Um Dia Antes

O brilho dos prédios e templos ofuscava até mesmo o Sol. No topo de mundo vive o Homem de Ouro, seus servos cobriam seu corpo com o pó do ouro das minas. Todos vivem iluminados pela própria luz, a prosperidade eleva os homens ao contato com o Verdadeiro Poder e em um piscar de olhos, as multidões fazem a jornada em direção ao mundo desconhecido oferecido àqueles que conhecem mais do mundo do que deveriam.

Felipe acordou ao ver os portões aos céus. Pela primeira vez, um sonho não parecia ser de fato um sonho, era como uma memória tangível, compartilhada por todos aqueles que almejam o Caminho Dourado. Em um dia, os sete Mestres entrariam em rota de colisão e somente o mais forte e astuto sairia vencedor. Felipe imaginou que tipo de Servos haviam sido invocados, será que eram mais fortes do que seu Lancer? Ele sabia que várias famílias da região possuíam objetos pertencentes a Espíritos Heróicos e utilizavam deles como argumento para serem selecionados para a Guerra, era provável que no mínimo 1 ou 2 famílias havia um representante no conflito e seus Servos eram definitivamente fortes.

“Mestre, acredito que já é hora de despertar.”

O jovem se assutou – nem mesmo a enorme sombra havia revelado a presença do igualmente grande Lancer do seu lado. Sob o aviso de seu Servo, Felipe olhou o relógio de cabeceira para descobrir que estava seriamente atrasado para o colégio.

“Estou atrasado, que merda! Bem que eu poderia ter invocado você no final de semana passado!”

Felipe pulou da cama e como um relâmpago correu ao banheiro. Cinco minutos depois, ele saiu completamente molhado e em desespero. Lancer observava imóvel no centro do quarto.

Em um tempo recorde de 10 minutos, Felipe estava no andar debaixo, colocando café na xícara.

“Você não costuma demorar tanto pra descer, eu até tava ficando preocupada.” falou a mãe de Felipe “E também esperava que você fosse no mínimo dizer bom dia para nós”.

“Ah, desculpa. Eu não dormi muito bem hoje… Bom dia, mãe. Bom dia, pai.”

“O que você anda fazendo pra ter um sono ruim desses?” perguntou o pai.

“Nada demais… Acho que tive um sonho ruim mesmo.” mentiu o rapaz.

“Acho que você não deveria mentir desse jeito” uma voz falou atrás de Felipe, que quase pulou da cadeira. Seus olhos arregalados de susto chamaram a atenção dos outros a mesa.

“Que foi, garoto? Dor de barriga?” Antônio Jonaso perguntava sem muito interesse pela saúde do filho.

“Não, não… Só lembrei de uma coisa idiota que eu fiz ontem, he he.”

Lancer estava agachado atrás de Felipe com a face perto de sua nuca – a forma espiritual de Servo impedia que até mesmo um magus o visse sem um foco especial.

“Você já tem uma resposta para o meu pedido?”

O jovem quis se dar um tapa na cara, havia esquecido de que devia pensar numa resposta para o pedido de Lancer e agora estava sendo cobrado.

“Hã… Tenho sim, mas agora não é exatamente a melhor hora para responder, não acha?”

O guerreiro entrou em um silêncio reflexivo. Felipe precisava pensar em algo para dizer o mais rápido possível. De início acreditou que seria um erro não saber das habilidades mais fortes daquele que iria levá-lo à vitória, no entanto, observou que não havia nenhuma experiência de combate e provavelmente não conseguiria articular estratégias boas o suficiente para derrotar outros Mestres. Talvez realmente não fosse uma má ideia ficar sem conhecer a identidade de seu Servo, pelo menos temporariamente.

Após de apressadamente terminar sua refeição, Felipe despediu-se dos pais e saiu rumo ao colégio com Lancer seguindo atrás.

A rua em que os Jonaso moravam era uma das mais antigas na cidade. As primeiras residências dali foram estabelecidas pelos magi vindos em busca do Caminho Dourado – decorrente disso, tinha-se uma rua apertada com grandes casas em um estilo marcadamente europeu, quase todas lares de famílias com algum histórico mágico, mesmo que muitas tenham perdido o conhecimento ao longo dos anos. A família de Felipe era talvez a única daquele quarteirão com alguma memória de sua origem.

“Ei, Lancer, já tenho minha resposta ao seu pedido.”

“Ficaria agradecido em ouvi-la o quanto antes, Mestre.”

“Mas antes… Você pode parar de me chamar de Mestre, é mais confortável para nós dois que você só me chame de Felipe.”

“Tudo bem. Eu prezo por respeito, no entanto se você dispensa esse tipo de tratamento, não tenho por que reclamar.” Lancer deu de ombros “Qual é sua decisão sobre saber minha identidade afinal?”

“Eu aceito. Por enquanto acredito que seja vantajoso para nossa dupla. Eu não tenho muitas habilidades de combate ou estratégia então seria melhor você cuidar dessa parte mesmo e eu não me torno um ponto fraco tão valioso assim.”

Lancer sorriu pela primeira vez desde que havia sido invocado.

“Vejo que és realmente uma pessoa sensata, Felipe. Talvez isso compense suas fraquezas em combate.”

“Ei, ei, não vai achando que eu vou ficar escondido enquanto você luta. Vou usar toda a magia que sei para derrotar nossos oponentes.”

“É você quem sabe, caso você morra eu ainda posso fazer um acordo com outro Mestre.”

A gargalhada que Lancer deu realmente assustou Felipe. O rapaz não sabia se o Servo falava sério ou se apenas possuía um senso de humor estranho.

Quando Felipe atravessava a primeira das 5 ruas que cruzaria para chegar à escola, Lancer começou a falar novamente.

“Humm, tem uma coisa que eu quero saber faz tempo… Tentei deduzir com o que observei mas não obtive resultados.”

“O que é que você quer saber?”

“Para onde você se dirige?”

Com a pergunta feita, Felipe quase rolou no chão de rir – as poucas pessoas que caminhavam próximo olharam torto e evitaram cruzar seu caminho. Lancer não parecia feliz com o zombamento.

“Humpf, isso é de extrema impolidez de sua parte, Felipe. Um Servo ao ser invocado obtém conhecimento das mudanças essenciais do mundo e de como manusear muitas coisas não existentes em sua época, porém não sou informado do estilo de vida das pessoas e o que elas fazem durante o dia. É dever do Mestre guiar o Servo de outra época nesse tempo de máquinas e roupas cobrindo todo o corpo.”

“Hahaha, me desculpa. É que eu imaginei você pensando que eu iria caçar, pescar ou algo do tipo. Eu tô indo pra escola, você sabe o que é?”

Uma expressão confusa tomou a face do indígena.

“Acho que eu tenho um pouco de familiaridade com o conceito. Seria basicamente uma reunião de pupilos ao redor de seu mestre?”

“Talvez você possa resumir assim numa linguagem mais arcaica. É mais como várias pessoas abaixo de certa idade obtendo conhecimento de diversos mestres para poder arrumar um trabalho e se dar bem na vida.”

“Estou começando a entender o conceito. Pelo visto é algo intimamente ligado com a filosofia que regra a sociedade de vocês, certo?”

“Sim, é basicamente isso – pessoas dão conhecimentos as outras para que elas possam sobreviver é o jeito mais ‘animal’ de se colocar em palavras. Imagino que era muito diferente na sua tribo ou algo do tipo.”

“Era… Os valores de ajuda e cooperação eram certamente maiores e embora os jovens fossem ensinados a sobreviver desde pequenos, certamente era de forma mais crua e conectada a natureza. Neste tempo você consegue comida com algumas folhas verdes enquanto alguém caça para você.”

“Eu não diria ‘caça’ mas o que você fala é verdade: nos distanciamos da natureza e selvageria a medida em que evoluímos e não cabe a ninguém dizer se isso é bom ou ruim.”

Felipe pensou nos males que o homem causava ao planeta com sua intensa exploração e negligência, mas preferiu deixar Lancer mais preocupado com a Guerra que estava à frente deles, talvez fizessem do mundo um lugar melhor com o poder recebido caso ganhassem.

Enquanto o rapaz conversava com seu Servo na rua aparentemente deserta, uma sombra pairava na esquina ouvindo tudo o que era dito pelo magus. Os passos se aproximavam cada vez mais – o ataque era preparado cautelosamente, só poderia chamar a atenção no último segundo, não deixando tempo para reagir. Assim que Felipe pôs o pé a vista da pessoa por trás da emboscada, a sombra atacou:

“Ei, Felipe! Com quem você tá conversando?”

Por pouco Lancer não atacou a garota que assustou os dois. A cara de medo que Felipe fez foi influenciada mais pelo quase-ataque de seu Servo do que pela amiga de infância que apareceu do nada.

“Hã? Oi, Lana, é que eu tava…” O garoto pensou na resposta menos ridícula “…Falando sozinho, sabe? Acho que as vezes eu faço isso sem perceber, hehe.”

Durante alguns segundos, a estudante observou a expressão ridícula do amigo que definitivamente, com a testa suada e as feições tortas, transparecia esconder alguma coisa. Felizmente a garota não pensou em nada que ele poderia estar disfarçando e guardou as suspeitas para si.

Agora que estava acompanhado de uma pessoa do dia-a-dia, Felipe não poderia mais falar com seu Servo, o qual parecia não ligar para a interrupção da conversa e mais agia como um segurança dos dois estudantes, olhando para todos os lados com atenção. A cautela de Lancer fez o magus pensar se o Caminho já havia escolhido todos os Mestres e a Guerra estava declarada – talvez fosse uma boa ideia passar na Igreja da Praça na hora de saída do colégio.

Os dois chegaram na escola no momento em que os alunos já entravam em suas salas obrigados pelos monitores de corredor. Lancer havia ficado do lado de fora para checar os arredores e manter guarda, mas não sem antes alertar Felipe de que poderia haver um Mestre dentro do colégio, tanto como aluno ou professor. Aquele pensamento ecoou em sua cabeça ao entrar na sala junto de Lana: ele viu a sala cheia e lembrou de que alguns ali também possuíam ancestralidade mágica e mesmo que já não a praticassem ainda eram possíveis candidatos. Felipe prestou atenção principalmente em um de seus amigos: Matheus Antereuzer, sucessor da que era provavelmente a família magi de mais poder na região e cujo conhecimento sobre o Caminho Dourado e sua Guerra certamente ultrapassava o de todas as outras.

Felipe preparava-se para virar em direção as carteiras e se sentar – e então foi como uma luz divina passasse por sua mente. Ele se lembrou dos Feitiços de Comando gravados em sua mão.

Como num passe de verdadeira mágica, sua face tornou-se branca e ele perdeu a sensação em seu corpo inteiro. Por um tempo que pareceu quase infinito, o jovem magus ficou paralisado na entrada da sala de aula. Quando o professor finalmente tomou nota da situação e dirigiu-se para falar com ele, Felipe titubeou:

“C-com licença, professor! Já volto!” E saiu correndo pelo corredor em direção ao banheiro masculino.

Merda, pensava o rapaz enquanto desviava de monitores no corredor, por que eu não pensei em algo lá em casa? Agora eu tô realmente fodido.

Ao ver que o banheiro masculino ao menos estava vazio, Felipe suspirou de alívio e olhou-se no espelho. Ele examinou minunciosamente a posição da marca cujo tamanho era de cerca de meio antebraço – mesmo com um casaco não daria pra esconder tudo já que uma parte aparecia na costa de sua mão. Visto isso, suas opções tornaram-se bem claras: cobrir a mão com alguma coisa ou faltar as aulas até que a Guerra acabasse. A segunda opção era praticamente inviável já que mesmo que fingisse estar indo para as aulas provavelmente receberia visitas de amigos preocupados. O jeito era procurar alguma coisa que cobrisse sua mão ali mesmo dentro da escola, pois era impossível sair sem motivo sem ser bloqueado na saída.

“Será que tem enfermaria nessa escola? Ou, pelo menos, algum curativo… Tenho que dizer pra um dos monitores que o Feitiço de Comando é uma ferida e que eu preciso de ajuda, mesmo que eles não acreditem devem ser obrigados a me levar à coordenação ou algo do tipo.”

Quando Felipe terminou seu raciocínio, alguém bateu à porta do banheiro.

“Garoto, eu sei que você tá aí! Abra logo a porta que você não vai matar aula tão fácil assim.”

Depois da última palavra do monitor, a porta se abriu com o estudante saindo e quase batendo de rosto no funcionário.

“Me desculpa, senhor. É que eu tô com uma ferida bem feia na minha mão direita e precisava ir correndo pro banheiro aliviar a dor. Olha só.”

Felipe ergueu a mão com o Feitiço de Comando em frente aos olhos do monitor. Quase que ao mesmo tempo em que fez o gesto, o rapaz lembrou que qualquer pessoa naquela cidade tinha uma chance de reconhecer as marcas – caso o monitor possuísse ensinamento mágico e conhecesse a Guerra que motivou a fundação da cidade, o jovem magus estaria sob um grande problema mesmo que o homem não fosse um Mestre.

“Tem certeza que isso aí é uma ferida? Me parece mais uma tatuagem.”

“É mais ou menos isso, heh. Um amigo meu me fez um ir num negócio desses de tatuagem e eu acabei fazendo essa aqui que não é permanente, só que eu acho que tá inflamado ou alguma coisa porque tá doendo muito.”

Felipe fazia sua melhor cara de dor enquanto contava a história. O funcionário provavelmente continuou sem acreditar muito na coisa toda, mas cedeu e concordou em levar o garoto para a enfermaria (que de fato existia) pois provavelmente não queria ocupar muito do seu tempo com aquele tipo de loucura. Os dois chegaram no local rapidamente já que ficava a apenas alguns metros do banheiro. Ao entrarem, a enfermeira olhou torto para o garoto.

“As aulas mal começaram e já tem alguém fingindo que tá doente? Hmpf, esses moleques ficam cada vez mais vagabundos.”

“Não discordo de você, enfermeira. Esse aqui diz estar com uma ferida na mão por causa de uma tatuagem – mostra pra ela”

Com a mão erguida no ar, Felipe torceu para também conseguir convencer a mulher.

“Por que diabos um rapazinho como você fez uma tatuagem? Aposto que só fez porque os amiguinhos fizeram, né? Depois de tanto tempo trabalhando aqui eu já sei como essas mentes funcionam.” A enfermeira falou e no final deu uma leve batida no crânio do estudante.

“É… Dá pra você pelo menos passar algum curativo no Fei-- na tatuagem? Tá doendo muito...”

A enfermeira ficou em um silêncio pensante, era uma oportunidade para decepcionar um adolescente mentiroso; havia a chance, entretanto, dele estar falando a verdade e as coisas poderiam acabar mal pra ela.

“Urgh, tudo bem. Eu posso passar um anti-inflamatório, não acho que vá precisar de um curativo.”

“Preciso sim! Eu me sentiria muito mais confortável com uma gaze cobrindo a mão ou algo do tipo… Por favor.”

“Se você insiste tanto…”

Passados uns cinco minutos, Felipe saiu da enfermaria com um sorriso no rosto, agora era fácil de continuar escondendo seu segredo de seus amigos e colegas de sala. Olhando no relógio, ele percebeu que ainda podia pegar o resto da primeira aula e então virou para o corredor que ia em direção a sua classe.

Eis que ele dá de encontro com alguém na virada.

“Aaah, que merda. Por que hoje sempre tem alguém na virada?”

Felipe abriu os olhos e viu um Matheus Antereuzer aturdido, esfregando os olhos enquanto seus óculos estavam caídos no chão.

“Ah, desculpa, cara. Toma aqui.” O jovem pegou os óculos do chão e o entregou a Matheus “Espero que não tenha rachado a lente nem nada.”

“Como você é desastrado, Felipe. Não consegue prestar atenção no que acontece ao seu redor?”

“Já me desculpei, cara, foi mal. É que eu ainda estou meio ansioso e… Por que você não está na aula?”

“Eu vim procurar você. Aquela sua fuga da sala não foi nada normal, entende? Pedi para ir ao banheiro para ver se você estava lá… Talvez eu tenha perdido um pouco o timing, mas imaginei que você provavelmente teria ido a enfermaria ou a coordenação. Acho que fiz certo em vir aqui primeiro.”

O outro garoto ouviu com atenção os motivos do amigo – ele não havia se esquecido que era alta a chance de Matheus, um Antereuzer, ser um Mestre na Guerra também. Será que ele havia visto o Feitiço assim que Felipe entrara na sala? Ou então o comportamento estranho que o levou àquela conclusão?

“Hã, obrigado por se preocupar comigo e tudo mais. Eu já tô bem então podemos ir pra sala.”

Felipe virou-se e começou a andar na direção a que estava destinado antes de topar com o outro jovem e de surpresa, ele pôs a mão em seu ombro.

“Antes de irmos, eu realmente gostaria de saber o motivo por trás de suas ações.”

As palavras e o tom utilizado lhe causaram um frio na espinha. Felipe virou-se e os olhos de Matheus o focavam com um ar de seriedade nada esperado de alguém daquela idade, bagunçando a cabeça de seu alvo e o deixando nervoso.

“Ah, é que na hora que eu entrei na sala, senti uma pontada de dor na mão, sabe? Acho que era alguma inflamação no músculo ou sei lá o que… A enfermeira já concertou, viu?” O interrogado mostrou a gaze que cobria sua mão marcada pelos Feitiços de Comando.

A suspeita de Matheus era cada vez mais clara. Ele provavelmente já tinha certeza de que seu amigo era, inesperadamente, um dos Mestres na Guerra do Caminho Dourado. Talvez ali fosse a hora certa para um ataque, mas algo o impediu de sequer fazer uma confrontação direta – e então, Matheus tirou a mão do ombro de Felipe.

“Ok, então tudo está esclarecido. Acredito que o segundo horário vai bater logo, devemos nos apressar para chegar na sala de aula o quanto antes.”

Os dois começaram seu caminho de volta. Felipe sentia o suor cobrir seu rosto – ambos os lados estavam quase certos sobre o segredo do outro. Mesmo assim, com a tensão dominando o ar, chegaram pacificamente na porta e no exato tempo em que o primeiro professor saiu da sala.

“Aí estão vocês dois. Não andaram se metendo em confusão, né? Entrem logo na sala.”

Quando Felipe e Matheus entraram juntos no lugar, todas as cabeças se viraram para observar os dois. O primeiro achou um lugar vago no fundo da sala e perto da janela, distante dos amigos e o outro voltou para onde estava. Lana preparou-se para levantar e ir questionar o colega que voltara com um curativo cobrindo a mão, mas no exato momento a porta se abriu com o professor do segundo horário entrando e mandando todos se sentarem. Os alunos preparavam-se para copiar a matéria enquanto os dois Mestres na sala pensavam na situação em que se encontravam e quais caminhos tomar a partir dali.

Felipe olhava através de janela e fitava Lancer, que guardava o local de qualquer Mestre que viesse atrás dele – mal sabia o guerreiro que havia um no mesmo cômodo do jovem a quem protegia.