— Victória, eu...

— Não quero saber de palavras, nem beijos e muito menos fazer amor! - era o modo de dizer como ele seria castigado.

— Você não pode fazer uma coisa dessas comigo! - passou a mão no cabelo.

— Pensasse nisso antes de me esconder que aquela mulherzinha ousou tocar no que é meu! - apontou o dedo para ele.

— Já ficamos tanto tempo longe e é assim que quer me castigar?

— Sim! - sentou para comer.

Victoriano a olhou e como uma criança birrenta saiu do quarto batendo porta e ela bufou, aquela maldita mulher iria conhecer a verdadeira Sandoval antes que fosse embora!

(...)

Victória desceu de seu carro, subiu as escadas e entrou na casa de Inês dando um grito para que ela aparecesse, olhou aquele lugar e revirou os olhos a mulher tinha estilo, mas era uma desclassificada por querer o seu homem. Inês veio do escritório com uma cara nada boa por reconhecer a sua voz, tinham se visto pouco mais a voz dela era inconfundível, as duas se olharam como boas inimigas que eram e Inês disse:

— Por que entra na minha casa desse modo? - a olhou de cima a baixo e a barriguinha que Victória trazia a deixou incomodada. - Eu poderia te dar um tiro e alegar invasão.

Victória deu mais três passos e parou na frente dela, estava com raiva e queria quebrar a cara dela, mas sabia que era exatamente isso que ela queria e não iria dar esse gostinho a ela, nunca tinha perdido o controle por nada, mas por Victoriano ela estava fazendo coisas que nem imaginava fazer um dia. Ele era o seu amor e Inês não iria fazer da vida deles um inferno, ela precisava de paz em sua gestação e com Inês rondando o seu homem não seria assim.

— Por que você não aceita que perdeu Victoriano? Quando vai entender que ele não te quer mais e que está construindo uma família comigo?! - bufou as palavras.

Inês riu.

— Eu o perdi? - insinuou. - tem certeza disso?

— Pode apostar que sim! - falou com confiança. - É a mim que ele ama e é comigo que ele vai formar uma família! - tocou a barriga.

Inês sentiu ódio das palavras dela e em seu rosto ficou visível seus sentimentos, Victória não se intimidou pelo olhar ameaçador que recebeu, pelo contrario continuou a dizer.

— Fique longe de Victoriano!

— Você acha que está no controle da situação, mas saiba que victoriano sempre foi louco por mim e que logo ele vai se cansar do que dá a ele e ele vai vir correndo atrás de mim e eu estarei aqui o esperando!

Foi a vez de Victória rir.

— O teu problema foi achar que ele nunca seguiria em frente e que correria atrás de você pra sempre, mas sinto em informar que seu tempo passou e eu espero que você tenha um pouco de dignidade e decência e deixe Victoriano em paz. - foi firme. - Nos vamos ter um filho e nosso casamento será em 15 dias e eu só não te mando um convite para que você veja o quanto vamos ser feliz porque não quero um mal a goro no meu casamento!

A cada palavra que saia da boca de Victória era como um tiro em seu peito, ela não estava disposta a perder e nem a renunciar, mas também quando parava pra pensar não conseguia entender o porquê de estar fazendo aquilo já que tinha sido ela mesma a desistir de seu casamento. Inês estava confusa e perdida em seus próprios sentimentos, mas de uma coisa ela tinha certeza: Não estava feliz com a vida que levava, tinha deixado casa, marido e seus filhos para trás por um homem que era perfeito, mas que já não era tão importante assim em sua vida.

Ela olhava para Victória ali em sua frente e não sabia como reagir, apenas sentia ódio dela por ter "pegado" o seu marido, mas o que ela não entendia era que o que sentia por Victoriano naquele momento era posse e não vontade, amor de estar ao seu lado. Inês sempre teve o controle da situação até que Victória entrou em suas vidas e modificou tudo, mas não iria permitir que ela estragasse seus planos mesmo que fosse uma luta difícil, ela iria vencer e teria Victoriano de volta.

— Esse casamento não vai acontecer porque Victoriano nunca me deu o divorcio! - mantinha em seu rosto o olhar superior mesmo que estivesse com ódio dela. - Eu sugiro a você que cancele o casamento porque vocês não querem problemas na justiça por ele ser bígamo!

Victória sentiu seu corpo todo tremer, a mulher estava mesmo no controle daquela situação, mas a culpa era completamente de Victoriano por não dar um basta naquela relação. Ele tinha corrido tanto atrás dela que ali estava o resultado, mas ela não iria permitir que Inês ganhasse o jogo, não iria mesmo.

— Com bons advogados isso se resolve! - sorriu acariciando sua barriga.

— Se você está tão confiante assim de que ele te ama, não entendo o que veio fazer aqui! - desdenhou.

— Nisso nós duas vamos concordar! - sorriu. - Eu não pensei que teria na minha frente uma mulher tão baixa e mesquinha quanto você, mas se pensa que será fácil ter o meu homem de volta, você está muito enganada! - foi firme. - O lugar do passado é no passado! - piscou e virou para ir embora dali.

— Uma batalha não é uma guerra, Victória!

— Eu não estou lutando contra você, Inês e é isso que você tem que entender! - a olhou por uma ultima vez. - Eu confio em Victoriano e no amor que sentimos um pelo outro e contra isso, você e nem ninguém pode fazer nada! - sorriu. - Passar bem! - e sem mais saiu dali a deixando bufando.

Inês tinha os olhos em fogo, pensou rapidamente e começou a se bater, se arranhar e alguns objetos foram ao chão e ela chorou, chorou forte pegando o telefone e discando para a única pessoa que importava para ela naquele momento: Victoriano.

— Ai, Victoriano, por favor, me ajude! - soluçou na linha.

— O que aconteceu? - perguntou preocupado pelo choro dela.

— Sua mulher veio até aqui e me bateu, me pegou desprevenida e eu não tive nem a chance de me defender! - chorou mais e Victoriano se assustou, não era possível que Victória tinha feito aquilo. - Eu preciso de você, Victoriano!

Ele passou a mão no cabelo e disse que já estava a caminho e ela sorriu ao desligar o telefone...