The one with the figth

P.O.V. Phoebe

Acordei cedo para ir para o trabalho, preciso arrumar umas entregas de livros que vão chegar hoje. Logo estudantes de Hogwarts vão sair para comprar os materiais.

– Bom dia, Pheebs. – Mamãe disse quando desci para o café. – Sua carta de Hogwarts chegou.

– Ah! Que bom! Acho melhor eu pegar logo os livros hoje e depois a gente pode ir comprar o resto do material, o que acha?

– Ou a gente pode comprar tudo no fim de semana.

– Mamãe eu trabalho na Floreios e Borrões, acho que posso já pegar os livros hoje.

– Ok! Tudo bem então. Sábado a gente compra o resto então.

– Papai já saiu para o trabalho?

– Não. Ele ainda está dormindo, vai se atrasar...

– Eu também! Melhor eu ir indo, mãe.

– Ok. Até mais tarde então.

– Tchau. – Disse pegando minha bolsa no balcão da cozinha e dando um beijo na bochecha dela.

Fui até a lareira na sala e logo estava chegando na sala no funda da loja.

– Bom dia, senhorita Finnigan.

– Bom dia.

– Algumas caixas já chegaram. Estão lá na frente, pode arrumar os livros naquelas prateleiras lá do fundo.

– Ok.

Peguei uma caixa pesada, levantei com dificuldade e me virei tentando enxergar o caminho entre as estantes.

– Deixa que eu levo isso. – Ouvi a voz de Ted vinda de trás da caixa e ele a pegou das minhas mãos levando até os fundos da loja. – Oi! – Ele disse sorrindo e me beijando depois de por os livros no chão.

– Oi! Como foi o começo do treinamento ontem?

– Ah! Tudo bem. O primeiro dia não é difícil. Sai de lá umas 16h e fui tomar um sorvete com a Vic.

– Ah... – Que ótimo que foi com a Vic, não é mesmo?

– Eu vou pegar o resto das caixas lá na frente.

– Ok. – Disse meio emburrada.

Passei boa parte da manhã arrumando os livros novos, enquanto Ted atendia alguns clientes.

Por que ele chamou a amiga para tomar sorvete com ele? Por que não eu? Nem uma coruja ele me mandou ontem. Sem contar que acho que a Victorie está gostando dele. Talvez ele também esteja.

Mas qual o problema dele? Será que ele não percebeu que eu sou a namorada dele? Que era eu que devia ter saído com ele ontem à tarde depois do primeiro dia de treinamento de auror dele? Mas não... ele tinha que chamar a querida Vic.

Ok. Para Phoebe. Foi só um sorvete. Ela só é a melhor amiga dele, e você estava no trabalho ainda a hora que ele saiu do Ministério. Não tem nada demais em ele chamar a amiga para ir na Florean Fortescue. Chega de ciúmes.

– O que foi, Pheebs? – Ted perguntou no nosso horário de almoço. Não consegui tirar a expressão de emburrada do meu rosto.

– Nada. Está tudo bem.

– Aham, sei. O que foi?

– Já disse que nada, Ted!

– Fala.

– Por que você chamou a Victorie para sair com você ontem e não eu? – A pergunta escapou.

– Que? Não... não é nada. É só que das outras duas vezes que eu tentei os testes para aurores nós fizemos a mesma coisa. Então chamei ela dessa vez também.

– Ah... tudo bem.

Ele deu uma risadinha pelo nariz.

– Que foi?

– Nada. Eu só lembrei de... de uma coisa que o James disse uns dias atrás.

– Quem?

– James, meu... ah... o filho do meu padrinho, sabe?

– Ah, sei. O que ele disse?

– Nada. Deixa para lá.

– Ótimo então. Vamos voltar logo para a loja.

– Não fica brava, Phoebe.

– Não estou.

“Não fica brava.” Como ele não quer que eu fique brava. Idiota. Babaca. Ele chama outra para sair e eu não posso ficar brava. E ele ainda não quis me dizer o que o irmão... primo... amigo... sei lá... disse. Aposto que foi sobre ele e a Victorie. Tenho certeza disso.

Tudo bem. Estou exagerando outra vez. Preciso me acalmar. Não foi nada de mais. É só uma... tradição dos dois. Sair para um sorvete. Só isso. Não tem nada de mais, não preciso me preocupar.

Mas parece que ele se importa mais com ela do que comigo! Aquele imbecil, babaca, idiota!

– Phoebe, eu já disse que você não precisa ficar brava! – Ele disse no final do expediente quando estávamos arrumando as ultimas coisas para fechar a loja.

– Você podia pelo mesmo ter me mandado uma coruja ontem quando chegou em casa.

– Eu sei. Desculpa. Eu estava cansado quando cheguei.

– É. Aposto que o passeio com a sua querida Vic foi bem cansativo mesmo.

– O que? Phoebe! Ela é só minha amiga.

– Tem certeza disso?

– Eu... claro!

– Sei.

– Nós só fomos tomar sorvete, Phoebe!

– É. E como a Florean Fortescue é extremamente longe da Floreios e Borrões você nem pensou em passar na loja para pelo menos me dar um oi.

– Desculpa! Eu devia ter falado com você ontem, eu sei, mas você está exagerando!

– Não estou não.

– Está sim. Não precisa ter ciúmes, Phoebe!

– Eu não estou com ciúmes!

– É o que então?

– Não... tudo bem é ciúmes! E daí? Você me deu motivo para ciúmes!

– Só por que eu quis tomar sorvete com a minha amiga?

– Ah, Ted, pode parar! Ás vezes eu acho que você se importa mais com ela do que comigo.

– Não é verdade! Eu me importo com vocês duas!

– Talvez fique mais fácil para você passar a se importar com só uma de nós.

– O que?

– É. Estou vendo que dá muito trabalho para você se importar com nós duas. Não acha mais fácil se importar só com uma.

– Não, não acho. Phoebe, a Vic...

– Eu tenho certeza que isso é melhor.

– Dá para parar com isso?

– Não, não dá.

– Ela é só minha amiga!

– Sinceramente ás vezes parece que você a vê como mais que uma amiga.

– Eu não... não, Phoebe!

– Mas, tudo bem, eu vou te dar uma chance...

– Ótimo então! – Ele me interrompeu irritado.

– Uma chance de decidir com qual de nós duas você vai decidir se importar.

– O que?

– Pode escolher, Ted.

– Você quer que eu escolha entre você e a Vic?

– Que bom que entendeu.

– Qual seu problema?

– Meu problema?

– Sim! O seu! Você não pode querer realmente que eu escolha entre vocês duas!

– Mas eu quero.

– Perfeito! Então tudo bem!

– Então... quem você escolhe?

– Acho que você já sabe, Phoebe! Eu não vou deixar a Victorie para trás, a menina que eu conheço quase minha vida inteira, por que você está com ciúmes!

– Viu como eu tenho motivo para ter ciúmes. – Disse contendo as lágrimas que marejavam meus olhos.

– Não, não tem. Mas você não pode esperar que eu escolhesse quem quer me privar de outra pessoa. Acho que qualquer pessoa em sã consciência, em situações assim, deveria escolher aquela pessoa que não está te fazendo escolher! E, além disso, a Vic é minha amiga há séculos. Não vou me afastar dela.

– Que bom. Ficamos assim então.

– É.

– Tchau, Ted. Espero que você seja realmente bem feliz com sua amiguinha Vic! – Disse com toda a raiva que estava dentro de mim e entrei na sala dos fundos da loja em direção a lareira.