Dentro do carro, Luiza ligou para Chiquinha, Alejandra e Valéria, avisando sobre o ocorrido com os patrulheiros.

–Meu Deus, olha, já estamos indo aí, aonde vocês estão?- perguntou Alejandra.

–Estamos entrando na rua da mansão do Seu Lúcio.- disse Luiza.

–Tá bem, espera aí no portão que nós já estamos indo.- ela disse e desligou o telefone.

Como a mansão de Seu Lúcio era enorme, obviamente a garagem também, no entanto, a mesma cabiam seis carros dentro, como Alejandra ainda tinha o carro SUV que "pegou emprestado" no dia que o Faraó atacou Kauzópolis com a escavadeira, ela pôde deixá-lo ali mesmo, quando saiu da garagem, viu Luiza acenando com a mão mostrando que estava ali, então foi só segui-los, chegando no local onde Mister B havia endereçado para Luiza, eles ficaram meio assustados com o lugar, uma coisa que ninguém podia imaginar era que os patrulheiros fossem entrar numa casa dessas, o que eles estariam fazendo ali? Claro que o antigo esconderijo deles era uma casa abandonada por fora, mas aquilo era praticamente um bangalô, nem parecia casa de beira de rua.

Quando estacionaram o carro em frente da casa, eles tentaram entrar nela, mas a porta estava trancada, Salazar teve que usar uma daquelas suas mágicas para poder arrombar a porta e entrar, por dentro, a casa parecia normal, embora empoeirada e escura, iluminada apenas pela lareira, mas ainda tinha uma dúvida: como chegar ao porão onde Daniel e os outros estão presos? Isso era novidade, porque não tinha nenhuma escada nem nada, então, eles perceberam que havia uma mesa no meio da sala, quem sabe aquela mesa não esconde algo? Por isso, os três começaram a tentar empurrar e levantar a mesa pra tirá-la dali, mas a mesa parecia ter uma pedra grudada em cima dela, eles levaram cerca de dois minutos pra conseguirem tirar a mesa de lá e se surpreenderam com o que viram, havia uma porta ali embaixo trancada com vários cadeados, ferrou, não tinha como abrir o cadeado sem chave, Salazar teve que improvisar um alicate grande, daqueles que são usados para quebrar correntes de ferro,, serviria pra um cadeado? Talvez, mas tinham que arriscar.

Salazar não estava conseguindo quebrar os cadeados da porta, ele precisaria mesmo da chave, mas como não tinha ninguém em casa, o jeito era esperar que os donos chegassem pra que eles pudessem achar uma forma de fazer com que eles entregassem as chaves e libertassem os patrulheiros, mas quanto tempo será que eles ficarão de fora? O jeito era esperar.

Enquanto isso, Botijão e Chimoltrufia estavam no carro dele junto com Dona Cotinha perseguindo os bandidos, a princípio, foi uma perseguição misteriosa no começo, pois eles estavam seguindo Chamois e Piqueno de longe, pra que eles não fossem vistos, mas em um sinal vermelho, mesmo que eles não tenham colado na traseira deles, Chamois olhou pra trás e reconheceu o carro, então, apertaram os cintos e arrancaram feito dois malucos, cantando pneu, Botijão não teve outra escolha a não ser ir atrás, tudo pelo seu amigo Lúcio.

A perseguição rápida foi bem perigosa, para tentar despistar Botijão, os bandidos várias vezes entravam na contra-mão e foram desviando dos carros, ou melhor, os carros desviavam deles, mas quando eles desviavam, entravam na frente do carro de Botijão, que tinha que fazer manobras ousadas com o carro pra desviar, a sorte do Botijão era que seu Fusca velho era páreo para alcançar o carro dos bandidos, um Dakota 2007, que apesar de não ser tão antigo era mais pesado que qualquer outro carro, exceto caminhões e ônibus, depois de certo ponto, milagrosamente o motor do Dakota começou a perder potência, quando Chamois olhou no painel, percebeu o problema.

–Droga!- esbravejou ele.

–O que foi?- perguntou Piqueno.

–O motor está perdendo potência.

–Mas por quê?

–Não sei, tenho cara de mecânico?

Diante disso, Botijão emparelhou os dois carros e os bandidos não gostaram da ideia, para fazer Botijão desistir, eles jogavam o carro deles pra cima do pobre e velho Fusca dele, o que eles não sabiam, é que conforme eles jogavam o carro em cima do Botijão, eles entravam na contra-mão novamente, nisso, vinham dois rachadores no sentido contrário, um, ao perceber o que acontecia à sua frente, entrou no sentido da pista que era do Dakota e diminuiu a velocidade, mas o outro permaneceu na linha sentido do Fusca só vendo aquela cena, quando Botijão viu o carro à sua frente, brecou com tudo e o carro girou, depois de girar, o motor morreu, Chamois e Piqueno sorriram, pensando que tinham escapado, mas estavam enganados, pois o Dakota deles bateu de frente com o Camaro Amarelo do motorista que vinha no sentido contrário e quando colidiram, o Camaro ficou amassado, mas o pior foram os bandidos, que capotaram três vezes e depois se arrastaram três metros de cabeça pra baixo, até parar. No que eles pararam, Botijão, Chimoltrufia e Dona Cotinha saíram do carro e foram correndo até eles, assim como o outro rachador, que usava uma Ferrari 150 vermelha, saiu do seu veículo para ajudar, quando chegaram lá, o Dakota estava vazando gasolina, eles precisariam tirar os dois de dentro do carro o mais rápido possível, então, tiraram, mas quando procuraram as chaves nas roupas deles, não encontraram nada, além disso, as duas mulheres estavam horrorizadas, já que eles estavam muito machucados, então só restou a Botijão e o outro motorista irem até o carro e tentarem procurar as chaves ali.

–Espera, antes de procurarmos, é melhor virarmos o carro não é?- perguntou o indivíduo da Ferrari.

–Boa ideia, me ajuda aqui.

Então eles conseguiram virar o carro e começaram a procurar, sem muito o que fazer, Botijão procurou no porta-luvas, mas não encontrou nada, só CD's de música, tirou a chave da ignição, mas só tinha uma chave, acompanhada de um chaveiro da Dodge, mas eles só foram encontrar as tais chaves dentro de um saco de fermento em pó que tinha atrás do banco do carona.

–Aqui estão.- disse o motorista rachador.

–Muito obrigado senhor...- Botijão ia começar, mas parou.

–Rogério.

–...Seu Rogério, muito obrigado.

–Não tem de quê.

Nisso, todos foram voltando a seus devidos carros e chamaram a ambulância pra socorrer o motorista do Camaro, que havia ficado todo amassado e estava preso e inconsciente dentro do carro, mas eles pretendiam levar Chamois e Piqueno de volta para casa, já que aquele molho de chaves era desconhecido pra eles, somente aqueles dois iam saber quais chaves eram de qual lugar, então eles amordaçaram e amarraram os bandidos pra que eles não pudesse gritar ou fugir, mas a ansiedade de tirar os patrulheiros de lá era muito grande e o medo que eles tinham desses bandidos também eram grandes, mas eles tinham que ter coragem se quisessem resgatar os patrulheiros, era pouco até a casa deles, só tinham que ter fé.