Final Fantasy XV - Another Tale

Ano 756 da Era Moderna, 10 de Outubro


O mundo não é mais o mesmo, tanta coisa mudou. Pesadelos inimagináveis andam em torno de nossa fazenda aterrorizando nosso gado, nos dando nenhuma alternativa a não ser o confinamento. Vendo nossos dias de vida indo embora conforme essas aparições se tornam mais frequentes, decidi criar um diário. Aqui registrarei os prováveis últimos momentos da minha vida, pois, só um milagre me tiraria dessa situação.

Tudo começou quando o império de Niflheim conseguiu, depois de décadas, invadir a cidade coroada de Insomnia, enganando a todos com um tradado de paz que mais parecia ser uma rendição pacífica de Lucis do que um acordo bilateral. Nossa majestade, o rei Regis, e seu conselho, acabaram por fim aceitando o acordo, algo que chocou a muitos. Alguns, como meu pai viu aquilo como uma traição ao povo, mas eu sabia melhor, como vossa majestade e seus Lâminas poderiam lutar contra um império que já tinha domínio sobre o mundo todo?

Embaixadores do império entraram na cidade coroada, festas e comemorações da realeza aconteciam por meio de protestos civis. A paz parecia se estabelecer entre o Lucis e o império, com o amargo custo da entrega de terras do território Luciano em troca da proteção do cristal divino e da linhagem real. Com o povo em revolta, soldados questionando suas lealdades a Lucis, e um rei doente, a instabilidade em Lucis foi lançada. Um cenário perfeito para Niflheim mostrar suas intenções, logo Insomnia sucumbiu com um ataque devastador do império.

Com um rei dado como morto, e Insomnia em cinzas, nosso povo não teve escolha. Servimos um império impotente alimentado por suas maquinações Magitek e agora abençoado pelo cristal roubado de nosso reino.

Foi a partir daí que as coisas pioraram, os dias foram sutilmente tendo noites mais longas, coisa que a vovó ficava me falando quando começou, eu achava que era delírio de uma senhora de idade, até que chegou num ponto onde a noite chegava as quatro horas da tarde do relógio. O que eu tinha percebido naqueles meses eram que de fato, algumas coisas estavam acontecendo. Além de muito movimento de aeronaves do império nos céus, aparições começaram a surgir por toda Eos. Como eles tinham pavor da “luz divina” do Sol, como diz minha vó, ficaram por séculos entrincheirados nas profundezas do mundo. No entanto, as noites longas os tornaram de alguma forma corajosos em não se reservarem apenas em lugares inóspitos e sombrios, a ponto de hoje estarem aqui, rodeando minha casa.

Chegamos até a comprar aquelas lâmpadas fortes que vendem em Lestallum para afugentar essas criaturas e impedir deles devorarem nosso gado. Deu até certo no início, mas ele foram ficando mais ousados, chegando até a cortar a energia uma vez, apesar que desconfio se foi mesmo algo deliberado ou só um ato simples de selvageria, algo bastante comum vindo dessas aberrações.

Ainda tínhamos esperanças de que um dia isso iria melhorar. Isso é, até a morte da nossa querida Oráculo, que os deuses a tenham, e do desaparecimento do príncipe Noctis, o último da linhagem de Lucis. Sem uma Oráculo para conversar com os nossos deuses, curar os enfermos infectados da praga que esses demônios, e sem um rei para manusear o poder do cristal para manter tais seres longe, fomos afastados dos divinos Astrais e de nossa normalidade. Às vezes me pego divagando, seria isso um castigo? Fomos abandonados? E se sim, por quê?

Hoje tivemos apenas duas horas de dia, e tenho planejado com os meus pais de irmos para algum lugar seguro na próxima manhã, mas que lugar seria seguro num mundo abandonado pelos deuses?