Chapolin e Super Sam acompanharam o carro de Seu Lúcio até uma casa muito maltratada, parecia estar abandonada, mas não estava pois Seu Lúcio estava indo pra lá, depois que ele estacionou o carro, Botijão ficou com seu carro parado atrás de um caminhão que estava estacionado na esquina, enquanto Chapolin e Super Sam ficaram em cima do telhado da casa, a sorte é que Seu Lúcio não pôde vê-los, de lá, eles puderam ouvir um barulho de arrombamento, então, saíram do telhado e foram cautelosamente para a porta, depois que Seu Lúcio sumiu dentro da casa, eles chamaram os patrulheiros e entraram escondidos atrás dele, deixando Botijão de vigia do lado de fora.

O interior da casa estava frio e pouco iluminado, devido às janelas empoeiradas e sujas, impedindo que o sol iluminasse tudo através do vidro, a única coisa que iluminava a casa e podia permitir quem entrasse de enxergar, era a lareira acesa, por um fogo alto e quente, em época de frio, daria uma vontade enorme de pegar um colchão, cobertor, travesseiro e dormir ali mesmo.

–Quem são vocês?- falou uma voz feminina que assustou os patrulheiros e quase fez Daniel cair pra trás com o susto.

–Isso é o que a gente pergunta a vocês.- disse Super Sam, com seu jeito marrento.

–Ora, somos os donos da casa, meu nome é Frederico e essa é minha mulher Jennifer.

–Onde vocês estão? Aqui está muito escuro, não acham que está na hora de dar uma geral nessa casa?- perguntou Chapolin.

–Gostamos de escuro, temos problemas de visão e no escuro nos sentimos melhor.- disse Frederico, se levantando do sofá que ficava de frente para a lareira.

–Entendi, mas vocês não viram nenhum outro homem entrar aqui não?- perguntou Seu Madruga.

–Bom, ouvimos um barulho de arrombamento e viemos pra cá ver quem tinha invadido nossa casa, pensamos que tivesse sido vocês.

–Não, antes de nós entrou um senhor já bem velhinho, chamado Lúcio, nós estávamos seguindo ele e vimos ele entrar aqui.- disse Daniel.

–Eu não vi nada.-respondeu Jennifer.

–Muito menos eu.- disse Frederico.

–Estranho.- disse Chapolin, para ele, aqueles velhinhos estavam muito estranhos, não fazia sentido algum eles não terem percebido Seu Lúcio entrar, será que eles têm algo a ver com o sequestro do Chaveco e do Peterete?

–Bom, de qualquer maneira, será que nós podemos vasculhar tudo pra ver se ele não levou nada de valor?- perguntou Jaime e todos ficaram surpresos com a inteligência dele.

–Claro que podem, e se o encontrarem, tragam ele até aqui e chamem a polícia.- disse Jennifer.

–Claro. Pode deixar.

Então, os patrulheiros foram para uma outra parte da casa, eles olharam nos quartos, no banheiro e até na cozinha, mas a coisa só ficou pior quando eles viram a um saco de batatas se mexendo debaixo da pia, não eram um, eram dois, será que Seu Lúcio estava dentro de um desses sacos? Rapidamente Davi e Cirilo puxaram esses dois sacos pra eles e com uma lâmina tirada de dentro da bolsa da Maria Joaquina, cortaram as cordas finas que os amarravam, então, depois de cortarem as cordas, eles cortaram uma pequena parte de cima do saco onde aparentemente estava o rosto, quando rasgaram, viram Chaveco em um saco e Peterete no outro, mas se Seu Lúcio não estava lá, onde mais ele poderia estar? Foi quando Mister B começou a sentir a presença de alguém ali, espiando eles, então quando ele rapidamente se virou com uma panela em suas mãos, pronto para atacar quem estivesse ali, ele viu que Seu Lúcio estava lá, observando o trabalho deles.

–Ai Seu Lúcio, que susto!- disse ele.

–Desculpe, é que eu não podia fazer barulho para chamar a atenção daqueles velhos.

–Aposto que foram aqueles dois que sequestraram eles, porque quando nós perguntamos se eles viram o senhor entrar, agiram de forma estranha.-disse ele.

–É verdade, muito estranho mesmo.

–Mas pelo menos eles estão bem, agora o negócio é levá-los de volta.

–Eu dou um jeito.

Então, eles estavam voltando para a sala de estar do casarão velho, o casal de idosos não estavam mais no sofá, quando do nada, o piso começou a rachar levemente, Mário foi o primeiro a notar, quando eles viram a rachadura do chão embaixo deles, tentaram correr, mas já era tarde demais, o chão quebrou e eles caíram em um lugar que parecia mais um porão, o barulho foi tão alto que até Botijão pode ouvir do lado de fora, mas não tiveram como reconhecer porque a maioria desmaiou na hora com a queda, só Super Sam conseguiu ficar consciente por alguns segundos, mas logo depois, ele desmaiou também, sem ter reconhecido o rosto da pessoa que estava à sua frente.

Botijão, assustado com o barulho, resolveu tentar ligar para Chimoltrufia para tentar pedir ajuda, mas o telefone deu fora de área por algum motivo, ele começou a passar a mão pelos poucos cabelos que tinha em sua cabeça e viu dois velhinhos saindo de dentro do casarão onde os patrulheiros caíram, em seguida, eles entraram em um carro velho, uma Parati 1996, e saíram em disparada com o carro. Atônito, Botijão resolveu segui-los, vai que ele prendeu Seu Lúcio ou qualquer um dos patrulheiros lá dentro do porta-malas do carro. Ele ficou perseguindo os bandidos por horas, eles passavam por lugares até comuns, o que aumentou ainda mais a sua dúvida e a agonia sobre eles.

Depois de algum tempo inconscientes e presos naquele lugar, Cirilo foi o primeiro a recuperar a consciência, quando ele deu por si, o lugar estava bem escuro também, mas dessa vez, muito mais do que antes, mas havia também um som estranho ali, era uma música, tocava um pouco longe de lá, parecia uma música instrumental que fazia todos dormirem, mas logo pode ouvir uma voz suave dizer: "Para-para Paradise, oh oh oh oh oh oh oh", mas a música ainda era desconhecida pra ele, porém, lhe fazia bem escutar aquilo, ele ficou ali, sentado, apreciando a suavidade da música, quando Mister B acordou e o chamou:

–Ei Cirilo.

–Ah, que bom que você acordou.

–Pois é, mas agora a gente tá preso aqui nesse porão subterrâneo, então, é melhor ficar dormindo mesmo.

–Já tentou entrar em contato com alguém por telepatia?

–Não, mas já ia fazer isso agora.

Então, ele mandou uma mensagem telepática para Luiza, pois só o pai dela, Salazar, poderia ajudá-los a sair de lá, enquanto ele falava por telepatia com Luiza, Chapolin tentava falar com Chiquinha para que ela e Alejandra os ajudasse a sair dali, mas era difícil, pois não dava pra saber onde eles estavam, então como ajudá-los?

Depois da mensagem por telepatia, Luiza anotou o recado e deu para seu pai, que estava na cozinha lendo um jornal.

–Pai, olha só o que o Cirilo acabou de me mandar.- ela disse e mostrou a carta que escreveu tudo o que Mister B lhe disse, mas disse que foi o Cirilo porque Salazar não conhecia os Mister's, então, se recusaria a ajudar um estranho.

Salazar leu e depois, com firmeza, falou:

–Minha filha, vem comigo, eu sei como ajudar.- e saiu com a filha nos braços, não sem antes pegar algumas armas para deter quem estivesse prendendo os heróis dentro daquele porão, como ele não sabia da morte do Faraó, desconfiou que pudesse ter sido ele, mas ele ia perceber que estava enganado.