Dizem que a esperança é a última que morre, e eu concordo plenamente.

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UM ANO DEPOIS...

1 de julho de 2016

De longe, esse foi o ano mais tortuoso da vida de Grace, que teve que conviver com a morte do marido e ser forte para os filhos. Por sorte, ela teve uma ajuda que todos os dias lhe trazia o jantar e colocava seus filhos para dormir. O homem que resgatou Rose do mar. Ele foi seu anjo da guarda nesse momento, e a pouco mais de dois meses começaram a namorar. Seus filhos o amam e ele os faz bem, então era o que importava para Grace. Mas ainda sentia falta do amor de sua vida, ainda chorava quase todos os dias por ele, porém, Matt a ajudava a seguir com a vida e gostava dos filhos dela.

Todo esse tempo, o casal havia acolhido Carlton na casa deles. Há exatamente 1 ano ele estava lá, naquela ilha, sem se lembrar de praticamente nada, apesar dos esforços de John e Mary Lucy. Na verdade, a única coisa que sabia sobre quem era, é que era casado. Só sabia disso, porque tinha uma aliança em seu dedo esquerdo quando chegou aqui. Com o tempo, conseguiu lembrar o nome de sua esposa "Grace" e confirmou isso olhando a aliança, onde também contia a data do casamento "11/07/2014", não eram casados há tanto tempo. Em alguns sonhos, teve flashs do acidente que o fez parar lá, mas não conseguia identificar o rosto da menininha que aparecia neles, não mostrava com nitidez. Ele era muito grato ao John e sua esposa por terem o acolhido e o ajudado todo esse tempo. Como forma de retribuir, tentava sempre ajudá-los como podia. Ajudava John na pescaria, o ajudava com o barco, e até os ajudava também nos primeiros socorros quando um deles se machucava ou adoecia. Acho que o jeito para isso ele nunca perdera.

...DIAS ATRÁS

Carlton estava sentado na areia da praia observando o mar enquanto mexia na aliança em seu dedo. Engraçado, porque já haviam se passado um ano desde que chegou aqui e esse é um costume que ele não havia perdido. Admirar o mar lhe trazia paz e tranquilidade. Ele só não entendia o porquê, pelo o que parece, foi o mar que causou seu acidente e o fez parar naquela ilha, longe de tudo. Mas olhar para o mar o trazia esperança, pelo menos foi assim que lhe veio a memória o nome Grace. E Carlton acreditava que poderia lembrar de mais coisa.

—Por que não lembro do rosto de minha esposa? Será que tenho mais alguém além dela? Aquela garotinha nas pedras, quem será que é? - Murmurava consigo mesmo o fazendo várias perguntas.

Soltou um longo suspiro e olhou para a aliança em sua mão.

—Grace! - Repetiu admirando a beleza e sonoridade do nome.

Soava tão bem.

—Significa Graça! - Sorriu levemente.

—David! Estou precisando de uma mãozinha. Pode vir até aqui me ajudar? - Era a voz de John o chamando.

"David" é como eles lhe chamavam, já que não sabiam seu verdadeiro nome.

—Claro! Já estou indo. - Respondeu e se levantou da areia indo atender o chamado de John.

[...]

Carlton e John terminaram de colocar as coisas no barco e foram recolher a âncora para John poder seguir com o mesmo. Mas ao olhar para aquele objeto, uma lembrança veio na memória do jovem médico.

—Hope...

—O quê? - John olhou para ele sem entender, ao ouví-lo sussurrar algo.

—Hope, Rose Hope. É esse o nome da garotinha que estava comigo quando sofri o acidente.