Falso amor

Capítulo 53


Maria olhou a hora no seu relógio de pulso, toda nervosa.

Estava parada na frente do elevador da empresa, e batendo o pé a espera de Estevão. Queria ele ali urgente e esperava que ele tivesse entendido a urgência de sua chamada, sem que ela precisasse ter explicado com mais detalhes o que parecia acontecer quando ninguém mais estava na empresa.

Claramente para Maria, até os seguranças sabiam do que acontecia, talvez não todos, mas ela tinha certeza que os homens que ela viu tinham que passar por eles, e como passavam sem serem vistos? E quantos descarregavam o que tinha naquelas caixas? E era o que ela gostaria de saber. Havia visto só dois homens e só naquela noite e poderia ter mais. Enquanto o que tinha nas caixas, sentia uma forte intuição que nelas ela teria a prova que precisava para acabar de vez com o que acontecia de oculto na empresa.

O elevador então abriu e ela viu Estevão sair dele com um segurança da empresa ao seu lado.

E então Estevão, disse assim que a viu enquanto saia do elevador.

—Estevão: Disse na ligação que precisava abrir uma porta, ele vai nos ajudar. Agora só me diga o porquê dessa urgência toda.

Ele respirou fundo e Maria levantou e olhar e olhou o segurança, alto e uniformizado ao lado dele e disse convicta.

—Maria: Direi, mas longe dele. Melhor pegar a chave e nós dois irmos

Estevão respirou fundo outra vez. Não era de fazer nada ás cega, sempre gostou de saber antes do que ia se envolver, sempre havia dado mais valor ao que seus olhos viam e suas mãos tocavam, por isso nunca havia sido de dar importância a suposições ou conversas que pareciam infundadas, e ali Maria não dava nada a ele que explicasse sua forma de agir nem seu olhar de desconfiança contra um dos seguranças de sua empresa. Mas ele sabia que não era momento de deixar que sua teimosa razão buscasse explicações do porquê Maria o havia tirado de casa e o melhor do porque ela ainda não estava na dela e sim ali e visivelmente nervosa. Só queria deixar claro que estava ali por ela e para ela, como não esteve, que então assim ele se virou para o segurança e disse.

—Estevão: Me dê a chave que preciso e poderá de voltar para seu posto.

O segurança entregou um molho de chaves nas mãos de Estevão. Quando Estevão viu o tanto de chaves que tinha, deu outra respirada profunda sem nada dizer e esperaram assim o segurança entrar no elevador. E quando o viu fechado, ele disse, ao olhar Maria.

—Estevão: Vamos ficar a noite toda caçando a chave certa para abrir essa tal sala que me disse, Maria.

Maria levantou a cabeça de decidida e o respondeu séria.

—Maria: E eu tenho a noite toda para fazer isso Estevão.

Estevão passou uma mão em sua cabeça e disse.

—Estevão: Vai me dizer ao menos o porquê de tudo isso? Já estamos a sós.

Maria suspirou e então disse, relaxando mais seu corpo.

—Maria: Vamos até essa sala que te conto no caminho.

Estevão assentiu e seguiu a direção que ela ia.

Foram conversando e quando chegaram de frente a porta que ela havia falado que por tê-la trancada suspeitava dela, Estevão pegou as chaves já sabendo de tudo que ela viu e disse.

—Estevão: Vamos abrir essa porta de uma vez e tiramos as dúvidas que tem.

Ele enfiou a primeira chave e não foi, tentou a segunda em seguida, também não foi e então ele respirou fundo já impaciente. O que tinha ouvido Maria falar o despertou a mesma ansiedade dela. Havia setores na empresa que precisavam de serem abastecido, mas clandestinamente como pareceu, não. O que fazia daquela situação rara, mas que para ele ainda que não havia deixado explicito a Maria, tinha uma explicação e talvez não era a que ele deduzia que ela queria.

E Maria quando o viu agoniado e perdido entre as chaves, pegou das mãos deles e disse.

—Maria: Deixa eu tentar, Estevão.

Estevão passou a mão no rosto se afastando da porta e disse.

—Estevão: Está muito nervosa, Maria. Isso pode te fazer mal.

Ela não o ouviu, tentou uma chave, outra, mais outra e outra em curtos segundos, até que na 6ª chave ela conseguiu. Estevão então pegou rápido no trinco da porta e disse sério para ela.

—Estevão: Fique onde está até que eu diga que pode entrar.

Ele abriu a porta e ao contrario que ele havia falado, Maria não ficou na porta, entrou o seguindo.

Com a sala escura, Estevão procurou o interruptor para acender a luz. Quando achou, apareceu diante da visão dele e de Maria, uma sala com uma mesa como a dela e móveis coberto em um plástico. No final, era apenas uma sala a mais naquele andar e que não era usada.

Maria olhou tudo ao redor, tinha caixas nenhuma, ela então tocou os cabelos aflita e disse quase chorando.

—Maria: Eu sei o que vi Estevão! Eu sei o que vi e jurava que tinha algo dentro dessa sala por isso ela estava trancada!

Estevão suspirou a olhando e tentou dizer para acalma-la.

—Estevão: E eu não estou duvidando de você Maria. Até eu acharia suspeito a movimentação que viu, que claramente há uma explicação e vamos acha-la. Hum.

Ele a tocou em um braço, como que se dissesse que estava ali por ela. Mas Maria recuou se desfazendo do toque. Estava desolada e não entendendo absolutamente nada. Se não estavam ali as caixas que viu os homens claramente descarrega-las naquele andar que estavam, onde estavam?

Ela olha Estevão calada. O conhecia demais, bem e ainda mais com seu regresso como não havia conhecido quando se casaram, por isso poderia prever que ele poderia achar que aquilo dela não passava de suposições, mais um conto dela. Sim, conto, porque ela poderia muito bem lembrar como ele apelidou as verdades que ela queria expor com o que houve com ela bem antes de estarem ali.

Ela então piscou querendo chorar. Parecia que ia ser sempre daquele modo, que ela ia sempre bater na trave quando estava preste a fazer gol.

Estevão percebeu como ela estava abalada e apenas disse.

—Estevão: Eu te levo para casa Maria, não me parece bem para dirigir.

Ela então rapidamente negou dizendo.

—Maria: Eu posso muito bem ir sozinha Estevão. Volte para o conforto de sua casa e me desculpe pelo incomodo.

Ela se virou, ia pegar sua bolsa e seu notebook de trabalho que haviam ficado na sala dela, mas Estevão a segurou por um braço e disse calmo.

—Estevão: Pensou que por trás dessa porta traria a verdade do que te fizeram e é normal essa desilusão Maria. Mas acredite que ainda que não foi essa noite, iremos acha-la. Lembre-se que temos um detetive nesse caso também. Se encontrarmos aquele infeliz acharemos também a verdade de tudo.

Maria virou o rosto ficando calada e ele passou um braço dele pela cintura dela para fazê-la andar. Juntos seguiram até a sala dela. Estevão juntou as coisas de Maria, enquanto ela seguia desnorteada em com o olhar vazio em um canto da sala e depois que ele peou tudo, fez com que ela saísse da sala ao lado dele para em seguida entrarem no carro dele ele levá-la embora.

Em silêncio seguiram um caminho de meia hora pelas ruas, até que Estevão estacionou na frente do condomínio que Maria morava, suspirou e disse, tirando o cinto.

—Estevão: Vai ficar bem, Maria? Estou preocupado contigo, meu amor.

Ele tocou levemente na perna dela e Maria que olhava a janela para o lado da janela do carro, virou o rosto para olhá-lo e disse.

—Maria: Acredita mesmo em mim, Estevão? Acredita que sou inocente?

Estevão a mirou de coração na mão. Via o que antes cego não conseguia realmente perceber, via como tudo podia abalar Maria via ela como viu quando foram juntos até a casa de Evandro. Via os olhos dela sem o brilho que tanto podia iluminar os dias dele. Que então assim, ela sereno e apenas com sua verdade.

—Estevão: Tudo a cada dia que passa me levam a crer que eu estive errado todo esse tempo, Maria e que nos separaram com grandes mentiras que eu acreditei todos esses anos. É claro que tenho a consciência que não acreditaria se eu não desse a chance de olhar com outros olhos tudo o que houve, e agora que olho, posso acreditar sim, querida, que tudo o que houve foi uma armadilha infeliz que te fizeram de vítima.

Maria ficou pensativa baixou seu olhar e depois voltou a mirá-lo para dizer.

—Maria: E sobre a empresa, acredita que há algo muito sujo acontecendo nela?

Ela ficou calada apenas querendo ouvir da boca dele também aquela resposta. Estevão respirou fundo. Tinha duas verdades por trás de grandes mentiras que agora ambos queriam saber, que então ele tocando em um lado do rosto dela, acariciando, depois de descer a mão ele disse.

—Estevão: Penso que os fins justificam os meios. Fizeram com que eu acreditasse que você me traía e para isso também te acusaram de um roubo na minha empresa. Te quiseram não só longe da minha vida, mas também da empresa. Então algo sim acontece, mas não faço ideia o que é, ou talvez eu não queira, por ter algo muito mais importante para realmente me preocupar que é você Maria e nossos filhos.

Maria suspirou e se questionou se Estevão realmente não fazia ideia do que acontecia na empresa dele. Pensava que não podiam lavar dinheiro na empresa dele como ela imaginava que era o que acontecia, e ele nunca ao menos suspeitar. Ou talvez ele sabia e nunca tinha feito questão, já que no final das contas, ele não ficava nem um pouco falido, apenas mais rico. E essa última hipótese para ela, não a agradava nada. Ela dissipou o que pensava e apenas o respondeu.

—Maria: Deveria ter pensado assim antes, mas já sabe disso, não é Estevão.

Ela tocou na porta do carro para abri-la e ele então segurou na mão dela, fazendo ela olhá-lo e disse, realmente preocupado com ela.

—Estevão: Deixe eu subir. Não me parece bem Maria.

Maria suspirou e negou com a cabeça. Sabia quem a esperava acordada, já que por Heitor, Maria estava muito bem ciente que Estrela estava ansiosa para expor o que tinha em posse também a ela, o que era o bendito relógio de Estevão. E não desejando que tivessem os 3 juntos no mesmo lugar, ela disse.

—Maria: Não, Estevão ainda é cedo, vai encontrar nossa filha acordada e o que menos quero agora é ter que me meter entre os dois.

Estevão suspirou com pesar mas disse certo que teriam logo que resolver aquele assunto com a filha deles.

—Estevão: Vamos conversar de uma vez com ela e normalizar minha entrada no seu apartamento. Sou o pai dela e estamos juntos, Maria. Uma hora ela terá que me aceitar.

Maria torceu os lábios de lado, tocou a testa o respondeu exausta.

—Maria: Não estamos juntos, Estevão e disse que impondo sua presença desse modo não vai conquista-la.

Estevão passou a mão no rosto cansado assim como ela aparentava estar e a respondeu.

—Estevão: Tem razão querida, eu só não tenho a paciência que você tem. Queria que tudo se resolvesse, que tudo isso tivesse um fim.

Ele tocou na mão dela mais uma vez e acariciou com seu dedão ela, e então a olhando nos olhos com ela calada, insistiu voltando a falar.

—Estevão: Quando ela dormir, me chame que eu venho no mesmo momento.

Maria olhou nos olhos dele depois na boca e suspirou dizendo.

—Maria: Não tenho vontade de nada Estevão. Estou exausta e não é fisicamente.

Ela virou o rosto e ele a tocou no queixo devagar para fazer ela olhá-lo outra vez e então disse, certo que não tinha segunda intenções se ela permitisse que mais uma vez eles passassem a noite juntos.

—Estevão: Estou notando isso querida desde que saímos da empresa. Não se preocupe, eu só quero cuidar de você até que durma como dormiu ontem nos meus braços, hum.

Ele deu um beijo castro nos lábios dela e depois a beijou na mão. E ela então o respondeu indecisa.

—Maria: Não sei Estevão. Eu vou pensar. Boa noite.

Estevão deu um sorriso curto e disse.

—Estevão: Boa noite, querida.

Ela saiu do carro, atravessou a rua e ele ficou olhando até que ela passou pela entrada do condomínio sumindo da visão dele.

Estevão ficou um tempo dentro do carro. Estava pensativo. Pensava no que tinha acontecido aquela noite, pensou em Maria e no desgaste que ela estava sofrendo todo aquele tempo, desde de seu regresso que ele só conseguia perceber o peso que ela tinha sobre as costas quando começou a duvidar da verdade falsa que o fizeram acreditar.

Ele respirou fundo. Daria tudo para tirar das costas dela aquele calvário. Ele então ligou o carro e dirigiu de volta para casa.

Maria entrou no apartamento dela, estava em silêncio.

Ela então se encostou na porta largando a bolsa no chão e fechou os olhos.

E ali sozinha ela começou enfim a chorar em silêncio.

Marta não estava tinha deixado Estrela sozinha assim que seu horário de ir tinha chegado que assim a menina quando pôde ouvir o barulho da porta quando Maria chegou, saiu do quarto dela trazendo o relógio de Estevão na mão, quando ela parou vendo a mãe como estava.

Ela então escondeu o relógio atrás dela, mas Maria pôde ver antes o que ela trazia na mão. Que então assim, ela limpou um lado do seu rosto e disse, por saber por Heitor que a conversa que ela estava adiando com sua menina, estava tornando cada vez inevitável não ter.

—Maria: Eu sei que temos que ter uma conversa, estou te devendo ela filha. Mas hoje não. Hoje não.

Ela pegou a bolsa e saiu de onde estava Estrela então entendendo que algo passava, quando teve sua mãe próxima a abraçou forte.

Maria suspirou tendo os braços de Estrela em volta dela, fechou os olhos e a tocou na cabeça com carinho e a ouviu.

—Estrela: Tudo bem, podemos conversar outro dia. Vem vamos para o quarto. Vou cuidar da senhora.

Maria deu um sorriso fraco, e Estrela a levou para o quarto dela puxando-a pela mão.

Momentos depois, Maria se despia ainda no quarto, enquanto Estrela enchia a banheira dela. Maria colocou um roupão branco de banho olhando a cama dela e vendo ao meio dela a cesta com flores que Estevão tinha dado a ela e o relógio que entregava que ele esteve no quarto dela e por ele Estrela sabia e que era obvio que ao deixa-lo perto das flores tinha sido uma ação arquitetada por ela.

Ela então amarrou os cabelos no alto com um elástico e Estrela apareceu dizendo.

—Estrela: A banheira já está te esperando mamãe.

Ela parou quando viu Maria olhando a cesta e o relógio e ainda que queria fazer o que ela havia pedido, ela disse chorosa.

—Estrela: Heitor disse para mim não me meter. Mas mamãe, eu sei que esse relógio é de Estevão e imagino que as flores também. Eu só não quero imaginar que vocês...

Maria a olhou fazendo ela se calar. Ela olhou sua menina que claramente não suportava a ideia de vê-la junto com o pai dela. Estrela estava cada vez se tornando outro motivo tão mais forte que seus ressentimentos de não aceitar o que Estevão insistia com seu pedido de volta. Que entre ela e ele, claro que ela tinha uma escolha lógica e verdadeira.

Que então assim, ela puxou o ar do peito e falou devagar.

—Maria: Já é uma moça que já entendeu o que está passando entre seu pai e eu, filha.

Estrela fez cara de choroso e perguntou o que mais tinha interesse de saber.

—Estrela: Ama ele também? Só isso que quero saber.

Maria levantou a cabeça e a respondeu, não querendo mentir.

—Maria: Amo mais você, filha. Eu amo mais meus filhos. Meus três filhos.

Estrela ficou vermelha e disse com o olhar que parecia querer saltar do seu globo ocular quando que aquela contagem de filhos que Maria fazia havia acrescentado mais um.

—Estrela: Três? Três filhos?

Maria assentiu devagar com a cabeça e confirmou com palavras o que ela pensava.

—Maria: Sim, filha. Eu vou ter outro filho do seu pai. Estou grávida.

Estrela levou a mão na boca e chorou enquanto a olhava de olhos arregalados. Maria se aproximou dela já chorando e disse.

—Maria: Por favor, querida. Fale alguma coisa.

Estrela então piscou entre lágrimas, baixou a mão da boca e disse nervosa.

—Estrela: Como isso aconteceu? Por que, mamãe? Não! Eu não quero outro irmão!

Ela levou as mãos em seus cabelos loiros chorando e andou querendo deixar o quarto, Maria impediu segurando ela pelos braços e disse aflita.

—Maria: Filha nem todas as coisas podemos ter controle. E foi o que aconteceu comigo. Voltei segura que já não sentia nada pelo seu pai e estava enganada! Tudo fugiu do meu controle de repente e agora estou grávida e já não tem volta atrás.

Estrela puxou os braços para se ver livre das mãos de Maria e disse alto enquanto chorava mais.

—Estrela: Me sinto enganada! Mentiu para mim!

Ela fez mais força para se livrar e Maria a prendeu contra seu peito a abraçando a força, enquanto dizia.

—Maria: Eu não menti querida. Estou dizendo que tudo saiu do meu controle. A vida adulta é muito mais complicada do que a que ainda vive, filha. Você não pode entender agora, mas depois sei que irá. Eu sei que vai!

Entre lágrimas ela buscou tocá-la no rosto, para olhá-la nos olhos. Estava chorando, mas não mais que sua menina que já tinha o rosto todo vermelho e em lágrimas.

Estrela apertou os olhos fechando-os deixando que mais lágrimas descessem e disse angustiada.

—Estrela: Primeiro Heitor, depois Estevão e agora esse bebê! O que vai ser de mim?

Ela olhou a barriga da mãe dela e Maria desceu as mãos para tocar nas mãos dela as unindo assim, e disse.

—Maria: Como assim o que vai ser de você filha? Você é minha princesa, vai seguir do meu lado e dos seus irmãos. Seguirei sendo a mãe que sempre fui para vocês.

Estrela fez que não com a cabeça e puxou suas mãos das mãos de Maria e disse alto.

—Estrela: E Estevão? Agora que está grávida vai voltar com ele? Vai querer que sejamos uma família depois de tudo que ele nos fez?

Maria respirou fundo vendo Estrela cruzar os braços a espera de uma resposta. Ela então limpou um lado do seu rosto, e a respondeu.

—Maria: Eu não sei, filha. Eu não sei de nada. Tudo saiu do meu controle eu já disse.

Pensava que, como mãe teria que dar alguma certeza a Estrela com aquela pergunta, mas não tinha ela. Não diante daquele futuro incerto que a esperava, estando grávida e ainda amando Estevão. Maria não sabia dizer em como seria o final de tudo quando ela já tivesse toda a verdade em suas mãos. Tinha opções, mas no fundo nenhuma certeza em seguir qual fosse.

Estrela então abriu a boca incrédula por ver nos olhos de Maria que de fato ela não tinha certeza que sua pergunta chegaria a acontecer. Estava mais certo para ela, que seria obrigada a morar com Estevão, Heitor e mais um irmão que ela não queria. Que então assim, ela disse aos prantos.

—Estrela: Está pensando em considerar o que eu falei? Sim está! Estou decepcionada!

Maria chorou triste. Ouvir que ao invés de dar um exemplo como mãe a um filho, ouvia que era uma decepção, a chateava ainda que pensava que o que fazia Estrela falar daquele modo era aquela verdade inesperada que ela guardava na situação que viviam. Se adolescentes por natureza são difíceis de lidar, quando em seu lar tudo se torna um caos, tudo fica mil vezes pior. E Maria era ciente que sua menina não tinha culpa alguma de ver seu mundo mudando desde que deixaram Londres. Ela agia daquele modo por decisões tomadas que não veio dela. E isso Maria lamentava muito como mãe.

Que então assim ela disse tocando seus cabelos morenos.

—Maria: Eu disse que não sei, Estrela. A única certeza que tenho é que como fui mãe de Heitor e sua, eu posso ser também desse filho que espero. Só vocês me importam nesse momento.

Estrela limpou um lado do seu rosto nervosa, mirou depois a para a barriga de Maria e apenas a respondeu séria.

—Estrela: Eu não quero que esse bebê nasça!

Ela levantou a cabeça buscando agora o olhar de Maria. Maria suspirou, agora a olhando tão séria como ela e desceu sua mão até a barriga e a respondeu.

—Maria: Não fale isso, Estrela. Ele não tem culpa da besteira que eu e seu pai fizemos. Sei que está chateada, mas não volte a falar uma coisa como essa!

Estrela passou as mãos nos cabelos com raiva e gritou.

—Estrela: Não importa! Se esse bebê nascer, irá regressar com Estevão e eu não quero! Não quero!

Ela saiu correndo do quarto e Maria não teve forças de ir atrás. Não tinha mais o que dizer, nem sabia o que dizer, estava grávida e era um fato que Estrela teria que lidar assim como ela tentava lidar com seus sentimentos e com tudo que pesava mais sobre ela do que todos em sua volta.

Ela sentou na cama devagar levando a mão na boca e chorou. Chorou por mais de 5 minutos até sentir que seu peito se aliviou se acalmando. Então ela limpou o rosto e em seguida caminhou até o banheiro, suspirou vendo a banheira cheia e antes de entrar ela lembrou que não precisava passar por aquilo sozinha, era mãe de Estrela agora com um pai que desejava estar presente. A responsabilidade agora que tinha sobre ela como mãe, também podia ser dividida com Estevão, que por isso, ela voltou para o quarto dela, mexeu na bolsa, retirando seu celular e foi com ele até a banheira.

Ela então deixou o aparelho sobre um móvel ao lado da banheira, se despiu, entrou na água morna com espuma, suspirou relaxando nela por alguns segundos e depois, se virou limpando a mão em uma toalhinha e pegou o celular que chamou só uma vez e Estevão atendeu.

Estava ansioso por aquela chamada, sem deixar de pensar nela que por isso ele disse logo.

—Estevão: Já estou indo.

Maria tocou a testa já calma e decidida no que faria, disse séria.

—Maria: Não estou ligando para que venha, Estevão e sim para dizer que Estrela já sabe que estou grávida de você.

Estevão sentou no sofá de sua sala com portas e depois a respondeu, perguntando.

—Estevão: E então como ela agiu?

Maria suspirou não desejando mais chorar e disse.

—Maria: Como esperado, muito mal. Mas dessa vez não vou lidar com isso sozinha. Não a fiz sem você muito menos esse bebê que espero, então já é o momento que faça alguma coisa como pai Estevão.

Estevão respirou fundo e disse sem vacilar.

—Estevão: Eu me ofereci para contar com você que está grávida e que estamos juntos.

Maria puxou o ar do peito e o respondeu séria.

—Maria: Eu não disse a ela que estamos juntos, porque isso não é verdade. Ela só sabe que fizemos sexo e que por isso estou grávida. O que quero é que haja como pai que nunca foi. Eu não preciso mais passar sozinha pela rebeldia de nossa filha em não aceitar que terá mais um irmão. Então você terá que intervir também!

Estevão passou a mão na cabeça concordando e disse.

—Estevão: Tem razão, mas não com o começo. Não é apenas sexo o que tivemos e o que temos. Eu te amo e podemos ser uma família outra vez e vou fazer nossa filha entender isso.

Maria fechou os olhos afundando o corpo mais na água e disse.

—Maria: Só precisa fazer ela entender que ela tem um pai agora e que nada vai mudar com a chegada desse bebê, Estevão. Ela está ressentida, confusa e cheia de medo eu sei que parte não é só rebeldia por não querer aceita-lo. É culpa nossa também. Temos que concertar isso.

Estevão sentou no sofá, sabia que o que Maria seguia falando era certo. Ele errou como pai mais que Maria como mãe, mas no final ambos tinham errado, que então assim, ele a respondeu.

—Estevão: Eu sei querida e não se preocupe vou fazer o que me pede. Não está sozinha, hum.

Maria deu seu primeiro sorriso ainda que curto da noite e disse.

—Maria: Ótimo, amanhã pegue ela na escola e a leve para almoçar, vou deixa-la avisada.

Estevão ficou de pé novamente e agora passando mão no rosto. O que Maria acabava de dizer, tinha pensando naquele exato momento. Para ela não tinham mais que perder tempo, não queria. E ele, apenas perguntou com aquela missão que ela dava a ele.

—Estevão: E ela vai querer?

Maria então arquitetando tudo com cuidado disse.

—Maria: Eu vou conversar com ela antes. E você, com paciência e gentileza vai fazer com que ela aceite almoçar com o pai dela que é você, Estevão.

Estevão alisou o rosto mais uma vez com a mão, pensava que era uma missão quase impossível que Maria pedia, ele paciente e gentil na mesma frase com uma filha que tinha o mesmo gênio que ele.

Mas não demorou muito e ele viu ela desligando a ligação depois de passar aquela missão a ele.

Maria relaxou o corpo na banheira fechando os olhos e passou uma hora dentro daquela água, até sair para fazer um lanche e passar no quarto de Estrela que ao entrar percebeu que ela fingia dormir só para não ter que recebê-la.

A noite passou.

Estevão acordou bem cedo para estar na empresa na primeira hora. Não tinha esquecido o que tinha passado pela noite nela, por isso ele exigiu analisar as imagens de segurança para ver o que Maria disse que tinha visto.

Em uma sala com muitas telas que trazia imagens das inúmeras câmeras que tinha na empresa, ele em pé, falava para um funcionário que as monitorava ampliar todas imagens que ele tinha como suspeita. Que então ele assim, disse vendo uma.

—Estevão: Pare aquela do lado esquerdo na ala oeste.

O homem congelou a imagem focando em um rosto de um homem que trazia nas mãos um carrinho como Maria havia descrevido. 4 caixas estavam sendo carregadas, Estevão contou mentalmente, focou no rosto do homem e na roupa que ele usava e depois pediu para a imagem ser avançada. Ele então viu mais dois homens como o primeiro entrando no elevador com os carrinhos já vazios.

Nas imagens ele não viu Maria que por isso, ele pediu para procura-la voltando aquelas imagens com os homens, até que a achou saindo da sala dela. Ele suspirou nervoso, tudo passou com a empresa quase vazia e a meia luz naquela área toda, o que parecia perigoso demais para ela estar sozinha. E ele estava certo que falaria para ela não ficar mais até aquele horário sozinha na empresa, não antes de esclarecer do que se tratava tudo que via.

Ele então alisou o queixo pensativo, os mesmos homens que entraram em sua empresa teriam que sair, que por isso ele disse para seu funcionário.

—Estevão: Quero as imagens de ontem também, mas as do estacionamento. Agora!

O funcionário teclou no teclado que usava para monitorar as câmeras para fazer o que lhe foi mandado. Ele passou alguns minutos procurando as imagens que Estevão queria, até que ele disse.

—X: As imagens de ontem a noite não estão parecendo para mim senhor San Roman. Elas foram deletadas.

Estevão ficou vermelho se aproximando mais das telas e disse.

—Estevão: Isso não pode ser! Procure direito!

O homem então sinalou um horário com uma seta em uma das telas e disse.

—X: Aqui só mostra que foram gravadas até as 17:00 de ontem, o resto da gravação de toda a noite, não existe senhor. Eu sinto muito em não poder ajudar.

Estevão soltou uma maldição todo vermelho e disse alto.

—Estevão: Quero saber quem estava antes do seu turno essa manhã! Eu o quero ainda hoje no meu escritório! Ainda hoje!

Ele então saiu da sala bufando. Caminhou rápido não enxergando ninguém. Só pensava que Maria estava certa. Estava certa, algo que ele não sabia passava em sua empresa e claramente bem debaixo de seu nariz.

Ele então apertou um monte de vez o botão do elevador para subir novamente até o andar da presidência, e entrou nele e quando ele abriu, ele viu Bruno que caminhava em direção da sala dele.

Estevão então que estava fora de si, saltou do elevador em um passo largo, dizendo grosso.

—Estevão: Bruno, espere!

Bruno se virou com uma maleta de couro e cara na mão direita e quando percebeu, Estevão tinha suspendido ele pelo colarinho de sua camisa.

—Estevão: Está acontecendo algo em minha empresa e você vai me dizer agora mesmo o que é!

Ele olhou como uma fera para seu amigo e sócio de anos.

Alarmando assim o que passavam, Demétrio que ouviu e Leonel também que já estava na empresa correu até os dois.

—Demétrio: Solte, Bruno, Estevão!

Demétrio tentou intervir ao falar, enquanto Estevão estava como um cão raivoso que não queria soltar seu osso, segurando Bruno. Ele o olhava todo vermelho e descontrolado. O que fazia Bruno no fundo temer por saber como Estevão podia agir tão impulsivamente no estado que estava, torna-lo uma vítima de seu descontrole.

Que então assim ele disse, grosso, mas quase sem folego.

—Bruno: Ouça, Demétrio, Estevão e vamos tratar seja o que for como homens civilizados. Todos estão olhando.

Ele olhou ao redor, Lupita os olhava assustada junto a Leonel, duas companheiras de trabalho deles também.

Estevão mirou também ao seu lado os vendo, bufou sabendo que sua postura ali tinha que ser ponderada, que por isso, soltou Bruno, dizendo.

—Estevão: Te quero na minha sala agora mesmo!

Ele caminhou na frente e Bruno e Demétrio trocaram olhares em silêncio.

Estevão frouxou a gravata que trazia abaixo do pescoço e ficou em pé já no meio da sala dele. Bruno então entrou e disse sério.

—Bruno: O que foi aquilo lá fora meu querido, amigo?

Estevão deu um riso sem vontade. Se perguntava se tinha a cara de palhaço para todos ali. Que então ali, sem ter deixado a tensão que esteve fora daquela sala, ele disse.

—Estevão: Você que vai ter que me dizer agora mesmo se eu tenho ou não motivos para agir como agi, Bruno!

Bruno ergueu a cabeça. Era bom com dinheiro, forte por suas alianças em nome dele, mas mano a mano ele sabia que se enfrentasse Estevão levaria a pior, que então por isso, ele disse.

—Bruno: Me conte o que houve vamos resolver agora mesmo!

Estevão passou a mão na cabeça e andou tentando se acalmar e disse.

—Estevão: Maria. Ela ficou ontem sozinha essa noite na empresa quando todos já tinham ido e viu uma movimentação suspeita e eu quero saber que sabe disso!

Não precisou de mais daquilo para Bruno entender o que Maria poderia ter visto, o que o fez se remoer por dentro de raiva. Como do início, ela voltava a ser uma pedra no sapato dele.

Que então assim, ele riu e andou também e disse ao parar de frente a Estevão.

—Bruno: Oras Estevão, não é porque voltou a estar entre as pernas dessa mulher que agora deve acreditar nas fantasias que ela conta!

Estevão não mediu suas ações quando acertou em um murro o nariz de Bruno. Foi certeiro e o sangue correu assim que o acertou, que então assim ele disse furioso.

—Estevão: Não vou permitir mais que fale assim de Maria! Nunca mais nem você e nem ninguém!

Ofegante Estevão olhou a mão dele que se avermelhou e também doeu com o choque contra o rosto de Bruno. Enquanto Bruno limpando o nariz sentindo ele pulsar, disse.

—Bruno: Vou fazer que se arrependa com o que acaba de fazer, Estevão.

Dessa vez ele falou firme. Não seria humilhado daquela forma. Estevão o mirou incrédulo com a forma que Bruno tinha falado e disse, sem medo.

—Estevão: Está me ameaçando? Porque se está quero que seja mais claro!

Bruno pegou no nó de sua gravata, enquanto sua outra mão sustentava firme todo aquele tempo sua maleta e disse.

—Bruno: Estou apenas dizendo que toda ação tem uma reação Estevão que se quer ficar do lado de Maria, virando as costas para os amigos como eu, você que sofrerá as consequências.

Estevão fechou o punho da mesma mão que tinha acertado Bruno, e o respondeu tão firme como antes o ouviu falar.

—Estevão: Eu deveria ter feito isso há muito tempo e agora tenho a plena certeza que estou do lado certo.

—Bruno: Veremos.

Bruno se virou depois de falar e Estevão pelas costas, disse.

—Estevão: Não tenho medo de você Bruno. Eu te coloquei aonde está e eu posso te tirar.

Bruno sorriu sem olhá-lo e disse novamente.

—Bruno: Veremos.

Estevão respirou fundo já sozinho em sua sala, pôs as mãos sobre a mesa e tentou se acalmar. Ele tinha uma estranha sensação que aquele enfrentamento que acabava de ter com Bruno era apenas o primeiro.

Perto do meio-dia, Maria estava no escritório que trabalhava com Geraldo e sua equipe de advogados. Dentro de sua sala, estava pensativa e ao mesmo tempo ansiosa.

Já tinha conversado em uma curta, mas séria conversa com Estrela pela manhã. Antes dela ir a aula, tinham se falado e por isso a menina sabia que daquela vez não tinha escolha, Maria não dava sobre o almoço que ela teria com o pai.

Mais radical, Maria só pensava que tinha que agir depois da discussão que tiveram daquela forma, precisava de Estevão e então cobraria dele como tinha feito sua presença de pai e era o que ela estava ansiosa para saber se sua decisão não tenha sido falha. Esperava mais um filho e por ele tinha mais motivo de ver Estevão e Estrela se dando bem, já nunca se livraria dele tendo dois filhos menores de idade com ele.

Ela olhou seu relógio de pulso olhando a hora rapidamente. Até que o celular dela tocou e era Estevão. Ela atendeu rápido e ele disse.

—Estevão: Já estou na frente da escola só na espera de nossa filha. Acha mesmo que ela vai almoçar comigo?

Maria suspirou séria e disse.

—Maria: Eu já conversei com ela, então do resto só depende de você Estevão. Não falhe, eu preciso que seja pai dela. Nossa filha não pode seguir como está com você ainda mais agora que teremos outro filho.

Estevão seguia concordando com aquela ação de Maria, que por isso, a respondeu sem recuar.

—Estevão: Tem razão querida. Tem razão e me comprometi a fazer o que me pediu. Ela é só uma adolescente, eu vou saber lidar.

Ele esfregou o rosto e Maria acabou sorrindo com as palavras dele e disse.

—Maria: Parece que está temendo nossa filha adolescente, Estevão.

Ela o ouviu puxando o ar do peito, e em seguida responder.

—Estevão: Estou temendo fazer alguma besteira. Ela é geniosa.

Olhando seu computador aberto em sua mesa, depois de ouvi-la, ela apenas rebateu as palavras dele.

—Maria: Isso ela não herdou de mim.

Estevão sorriu por alguns segundos e a respondeu agora sério.

—Estevão: Daria tudo para tê-la no lugar que lhe cabe como minha filha.

Maria deixou de olhar a tela em sua frente, se ajeitou na cadeira e o respondeu.

—Maria: Talvez consiga. Me veja como já estou com Heitor.

Estevão suspirou. Via muito bem como Maria tinha Heitor com ela como se ele não tivesse deixado de ser um menino necessitado de sua presença. Mas que, diferente dela, ele sabia que ele não sabia ser tão paciente para conquistar o que ela já tinha conquistado, além de naquela história ele ao contrario dela, sabia que tinha feito mal a sua menina ainda que não tivesse sido diretamente, todas suas ações rancorosas contra a mãe dela, tinha refletido na relação deles de pai e filha.

Que por isso com pesar, ele disse.

—Estevão: É diferente. Você nunca foi a vilã Maria. Enquanto eu, já não podemos dizer o mesmo.

Maria ficou calada por alguns segundos, até que disse ao refletir quem era o pai e quem era homem que ela falava.

—Maria: Errou como homem, como meu marido e o homem que amei Estevão, mas sei que como pai como lembro que era com Heitor ainda criança o pai que, é nunca faria mal a ela. Tem que deixar isso claro a nossa filha.

Pior que um ser sem valor e digno de algo, era sempre assim que ele se sentia quando pensava em seus erros e ainda mais quando ouvia Maria falar daquela forma. Seu arrependimento trazia muito mais vergonha a ele e medo, medo de não poder ter o perdão dela e nem de sua menina desejada.

Que baixo ele disse.

—Estevão: Tenho que me redimir como pai dela e como homem para você. Hoje aconteceu algo na empresa que queria te contar, é importante também para que eu consiga isso, Maria. Quando vai a empresa? Eu poderia passar por você depois de almoçar com nossa filha.

Maria sem ter o que pensar sobre aquela pergunta, respondeu certa.

—Maria: Hoje não vou nela, Estevão.

Estevão se ajeitou no seu lugar e disse, desejando mais que tudo vê-la.

—Estevão: Como não, querida. Queria falar do que houve ontem, eu...

Maria o interrompeu rápido enquanto se levantava.

—Maria: Eu só não quero pisar nela hoje por exatamente o que houve ontem.

Estevão respirou fundo podendo entende-la por lembrar como ela tinha ficado e disse.

—Estevão: Então no final do expediente vou até seu apartamento, nossa filha já sabe de tudo então não há problemas mais.

Maria passou a mão nos cabelos. Tinha um compromisso que havia pensado em adiar, mas que foi pega de surpresa com uma animação vindo de Geraldo quando chegou ao trabalho, que para ela pareceu injusto ela adiar um jantar com ele que já tinha aceitado. Que então não querendo entrar em detalhes, ela apenas disse, para responder Estevão.

—Maria: Tenho um jantar mais tarde, lembra.

Estevão quando lembrou do que se tratava aquele jantar, ficou com o corpo todo rígido e disse, depois de bufar.

—Estevão: Ainda segue com essa ideia absurda Maria de jantar com esse infeliz?!

Maria suspirou e o repreendeu dizendo.

—Maria: Não se refira a Geraldo assim Estevão. Ele nunca te fez nada.

Estevão sorriu sem um pingo de humor e disse.

—Estevão: Desde que ele teve a audácia de pôr os olhos em você, ele fez! Geraldo Salgado agora é um infeliz que quer me tirar você Maria!

Maria se pôs firme no meio de sua sala e rebateu as palavras dele.

—Maria: Não se tira o que não tem. Porque já não sua há 15 anos Estevão!

Estevão riu outra vez, se mexeu no banco que estava atrás em seu carro com seu motorista todo aquele tempo em silencio por trás do volante e a respondeu, sem duvidar.

—Estevão: Não é isso que seu corpo me diz toda vez que te faço minha.

Maria sentiu seu coração acelerado, que então ela disse querendo encerrar aquela conversa.

—Maria: Eu vou desligar.

Que rápido Estevão disse sério.

—Estevão: Não vá nesse jantar, Maria. Não me faça fazer uma besteira.

E ela então apenas o respondeu.

—Maria: Se comporte com nossa filha.


Ela desligou a ligação e Estevão passou a mão no seu rosto todo vermelho e olhou seu motorista que olhava para ele pelo retrovisor do carro.