Final Fantasy XV - Another Tale

Ano 756 da Era Moderna, 13 de Outubro - Parte 2


A ansiedade me consumia, minha primeira missão como um Lâmina, servindo Lucis, ajudando as pessoas. Eu não poderia dar ao luxo de fraquejar, estava determinado a dar o meu melhor. Lembro-me das palavras de Monica sobre a missão.

— “A missão de vocês é a seguinte: temos tido problemas com Garulas nas matas de Duscae, impedindo que vasculhemos a área por busca de rações. O objetivo é eliminar a ameaça para que as escoltas de reconhecimento possam entrar mais fundo na área. Entendido? – Ninguém tinha queixas então ela prosseguiu. – “Certo, essa missão teremos um novo recruta, Iustitia Petrum. Vocês podem deixar as introduções durante o caminho. Preciso da área segura para hoje! Dispensados.”

Fomos para Duscae com uma caminhonete, éramos uma equipe de quatro pessoas, padrão em equipes de choque dos Lâminas de acordo com um dos meus companheiros de grupo, Mat, que foi abençoado pelo rei Andarilho. Outro dos meus companheiros eram Delilah, que não chegou a falar desde que a vi, em compensação Mat que não parava de me fazer perguntas de onde eu sou, como fui parar aqui e até mesmo sobre formações das rochas, por algum motivo. Por fim, o motorista era nada mais e nada menos que Tobul. Minha introversão agradecia a presença de pelo menos um rosto conhecido, por mais que tenha sido um conhecido de mais ou menos doze horas.

Tobul parou o veículo próximo do local onde seria o encontro com as Garulas.

— “Relaxa, cara, vai dar tudo certo. Não é como estivéssemos enfrentando demônios, só são Garulas protegendo seu território.” – Disse Tobul ao dar uma gentil cotovelada no meu braço direito, com o mesmo sorriso pretensioso, porém efetivamente segurador, que eu vejo desde que o conheci.

— Vejo três, não, quatro Garulas ao sudoeste daqui. – Falou Mat, observando com um binoculo e apontado para a dita direção.

Andamos sorrateiramente até elas, planejamos algo rápido e preciso. Aproveitar a única hora de sol. Tobul acenou para ficarmos atrás dos arbustos, enquanto Delilah e Mat subiam um rochedo para atacar de cima. Quando Mat acenou que estava pronto, saquei minhas adagas.

— “No três.” – Disse Tobul sussurrando para mim enquanto contava com a mão para a dupla no outro lado.

— “Um...”

Fechei meus olhos e engoli minha saliva.

— “Dois...”

Tentei ao máximo controlar minha respiração. Apertei com força os cabos de minhas adagas.

— “Três!”

Abri meus olhos e fui correndo em direção a primeira Garula, incerto onde acertar, dei alguns golpes no rosto dela. Mat jogou uma bola de fogo que acertou outras duas. Delilah materializou uma besta e acertou uma flecha eletrizada em cheio entre os olhos da mais distante. No entanto me distraindo com as ações surpreendentemente coordenadas dos outros, não percebi que a minha oponente ainda estava em pé e tentando avançar em minha direção. Tobul conseguiu intervir assustando a criatura com sua katana, fazendo um corte superficial nela. A criatura berrou com sua tromba.

— “Essa não!” – Reclamou meu parceiro. Com uma cara de pavor misturada com frustação.

— “Mais deles. E nessa vez é o rebanho todo!” – Gritou Mat.

— “Droga! Iustitia, termina com esse aqui. E mantenha o foco!” – Tobul se teleportou atravessando o campo encurtando consideravelmente sua distância das Garulas que surgiram.

Enquanto isso, meu combate era um contra um. A criatura tentou avançar mais uma vez, nessa eu não dei o luxo da distração, esperei o momento certo. Ela se aproximava, levantando-se, pronta para me pisotear. Fechei meu punho e soltei um pulso mágico contra ela. O animal caiu, e a finalizei com minhas adagas.

Escutei mais outros sons vindo das trombas das outras Garulas, Tobul já tinha finalizado quatro, enquanto Delilah servia de suporte a distância. Mat tinha mudado para o confronto direto, soltando raios ao ver uma abertura e conjurando um escudo mágico sempre que algo se aproximava.

Joguei uma de minhas adagas para a direção deles, me teleportando em seguida, e para minha sorte, ou melhor dizendo azar, a adaga tinha enroscado em alguns galhos de um arbusto.

— “Maldição!” – Vociferei, enquanto tentava sair daquela situação embaraçosa e desprotegida.

— “Sério, Iustitia?” – Reclamou Tobul, enquanto eliminava mais uma Garula.

- “Garulesa vindo ao norte!” – Gritou Mat.

Com a outra adaga em mãos, joguei-a para o ar, me teleportando para alguns metros acima onde estava, e evitando minha queda, a lancei mais uma vez, para perto de Mat. Seu escudo me protegeu da investida de uma das Garulas que acompanhava sua mãe. Nunca tinha visto uma Garulesa tão de perto. Enquanto suas crias passavam fácil o tamanho de um ser humano, as líderes do bando costumavam ter quatro metros e as vezes alcançando até cinco.

— “Delilah, uma besta não vai bastar nessa! Venha já para cá!” – berrou Tobul para a nossa franca-atiradora.

A mulher grunhiu, e disparou uma flecha que ao chocar em uma das longas presas da Garulesa explodiu, ocultando a criatura em uma enorme nuvem de fumaça preta.

— “Retira o que eu disse. Parabéns Delilah!”

No entanto, após a fumaça se esmaecer, a criatura estava em pé e mais furiosa do que nunca dada a sua presa esquerda recém-quebrada.

— “Tsk!” – O primeiro som que ouvi de Delilah, um estalido vindo de sua boca. Logo em seguida, ela desmaterializou sua besta para uma espada grande de duas mãos. Ela girou a espada e a atirou em frente da Garulesa, se teleportando, ela faz outra manobra, um corte vertical, acertando e quebrando a sua última presa. A criatura começou a cambalear – “Mat, fogo, agora!”

Mat assentiu, fechou seu punho ao abrir soltou uma bola de fogo, atingindo a criatura e a derrubando.

— “Iustitia, vamos terminar isso!” – Vociferou Tobul, começando correr com sua katana em mãos.

Corri junto com ele, com minhas adagas preparadas. Dei o primeiro corte, e ele o segundo, a finalização, no entanto, foi roubada por outra bola de fogo.

— “Me empolguei. Desculpa.” – Disse, Mat entres risadas tímidas com sua mão direita ainda com a fumaça de seu feitiço.

Conseguimos concluir a missão, e Tobul, através de seu radio, deu sinal verde para a equipes reconhecimento adentrarem na mata. Precisávamos esperar a equipe chegar para voltar a Lestallum, “evitar surpresas de mais uma prole de Garulas ou demônios”, citou Mat.

— “Bom, e agora?” – Falou Tobul.

— “Ouvi dizer que carne de Garula dá um ótimo ensopado de carne assada.” – Disse, lembrando de ter visto algo do tipo no livro de receitas da vovó.

Mat bateu suas palmas, esfregando-as em seguidas – “Mal posso esperar! Meu estomago está roncando desde que chegamos.”

— “Então não façamos seu estomago esperar mais! Vamos pegar alguns equipamentos na caminhonete e preparar fogueira.” – Anunciou Tobul.