O momento era tenso e os dois tinham pressa, contudo, mesmo que a água continuasse jorrando e enchendo o tanque, a emoção do reencontro foi mais forte do que tudo. Lágrimas inundavam os olhos de ambos.

Dos olhos azuis brotavam grossas lágrimas pelo fato de finalmente ver a mulher que nos seus piores pesadelos imaginava estar morta e nos seus melhores sonhos, estava feliz e sorridente nos seus braços. Seu coração disparava.

Ela até tentou fingir não ser a pessoa que Castle pensava ver, mas foi impossível negar o amor que saia do seu olhar. Passaram-se três anos e três meses, mas o amor não acabou. Dos olhos verdes, desciam lágrimas e se misturavam com a água que encharcava seu corpo. Eram lágrimas de alegria por vê-lo e ao mesmo tempo, havia também muito medo só de pensar na reação dele ao vê-la e saber de tudo que ela o fizera passar.

Sem desviarem os olhos um do outro, como se estivessem hipnotizados, Richard Castle, pôs a mão direita na parede de vidro e, instintivamente, ela pôs a mão esquerda sobre a mão direita dele e, apesar de estarem separadas pela grossa parede de vidro fria, ela podia jurar que sentiu o calor e a pulsação dele.

Mas logo ele desfez a conexão visual, retirou sua mão e se afastou de onde estava. Fez um rápido reconhecimento do ambiente e do aquário, bem assim das várias trancas e utilizando-se de ferramentas potentes que trouxera consigo em uma mochila, ele ia arrebentando um a um os cadeados e os ferrolhos que travavam a tampa do tanque.

Quando o tanque já estava completamente cheio d’água, ela ficou submersa e, com ar preso nos pulmões, tentava manter a calma. Quanto mais calma ficasse, menos água ela engoliria e entraria pelas narinas.

Apreensiva, ela o assistia destravar os últimos trincos e tinha esperança de sobreviver para finalmente estar à salvo nos seus braços.

Richard Castle agia com rapidez e fazia tudo com o maior silêncio possível e foi com muita alegria que ela presenciou a abertura do último cadeado. Por fim, ele puxou a tranca gigante e com muito esforço, levantou e tirou a pesada tampa.

Assim que a tampa foi retirada, ela conseguiu respirar e ficar de pé no tanque. Como tinha um metro e setenta e cinco centímetros de altura, ela chegou à borda para tentar sair sozinha, contudo, apesar da parede de vidro só possuir um metro e meio de altura, ela não tinha suporte nem força física para isso, já que estava fraca e sem fôlego, além do que, ficara quase dois minutos embaixo d’água.

Percebendo a vulnerabilidade dela, Castle conseguiu puxá-la para fora do tanque e assim que o fez, ele a abraçou forte e não conteve as lágrimas – Kate! Não acredito que você está viva e em meus braços novamente. Oh, meu Deus! Como eu sonhei em te reencontrar! Kate! Kate! Kate! – Castle murmurava entre lágrimas.