Fastio

O Hao que eu conheci


O estampido puxativo da arma ressoa em meus ouvidos por uma fração de segundo eterna. O nome de Hao escapa de meus lábios involuntariamente, uma ação movida pelas emoções.

Emoção esta que não senti ao saber da morte de Yoh, talvez, por ainda acreditar que ele está vivo em algum lugar.

— Você sabe que um Anjo jamais será capaz de assassinar um deus, não sabe? Marco.

Meus olhos ardem diante da visão do homem que tentou assassinar Yoh quando ele se recusou a fazer parte dos X-laws. Agora compreendia o motivo de Hao dizer que não seria uma visita agradável.

— O que você quer, seu desgraçado?

Vejo o brilho nos olhos de Hao. É aquele brilho assassino do Shaman que eu conhecera anos antes e que odiava a humanidade.

— Informações.- digo, e Hao lança a moeda para ele.

Marco fica tão pálido que parece se fundir à parede.

— Isto é…
— Sabe onde ele está? - Hao corta. - Pensei que estivesse morto.
— Por que quer saber? - Ele ajeita os óculos sob a ponte do nariz.

Hao queria matá-lo. O ódio borbulhava nos pensamentos de Marco. A situação toda era puxativa. Que fastio. Intervenho:

— Yoh sumiu. Talvez esteja morto.