The last one

5 anos depois

P.O.V. Vic

– Filha. – Mamãe apareceu na cozinha e se sentou na mesa na minha frente. – Você não dormiu?

– Só um pouco. Não consegui dormir direito.

– Eu sei. – Ela disse sorrindo. – Fiquei do mesmo jeito no meu casamento.

– Eu acho que quero vomitar.

– Você só está nervosa, Victorie, mas vai ficar tudo bem. – Mamãe disse passando a mão pelo meu rosto. – Vou acordar a Domi e o Lou e já podemos ir para A Toca, está bem?

– Tudo bem. O papai já foi para lá. Ele passou agora pouco por aqui. Acho que ele também está com vontade de vomitar. – Eu disse rindo.

– Eu sei, ele estava tendo um ataque nervos ontem à noite. – Ela riu enquanto subia as escadas.

Eu, mamãe, Domi e Lou tomamos uma café da manhã rápido e fomos para A Toca. Só tenho uma palavra para descrever como estava aquela casa durante toda a manhã: caos.

Mamãe tagarelava o dia inteiro em francês com vovó Apolline e tia Gabrielle. Vovó Molly, como sempre, explodia com todo mundo. Pelo que entendi pela porta do antigo quarto de tia Gina, ela estava prestes a matar Albus quando ele quebrou uma jarra de sei lá o que.

Resumindo: foi um dia calmo e tranquilo. Tudo ficou mais calmo ainda quando todas as minhas tias, mamãe, Domi, minhas avós e minhas primas, daqui e da França, se juntaram para tentar me arrumar. Não preciso dizer que não deu muito certo.

Na verdade achei que ia perder todos os meus cabelos quando vovó Weasley pós quase todo mundo para fora, só Molly e Domi, minhas madrinhas e mamãe e minhas avós ficaram no quarto. Foi muito mais fácil fazer meu penteado desse jeito.

No final da tarde, pouco antes da cerimonia começar, eu já estava pronta e fiquei esperando até meu pai vir me chamar no pequeno quarto.

– Vi? – Ele abriu a porta quando eu estava prestes a ter um colapso nervoso. – Está quase na hora de irmos.

Incapaz de dizer qualquer coisa eu apenas assenti com a cabeça.

– Está nervosa, não é?

– Muito.

– Não precisa, fica calma. Vai dar tudo certo, afinal é isso que você quer, não é?

– É sim, papai. – Disse sorrindo olhando para o homem com o rosto marcado por cicatrizes na minha frente.

– Eu realmente quero que você seja feliz, filha.

– Obrigada, pai! – Disse o abraçando.

– Eu acho que está na hora de irmos. Vou ver se não tem mais ninguém lá em baixo mesmo.

– Ok.

Cerca de dois minutos depois meu pai voltou e me chamou para descer.

– É isso, Vi. – Ele disse quando estávamos na porta dos fundos d’A Toca. – Está pronta, então?

– Acho que sim. – Cruzei meu braço com os de meu pai e com a mão livre ele segurou a minha.

– Boa sorte então, filha. – Disse beijando minha testa. – Vamos.

Nós começamos a andar e logo entramos na tenda e todos se levantaram. Sou uma pessoa muito importante.

Ted estava no altar, sorrindo, os cabelos mudando o tempo todo de cor, isso mostra que ele também está nervoso. Sorri ainda mais ao vê-lo. Caminhei lentamente com meu pai até ele. Quando chegamos no altar meu pai me segurou mais um momento e disse para Ted:

– Ted, eu me lembro do dia que sei pai apareceu na minha casa extremamente feliz no meio de uma guerra para nos dizer que você tinha nascido, mas eu quero deixar bem claro que eu não me importaria de te matar se você de algum jeito machucar a Victorie.

– Vou me lembrar disso. – Ted falou sorrindo.

Então meu pai soltou meu braço e Ted me segurou.

– Eu disse que ele ia te ameaçar. – Falei baixinho enquanto dávamos os últimos passos até o velhinho na nossa frente.

O homem disse várias coisas que eu realmente queria ter guardado para o resto da vida, mas por algum motivo eu não conseguia entender nada do que ele falava. Só entendi de verdade o final:

– Então eu os declaro marido e mulher. Pode beijar a noiva.

Ted me abraçou pela cintura e me beijou enquanto eu ouvia vários aplausos. Quando nos separamos vi que o cabelo dele estava vermelho e ri. Sempre assim.

Já estava anoitecendo quando fomos para a pista de dança, ficamos lá algum tempo e depois fomos para nossa mesa, observando tudo.

– Olha ali! – Eu disse apontando para Rose e o namorado Scorpius dançando. – Quer apostar quanto que tio Rony vai interromper daqui a pouco?

– Nada. Eu sei que vou perder. – Ele disse rindo.

– E aposto que o James vai sumir daqui a pouco com aquela sua prima ali. – Ele disse olhando para os dois, conversando o rindo em um canto.

– Eu também. Mas ela não é minha prima.

– É o que?

– Não sei direito. – Ri.

– Olha ali a Roxy! Ela vai bater no Fred daqui a pouco! – Ted disse rindo.

Passamos boa parte da noite observando meus primos e rindo das situações. Alias tio Rony interrompeu Rose e Scorpius, mas pouco depois Rose voltou para o lado do namorado e os dois sumiram nos jardins d’A Toca.

Vovó Weasley se sentou na nossa mesa enquanto riamos da Roxanne batendo no irmão.

– Sabe, desde que vocês eram pequenininhos eu sabia que isso ia acabar assim. – Ela sorriu com os olhos marejados. – Vocês eram inseparáveis!

Sorri olhando para Ted. Talvez vovó esteja mesmo certa. Na verdade tenho quase certeza de que ela está.

Nós três passamos um tempo conversando até que Roxanne apareceu na nossa mesa.

– Vovó, o Albus está chamando a senhora.

– Tudo bem eu vou lá. – Ela disse. – Vai ver ele conseguiu quebrar outra jarra.

– O que o Albus quer? – Perguntei quando minha avó saiu.

– Nada. Só queria falar uma coisa para vocês.

– O que?

– Vocês viram quando o Scorpius e a Rose foram lá para fora?

– Sim.

– Bom... ele pediu ela em casamento!

– O que? – Ted disse derrubando uma taça.

– Eu sei!

– E por que a vovó não pode saber? – Perguntei.

– A Rose vai falar primeiro com o tio Rony e a tia Hermione. Preciso ir agora. – Roxanne disse e saiu.

– É, isso se a Roxy não contar para toda a festa primeiro. – Ted disse balançando a cabeça.

– Tio Ron vai surtar.

– Pagaria para ver essa cena.

– Certeza? – Perguntei me inclinado em direção ao ouvido dele. – Acho que você pode ver cenas melhores essa noite e nem precisa pagar.

Os cabelos dele ficaram vermelhos outra vez.

– É acho melhor ver essa tal cena mesmo. – Ele deu um sorriso torto. – Que horas acaba a festa mesmo?

– Quando o ultimo convidado for embora? – Respondi rindo.

– Então, o que acha melhor? Jogar uma bomba de bosta ou soltar um explosivim na pista de dança.

– Pelas calças de Merlin, Ted! Como você é romântico! – Ri batendo no ombro dele. – Tenho sorte de ter me casado com você.

– Eu sei. Você não podia ter encontrando alguém melhor: auror, gostoso, engraçado, bonitão e ainda por cima meu padrinho é bem rico.

– Nossa eu realmente teria sorte se tudo isso fosse verdade.

– Você sabe que é.

– Melhor não mentir, Ted.

– Ah é? O que você vai fazer se eu continuar mentindo. Não que eu esteja mentindo. – Ele disse sussurrando no meu ouvido.

– Primeiro: você está mentindo. Segundo: mais tarde eu te mostro.

– De novo, que horas acaba a festa mesmo?

Eu ri balançando a cabeça. Olha o idiota com quem eu fui casar.

Mas de uma coisa ele tem razão. Eu não podia ter encontrado ninguém melhor.