, não era por isso que estava ali? Para protegê-los mesmo que isso lhe custasse sua liberdade? Não podia desistir, não agora.

Tinha que fazer alguma coisa… Mas o quê? Nem em condição de falar estava!

– Sabe… As vezes queria poder fazer alguma coisa… - Murmura o homem, Lucy sente um peso a mais sobre a cama então imaginou que ele tinha sentado nesta.

Espera… cama? Os únicos ali que tinham cama eram os magos da Dark Guild. Ou seja… Ele era um mago da Heart Dragon?!

Há! Quem diria que até os próprios magos dali estavam insatisfeitos...

– Infelizmente, os únicos a quem o mestre teme ou considera a opinião é a Magi, o dragão e o Sucker… Chega a ser irônico de certa maneira - Soltou uma risada pelo o nariz, já tinha ouvido falar da Magi, uma senhora de idade considerada ser uma bruxa por seus conhecimentos e poções. O dragão até entendia, mas Sucker?!

Thairo nota a leve confusão de Lucy e sorri com isso.

– Ele tem medo do Sucker, ele é fruto dele com uma outra mulher que vem de uma família de magos, apesar dela não ter muita magia o risco do Sucker ter nascido com magia de sua família em si é grande, além de que ele também pode ter nascido com a magia do Magnumque e ele teme que ele descubra isso, por isso está sempre de olho nele.

Explica paciente. A Heartfilia pode notar certa admiração dele ao falar do outro. Pode ter sido só impressão também, afinal sua cabeça fritava dolorida e o estado de seu corpo também não ajudava muito.

Por fim, desistiu de ficar raciocinando muito e se rendeu ao cansaço voltando a dormir.

Nunca desista das coisas que fazem você sorrir.