Friends

The one with the Hogwarts Express


P.O.V. Ted

– Bom dia, vovó. – Disse descendo as escadas.

– Bom dia, Ted. – Ela olhou para mim e sorriu. – Hum... eu gosto quando seu cabelo está dessa cor.

– Ah... Obrigado, vovó. – Eu disse tentando ver uma mecha e percebendo que estava rosa berrante. – Hum, o que tem para o café.

– Bacon, ovos e torrada. Você vai trabalhar hoje?

– Não. Ainda bem...

– Você gostava mais de trabalhar na Empório da Corujas, não é?

– Não é isso. Bem, eu gostava mais de lá mesmo, mais animado, mas é que não está muito legal ter que ir todo dia para lá e encontrar e Phoebe.

– Mas ela já deve estar indo para Hogwarts hoje!

– Já é primeiro de setembro?

– Já, Ted.

– Nossa! Eu nem falei com a pirralha ontem!

Vovó sorriu e se sentou na cadeira na minha frente.

– Você ainda não me explicou direito por que você e a Phoebe terminaram.

– Eu já disse, vovó. Ela... ela era muito ciumenta.

– Verdade? – Ela continuava sorrindo.

– Sim.

– Especifique.

– Hum, a Phoebe... eu acho que ela não gostava muito da... das minhas amigas.

– Amigas ou a Victorie?

– Bom, dá na mesma, não é? A Victorie e minha amiga então eu acho que a Phoebe também não...

– Ted...

– Tudo bem! Ela ficou com ciúmes da Vic e pediu que eu escolhesse entra ela e a pirralha.

– E você com certeza escolheu a Victorie.

– Claro!

– Calma. Eu acho que você está certo, Ted! Ela não devia pedir para você escolher.

– É.

– Até por que não foi muito inteligente da parte dela.

– Como assim? – Perguntei franzindo a testa.

– Qualquer um perceberia quem você escolheria, não é?

– Não. Eu poderia...

– Não minta para mim, Ted. Você não consegue.

– Ok, ok. Mas é claro que eu escolheria a Vic! Conheço ela há anos! Gostava muito da Phoebe, mas... mas ela não é a Victorie!

– Gostava? Então já superou? Usando o verbo no passado.

– Acho que sim.

– Não fique com raiva dela. Sinceramente, Ted, acho que qualquer uma sentiria ciúmes da sua relação com a Victorie. Ainda mais agora.

– Por que ainda mais agora?

– Ah, nada, Falei sem pensar.

– Você também não sabe mentir para mim, dona Andromeda. – Ri.

– Eu sei. – Vovó respondeu rindo. – Mas acho que eu não devia falar nada.

– Vovó!

– Ah, Ted! Como você ainda não percebeu?

– O que?

– Por Merlin, Ted! Nós já até conversamos sobre isso!

– Isso o que!

– Lembra quando você me perguntou se eu achava que a Vic estava diferente?

– Lembro. - Lembro de tudo que pensei aquele dia, Alias lembro bastante disso.

– Então.

– Então o que?

– Merlin... você está realmente acordado?

– Ãã... acho que sim.

– Então pense um pouco!
– No que?

– Por que eu te disse que a Vic podia estar diferente?

– Medo de eu trocá-la pela Phoebe.

– Mas acho que você percebeu que não é nisso que eu realmente acredito, não é?

– Não.

– Ted – Ela disse revirando os olhos. – Por que... não... Primeiro: Você ainda acha que a Vic está diferente?

– Sim.

– Bom, você não é o único.

– Como assim?

– Não importa. Pense. Por que a Vic estaria agindo diferente?

Sei lá! Por que ela é louca. Igual todo o resto das pessoas que eu conheço. Principalmente minha avó que hoje não está falando nada com nada. Vai ver a Vic está chateada por que esse é o ultimo ano dela em Hogwarts. Ok, mas o que isso tem a ver comigo?

– É isso que eu quero entender, vovó.

– Pense até no que o James disse no aniversário do Harry.

“Então... Vic... desde quando você gosta do Ted?”. A voz de James surgiu na minha mente.

– Não! Não! Não...

– Mas algum não, querido? – Vovó riu.

– Não tem nada a ver, vó!

– Certeza?

– Sim... eu... é claro que tenho certeza.

– Eu não teria tanta certeza assim.

– Mas eu tenho. A Vic...

– Na verdade todo mundo tem certeza do contrario.

– Todo mundo quem?

– Todo mundo. Enfim... já concluímos a primeira parte. Vamos continuar por que nosso tempo está acabando. – Ela disse olhando para o relógio.

– Que tempo?

– Cala a boca e pense outra vez. O que eu mesma te disse naquele mesmo dia que você perguntou sobre a Vic estar diferente. Quando você disse que podia cuidar de você mesmo?

“Não você não sabe se cuidar sozinho. Você nem sabe que gosta da Vic!”

– Vovó, com todo respeito, a senhora está ficando louca?

– Nem um pouco. Lembrou do que eu disse não foi?

– “Não você não sabe se cuidar sozinho. Você nem sabe que gosta da Vic!”. Mas eu não... eu não... Não!

– Tem certeza?

– Ela é só minha amiga.

– Ted, para de mentir para você mesmo ou não vai dar tempo.

– Tempo de que?

– Admita.

– Não tem o que admitir.

Ela ficou me olhando com aquela cara de “quem é que você está tentando enganar?”. Mas é verdade! Ela é minha amiga.

– Ted, nós dois sabemos que ela é bem mais que sua amiga.

– Não, vovó...

– Dominique é sua amiga. Victorie é mais que isso. Você vê ela como mais que sua amiga.

– Eu...

– Você gosta dela, não gosta?

– Eu... sim. – De repente percebi que era verdade. Que tudo que minha avó tinha falado era verdade. Mas como foi que isso aconteceu?

– Bom, já que resolvemos isso é melhor você ir logo.

– Ir para onde?

– Ora, o Expresso de Hogwarts sai em menos de uma hora!

– E o que a senhora quer que eu vá fazer lá? – Perguntei derrubando o prato no chão. Ótimo.

– Vá falar com ela, é claro!

– Assim?

– Assim. Vá logo antes que você perca o trem! Acho melhor você aparatar.

– Mas, vovó!

– Ted, querido, acho que está bem obvio que ela também gosta de você. Então não tem motivo nenhum para ter medo. Agora vai. – Ela disse me empurrando até a porta da casa e ficou me olhando dali. – E nem pense em tentar entrar em casa agora.

Hesitei por um momento e depois aparatei em frente à estação de King’s Cross. Fiz o habitual caminho até a plataforma e o vapor do velho trem encheu minha visão. Andei por alguns minutos entre as pessoas até que vi Dominique.

– Domi! – Gritei e ela se virou para mim. – Onde a Vic está?

– Ela já entrou no trem. Está em um dos vagões do meio. – Ela disse com um grande sorriso.

– Certo. Obrigado! Ah! Tenha um bom ano. – Disse a abraçando.

– É. É. Valeu. Agora vai atrás dela.

– Como você...?

– Vai logo!

– Ok.

Sai em direção ao centro do trem. Depois de procurar dentro de alguns vagões a encontrei sentada sozinha em uma cabine com a porta fechada, olhando para a janela. Hum... e agora o que eu falo?

– Hey, pirralha! – Ela se virou sobressaltada para mim enquanto eu fechava novamente a porta.

– Ted! O que você esta fazendo aqui?

– Eu... eu vim me despedir.

– Ah...

Ficamos em silencio por um tempo. Acho que eu devia dizer alguma coisa.

– Tenha um bom... – Parei olhando para ela. – Eu e a Phoebe terminamos.

– Eu sei. Você me disse, lembra? – Ela disse sorrindo. – Você tem que parar de cheirar pó de flu, sabia?

– Não. É legal. – Ri.

– Viciado.

– Minha vó acha que você gosta de mim. – Disse. Na verdade deixei escapar.

– O que? – Victorie arregalou os olhos.

– É. E eu espero que seja verdade.

– Ted, o que você...?

– Por que eu gosto de você!

A loira arregalou ainda mais os olhos e respirou fundo.

– Ted... você... eu... eu... Ah! Foda-se! – Ela disse alto e correu jogando os braços no meu pescoço e me beijando.

– Acho que sua vó está certa. – Ela disse rindo quando nos separamos.

– Que bom...

Puxei-a mais perto ainda pela cintura, uma das mãos mexendo nos longos cabelos loiros. Eu podia ficar aqui para sempre, sentindo...

– O que vocês estão fazendo?

Nos separamos sobressaltados, olhei por cima do ombro e vi James parado na porta nos encarando.

– Eu só vim me despedir da Vic, James. – Disse. – Você já pode ir embora agora.

– Se despedindo? Isso é se despedir?

– Já disse que pode ir embora agora, James!

– Merlin que tipo de despedida é essa?

– Some daqui, Potter! – Gritei e ele saiu correndo.

– Um dia eu ainda mato esse moleque! – Vic disse rindo.

– Te ajudo nisso!

Ficamos um tempo em silencio apenas nos olhando, então senti o trem começando a se mexer lentamente.

– Acho que eu preciso ir! – Sorri.

– Eu acho.

Dei mais um beijo rápido nela e corri para fora do trem.

– Te mando uma coruja quando eu chegar! – Ela gritou da janela.

– Vou esperar!

Continuei acenando e sorrindo até o trem fazer a curva e sumir, levando a Vic. A minha Victorie.