Fúria dos Deuses

Invadindo meu quarto e ida ao acampamento fail.


Terminei de arrumar as malas. Hoje é uma sexta a noite e amanhã eu conhecerei o famoso Acampamento Meio-Sangue. Eu tinha exatamente 5 malas repletas de roupas. Uma delas servia apenas para minhas sandálias. Minha mãe mandou eu levar apenas roupas leves e simples. E tênis. mas eu não tenho roupas simples ou tênis, e mesmo se tivesse, não as usaria. Então, coloquei todas as minhas roupas preferidas nas mala, fechandos-as e empilhando-as. Depois de muitos protestos da minha mãe, escolhi uma roupa quase totalmente confortável para usar amanhã, no dia da viagem. Sentei na cama e fiquei olhando para o meu quarto. As paredes eram de um tom de bege, e os meus móveis eram claros e feitos de madeira envelhecida, da maneira que eu gostava. Meu pai me avisou que eu poderia ficar sem sair do acampamento por algum tempo. Tentei, em vão, conter um suspiro forçado, e passei a mão no colar que o Chuck havia me dado. Era a primeira vez que eu parava para pensar no real perigo que estava correndo. Eu poderia morrer a qulquer momento, e passar a eternidade em um lugar como o campo de tortura, tendo que conviver com mortos realmente maus, deixando meu pai, minha mãe e decepcionando meu avós. Me virei para fechar a janela.

- O QUE DIABOS VOCÊ ESTÁ FAZENDO AQUI? - Eu perguntei me afastando e tirando a Contracorrente instintivamente do bolso quando vi o Chuck, sentado na minha janela com um meio sorriso.

- Se acalme, eu não vim te matar. Agora. - Ele falou, empurrando a ponta da minha espada com o dedo e se levantando, enquanto mexia na minha escrivaninha.

- Então trate de ir embora. Espere. - Pausa. - Como você entrou aqui? - Ele me olhou como se fosse obvio.

- Pela janela. - Ele pegou um caderno lilás com rosa de dentro da minha gaveta. - Isso é o seu diário? - Ele abriu a primeira página e eu comecei a fechar minha última mala.

- Não. Um caderno de textos. - Dei de ombros.

- Você escreve? - Ele parecia meio perplexo, e conti a vontade de arrancar seus olhos pela descrença na minha capacidade de escrever.

- É meu passatempo, sabe, das horas vagas e... - O que você está fazendo sua idiota? Ele quer te matar lembra? Me virei rapidamente para ele e vi que ele lia um dos meus textos com cautela. - Hey, eu não te autorizei a ler isso. - Falei tentando, inútilmente, tirar o caderno das suas mãos.

- Tudo bem, toma. - Ele falou me entregando o caderno e eu abracei ele, o escondendo debaixo no colchão, mesmo sabendo o quão idiota isso era. - Bela coxas. - Lembrei que estava usando minha camisola e corei furtivamente.

- Desculpe, mas não estou acostumada com pessoas pulando a minha janela antes de dormir. - Eu sorri.

- Não se preocupe, não estou nenhum pouco incomodado com essa situação. - Ele sorriu maliciosamente eu revirei os olhos ouvindo passos na escada.

- Ah. Meu. Deus. Deve ser meu pai. - O que meu pai pensaria se encontrasse o filho de Zeus no meu quarto no de noite, enquanto eu usava um camisola minuscula? Não, acho melhor não passar por essa situação. - Se esconda. - Eu o empurrei para o meu closet.

- Isso é algo que se faz com amantes não? - Revirei os olhos e fechei a porta, enquanto ia até a mala novamente. A porta se abriu e eu olhei para meu pai, usando todo o meu talento teatral para não entrar um pânico.

- Parece que ouvi vozes. - Percy falou, enquanto entrava no quarto.

- Ah, eu estava cantarolando. Acho que terminei de arrumar as malas. - Suspirei pesadamente.

- Você vai amar o acampamento. - Sorri levemente e assenti com a cabeça. - Agora durma, o ônibus para o acampamento passará as 7:30 amanhã e a viagem é longa. - Papai beijou delicadamente minha testa. - Estranho, parece que eu sinto eletricidade. - Uma risada irônica abafada veio do closet, e eu fingi que fui eu, enquanto pensava qual a maneira mais dolorosa de matar o Chuck. - Tanto faz, boa noite. - Meu pai saiu e fechou a porta, um tanto desconfiado, e me joguei na cama, soltando um suspiro aliviado e sentindo meu coração quase saltar pela boca. Chuck abriu a porta do closet e gargalhou baixinho.

- Eu deveria te matar. - Olhei para ele.

- Adorei sua lingeries. - Ele mantinha o sorriso malicioso no rosto.

- Isso que as melhores já estão na minha mala. - Foi minha fez de sorrir, mesmo sabendo que deveria estar corando.

- Essa é uma informação que eu vou lembrar, acredite. - Essa garoto é um maldito de um pervertido.

- Isso se essa eletricidade toda não queimar seus neurônios. - Sorri sarcasticamente. Ele se aproximou e sussurrou lentamente no meu ouvido.

- Nos vemos amanhã. - E pulou pela janela, me deixando em choque, literalmente. Eu senti como se tivesse sido ligada à 220w. Me olhei no espelho e senti que meu coração pararia de bater quando vi meu cabelo completamente arrepiado, provavelmente por algum tipo de descarga elétrica.

- Você me paga, Bass. - Vocerifei enquanto prendia meu cabelo em uma coque mal feito e tirava a tiara, deitando e caindo no sono.

A noite atordoante passou, e eu sonhei que estava um uma usina elétrica. Haviam vários cães infernais e Chuck estava montado em um deles, quando uma criatura que tinha cobras ou invés de cabelo, cujo lembrei o nome ser Medusa, conhecida por transformar quem a olha nos olhos em pedra, apareceu na sua frente. Eu me joguei entre os dois e fui atropelada pelo cachorrinho, e a Medusa murmurou em tom baixo para mim: \"Você não tem idéia no que se meteu\". Logo depois disso eu acordei. Olhei no relógio e me certifiquei que era hora de acordar.

Tomei banho e me vesti, constatando que meus cabelos ainda estavam afetados pela a eletricidade e os prendi. Peguei meu celular, e esperei meu pai descer com as minhas malas na sala, enquanto dava uma última olhada para a casa, da qual provavelmente ficaria algum tempo longe.

Minha mãe reclamou do número de malas e fez algum comentário desagradável sobre eu estar de salto alto, porém eu apenas a abracei e ela caiu em lágrimas, começando seu famoso papo melodramático, o qual eu ignorei. Apenas sorri e disse que vou sentir sua falta, o que não é mentira.

Meu pai me abraçou. Ele sorriu e disse que tudo daria certo, e que nenhum deus neurótico colocaria as mãos em mim, embora eu percebesse que ele sabia algo que eu não sabia. Resolvi fingir que não percebi nada e continuar, afinal, no acampamento esperava descobrir tudo o que precisasse.

O onibus parou na frente de casa. Ele era amarelo e tinha a escrita \"ESCOLAR\" em preto, mas os vidros eram escuros e nada conseguia ser visto para dentro deles. Esperei que as malas fossem colocadas no bagageiro e entrei no onibus, vendo todos mal vestidos, menos o Chuck, que devo admitir, conseguia usar qualquer roupa com classe. Sentei um um bando vazio, no fundo do onibus, sem ninguém ao meu lado. Vi Quíron vindo em minha direção, na sua tradicional cadeira de rodas, e não como um centauro.

- Fico feliz que tenha vindo. - Ele sorriu para mim.

- É, eu também. Eu acho. - Retribui o sorriso colocando meus fones e vendo Quíron se afastar, e percebendo que a barba mal feita dele parecia um pouco maior. Percebi alguém sentando do meu lado e meus fones foram retirados. Eu não precisava olhar para o lado. Sabia que era o Chuck.

- Por que seus cabelos estão presos? - Ele perguntou com um ar inocente e eu apenas suspirei pesadamente, tentando manter o auto-controle.

- Para deixar meus lindos brincos em evidencia. - Me virei para ele e sorri ironicamente.

- Espero que tenha trazido suas lingeries. - Ele sorriu maliciosamente e eu o dei um tapa, fazendo todo o onibus olhar para nós.

- Trouxe, pena que você nunca terá o prazer de vê-las. - Ele passou a língua pela bochecha em que eu bati e sorriu.

- Você sabe que esse seu comporamento selvagem me excita. - Revirei os olhos colocando meu fone de ouvido novamente.

Abri um livro e comecei a lê-lo. Chuck ainda estava do meu lado, e fazia o mesmo que eu. Estavamos em um pequeno vilarejo. Ele tinha cheiro de café recém passado. Haviam floreiras com violetas por toda a cidade. Uma mulher saiu de casa. Tinha um grande chapéu e sua casa tinha toda a frente decorada por pequenas estátuas. Ela se dirigiu a largos passos até o onibus. Quado Quíron avistou a senhora, gritou de imediato.

- ACELERE! - O motorista obedeceu e todos cmeçaram a grita, enquanto a coisa tirava o chapéu. - Não olhe para ela. - Eu sentia uma atração para olha-la, mas me mantive firme.

- É a Medusa? - Eu perguntei em tom baixo para o Chuck.

- Não tenho certeza, mas tudo indica que sim. - A voz dele não era temerosa, era apenas... trêmula.

Algo se chocou contra o teto e arranhou o mesmo, fazendo com que a parte de cima do onibus de abrisse como uma lata de sardinha.

- Todos para fora. - Quíron gritou, mas todos parecia paralisados. - AGORA! - A correria foi instantânea, e resolvi seguir a multidão. a pequena bolsa que eu usava apenas atrapalharia, então peguei dela o necessário: meu elmo. a Anaklusmos, um espelho e o celular. Corri para fora do onibus, e percebi que a coisa se movimentava sobre ele.

- NÃO olhem diretamente para ela. É a Medusa. Não olhem para ela! - Quíron ordenava e imagino que todos obedeciam. Ele se aproximou de mim e puxou o Chuck pelo braço, falando conosco em um tom baixo. - Vocês dois, sigam para a floresta enquanto despistamos Medusa. - Ele falou nos empurrando. - Ela está atrás de você Blair, provavelmente por ordens de Hades. E você Chuck, sabe que haverá consequências se fizer algo ruim a ela. Você ouviu o Oráculo. - Chuck revirou os olhos. - Eu ligo através da Irís quando puderem voltar. - Franzi o cenho. Levantei o celular.

- Mas eu tenho um celular e... - Chuck pegou meu celular e o atirou contra o chão, fazendo ele se despedaçar. - HEY! - Murmurei indignada. Era meu celular novo!

- Isso é um sinalizador para monstros, sabichona. - Ele irônizou e alguns estudantes começaram a chamar o Quíron.

- Andem, boa sorte. - O centauro disse enquanto tirava dos cascos da cadeira de rodas, e Chuck me puxava para dentro da floresta.