Fix A Heart

Capítulo 1 - Não quero ir



P.O.V Demi

– EU NÃO VOU PRA ATLANTA - gritei com meu pai.


– Sim, você vai e já esta decidido - ele diz, mantendo a voz calma, apesar de eu estar gritando com ele.


– Pai, por favor, me leva pro Brasil, com a minha família, não pra casa de uma amiga sua que eu só vi uma vez na vida quando era criança.


– Você não vai pro Brasil, pode tirar essa ideia da cabeça. -ele diz, entredentes.


– Por causa da minha mãe? - pergunto debochada. Mas ele fica em silêncio. - Se for por isso, não se preocupe, só quero ficar perto dos meus avós ou de pelos menos, de alguém que eu conheça.


– Acho que podemos encerar esse assunto. - disse se levantando do sofá.


– Me deixa ficar aqui mesmo, com a Maddie. - já estava praticamente, implorando pra ele.


– Chega Demetria. Você embarca na sexta, as 14 horas.


– Pai, por favor - implorei chorando.


– É melhor começar a fazer as malas. - ele saiu para o trabalho.



A vida do meu pai se resume no seu trabalho, e por isso ele quer me mandar sair de Nova Iorque e ir para Atlanta morar com uma amiga dele. Eu não entendo isso, ele sempre me deixou aqui sozinha, com uma "babá", e agora está se importando com isso.



Sai correndo pela aquela casa enorme até chegar no meu quarto, tranquei a porta e fui pro meu banheiro. Abri as gavetas, embaixo da pia, procurando aquele objeto brilhante, que de tempos pra cá vem sendo meu melhor amigo. Até que achei, olhei para o espelho a minha frente, vendo meu rosto coberto de lágrimas. Estiquei meu braço esquerdo, olhei para o meu pulso, já cheio de marcas, e depois para a lâmina na outra mão. Guiei ela de encontro com meu pulso, e passei de uma vez. Ardeu. Fechei meus olhos,que ainda estavam molhando meu rosto com as lágrimas, e fiz outro corte, soltando a lâmina dentro da pia e sentindo meu sangue escorrer sobre minha pele.


Me encostei na parede e escorreguei até o chão, me lembrando dos motivos que me leva a fazer isso, a ausência dos meus pais, as pessoas sempre me machucando de alguma maneira, pela minha insegurança em relação a minha aparência. Depois de um tempo ali chorando, me levantei para tomar um banho. Assim que coloquei meus braços debaixo da água, que estava morna, doeram. Mas eu já não me importo mais com esse detalhe. Só vi algumas gotas vermelhas caindo no chão.


Sai do banho enrolada numa toalha, coloquei uma roupa simples, prendi meu cabelo, que eram negros, num coque alto. Peguei nas minhas coisas um calmate, tomei e me deitei. Agora poderia esquecer de tudo, nem que seja por algumas horas.



O maldito despertador começou a tocar, tentei abrir meus olhos para procurar ele e desligar, mas estava difícil. Assim que levantei fui para o banheiro, escovei meu dente meu dente e levaei meu rosto, que mostrava perto dos meus olhos que eu havia chorado por um certo tempo. Maravilha, pensei ironicamente. Tomei um banho e fui me arrumar, estava com manga longa, mas mesmo assim coloquei uma pulseira. Peguei uma necessaire, onde guarda minhas maquiagens, não usava muito, mas passei um pouco, somente para tentar disfarçar os vestígios de que havia chorado ontem. Peguei minha bolsa e desci. Hora de colocar o sorriso no rosto e fingir que está tudo as mil maravilhas , pensei comigo mesma.



– Bom dia, filha. - disse meu pai, que estava na mesa, tomando seu café e lendo um jormal.


– Bom dia.


E assim era toda manhã, bom dia e depois silêncio.


– Já está errumando suas coisas?


– Não, pai. Mas por falar nisso, porque o senhor quer que eu vá tanto pra Atlanta?


– Demi, já falamos sobre isso - disse com tédio e eu deixei essa pergunta de lado.


– Qual é o nome da sua amiga mesmo?


– Patricia, Patricia Mallete.



P.O.V Justin



– Como é, mãe? - perguntei ainda não acreditando no tinha acabado de ouvir.


– Isso mesmo que ouviu, Justin. A filha de um amigo meu vai um tempo aqui em casa.


– Eu conheço um dos dois? E porque aceitou isso?


– Não, faz um bom tempo que eu não vejo o Nicholas. - ela negava com a cabeça.


– Nicholas ...?


– O meu amigo, Nicholas Lovato, e sua filha se chama Demi. - minha mãe olhou pro relógio e se levantou rápido - Estou atrasada, filho.


– Espera mãe - ela me olhou.


– O que foi?

- Por aceitou isso?

- O pai dela viajava bastante, ela não pode ficar sozinha sempre. Só .. queria ajudar

– Quando essa menina vem?


– Sexta feira, o voo dela é as 14 horas. - assenti - Agora tenho ir. - ela deu um beijo na minha testa e saiu.


Então minha decide trazer a filha de um amigo dela pra morar aqui, assim do nada? Mas deixei isso pra lá, me levantei da mesa, peguei a minha mochila, a chave do carro e fui pra escola.



Estacionei o carro e avistei a galera em frente ao carro de Ryan, sai do carro e fui até eles.


– E ai gente!?


– E ai cara!? - disse Chaz fazendo um toque qualquer.


– Fala Bieber! - disse Ryan também fazendo um toque qualquer.


– Oi meninas - comprimentei Mel e Katy com um beijo no rosto.


– Oi Bieber - disseram juntas.


– Falando sobre o que? - perguntei pra saber sobre o que estavam falando.


– Um aluno novo, do segundo né? - disse Ryan, fazendo a última pergunta para Mel.


– Parece que sim - disse Mel.


– Hum. Logo vamos ter mais uma.


– Que? - perguntou Chaz.


– É que a filha de um amigo da minha mãe vai passar um tempo em casa. - disse dando de ombros.


– Hmmmmmm, filha do amigo da Dona Pattie, sua casa .. - Ryan disse me zoando com um sorriso malicioso no rosto e os outros riram.


– Cala boca, Ryan - dei um tapa na cabeça dele e ele resmungou. Logo ouvimos o sinal bater e entramos.



P.O.V Demi


– Oi Maddie. - abracei ela assim que a encontrei em frente de seu armário.


– Hey Dems, tudo bem?


– Sim e você? - menti com um pequeno sorriso.


– Bem também. - ela fechou o armário, colocou a bolsa nos ombros e fomos caminhando até a sala de aula.


– Novidades?


– Tenho. - respondi.


– E o que é? - perguntou empolgada.


– Eu vou pra Atlanta na sexta feira - disse com desanimo.


– Isso é ótimo. Porque o desanimo?


– Eu vou me "mudar" pra lá - fiz aspas do "mudar".


– Se mudar? - agora ela também estava triste e eu apenas assenti com a cabeça. - Mas porque?


– Segundo meu pai, ele não quer mais me deixar em casa sozinha, e Atlanta é uma boa cidade, eu vou gostar da amiga dele e blá blá blá. - fiz uma careta.


– Amiga? - chegamos na sala e nos sentamos em dupla para a aula de biologia.


– É, vou ficar na casa de uma amiga dele. Eu não quero ir, Maddie. - os olhos de Maddie estavam triste.


– Fica na minha casa. - ela prospos rapidamente.


– Digamos que eu já disse isso, mas não adiantou.


– Dems ... - me chamou - Eu vou sentir sua falta.


– Eu também vou sentir a sua, Maddie. - nessa hora eu estava segurando as lágrimas. Mike, Rick e Jenna entraram.

– Oi gente. - disse comprimentando casa um com um beijo no rosto.

– Oi Demi - disse Rick.


Logo a professora entrou na sala, fazendo todos ficarmos em silêncio. Maddie era minha amiga mais próxima, tinha outros amigos, mas Maddie era, digamos, a melhor amiga, eu contava "tudo" pra ela, somente uma coisa ela não sabia. Sim, eu ia sentir falta dela e dos meus outros amigos. Muito falta.