Final Fantasy XV - Another Tale

Ano 756 da Era Moderna, 11 de Outubro - Parte 1


A palavra que defini esse dia é: surreal. E fui abençoado por um rei de Lucis! Tonitrus Lucis Caelum, o feroz!

Eu não imaginava as proporções que iriam me levar onde estou agora. Era para ser o dia onde eu e meu pai levaríamos nossa família para Lestallum. Com nossas plantações murchas pela falta de sol, nosso gado mutilado pelos demônios, nossa fazenda não era mais segura, tínhamos que ir embora. Fico feliz em ver Spot salvo e comigo, porque se não fosse pela sorte do destino da minha mãe ter deixado Spot dormir dentro de casa na noite anterior, ele poderia... Não quero nem imaginar.

Carregamos a caminhonete com tudo e fomos para a cidade. Seguimos estrada sem parar, exceto quando tivemos que parar no posto para colocar combustível no carro. Não tinha muitas pessoas no posto, nem muito combustível, portanto, o preço estava bem alto, mais de 100 gils por litro. Tentei pechinchar para pagarmos menos, sem sucesso. Claro que acabei chamando meu pai para convencer o frentista a nos dar um desconto, diferente de mim, ele era bom na arte de conseguir mais por menos, principalmente quando se falava de gils. Chegando na loja de conveniência do posto, perguntei para o dono sobre Lestallum. Respondendo de forma meio grosseira, talvez por estar ocupado de mais com alguma coisa, ou por medo dos demônios, disse que iria fechar o posto e fugir de Lucis o quanto antes.

- “Eu vou é para Altissia, demônios não sabem nadar e a cidade é longe de tudo. Só preciso arranjar um barco que me leve para lá.”

Aquilo matou minhas esperanças de encontrar um lugar seguro. Eu precisaria rever com meu pai nossas opções, seria Altissia, a cidade da luxuria e beleza, melhor que Lestallum?

Como se tivesse lido minha mente, um homem exacerbado de extravagância me chamou, eu não lembro se ele já estava lá ou entrou depois da minha conversa com o dono do posto, eu tenho a certeza de que teria notado uma pessoa dessas. Era um homem alto, cabelo longos de cor púrpura e olhos amarelos como mel, não era um visual do meu cotidiano de garoto do campo, claramente era um homem da cidade, ou até mesmo um estrangeiro. Me aproximei mais dele, aguardando o que ele poderia falar.

Ele soltou um sorriso um tanto malicioso e comentou sobre Altissia e Lestallum.

— “Ouço tanto de cidade ali e cidade para lá, mas me pergunto até quanto tempo elas irão durar. Afinal, se até mesmo Gralea, a capital do império, caiu pelas mãos dos malvados demônios, que lugar seria realmente seguro?”

Antes que eu pudesse perguntar o nome dele, ele levantou seu dedo indicador e então disse que havia um lugar que nem mesmo se o próprio mal tentasse, ele conseguiria invadir. Eu insisti para que ele respondesse onde, e acabou cedendo, dizendo que não era uma informação que todo mundo deveria saber, mas que por mim ele iria fazer uma exceção.

— “Essa é uma informação privilegiada, não é para qualquer um, sem ofensas. Mas, como estou me sentido caridoso hoje lhe direi onde. É claro, isso deve ser a apenas para você e quem estiver contigo, ninguém mais! Fechado?”

Eu apenas assenti esperando euforicamente para que ele prosseguisse. Mais uma vez ele mostrava aquele sorriso malicioso. Como se gostasse de me ver em seu controle.

— “Onde jaz ficava um dos seis, o poderoso Infernian, suas chamas eternamente ardentes protegem os Rochedos de Ravatogh da corrupção das criaturas demoníacas.”

Eu agradeci o homem pela informação que por fim compartilhou.

“Não, eu que o agradeço.” – Disse ele com um sorriso não muito sincero e foi embora.

Ao entrar na caminhonete, notei que tinha gasolina o suficiente apenas para uma viagem, Lestallum ou Ravatogh. Eu sugeri a ideia aos meus pais, eles falaram que era loucura, mas assim como todo mundo, sabiam que Lestallum não seria segura para sempre. Então decidimos por fim em acreditar naquele estranho, não que houvesse muita alternativa mesmo. Ir para Altissia era loucura, e Insomnia virou história.

Por fim entramos em consenso, liguei a caminhonete e seguimos em direção aos Rochedos.