Fastio
Onde meu coração está
— Sinto muito por Yoh.
Estamos dentro do jatinho da família Tao. Imediatamente sei que ele não fala a respeito de seu sumiço. No oposto da cabine onde tomamos chá, Men e Hao dormem um sono tranquilo.
— Desde quando você sabe? – questiono. Nunca pensei que Ren seria o tipo de pessoa a falar isso comigo. Mas a culpa o consome.
— Desde o início. Yoh nunca foi muito bom em esconder as coisas.
Ren tinha razão. E mesmo assim, escolhi não perceber.
— Acho que não posso culpá-lo. Yoh queria algo que eu não podia dar a ele.
— Mas ele sempre soube disso. Não justifique o fato de ele ter sido um canalha. – Seus olhos queimam abrasivos como uma candeia acesa ao dizer isso.
Dou de ombros, o silêncio pairando entre nós como um manto suave. Pego Ren olhando uma ou duas vezes para o filho e sorrindo. Uma imagem que nunca pensei que veria.
— Você a ama? Jeanne.
Ren me encara, surpreso.
— Ela salvou minha vida.
— Yoh também salvou a minha.
— Você não o ama? – Fico em silêncio. – Desculpe, isso não foi justo.
— Eu o amei. Ainda amo. Não como ele gostaria.
Olhamos para Hao. Ren compreende onde meu coração está.
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