— O que eu fiz? - perguntou pro filho. - Eu saio, ela estava bem e quando eu volto, ela me expulsa?

Alejandro riu.

— Ela é uma Sandoval! - foi impossível não se lembrar de Maria e suspirar.

Victoriano o olhou e sentiu que algo estava errado e o segurou pelo ombro e o levou para o escritório.

— Agora você me conta a verdade?! - o olhou bem sério.

Alejandro sentou e passou a mão no rosto e Emiliano veio até a porta e disse:

— Pai, Vick está brava porque estávamos conversando sobre o quase beijo de você e mamãe! - e Victoriano ficou branco no mesmo momento.

Que merda era aquela que Emiliano estava dizendo? Como poderia estar conversando sobre uma coisa com Victória se ela nem se quer sabia? Respirou fundo entendendo o jeito dela e olhou para Alejandro, ali também tinha problemas e ele queria saber do que se tratava e logo falaria com Victória, mas não deixou de dar um cascudo no filho pelo que tinha feito.

— Você vai me pagar por me ferrar assim! - deu outro cascudo nele. - Agora suma daqui antes que eu te de uma surra por falar demais. - bufou.

— Ela disse que já sabia! - se justificou. - Eu não tenho culpa! - estava com a mão na cabeça e saiu dali antes que o pai acabasse com ele de verdade.

— Não teve culpa?! - repetiu sabendo que estava mesmo bem encrencado quando Victória despertasse.

Victoriano amava aquela mulher mais que tudo e não queria que ela descobrisse daquele modo o que tinha se passado com Inês, ou melhor, o que não tinha se passado entre eles porque ele era fiel e nunca trairia seu amor ainda mais com uma mulher que fez pouco caso dele no passado e agora que ele estava bem o que queria de volta. Ele podia perceber que era orgulho o que Inês queria com ele e não iria permitir que ela acabasse com sua felicidade ainda com Victória esperando um filho seu, olhou para Alejandro e entrou fechando a porta.

— Agora você vai me dizer exatamente o que está acontecendo com Maria! - sentou na frente dele.

Alejandro sabia que não podia contar, mas estava enlouquecendo com aquela situação, Maria ao mesmo tempo em que o queria o mandava embora e ele com seus temores não tinha coragem de dizer o que realmente sentia por ela já que sempre brigavam depois de fazer amor. Ele passou a mão no rosto e respirou profundamente tomando coragem para dizer o que se passava entre os dois e o olhou, não queria problemas, não queria Maria ainda mais brava com ele, mas não podia mais esconder aquele sentimento.

— Eu e Maria fizemos amor... - esperou a reação do pai.

— O que? - deu um berro. - Que merda você aprontou, Alejandro? - passou a mão no cabelo sabendo que Victória iria enlouquecer quando soubesse.

— Papai, eu juro que fiz de tudo para me afastar dela, mas foi quase impossível! - falou com desespero.

— Então é por isso que ela está desse modo? - ele assentiu. - O que fez com ela?

— Papai, eu disse que não queria nada com ela para que não estragasse seu romance com Victória e agora ela me odeia! - jogou o corpo para trás. - Fizemos amor e foi a primeira vez dela!

Victoriano sentiu o ar faltar com aquelas palavras e no mesmo momento ficou de pé e andou até uma prateleira onde tinha bebidas e se serviu de uma, precisava manter a calma ou teria um enfarto com aqueles dois irresponsáveis. O olhou depois de beber e se serviu de outra e foi até ele colocando em sua frente para que ele bebesse e Alejandro bebeu tudo o encarando.

— Você tirou a virgindade de Maria e depois foi um babaca? - deu um cascudo nele que reclamou. - Eu não te ensinei a ser assim com as mulheres!

— Me ensinou a ser carinhoso e dar a elas o melhor e foi o que eu fiz! - se defendeu. - Mas Maria é uma Sandoval e o que é dito pra ela uma vez, ela nunca mais esquece!

— Eu sei o que é isso! - bufou. - Eu tenho uma e que está com ódio de mim pela boca grande de seu irmão!

— Você também deveria ter contato assim que ela chegou! - retrucou.

— E morrer antes de conseguir terminar a frase? - negou com a cabeça. - Victória é uma fera e eu não posso ficar sem ela mais! - falou com certeza.

— E acha que se contasse a ela sobre Maria ia ser como? - ela vai querer me matar e vai te deixar e não é isso que eu quero agora que você está tão feliz! - falou a verdade de seu coração. - papai, eu estou tão confuso com meus sentimentos, mas eu não quero ficar sem ela!

Victoriano sentou na frente dele e o fez olhar em seus olhos.

— Minha relação com Victória não vai se perder porque você se apaixonou pela filha dela! - segurou a mão dele. - Pare de ter medo desse sentimento que está ai dentro do seu peito e agarra aquela fera que é sua! - sorriu e ele junto.

— Ela é mesmo uma fera!

— São mulheres assim que precisamos ao nosso lado e se você a quer de verdade, está na hora de mudar esse jogo!

— Mas e Victória?

— Com ela, eu me resolvo! - sorriu o apoiando e Alejandro o abraçou.

— Obrigada por ser o melhor pai do mundo!

Victoriano sorriu todo emocionado com as palavras dele.

— Eu sou seu pai e estou aqui para te ver feliz! - o olhou nos olhos. - Cuide dela ou eu mesmo acabo com sua raça!

Alejandro o beijou no rosto e ficou de pé.

— Eu vou atrás dela agora mesmo! - falou rindo.

— Tome cuidado na estrada e use camisinha! - os dois gargalharam e Alejandro tratou de sair dali o mais rápido possível.

Victoriano não sabia qual iria ser a reação de Victória com aquela historia, mas não iria permitir que o filho sofresse e muito menos Maria, ele podia entender o medo do filho, mas o amor deles dois era muito maior do que se podia imaginar e o relacionamento dos dois não poderia ser um empecilho para que ficassem juntos. Ele tomou mais uma dose de sua cachaça especial e saiu do escritório, encontrou Fernanda no meio do caminho e deu atenção a ela por alguns minutos e logo subiu para o quarto, ele iria ficar ali até que Victória despertasse e eles pudessem conversar sobre o que Emiliano tinha dito a ela.

Ele sentou na poltrona e ali ficou por duas longas horas até que ela começou a despertar e se moveu na cama e levou a mão diretamente a barriga e sentiu uma fome e quando ia se sentar ouviu a voz dele que a fez se assustar.

— Tem lanche ali na bandeja pra você!

Ela o olhou de imediato e fechou mais a cara e ele ficou de pé e foi até ela que cobriu o corpo.

— Tudo que tem ai eu já vi e já comi! - falou bruto e ela abriu e fechou a boca para respondê-lo, mas ele não deixou e a beijou com loucura mesmo sendo rejeitado no começo, não desistiu porque ela iria ceder.

Victória sentia os lábios dele contra os seus e mesmo que quisesse se negar, não podia porque ele era o seu amor e sabia perfeitamente como fazer seu corpo todo ascender e ela acabou por se entregar ao beijo e ele a segurou melhor em seus braços intensificando ainda mais o beijo e somente a soltou quando o ar falto.

— Cretino! - xingou mesmo sentindo o ar faltar.

— Eu também te amo! - deu um monte de selinhos nela. - Quero que saiba que não permiti que Inês me beijasse porque esses lábios aqui são somente seus e eu não quero beijos de outra pessoa!

Ela emburrou novamente e o empurrou para longe e ficou de pé indo até a bandeja.

— Não quero saber de explicações porque se não fosse Emiliano, eu nunca iria ficar sabendo! - mordeu o pão.

— Não é verdade! - foi até ela que se virou. - Você é uma fera e não te queria brava e muito menos que nosso filho ficasse agitado por uma coisa que não tem importância!

— Não tem importância pra você né garanhão? - deixou o pão na mesa. - Como seria se alguém te contasse que eu estava quase me beijando com outro homem?

Ele bufou no mesmo momento somente em imaginar uma coisa como aquela.

— Está vendo só? É assim que eu me sinto e se eu ver aquela maldita mulher aqui, eu vou acabar com aquela cara de safada que tem!

— Não vai brigar com ninguém! - falou serio.

— Você não manda em mim e não vai me dizer o que fazer! - rosnou. - Eu estou muito brava e você vai me pagar por não me contar isso!

— Victória, eu...

— Não quero saber de palavras, nem beijos e muito menos fazer amor! - era o modo de dizer como ele seria castigado.

— Você não pode fazer uma coisa dessas comigo! - passou a mão no cabelo.

— Pensasse nisso antes de me esconder que aquela mulherzinha ousou tocar no que é meu! - apontou o dedo para ele.

— Já ficamos tanto tempo longe e é assim que quer me castigar?

— Sim! - sentou para comer.

Victoriano a olhou e como uma criança birrenta saiu do quarto batendo porta e ela bufou, aquela maldita mulher iria conhecer a verdadeira Sandoval antes que fosse embora!