Final Fantasy XV - Another Tale

Ano 756 da Era Moderna, 13 de Outubro - Parte 1


Sem a luz do sol era difícil pôr em ordem o meu relógio biológico. Não sabia dizer se era sete horas da manhã ou as três da tarde. Acordava por ansiedade e voltava a dormir, e isso se repetiu umas três vezes até uma sirene soar. Perigo! Foi a primeira coisa que pensei, mas meu novo amigo me acalmou quando eu pulei da cama, dizendo que era apenas a hora da troca de turnos. Aliviado apesar do coração palpitando, meu sono deveria esperar, era a sirene do meu turno. Que jeito bom de se acordar.

— “São três turnos, ou seja, a sirene toca três vezes, exceto quando há demônios. O som também é diferente quando são eles, algo das ondas sonoras desorientá-los por algum tempo ou coisa do tipo.” – Disse Tobul, com um pouco mais energia do que eu.

Lembrando sobre o que Marechal me disse ontem, perguntei a Tobul onde poderia procurar por Monica.

— “Ela fica no centro de operações, é praticamente no mesmo corredor de onde você veio, só virar à esquerda para a usina de energia.”

Agradeci meu colega de dormitório e segui suas instruções. Ao chegar no centro de operações encontrei uma equipe de quatro integrantes saindo de lá, e uma mulher olhando para um mapa posto sob uma mesa e enquanto segurava uma prancheta onde estava escrevendo algo. Ela tinha um cabelo curto e cinza, ainda que aparentasse estar na casa dos trinta anos de idade. Assim como todo guarda real ela usava preto.

— “Suponho que você seja um dos recrutas que o marechal falou.” – Algum momento eu tinha me distraído olhando para o que ela estava fazendo que não percebi que seus olhos e atenção estavam em mim. – “Libertus, chegou a comentar de você. Comentar é modéstia, na verdade ele falou muito bem de você, de seu potencial. Iustitia, certo?”

— “Iustitia Petrum, senhora!” – Disse, enquanto alinhava minha postura e batia continência.

— “Não será necessário me mostrar protocolos fúteis, garoto. Eu não sou uma tradicionalista como Cor. E você ainda é um civil.”

— “Sim, senhora!” – Me sentindo mais leve, aliviei um pouco a postura, mas ainda mantendo uma devida firmeza para não dar uma péssima primeira impressão.

— “E pode me chamar de Monica, não sou tão velha para ser chamada de senhora.” – Ela soltava um sorriso simpático toda vez que falava, diferente do sempre sério Cor. – “Bom vamos começar com as instruções. O mapa aqui na mesa é o mapa de todo o continente de Lucis. Temos algumas bases de operações, mas temos, cinco quartéis-generais, Lestallum, Velha Lestallum, Meldacio, Cauthess e Caem. Apesar de nossa situação estar em um nível aceitável, precisamos enviar suprimentos e energia para nossos quarteis e suas respectivas bases. Lestallum é a única cidade com uma usina de energia ainda funcional, no entanto abrir caminho entre os demônios para enviar comboios e eletricidade provou ser desafiador para as nossas forças. O grupo que estava aqui agora pouco estavam indo em uma missão para reestabelecer a rede elétrica entre ligando nós a Velha Lestallum. Afinal sabe-se lá até quando os geradores darão conta de alimentar aquela cidade.” – Monica fechou os olhos e colocou a prancheta sob o mapa, enquanto massageava as têmporas com uma mão. – “Garoto, não vou mentir, não está nada fácil. E provavelmente não viraremos essa maré tão cedo, esperança é tudo que nos resta e está cada vez mais em falta. – Monica se apoiava com as duas mãos na mesa, semicerrando os olhos como se estivesse me analisando, vendo se eu era realmente material para ser um Lâmina. – Eu sei que os reis de Lucis têm nos ajudado dando as bençãos deles aos nossos recrutas. Mas você tem certeza de quer continuar?”

Suspirei e assenti – “Certeza eu não tenho. Porém, eu quero estar aqui, eu quero fazer isso! O mundo todo está na escuridão e o Feroz acredita em mim, Libertus e o Marechal, minha família... Sei que posso não ter o que é necessário, e posso não estar aqui para ver o mundo em paz novamente quando esse dia chegar, mas se eu disser não... Eu estaria errando comigo mesmo.”

— “Pois bem, Iustitia.” – Monica pegou algo debaixo da mesa e o jogou para mim. Ao olhar, percebi que era o distintivo de maior prestígio de toda Lucis. - “Bem-vindo ao Lâminas do Rei.”