Fúria dos Deuses

Sou a causa da 3ª Guerra Mundial


- Ããã... acho que a tem algum problema. é porque... primeiro eu não sou filha de Atena, segundo eu não estou apaixonada e terceiro... eu não sei do que a senhora está falando. - A linda mulher loira ao meu lado começou a gargalhar, algo que parecia uma música de flauta, de tão doce.

- Eu lembro da sua mãe. Acompanhava ela sempre que tinha aqueles pensamentos do tipo "Annabeth, se controle. Esse garoto é um grande cabeça de alga, filho do pior inimigo da minha mãe". - Ela sorriu, como se aquele fosse um pensamento engraçado. - Você pode ser neta de Atena, mas Annabeth era uma miniatura perfeita da mãe. E sobre não estar apaixonada... querida, eu sou o amor, acredite, eu seiquando alguém está apaixonada,e por último, eu estou falando da sua relação com Chuck Bass. - Eu me deitei na grama. Já estava pensando que era sobre isso, mesmo não havendo nada entre nós. Eu suspirei.

- Ele é um idiota. - Eu comecei. - Grita, me trata mal, é um perfeito babaca. Além do mais é o tipo de garoto que eu sempre detestei: rico, metido, possessivo, mulherengo, pervertido, prepotente o completamente sexy! - Eu bufei, auditivamente. - Mas ao mesmo tempo ele pode ser tão... fofo! E o pior é que relações dramáticas sempre acabam mal. E essa história de romance proibido sempre acaba mal. Julieta quem diga. Enfim, nunca funcionaria. -Não acreditava que eu tinha dito tudo aquilo em voz alta para uma deusa.

- Desculpe pequena, mas romances fáceis não tem graça nenhuma. É o meu trabalho colocar alguns empecilhos. E Zeus está preocupado com o filho. O genio dos dois é parecido, principalmente na parte do possessivo. Dê tempo a ele, se acostumará com a ideia. - Afrodite falou.

- Não importa. - Eu falei, com ar triste. - Eu e Chuck destruiríamos tudo. Ele sequer me ama. Parece ter horror a compromisso, jamais engataria um namoro. É um beco sem saida, e eu me meti nele sem querer. Eu sou tão idiota quanto ele por me apaixonar por alguém que nunca vai me amar de volta. É impossível.- Droga. Ela não pode ser uma Deusa, deve ser uma bruxa que me enfeitiçou para que tudo que eu não quero falar ou admitir saisse da minha boca com tanta facilidade.

- Estamos falando de amor querida, nada nunca é impossível. - Ela piscou para mim lentamente e se foi em um raio de luz cor-de-rosa, deixando o cheiro de perfume para trás (eu posso jurar que é o 212).

Voltei ao meu chalé. Estava tudo escuro e nenhuma alma viva andava pelo acampamento. Fechei os olhos, e devido ao cansaço, dormi sem muito esforço.

Eu estava em um lugar que eu conhecia, e provavelmente jamais esqueceria: o Olimpo. Meu avô estava sentado no trono dele. Seu semblante era sério. Estava na sua forma humana de sempre (um belo homem bronzeado, de 5 metros de altura e bermuda havaina). Na sua frente estava o homem que eu mais temia no momento: Zeus. Com seu costumeiro terno e uma face de poucos amigos.

- Achei que você me apoiaria. - Zeus falou, entredentes. Meu avô se mecheu no trono, desconfortávelmente.

- Eu também. - Ele falou. - Mas quem deve decidir isso são as crianças. Se eles quiserem, eu não vou matar minha própria neta para que isso não aconteça. - Zeus começou a ficar vermelho. Provavelmente de ódio. Tentei gritar, me mexer, fazer algo como entrar em pânico e começar a correr de um lado para o outro, mas não consegui.

- Mas eu posso matá-la. - Zeus falou, ou melhor, gruniu. Meu avô se pôs de pé, e do nada, seu tridente apareceu. A leve imagem da imagem mais poderosa do deus dos mares fez meu corpo inteiro querer se desintegrar.

- Você não ousaria... - Nessa hora, o raio mestre apareceu na mão de Zeus.

- Se você não impedir que essa falha épica aconteça, eu impedirei. - Poseidon pareceu chegar ao seu limite.

- Não. Toque. Na. Minha. Neta. - Rugiu. Nesse momento, Zeus parou. parecia prestar atenção em algo, enquanto olhava para baixo.

- Aquela maldita deusa do amor. - Zeus abaixou o raio. - É um complô. Todos vocês querem desviar meu filho. - Poseidon riu.

- Deixe dessa mania de perseguição irmão. Permita com que as crianças vivam essa fantasia. Você sabe que não vai durar, pare de ser neurótico. - Zeus cerrou os punhos.

- Se vocês querem guerra, terão guerra.

Acordei, assustada, com os raios de sol na minha janela. Pulei da cama, coloquei uma roupa qualquer e fui até o refeitório. Todos estavam lá, até mesmo o senhor D. Pela primeira vez ele não parecia entediado. Quíron me olhou, enquanto eu ia em direção a eles.

- Precisamos falar com você. - Eu me sentei, calmamente. Todos me olhavam. Alguns com uma expressão de total pânico, outros com uma face de pena. Chuck estava sozinho, na mesa de Zeus. Ele estava focado demais olhando para a mesa de punhos cerrados para perceber minha presença.

- Olhe só se a Johnson não acordou. Como consegue ter uma noite tão tranquila de sono quando querem te matar? - O Sr. D. deu sua primeira alfinetada.

- É Jackson senhor D., e eu tomo chá de camomila. Mas pra você recomendo... chá de sumiço. - Não, meu humor não estava bom. Quíron me olho, e eu entendi o que ele queria dizer: "não confronte Dionísio, você já tem problemas demais".

- Blair... eu não sei como lhe dizer... mas creio que os deuses estejam travando uma guerra. - Eu franzi o cenho.

- Deuses? Em geral? Quer dizer, pensei que fossem apenas Zeus e Poseidon. - Todos me olharam espantados.

- Como sabe disso? - Um dos campistas de Ares me perguntou. Contei a todos do meu estranho sonho, mas exclui a minha conversa com Afrodite. Apenas comentei que ela veio conversar comigo.

- Digamos que o pequeno desentendimento bobo entre os irmão gerou uma divisão quase automática entre os deuses. Parece que Zeus e Afrodite discutiram. Então, ela tomou o lado de Poseidon, levando Ares com ela. Zeus consegui o apoio obvio da esposa e de Atena. - Suspirei. Excelente, minha avó quer me matar. - Mas parece que Hades ficou com Poseidon. - Weee! Tenho dois dos três grandes do meu lado! - Hermes tem um bom histórico com seus pais, também aceitou apoiar o deus dos mares, assim como Ártemis e Apolo. - Ele suspirou. - Mas perece que Hefesto e Deméter também apoiaram Zeus. - Eu suspirei.

- Então, apenas Dionísio não tomou lado? - O homem suspirou, fazendo uma lata de Coke Diet aparecer na sua frente.

- Não, pois além de desequilibrar os lados não posso deixar o Acampamento desprotegido. E você está sobre minha responsabilidade aqui, não poderia lhe atacar e não quero lhe defender. - Ele se explicou, tomando o refrigerante. Tranquilizador.

- E o que eu devo fazer? - O centauro colocou um braço sobre meu ombro.

- Gostarimos que tentasse ir até o Olimpo e... negociar a paz. - Eu gargalhei.

- Isso quer dizer que eu devo ir até a casa do homem que quer me matar e falar "Olá senhor Zeus. O senhor pode me matar sim, mas que não seja doloroso. Temos um acordo"? Definitivamente não, eu posso ser cética mas não sou suicida! - Chuck se levantou, se manifestando pela primeira vez.

- Eu vou com ela. - Todos, inclusive eu, o olharam como se ele tivesse enlouquecido. - O pai é meu e metade do problema é meu também Eu vou. - Ele falou, sem se intimidar com o que todos. Eu olhei para ele, seguro, de pé no meio de todos enquanto eu estava parecendo uma boba desprotegida. Me levantei.

- Você tem razão. Não posso ficar sentada esperando que a morte me encontre. Então eu encontro ela. - E pelo menos morro de uma forma digna.

Todos começaram a voltar para suas atividades normais. Chuck e eu ficamos no refeitório, nos olhando, quando de repente do nada, ele começou a rir.

- Nós só podemos ser suicidas. - Não consegui deixar de acompanha-lo e gargalhei também. - O que Afrodite veio falar com você? - Ele pediu com uma sobrancelha arqueada. Eu devo ter enrubrecido até os braços.

- Nada demais.. - Para minha sorte, Quíro, o meu novo heroi, vou e se virou para mim.

- Acho que você deve ir até o Oráculo. - Ele falou, com uma voz séria.

- Oráculo? Pra que? - Eu falei, sem entender.

- Você vai em uma missão importante. O oráculo vai te dar alguma previsão, provavelmente confusa. Ela pode te ajudar. - Chuck me explicou, enquanto me guiava com Quíron. Descemos uma parte da colina, depois, começamos a seguir para Oeste. Vi uma caverna. Ela estava coberta com uma cortina de seda roxa. Chuck abriu e foi na minha frente. O caminho era iluminado por velas. Quando chegamos, eu vi uma garota de cabelos castanho-avermelhados, até a altura dos seios e ondulados nas pontas. Tinha olhos verdes, que me faziam lembrar me pai.

- Olá, você deve ser Blair Jackson. - Ela falou, usando o sobrenome do meu pai, o que me deixou constragida. - Percy anda se comportando? Como está Annabeth?

- Ã... eles vão bem. Eu espero. - Quíron deu um passo a frente.

- Blair, essa é Rachel Dare, nosso Oráculo. - Eu bati a mão na cabeça lentamente. Eu sabia quem ela era, Bem, pelo menos um pouco. Quando meu pai e minha mãe brigavam, ela começava a gritar: "Você devia ter ficado com a Dare!".

- Prazer. - Falei estendendo a mão. Ela a apertou e Chuck e Quíron saíram.

- Então, fale mais sobre Percy e Annabeth! Não vejo os dois desde o casamento... - Ela arquejou. Seus olhos coçaram a ficar completamente verdes.

- ALGUÉM AJUDE! ELA ESTÁS SENDO POSSUÍDA POR UM DEMÔNIO! - Comecei a gritar, desesperada enquanto uma névoa verde a cercava. Mas parei quando ela começou a falar com uma voz robótica triplicada.

No solo árido descobrirás quem é.

O tempo será seu maior inimigo na batalha final.

Cairás na mais perigosa armadilha para poder confrontar

E traição com traição se pagará na familia celestial.

Ela caiu, com a órbita dos olhos retornando ao normal. A olhei, assustada, enquanto ela se levantava.

- Foi muito ruim? - Ela perguntou, com pesar em sua voz.

- O que você quis dizer? - Ela sorriu.

- Apenas recebo o espírito de Delfos, não posso lembrar o que falei. - Eu a agradeci, confusa demais para começar um longa conversa. Fora da caverna, Chuck e Quíron me esperavam, mas não respondi a sua pergunta. Não conseguia pensar.Precisava dormir. Precisava de Gin. Precisava das minhas amigas, da minha mão, do meu pai. Queria cair em um sono eterno. Mas não podia. Minha vida dependia daquilo, e minha vida vale muito para que um deuzinho de araque a arranque de mim.