Filhos da noite 3 – Ascensão

Capítulo 6 - MAIS UM JANTAR AGRADÁVEL


— Não vou a esse jantar. - Respondi caminhando de volta ao estacionamento. - Onde você está? Não encontrei com você na escola.
— Não consegui.
— Sinto muito, Nora. Podia ter me encontrado.
— Você tem que vir comigo nesse jantar.
— Realmente odeio Hank Millar.
— Eu também odeio, mas preciso de você comigo.
— Está ok. Vou retornar a ginástica artística hoje. Chegarei em casa mais tarde.
— Ok. - Ela falou e desligou.
Assim que estacionei em frente à minha casa encontrei Patch.
— Terei um jantar agradável com Hank Millar hoje.
— O que?
— Sim. - Respondi. - Blyte e ele vão sair para jantar e querem Nora e eu junto. Você vai ficar me devendo essa para sempre. Poderia muito bem usar minha magia para trazer a memória de Nora de volta.
— Ela me visitou nos sonhos ontem de noite. Não posso deixar que faça isso. Ela precisa ficar assim. Para o próprio bem dela.
— Mais cedo ou mais tarde ela vai lembrar de você, Patch. Não vou manter essa mentira por muito tempo.
— Por mim vai ser mais tarde. Primeiro tenho que deixa-la em segurança.
— Ela terá toda a segurança que meu pai e seus homens puderem dar.
— Nora é filha de Hank, isso faz dela uma Nephilim. Eles aceitam Tyler e Nico por eles serem híbridos. Vocês são Filhos da noite. Filhos de Lilith. Ninguém pode possuir seus corpos. Por isso tem a convivência pacifica e o fato de você e Nico serem filhos dele. Mas você tem que entender que isso coloca vocês no topo da lista para matarem. Assim como Nora vai estar se ela e todos saberem a verdade.
— Não se pode esconder quem é para sempre, Patch. Uma hora ou outra a gente tem que enfrentar.
— Por enquanto ela tem que ficar em segurança. Me prometa isso. Que não vai contar a ela a verdade e vai protege-la.
— A primeira parte não vou prometer por que se ela um dia perguntar eu contarei. E a segunda parte, não preciso prometer. Protegerei ela sempre.
Entrei na casa e procurei por alguém. Encontrei todos nos fundos da casa onde nós estávamos usando para treinar. Ben e Tyler estavam lutando. Ambos sem camiseta.
Parei na porta observando.
Era uma luta de igual para igual. Nico mantinha os braços cruzados e um sorriso no rosto.
— O que vocês estão fazendo? - Perguntei me aproximando e ambos se afastaram.
— Treinando. - Nico respondeu.
Encarei os 3 na minha frente e semi cerrei os olhos.
— Espero que isso seja verdade. - Respondi.
— Você saiu cedo. - Ben comentou se aproximando de mim me deixando desconfortável com sua aproximação repentina.
— Escola. - Respondi. - Você está bem?
— Lembrei de algumas coisas. Patch tem me ajudado bastante com isso.
— Que ótimo. - Falei.
Lançou um olhar para Nico e Tyler que estavam nos encarando depois estalou a língua.
Quase sorri por ele lembrar dessa mania.
Se aproximou mais e tocou me pulso.
— Quero que me mostre mais algumas coisas.
— Eu já mostrei tudo a você. - Respondi.
— Eu sei que não. - Sorriu.
— Por que vocês não procuram um motel? - Nico perguntou e o encarei.
— Por que temos quartos ali em cima. – Respondi, depois arregalei os olhos.
Encarei Ben que sorriu enquanto Nico gargalhava. Meu rosto ficou vermelho igual a um tomate.
Ben começou a caminhar ainda segurando meu pulso e forçando meu corpo a caminhar junto a ele. Minhas pernas estavam meio bambas enquanto o seguia em direção ao quarto.
Ele fechou a porta do quarto e colocou a mão na minha nuca juntando nossos corpos.
— Me mostre o que você não mostrou.
— Já mostrei tudo a você. - Repeti.
— Não me mostrou nossas noites juntos.
Senti meu centro pulsar, encarei Ben nos olhos e ele me beijou puxando meu corpo para colar ainda mais no seu.
Meu celular começou a tocar e me afastei dele que continuou beijando minha bochecha até a orelha.
— É a Nora. - Falei.
— Não atenda. - Sussurrou sugando minha orelha.
— Eu preciso. - Tentei me afastar.
— Por favor. - Pediu.
— Sinto muito. - Falei antes de me afastar dele. - Nora?
— Você já está vindo?
— Nora eu... Já... Estou chegando.
— Tudo bem?
— Sim. - Respondi empurrando Ben que sorriu. - Já estou chegando. - Desliguei.
— Você vai ir?
— Preciso. E você se comporta.
— Sou eu que estou preso aqui lembra?
— É para o seu bem. - Respondi.
— Vai voltar hoje?
— Acho que não. - Respondi. - Só amanhã.
— Amanhã deixe esse celular desligado ou vou quebra-lo. - Sussurrou. - Quero você, Anjo. Estou louco de desejo.
— Nossa... Está no cio ou o que? - Debochei nervosa.
— Estou com saudade. - Respondeu. - Agora vai ou eu não deixarei você sair mais.
Fiquei o encarando. Não queria sair. Mas tinha que sair.
Passei a mão nos cabelos tentando me orientar depois sai do quarto.
Desci as escadas e sai da casa. Encontrei com Nico, Tyler e Patch na rua conversando.
— Já acabou? - Nico perguntou.
— Cala a boca, Nico. Tenho que ir encontrar Nora. Até amanhã. - Respondi antes de entrar no carro.
— Você está atrasada. - Nora falou assim que entrei na casa.
— Estava fazendo algumas coisas. E não estou atrasada coisa nenhuma. Você que está pirando.
— Isso não deixa de ser verdade. Urgh! Não quero ir nesse jantar.
— Infelizmente você e aparentemente eu não temos escolha.
Subi as escadas e fui tomar um banho.
Um banho frio por que estava acesa.
Coloquei um vestido de renda branco sem mangas e decote v, apertado na cintura e soltinho para baixo. Coloquei um cinto rosa mais escuro e minha jaqueta booster Pink.
Acabei sorrindo lembrando de ter saído com Tyler e reclamado do rosa. Isso parecia ter sido há anos.
Calcei um sapato Oxford nude e fui encontrar com Nora.
— Nossa! Desde quando você usa rosa?
— Desde que tenho o look novo. Veio de herança da minha mãe. Ela tinha feito algumas compras e isso incluía algumas roupas rosa.
— Isso é novo para mim. Mas você está linda.
— Obrigada. Você também.
Ouvimos Hank e Blyte no hall, nos entreolhamos antes de descer.
— Pronto? - Blyte perguntou depois me encarou. - Essa roupa é linda querida.
— Obrigada. - Falei. - Eram algumas coisas que minha mãe tinha comprado antes do acidente.
— Devo dizer que nunca tive a chance de falar que sinto muito pela sua perda, Nicolle. Deve ter sido péssimo acordar órfã. - Ele falou.
Seus olhos brilharam e semi cerrei os olhos. Ele sabia. Sabia de tudo.
— Sim. Não foi fácil. Mas a gente vai levando do jeito que dá.
— Isso mesmo querida. - Blyte falou me abraçando.
Já podia esperar que o jantar seria maravilhoso!
— Vou dirigir separadamente. - Nora falou. - Nikki vai comigo. - Hank apertou o ombro de Nora.
— Marcie é da mesma maneira. Agora que ela tem a sua licença, quer dirigir em toda parte. - Ele ergueu as mãos. - Sua mãe e eu vamos encontrá-la lá.
— Posso ter dinheiro para a gasolina? Tanque está baixo.
— Na verdade. - Blyte falou lançando um olhar a Hank. - Estava realmente esperando para usar este tempo para nós três conversarmos. Por que você não vai conosco e dou-lhe dinheiro para encher o tanque amanhã?
— Seja uma boa menina e ouça a sua mãe. - Hank falou sorrindo.
— Tenho certeza que teremos muito tempo para conversar no jantar. Não vejo o grande problema em dirigir por mim mesma. - Nora falou.
— É verdade, mas você ainda vai ter que ir conosco. Acontece que estou sem dinheiro. O novo telefone celular que comprei pra você hoje não foi barato.
— Não posso pagar a gasolina com seu cartão de crédito? Ou o que dizer de Hank? Tenho certeza que ele tem uma nota de vinte dólares. Certo, Hank? - Hank riu, mas eu vi o quanto ele estava ficando irritado.
— Você tem uma ótima negociadora em suas mãos, Blyte. Instinto me diz que não herdou a sua natureza, doce e despretensiosa.
— Não seja rude, Nora. Agora você está tornando uma grande coisa a partir do nada. Dividir o carro por uma noite não vai te matar. É melhor ir. Temos reservas para as oito e não queremos perder nossa mesa.
Hank abriu a porta e nós saímos.
— Ah, então esse é o seu carro, Nora? O Volkswagen? - Hank falou. - Da próxima vez que estiver no mercado passe pela minha loja. Eu poderia trocá-lo com um conversível Célica pelo mesmo preço.
— Foi um presente de um amigo. - Blyte explicou e Hank assobiou baixinho.
— Isso é algum amigo que você tem.
— O nome dele é Scott Parnell. Velho amigo da família.
— Scott Parnell. O nome soa familiar. Eu sei quem são seus pais?
— Sua mãe, Lynn, vive mais em Deacon Road, mas Scott deixou a cidade durante o verão.
— Interessante. Qualquer ideia para onde ele foi?
— Em algum lugar em New Hampshire. Conhece Scott? - Hank assentiu.
— New Hampshire é a cidade de Deus.
Lancei a Nora um olhar de "Vou te matar por me fazer andar no carro de Hank". E ela me lançou outro dizendo "Eu não tenho dinheiro para a gasolina.".
Hank estacionou no Coopersmith e nós descemos do carro.
— Eu encontro vocês lá dentro. - Nora falou para eles. - Mensagem.
Blyte lançou um olhar mortal a ela antes de os dois entrarem.
— Vee? - Perguntei e ela assentiu.
Ela trocou as mensagens depois nós entramos.
— Os meus entraram há um minuto atrás. - Nora falou à anfitriã. - A reserva está sob o nome de Hank Millar. - Ela sorriu.
— Sim, Hank, meu pai joga golfe com ele então eu o conheço muito bem. Ele é como um segundo pai para mim. Tenho certeza que o divórcio tem o devastado por isso é muito bom vê-lo namorar novamente.
— Acho que depende a quem você pergunta. - Nora respondeu.
— Oh! Como não pensei. Você está certa. Tenho certeza que sua ex-mulher discordaria. Eu não deveria ter dito nada. Desconsidere por favor.
Nós seguimos pelo bar e descemos um pequeno lance de escadas. Hank se levantou quando nos viu se aproximar.
Esse jantar ficaria na história.