Fastio

Matador de deuses


A mente de Marco é enleada, os pensamentos dispersos e confusos. A noite em que Hao acabou com sua vida se repete constantemente.

E dor demais. Tanta dor.

Quantas pessoas Hao torturou dessa maneira? Gostaria de dizer que me importo, mas se não fosse por Yoh eu talvez tivesse tido o mesmo destino. É por isso que eu devo isso a ele.

Devo a minha vida.

— Não temos tempo para a discussão inútil de vocês. Vai nos ajudar ou não? - questiono, sem dizer que ‘ou não’ significaria que eu conseguiria as resposta de outra maneira.

Marco parece compreender isso e Michael, seu espírito guardião, desaparece.

Hao é uma estátua silenciosa ao meu lado.

— A última vez que o vi, ele jurou que se vingaria de você, Hao. O ódio está entranhado há gerações.

Olhos vermelhos surgem em minha visão. Ódio. Puro e simples. E as chamas consumindo tudo.

— Onde ele está?
— Ele disse que arrumaria um jeito. Dissemos que era impossível. Ele insistiu que não. E buscou algo aquém dos Anjos. - Marco poderia ter impedido isso tudo, mas não o fez. O ódio por Hao ainda manchava seu espírito. - Alguém capaz de matar até mesmo um deus.