Ele finalmente cumpriria a promessa. Eu tinha fé nisso, mas o homem que chegara parecia muito diferente do garoto que eu conheci há anos atrás. Obviamente ele tinha crescido, mas não sabia que alguém poderia crescer tanto. E também... A altura era o de menos, o homem que eu me aproximara se vestia elegantemente, e me olhou como seu eu fosse algo sujo. Eu havia pegado duas de suas malas pesadas e meu melhor amigo tentado me ajudar. O dono do orfanato onde eu morava sorria docemente ao novo convidado, eles se se sentaram à mesa da sala gigante que acomodava todas as crianças daquele lugar. Eu me aproximei novamente do homem e ele me fitou.

- Você se lembra de mim? – Novamente recebi o olhar como se fosse algo sujo.

- Não. – Ele respondeu frio. Eu mordi o lábio, então ele havia se esquecido? O meu “pai” que estava sentado à mesa junto ao homem que eu amava me olhou com pena, eu apenas sorri falsamente e fui puxado pelo meu melhor amigo.

Quando estava distante comecei a chorar no ombro do pequeno, ele acariciava meus cabelos. Nenhum de nós dois falamos nada, ele sabia que se comentasse iria piorar a situação. Senti uma dor forte no coração e mais uma vez tive um de meus ataques.

Abri os olhos e estava na cama de hospital tão familiar da pequena cidade. Olhei ao lado e meu melhor amigo estava lá como sempre me olhando com ternura. Senti a mão gélida afagando a minha... Era de meu “pai” e por fim olhei para o causador de mais um de meus ataques. Aquele homem tão mudado. Ele me olhou diferente não como algo sujo... Eu vi um pequeno brilho em seus olhos, talvez ele esteja se lembrando.

FlashBack. ---------------------------------------

Eu era uma criança saudável até meus 4 anos, como eu morava em uma cidade do interior e ainda era órfã, não tinha condições para pagar um hospital particular... Meu corpo enfraqueceu e eu fiquei com uma doença crônica, os médicos da pequena cidade não sabem explicar como eu fiquei assim e muito menos até quando irei sobreviver. Mas eu tinha fé, por que eu vivia por um garotinho... Meu primeiro e único amor. Eu sempre tinha pequenos ataques cardíacos quando sentia algum sentimento forte de mais, seja de alegria ou tristeza. Então tinha que me manter estável. Mas esse garotinho por quem eu me apaixonei mexia com meu pequeno coração e muitas vezes eu acabava parando no hospital. O nome dele? YunHo. Ele era alto para sua idade e muito saudável, sempre estava pulando por ai e me ajudando a brincar sem me machucar. For por ele que tive um inocente amor de criança. Quando eu completei 6 anos ele já tinha 10, e recebi a pior noticia de minha vida. YunHo fora adotado. Não que eu não ficasse feliz por ele ter sido adotado, mas ainda assim, eu não queria que ele fosse embora. No dia da despedida meu rosto pequeno estava inchado pelo choro. Eu estava tonto e meu peito apertava, mas eu tinha que ser forte na frente dele.

- Prometa que vai me buscar. – Eu falei com dificuldade entre as lágrimas. Ele me abraçou.

- Eu prometo. – Selamos a promessa com o dedo mindinho. E ele se foi, quando vi que o carro estava fora de vista me deixei levar pela tontura e só acordei duas semanas depois.

Então, o garoto de 6 anos cresceu e agora tinha seus 17, nunca fui adotado por ser uma criança difícil de cuidar por causa da minha doença. Eu continuava no orfanato e só poderia ficar lá até meus 18. E também era meu prazo final, os médicos falaram. “Essa criança não passa da maioridade.” Quando recebi a noticia que YunHo voltaria meu coração apertou de felicidade. Mas o dono do orfanato que eu chamava de “pai” me avisara que ele havia mudado e muito, que não era o garoto brincalhão de antes e sim um homem metido e arrogante de 21 anos, ele também disse que ele só viria aqui para tentar tomar o orfanato, por que iria construir algo por cima desta casa enorme já muito velha. O homem que o adotara era um velho ranzinza que o maltratara e o fez ficar frio e arrogante, o ensinou a fazer tudo por dinheiro e era por isso que ele tinha vindo aqui.

Mas tinha um problema nisso tudo, YunHo apagara as memórias boa de sua infância. Ou seja... Ele tinha nos apagado, eu, o orfanato, meu “pai” e meu melhor amigo JunSu.

Meu prazo estava acabando. E o pequeno JaeJoong está sobrevivendo desde os 6 anos apenas para que o amável YunHo cumpra sua promessa.

FlashBack. ---------------------------------------