POV.: Annabella

Eu e Connor estávamos namorando a duas semanas! O namoro das meninas também ia super bem.

Toda tarde eu e Connor saiamos para passear pelo acampamento e ver o por do sol que pra mim particularmente era a parte mais linda do dia depois do nascer do sol, claro.

Ele me pegou no chalé de Ártemis, que é onde Quíron me deixou, para não ser tão assediada pelos meus meio irmãos filhos de Apolo. Mas em toda refeição eu me juntava a mesa deles e cantávamos para os outros campistas. Connor disse que adorava minha voz, então em algumas tardes eu cantava pra ele.

- Oi! – disse descendo as escadinhas do chalé e me jogando em seus braços que eu tanto amava.

- Oi! Pronta? – ele perguntou me dando um selinho.

-Sim. Onde vamos hoje? – Acho que me esqueci de mencionar a cada encontro era um lugar novo do Acampamento ou o que mais gostávamos.

- Pensei na floresta. - ele disse pegando minha mão e começando a caminhar.

- Parece legal. Nunca fui à floresta. – eu o olhei – É perigoso?

- Não comigo estando com você. – ele disse me agarrando pela cintura.

- Tenho certeza. – eu disse lhe dando um selinho.

Andamos até a orla da floresta, nos embrenhamos na mata e depois de um bom tempo andando chegamos a um pequeno laguinho.

- Costumo vir aqui quando quero pensar nas coisas. – ele disse agitando a superfície do lago.

- É realmente lindo. – eu disse olhando ao redor

Ele se aconchegou numa árvore e depois de eu me sentar ao seu lado, ele deitou a cabeça em meu colo.

- Canta? – ele perguntou sorridente.

Comecei a cantar e ele brincou com os meus dedos, quando a música acabou ouvimos pisadas fortes no começo, Connor apenas levou um susto e me aconchegou em seus braços em um gesto protetor. Até que as passadas ficaram mais fortes.

- C-Connor, - eu gaguejei, meio sufocada porque ele me abraçava com um boa dose de força – Isso acontece sempre?

- Não, acho melhor irmos avisar ao Quíron.- ele disse me levantando.

Quando íamos começar a caminhada de volta, guerreiros com armaduras prateadas apareceram marchando em nossa direção, ao me verem eles saíram de formação e começaram a correr pra mim, ignorando os gritos enfurecidos de Connor.

- Corre! – ele gritou pegando a minha mão.

Corremos muito, parecemos estar perdidos, mas os guerreiros não nos deixavam.

- Tem um arco que eu guardei em baixo de uma pedra para a caça a bandeira, fica um pouco longe mas acho que o Travis também deixou armas. – ele me olhou, o rosto encharcado de suor – Você como uma boa filha de Apolo sabe atirar com arco e flecha, né? – nunca atirei com arco e flecha no acampamento e nem na minha vida, ainda estava em armas e bloqueios, tive que confiar nos meus instintos. Assenti – Ótimo, consegue correr até lá? – “Não” pensei, mas assenti engolindo em seco.

Corremos e nos embrenhamos mais ainda na mata, até que tropecei num galho que não tinha visto. Os guerreiros estavam um pouco atrás mas se eu continuasse no chão iriam nos alcançar.

- Está quebrado. – eu disse avaliando o estado do meu pé, estava virado em um estranho ângulo.

Ele sorriu ao ver meus dotes de medicina, mas ao ver que os guerreiros se aproximavam ele foi me pegar no colo.

- Não dá. – eu disse me arrastando até a árvore. Os guerreiros estavam próximos – Vai na frente, eu vou subir aqui e depois você me busca. – eu o encarei. Muito próximos. A dor era inacreditável.

- Não posso te deixar. – ele me olhou. Próximos.

- Vai. Eu vou ficar bem aqui, te esperando. - minha mão passou pela sua nuca, acariciando os seus cabelos da maneira que eu gostava.

- São guerreiros de Zeus. Não vão desistir enquanto não te matarem. – ele me segurou com força. Próximos.

- Vai. – eu lhe dei um beijo e o empurrei pra longe. Ele correu e antes de virar um uma árvore, ele olhou para trás e me viu subindo de modo precário na pedra.

É isso, pensei, é o meu fim. Foi bom ter o Connor pra mim um pouco. Espero que ele chegue as meninas e as deixe seguras.

Próximos...

A um passo...A partir dali tudo aconteceu rápido demais. Antes que eu pudesse tapar o rosto, um rastro dourado passou como um fleche por mim, fui puxada para cima, meu pé doeu de forma alucinante, pontinhos pretos dançaram nos meus olhos, eu ouvi armaduras baterem e uma voz doce e divertida falando e uma mão delicada acariciando meus cabelos dourados.

- Está tudo bem filha. O papai está aqui. – com os olhos semicerrados pude ver um homem de cabelos cor de mel, dirigindo uma Ferrari, e uma mulher de cabelos negros como a noite preso numa trança.

- Oi filha. Mamãe esteve com tanta saudade. – ela sorriu docemente.

Vi o homem deixar o carro voando sozinho (sim o carro voava) e atirar flechas flamejantes (pelo que me pareceu) nos guerreiros.

- Connor... – eu disse olhando para os lados e só ai percebi, eu estava gravemente ferida. Provavelmente um guerreiro me acertou antes de ser içada pelos meus... Pais.

- Ele está bem, querida. Todo o acampamento foi avisado. Eles estão lutando, lá embaixo. – parecendo ler meus pensamentos ela acrescentou – E suas amigas estão bem. Com os pais delas.

- Filha aguenta firme, eu já vou te ajudar. – meu...Pai disse.

- Apolo, está... – a mulher deixou a voz num sussurro – Está sangrando muito. Por favor, Apolo... – ela choramingou.

- Calma, - ele disse suando frio.

- Mãe... – eu consegui dizer antes dos meus olhos fecharem.

Acordei em uma cama fofa. Estava na enfermaria.

Olhei para os lados e Connor estava sentado numa cadeira ao meu lado, as mãos tapando o rosto.

- Co-Connor... – eu disse tentando me levantar que só fez com que eu ficasse tonta e uma terrível dor me atingisse nas costelas.

- Bella. – ele levantou em um salto. Estava arrasado. Olheiras roxas envolviam seus olhos, mas mesmo assim ele mantinha o mesmo sorriso que eu amava – Que bom que acordou! Não sai daqui desde...Desde que a luta acabou.

- A quanto tempo estou aqui? – perguntei acariciando a palma da mão dele que segurava a cama.

- Uma semana. – ele me olhou preocupado – Quer ambrósia? – ele me deu algo em uma colher – Tem gosto de quê?

- Huum, das amoras que comemos no jardim. – eu disse sorrindo e lambendo os lábios.

- Que bom que gostou delas. – ele sorriu ficando vermelho.

- Cadê meus...Pais?

- Ha, eles passaram todos os dias e todas as noites aqui com você. Ártemis não parava de chorar, falando que você não podia ir, que ela não iria se perdoar. Saíram pra comer algo ainda pouco. E as meninas também, Gina teve um corte no braço, mas nada de mais. – ele acrescentou vendo minha expressão – E Annie está no quarto dela, desmaiou depois de ser acertada na cabeça por um dos guerreiros.

- Bem, depois eu falo com ela. – eu sorri – Agora deita aqui comigo? – disse batendo no espaço ao meu lado.

Ele se deitou e ficamos lá, só ouvindo a respiração um do outro. Até que Apolo entrou no quarto.

- FILHA! – e foi me abraçar – QUE POUCA VERGONHA É ESSA RAPAIZINHO? – disse vendo Connor ao meu lado entes mesmo de me abraçar.

- Apolo... – ele continuou a bater o pé para o Connor e a estalar os dedos – Apolo. – continuou – PAI!

Ele me olhou assustado.

- Sim, filha. – ele sorriu.

- Ele estava aqui porque eu pedi. – Connor sorriu satisfeito – E eu não queria ficar aqui, sozinha.

- Tudo bem filha. Eu te perdoo. – mas mesmo assim lançou um olhar cortante ao Connor, que levantou as mãos em gesto de rendição.

Depois Ártemis chegou, e conversamos. Depois Gina e Annie chegaram com Leo e Nico.

Á noite, meus pais e os das meninas tiveram que ir ao Olimpo para “papear” com Zeus, segundo meu pai. E os casais foram embora. Mas Connor ficou para dormir comigo a meu pedido.

Tive de ficar mais duas semanas na enfermaria, até o corte sarar completamente. E quando saí com Connor me ajudando a andar e as meninas saltitando ao meu lado,tivemos uma surpresa.

Rachel ( a oráculo) vinha em nossa direção, com os olhos verdes de forma anormal.