Falso amor

Capítulo 52


O dia clareou .

E bem cedo, Estevão já estava na empresa San Roman. Ele sorria como Lupita nunca tinha visto ele sorrir daquele modo em todo tempo que trabalhou com ele, que com o mesmo sorriso que ela o viu chegar, ele a recebia na sala dele para lhe pedir algo.

Ansioso ele tocou na mesa com seus dedos depois que Lupita anotou o que ele havia pedido, dizendo depois.

—Estevão: Certifique que o que eu tenha pedido esteja entregue ainda essa manhã, por favor, Lupita.

Ele pegou um papel bonito e uma caneta azul e anotou com o próprio punho algumas palavras.

Não era de fazer aquilo, gostava de pagar tudo que pudesse chegar até ele sem precisar de muito esforço, mas até um cartão escrito por seu próprio punho como ele fazia, ele sabia que poderia significar muito. Ele podia muito bem lembrar que pequenos detalhes, sempre tinham encantado a quem povoava os pensamentos dele.

Ele então dobrou no meio o papel e entregou a ela dizendo.

—Estevão: Quando chegar o que pedi, deixe isso aqui também e dentro de um envelope que confio que você fará com todo capricho.

Ele sorriu de lábios fechados e Lupita também e depois deixou a sala dele.

A manhã percorria e Maria estava no trabalho com Geraldo e sua equipe de advogados.

Ela suspirou pensativa, perdida na reunião que tinham e que não tinha só ela e Geraldo naquela sala.

Estevão não saia da mente dela toda aquela manhã. A noite que tiveram tinha sido boa demais para ela simplesmente ignorar que tinha acontecido. Haviam dormido toda a noite juntos. Ela havia dormido nos braços do homem que amava e que depois que ele tinha ido embora, a cama pareceu tristemente vazia, fria sem o corpo dele junto ao dela.

Maria podia lembrar da sensação do calor de ter a cama dela com ele nela, não mais sozinha com ela só. E sozinha era a palavra certa para descrever. Havia passado 15 anos sem ninguém, sem compartilhar uma cama ao dormir sem ser com sua menina desde que ela havia nascido. E como havia conseguido viver tanto tempo sem amor, sem caricias? Era humana, era mulher e naturalmente seu corpo necessitava daquele tipo de calor.

Maria estava certa que uma mulher como ela podia viver muito bem sem um homem em sua cama e na vida, mas estava certa também que mesmo que vivessem bem sem um, nos momentos de carência qualquer mulher também como ela, passava frio daquele calor que ela estava voltando a ter depois de ter voltado estar nos braços de Estevão.

Havia acreditado tolamente por tantos anos que não poderia ser mais mulher, que era fria e Estevão estava mostrando a ela que não era bem assim. A verdade era que todos os ressentimentos que guardava havia deixado como ela foi e que Luciano não tinha conseguido o êxito de despertar seus mais profundo desejos de mulher. Mas Estevão sim...

E como poderia ser justo só ele fazer aquilo? Pensava que era uma lástima que Luciano não tinha tido tal êxito, o queria tão bem e poderia até dizer que o amava. Mas ela sabia que seu amor por ele não era do jeito que ele desejou ser amado.

Ela então mirou para Geraldo que sentado na ponta da mesa, ele gesticulava com a mão ao falar com os colegas de trabalho dela. Ele deixava cada vez mais claras suas intenções com ela e ela suspirou pensando que talvez ele poderia dar a ela respostas e talvez um consolo também de sua insatisfação de ter seu corpo ainda tão pendente a Estevão.

Assim ela ficou o olhando ao ponto do olhar dele ter encontrado o dela também ao notar que estava sendo olhado por ela. Ela então suspirou nervosa e pegou uma caneta ao seu lado e fingiu escrever algo em sua agenda.

Pensou na loucura que estava cogitando ao meter Geraldo em seus pensamentos. Estava grávida e por isso ainda envolvida até seu último fio de cabelo com Estevão e que Geraldo conhecia pouco do que teve com ele, sabendo apenas que ele havia sido um ex-marido e chefe dela. Ele desconhecia o que realmente viveram e ainda viviam, que por isso, Maria suspirou trazendo sua razão de volta e certa que não via tampouco também um futuro seja o que ele quisesse com ela. Decidia então que não podia fazer de Geraldo um segundo Luciano que a esperasse tanto que quando pudesse tê-la ela fosse incapaz de ser dele.

Talvez tivesse que aceitar que seu corpo e alma, estavam amaldiçoados por Estevão San Román e por aquele ele amor ainda vivo entre eles.

Ela então sacudiu a cabeça querendo dispersar seus pensamentos naquele momento tão inoportuno.

Mas em vão já que veio de novo Estevão em sua mente. Tudo com ele era tão intenso e tão real, que não tinha força para resistir. As forças que tinha, apenas resistiam as sombras do passado que tiveram. Sempre ele ainda vivo, ainda presente. Ela suspirou e rabiscou quase que com raiva sua agenda.

A sala então começou a esvaziar sem Maria ao menos perceber que a reunião tinha acabado. Até que devagar Geraldo fechou a porta quando todos já tinham ido deixando ele apenas com Maria e depois caminhou até a mesa que ela ainda permanecia.

Os bonitos olhos dela, miravam a parede a frente, fixos em apenas um ponto o que dizia que ela estava longe como esteve parte da reunião falando menos que 3 palavras nela. Por ter ficado tão desatenta na reunião, Geraldo poderia dizer que o incomodaria a falta de profissionalismo dela, mas não sendo ela sua consentida e não quando a viu olhando para ele.

Que para Geraldo, o olhar dela não foi um olhar normal, ele ao menos esteve olhando para ela enquanto falava e pegou ela o olhando, por isso aquele olhar para ele era algo que ele pensava que poderia felizmente usar ao seu favor.

Que assim, ele pigarreou aparecendo no campo de visão dela. Maria então pareceu tornar, ergueu a cabeça vendo ele em pé na frente dela, mas do outro da mesa, todo grande e de mãos no bolso da calça. Ela então olhou ao redor e notou que a reunião já tinha acabado e que estavam sozinhos. O que a fez logo ficar vermelha de constrangimento por pensar que já tinha muita regalia sendo funcionária de Geraldo e ainda fazia aquilo, deixando seu trabalho a desejar.

Ela então tratou de se levantar rápido, dizendo.

—Maria: A reunião acabou e eu nem notei. Me desculpe Geraldo. Estive dispersa o tempo todo nela, confesso.

Ela suspirou nervosa tentando recolher suas coisas e Geraldo então quase que se debruçou sobre a mesa para pegar no braço dela para fazer ela parar, dizendo.

—Geraldo: Acalme-se, Maria. Só tem eu e você aqui, talvez pode me dizer o porquê te peguei me olhando como olhava.

Ela olhou para mão dele no braço dela e depois olhou para os olhos dele e suspirou mais nervosa ainda. Ele então a soltou devagar e ela se afastou da mesa deixando as coisas dela ali.

E ela assim tentou se justificar enquanto ele dava a volta na mesa para estar próximo dela.

—Maria: Como eu disse, eu estava distraída Geraldo e deve ter sido quando te olhei e...

Ela não seguiu falando quando viu que ele lhe tocou em um braço. Ela olhou ele acariciá-la devagar a mirando nos olhos, depois boca e depois nos olhos outra vez e quando ele viu que ela não falaria mais nada ele disse.

—Geraldo: Jurava que eu fazia parte dos pensamentos que você tinha que com certeza tinha nada ver com trabalho e por isso me olhava, Maria. Só queria lembrá-la que ainda espero sua resposta do convite que te fiz.

Ele levou a mão agora no rosto dela e com as pontas dos dedos ele a tocou. Maria respirou pela boca nervosa, mas atenta aos gestos dele, aos olhos em como ele a olhava.

E então assim ela resolveu confessar.

—Maria: Fazia Geraldo, mas não é justo que seu interesse por mim te traga para meu mundo tão confuso e complicado. Porque não estou ainda em um momento bom para isso.

Geraldo deu um sorriso e se aproximou mais, Maria respirou fundo por ter o rosto dele tão mais perto do dela e agora uma mão dele lhe tocando suavemente na cintura. E dessa forma, ele a respondeu muito certo do que queria.

—Geraldo: Não estou aqui para te pressionar, Maria. Está claro que tem um ex na sua vida mais presente do que eu gostaria, mas se me der qualquer sinal que não estou interessado sozinho em você, podemos tentar. Eu quero tentar...

Ele acariciou um lado da bochecha dela com seu dedão. E Maria depois de observar seu gesto, disse o olhando.

—Maria: Eu devo ser sincera Geraldo. Esse ex é o pai dos meus filhos e o único homem que amei na vida por isso existe entre nós uma história inacabada e que não acho justo colocar você também nela.

Ela fechou os olhos tentando acalmar seus ânimos. Estevão não estava ali, mas estava tão presente nos pensamentos dela que para ela, era como que se ele estivesse e a olhando.

E Geraldo disposto a não recuar diante do que ouviu dela, disse.

—Geraldo: Eu quero decidir o quanto será justo ou não Maria. Aceite meu convite e me conte toda essa história, que eu decido isso. O que acha?

Ela ficou calada apenas o olhando e então se atreveu a tocá-la, mas daquela vez com os lábios. Ele deu um selinho nela, deu outro até que seu outro braço também envolveu a cintura dela e quando ele não viu resistência nela depois de seu olhar surpreso, a puxou para um beijo de verdade.

Maria recebeu aquele beijo com os olhos abertos, primeiro ela pensou que sua mente tinha que sentir a realidade com ela o olhando, de quem era a boca que a beijava e depois que fechou os olhos ela pensou que aceitava que não era Estevão, nem Luciano e sim outro homem que estava querendo-a. E assim ela se entregou experimentando daquele outro toque, outro beijo, outros lábios e o calor de outro homem que a envolvia nos braços.

Quando o beijo terminou, ela levou a mão no peito de Geraldo o afastando devagar. Confusa com o que acabava de experimentar, Maria tocou os lábios e Geraldo temeu dizendo.

—Geraldo: Fui precipitado, Maria. Eu pensei que como não disse nada eu poderia beijá-la como há tempo quis, agora eu que peço desculpa.

Ele passou a mão na cabeça depois de falar. Temia ter estragado tudo, mas sabia que sua ação havia sido apenas consequências de seus desejos por ela todo aquele tempo sendo reprimido. Enquanto Maria piscou tornando do que havia acontecido e disse.

—Maria: Não me peça desculpa eu, eu só estou confusa, Geraldo. É só isso.

Geraldo então riu, mas de corpo ainda tenso por desejar voltar a tomá-la nos braços como antes, disse ansioso.

—Geraldo: Bom, então aceite jantar comigo essa noite.

Maria puxou o ar do peito dando alguns passos, pensando que necessitava respirar melhor longe de Geraldo e o respondeu, certa que seu desejo para aquela noite era apenas regressar para casa mais cedo o que não significava que sua resposta a ele seria não.

—Maria: Eu aceito, mas não sei se conseguiria ainda essa noite. Tenho outros planos.

Ainda mais ansioso, Geraldo então propôs.

—Geraldo: Amanhã então?


Maria então sorriu de lábios fechados e assentiu com a cabeça, dizendo.

—Maria: Sim, amanhã pode ser.

Geraldo sorriu agora mais galante e disse voltando a estar mais próximo dela.

—Geraldo: Não vai se arrepender.

Ele então se aproximou novamente do rosto dela para beijá-la, mas dessa vez Maria fez com que os lábios dele lhe tocassem na bochecha e depois ela recolheu suas coisas que estavam na mesa e se despediu para voltar só no dia seguinte.


Na empresa San Román.

Estevão olhou seu celular. Ele estava sentado por trás de sua mesa e respirou fundo quando viu Maria rejeitar mais uma chamada dele. Ele sabia onde ela estava e era trabalhando com Geraldo, o que ainda o incomodava mas sabia que já não podia agir como de início tinha feito, como ameaça-lo. Estava pisando em ovos para se retratar com Maria e assim reconquista-la que mesmo que ainda seus ciúmes o corroesse por dentro ele sabia que teria que o engolir.

Ele passou a mão na cabeça e depois relaxou o corpo na cadeira. Lembrou da noite que teve toda com ela e desejava que aquela noite fosse igual também.

E o tirando dos pensamentos que tinha, ele ouviu batidas na porta dele, que permitindo a entrada, ele viu Heitor entrar dizendo.


—Heitor: Não quis conversar sobre isso essa manhã no café por estar tia Alba, papai. Mas sei que dormiu fora de casa essa noite. E não entendo, até outro dia dizia que amava minha mãe e agora dorme fora de casa!

Estevão deu um sorriso de lado enquanto viu Heitor ficar vermelho depois de lhe reclamar uma clara fidelidade aos sentimentos que ele nutria a mãe dele. Que mais que contente ao ouvi-lo, ele o respondeu.


—Estevão: Pondere sua raiva filho. Porque sim dormi fora, mas foi exatamente com ela, com sua mãe.


Heitor então o olhou intrigado e depois disse, desejando que seus pais fizessem o que faziam direito.


—Heitor: Os dois se amam e vão ficar assim como dois jovenzinho, até quando? Por que não se assumem de uma vez? Vão ser pais novamente!

Estevão se ajeitou agora não muito contente. Porque estava certo que voltaria a casar com Maria se ela quisesse naquele dia mesmo, mas não, ela seguia relutante diante da chance que ele pedia. Que então por isso ele respondeu Heitor com firmeza.

—Estevão: Me casaria com sua mãe hoje mesmo se ela quisesse filho e então voltaríamos a ser uma família outra vez ainda mais com esse filho que vamos ter. Isso só não acontece porque ela está relutante e eu a entendo. Mas penso que é por enquanto, porque até você conseguiu ver que ela ainda me ama. Então sei que vamos voltar e sermos ainda muito felizes.

Ele agora sorriu de lado pensando em Maria e no amor que ainda sentiam cada vez mais evidente. Heitor no seu lugar ficou calado. Até que seu celular tocou e ele olhou vendo um número diferente e antes de atender, ele disse.


—Heitor: Eu desejo que os dois sejam felizes papai, juntos ou separados, só quero que sejam felizes e que as brigas parem pelo bem desse mais novo irmão que terei.


Ele então depois atendeu a ligação saindo da sala e se surpreendeu quando ouviu a voz de quem lhe falou.

Maria chegou na empresa 2 horas depois que deixou o escritório de Geraldo por ter ido almoçar com Vivian.

Ela então caminhou até sua sala depois de ter cumprimentado todos em seu caminho, e abriu a porta da sala vendo ao meio da mesa dela, uma cesta cheia de rosas vermelhas.

O vermelho bonito do ramo de rosas fez ela caminhar em direção delas. Ela então viu melhor que com elas tinha bombons trufados em uma caixa de plásticos transparentes que ela pôde ver as delícias deles sem precisar ao menos abrir a caixa e viu em seguida um envelope que tinha em pé encostado na cesta. Ela então o abriu puxando o papel de dentro. A letra de cara denunciou de quem pertencia ela e o autor de tudo aquilo que mesmo sem ainda abri-lo ela já podia imaginar, ainda que tivesse ficado surpresa com o gesto.


“Daria tudo por tê-la mais vezes em meus braços como tive nessa noite, daria o que fosse para que ela se repetisse em todas elas, em todos os dias e em todas as manhãs, até que eu deixasse de existir, Maria. Te amo meu amor, minha querida e sempre vou amar. Estevão San Román”

Ela ouviu a porta dela abrir e depois fechar e então ela ouviu em seguida, enquanto guardava abalada o papel com as aquelas palavras, dentro do envelope.

—Estevão: Gostou? Só você que me faz desejar dar algo tão simples como flores e chocolates quando meu desejo é dar a mulher que amo o mundo, porquê lembro-me que as coisas simples, sempre te encantou mais, Maria.

Maria suspirou, ainda sem ter coragem de olha-lo seguindo de costa para porta que então assim ela sentiu Estevão abraça-la por trás e depois sua boca lhe beijar no pescoço a arrepiando.

Ele aspirou o cheiro dela e ela fechou os olhos dizendo.


—Maria: São lindas.


Ela abriu os olhos mirando as rosas e ele buscou agora olha-la ficando do lado dela.

—Estevão: Elas só não são tão lindas como você, meu amor.

Ele então a beijou, a beijou a envolvendo nos braços forte, com amor e ela não precisou se acostumar com aqueles lábios nem com o beijo porque já eram conhecidos por ela, o calor do corpo dele também, as mãos tocando nela tão firmes e que arrancavam nela suspiros intensos ainda mais.


Ela sabia que Estevão era sua pior debilidade. Que então assim, antes que se visse sem roupa, ela tornou do beijo e o empurrou com as mãos no peito dele e disse.


—Maria: Obrigada pelas rosas e o chocolate, Estevão. Mas...

Ela andou coberta já por sua razão, até o outro lado da mesa e se sentando ela voltou a dizer.

—Maria: Mas vai precisar de mais que isso, mais de que alguns orgasmos e flores com cartões bonitos que possa me dá para que eu te perdoe e pense em talvez dar a chance que me pede.

Estevão respirou fundo vendo ela se ajeitando sentada e a respondeu sério.

—Estevão: E eu sei, querida. Farei o possível e o impossível para que me perdoe e voltemos a tentar mais uma vez. Merecemos essa chance. Nosso amor merece.

Ele a olhou de olhos brilhantes e Maria ficou calada junto a ele depois dele falar. Até que ela suspirou e disse.


—Maria: É melhor agora que me deixe trabalhar.

Estevão então mexeu em sua gravata respirando outra vez fundo e disse o que fazia parte deu pacote surpresa.

—Estevão: Queria te levar hoje a um restaurante. O que me diz? Jantemos juntos em um da sua escolha.

Maria sentiu seu coração acelerar ao ouvir mais um convite como aquele, que então tratando de agir normal ela deu a mesma resposta que havia dado antes, mas a Geraldo.

—Maria: Hoje não dá Estevão. Eu tenho os outros planos. Na verdade, eu quero tentar voltar cedo para casa para estar com minha menina.

Estevão suspirou entendendo as razões de Maria, mas não querendo desistir de ter aquele jantar com ela mesmo que não fosse aquela noite, ele disse.

—Estevão: E amanhã?

Maria mordeu o canto dos lábios, sentindo estranhamente culpada de algo que parecia errado que por isso disse rápido.

—Maria: Tenho um jantar amanhã. Pode ser depois de amanhã.

Ela mexeu na cesta sobre a mesa para não olhá-lo mais. Sabia que Estevão poderia insistir agora saber que jantar que ela teria. Que provando assim que estava certa, ela o ouviu.

—Estevão: Um jantar? De trabalho suponho que seja ele, não?

Maria negou com a cabeça, se levantou e caminhou até a porta com Estevão a olhando sério. Ela então abriu um tanto com a mão no trinco, respirou fundo e o respondeu.

—Maria: Aceitei um convite como o que me acaba de fazer, apenas isso.

Ela o olhou com um olhar firme ainda que o visse de repente mudar de expressão e seu rosto começar se avermelhar. Que baixo, mas de voz grossa, Estevão quis saber enciumado.

—Estevão: E de quem? De quem aceitou esse convite?

Maria abriu a boca pronta para responde-lo mas desistiu quando pensou que poderia causar ali uma discussão inevitável que então, ela apenas disse.

—Maria: É melhor ir Estevão.

Estevão deu um riso já nervoso e disse mais grosso que antes.

—Estevão: Não vou ir até que me diga de quem aceitou esse convite, Maria!

Quando percebeu que sua voz saiu alta demais, Estevão respirou fundo e deu alguns passos na sala para se acalmar. Enquanto Maria cruzou os braços empinando o nariz ao erguer a cabeça e disse, agora irritada pelo modo que ele tinha lhe falado.

—Maria: De Geraldo Salgado! Vou jantar com ele. Porque suponho que sou uma mulher solteira e que posso aceitar convites como esses!

Estevão então quando a ouviu, bufou sentindo seu sangue mais quente no corpo e a respondeu tomado por ciúmes.

—Estevão: Esse insolente é seu chefe, Maria! O que ele faz é antiético e pode ser levado como assédio! Não pode ir jantar com ele!

Maria riu saindo do lado da porta para estar mais próxima a ele, e o respondeu brava.

—Maria: Me recordo muito bem quando se interessou por mim não pensou que também era meu chefe Estevão e eu era bem mais jovem! Então não seja hipócrita agora. Sei muito bem o que estou fazendo e o consentimento que estou dando a ele. Agora por favor saia da minha sala!

Ela voltou para atrás levando a mão no trinco da porta novamente. Estevão passou a mão na cabeça e andou nervoso pela sala outra vez, parou e encostou a mão na cadeira dando as costas para ela e disse sério.

—Estevão: Pode fechar essa porta porque daqui eu não saio até que recobre a consciência e volte atrás com essa ideia absurda de jantar, Maria!

Ele então se virou para ela com raiva no olhar e ela o encarou sem medo e disse.

—Maria: Não tenho medo de sua cara feia Estevão e não vou voltar atrás coisa nenhuma!

Estevão bufou ao ponto de explodir e a respondeu indo até ela, todo nervoso.

—Estevão: Eu sei o que está fazendo! Eu sei e você sabe que ainda me ama, mas está negando a si mesma aceitando convites desse infeliz para então assim, não se render ao nosso amor. Mas eu não vou permitir que faça isso, Maria! Não vou!


Ele então a puxou pelo braço e Maria gritou.


—Maria: Estevão!

Ele a calou com um beijo e caminhou com ela sem larga-la até o sofá. Sem fôlego ele puxou o ar do peito deixando de beija-la e ela disse, ofegante.


—Maria: Me solte, Estevão a porta, ela...


As palavras dela morreram quando ele a beijou outra vez deitando ela sobre o sofá, cobrindo-a com o corpo dele.

—Estevão: Você é minha querida, é minha mulher, meu amor e de mais ninguém.


Ele falou rouco, cego de desejo e raiva pelo o momento. Ele desceu os beijos para o pescoço dela beijou, ela olhou a porta, já toda vermelha de raiva e desejo como ele.


E então ela levou as mãos no peito dele, para olhá-lo melhor, puxou o ar do peito que lhe faltava pelo ataque de beijos dele sobre ela e o respondeu.


—Maria: Eu só sou sua mulher quando eu me permito ser Estevão. Só quando eu permito.


Ela então puxou pela camisa para ter os lábios dele outra vez nos dela, abriu as pernas e ele se encaixou melhor no meio delas. Com mais desejo que antes, Estevão a beijou apertando uma perna dela coberta pela calça que ela usava enquanto sua outra mão estava enroscada nos fios de cabelo dela. Ficaram então se beijando, se tocando, até que Estevão ofegante se separou dela levando uma mão no nó de sua gravata agoniado, dizendo.

—Estevão: Eu preciso te fazer minha Maria. Preciso...


Ele se afastou dela saindo do sofá para ir até a porta.

Maria ficou deitada mas levantou a cabeça se apoiando pelos cotovelos no sofá, e o viu fechar a porta.

Lembranças logo veio na mente dela de um passado feliz que tiveram e estava a ponto de se repetir, que era eles dois fazendo amor na empresa enquanto estavam ainda no horário do expediente.

Estevão fechou a porta e voltou tirando o terno que usava por cima da camisa, o deixando na cadeira.

Maria mordeu o canto dos lábios e se sentou e ele a puxou para o colo dele.


Ela ficou de joelhos e pernas abertas sobre ele. Ele começou a tirar o terninho dela com pressa, a peça foi jogada no chão e ele apalpou os seios dela que estavam cobertos por uma delicada blusa. Ele apalpou esfregando o rosto na risca dos seios dela e ela gemeu excitada.

—Maria: Oh, Estevão.

Ela jogou a cabeça para trás segurando na dele e ele colocou as mãos por debaixo da blusa dela.
Depois ele levantou a cabeça para olhá-la e dizer, ofegante.

—Estevão: Eu vou te lembrar o que sentiu enquanto esteve nos meus braços essa noite Maria. Você não precisa de outro homem que pode te dar o que já te dou.
Ele voltou a beijá-la e cheira-la entre os seios, Maria então baixou a cabeça e perguntou.

—Maria: E o que você me dá, Estevão?

Estevão respirou fundo subindo suas mãos da cintura dela até próximos aos seios e a respondeu todo vermelho, quando os olhares se cruzaram.

—Estevão: Prazer, amor, tudo que queira já tem comigo. Não precisa mais de ninguém.

Ele então retirou a blusa dela e desceu com pressa as alças de seu sutiã e deixou ele enroscado na cintura dela quando desceu revelando os seios.


Maria gemeu alto quando ele tomou com vontade um seio dela na boca e o outro ele apertou com a mão. Ela sentiu sua vagina pulsar, molhando toda sua calcinha com mais intensidade que já estava. Estava pronta para ele, tão descaradamente pronta que ela teve raiva de sua necessidade absurda.


Ela então afastou a cabeça dele de seu seio, Estevão a olhou com os olhos tomado no tom do desejo que estava e só a viu saltando do colo dele e ficando de pé.

Ele então pronto para intervir, viu ela levar a mão na frente da calça para abri-la, fazendo ele entender o que ela faria, então ele só a imitou abrindo sua própria calça que escondia sua ereção que já doía dentro dela.

Maria ficou nua apenas com seus saltos nos pés quando viu Estevão liberar a ereção e depois segurá-la, alisando-a. Ela então voltou como antes esteve, o olhou e o tocou com a mão onde ele antes tocava. Estevão suspirou com tesão ao sentir os dedos dela em volta de seu membro, ele acariciou a cintura dela e depois subiu as mãos apertando ela toda. Ela moveu a mão para cima e pra baixo no membro dele e em seguida se penetrou, fechando os olhos ao senti-lo dentro.

Os dois gemeram. Maria desceu até o final e depois levando as mãos ao lado da cabeça de Estevão, ela segurou no sofá e começou se mover.


Longe dali.

Estrela matava aula em sua segunda escola novamente, mas daquela vez ela estava em uma responsável companhia. Em um restaurante, ela terminava um copo enorme de sorvete de frente com Heitor.

Havia sido ela que tinha ligado para ele e ele convenceu que almoçassem juntos. E mais de uma hora juntos, a menina já tinha revelado a ele o porquê daquela ligação e ela querer vê-lo em segredo.

E o assunto era os pais, mais o pai de ambos que ela não apreciava e tinha encontrado no quarto da mãe algo dele. Um relógio que quando ela evidenciou, Heitor não teve dúvida que pertencia ao pai deles.

Só Estevão que tinha uma coleção da mesma marca de relógios que poucos podiam pagar e quem podia, talvez teriam pena de pagar em um relógio preços absurdos como ele pagava apenas por vaidade. Além do mais ele já sabia coisas que sabia que a adolescente não sabia, mas que claramente desconfiava ao ter encontrado aquela peça.
Que então pensando que já estava no horário de ir, Estrela disse.

—Estrela: Eu gostei muito do almoço e desse sorvete Heitor. Mas claramente está me enrolando. Sabe que esse relógio pertence ao seu pai. Eu vi ele no braço dele no dia que ele foi me ver. Claro que é dele.

Heitor respirou fundo. Havia conversado muito com ela, mas em nenhum momento dado a ela pistas do que ela pensava era certo, que então ele a olhou atento e disse.

—Heitor: Por que não devolve esse relógio onde achou e deixa que eles se resolvam Estrela? Não é assunto nosso.

Estrela mexeu no cabelo que lhe caia nos olhos, e o respondeu decidida.

—Estrela: Claro que é! Eu não quero que ele machuque minha mãe de novo.
Heitor relaxou no seu lugar, sorriu e disse brincando pelo modo que ela fala, minha e seu em relação aos pais deles.

—-Heitor: O ele que fala, é nosso pai e ela nossa mãe. Divido meu pai de boa vontade com você agora faça o mesmo com sua mãe que é também minha mãe, Estrela. Então é nossa, nosso. Nosso pai, nossa mãe.

Estrela deu de ombros, e disse com desdém.

—Estrela: Não quero seu pai, muito obrigada Heitor. Enquanto dividir minha mãe com você, eu já faço isso. E já gosto de você confesso. Mas de Estevão não.
Heitor suspirou pensativo ao ouvi-la e não mais sorrindo, e então disse.

—Heitor: Podemos ainda ser uma família normal sabia. Nossos pais ainda se querem muito.


De voz baixa Estrela ao ouvi-lo disse enciumada.

—Estrela: Minha mãe confessou que também gosta dele para você? Ela não me disse nada.
Ela fechou a cara por não gostar de pensar que Heitor poderia saber do que a mãe deles sentia e ela não. Enquanto Heitor percebendo que tinha falado demais, tentou se retratar, dizendo.

—Heitor: Ela meio que deixou evidente, não falou nada. Mas deixou evidente como deixou para você mesmo sem querer com esse relógio, Estrela. Me ouça como seu irmão mais velho e entenda que não podemos fazer nada. Não podemos separa-los e muito menos uni-los, isso só eles podem fazer. Que como filhos que somos, só devemos apoia-los.

Estrela limpou uma lágrima que desceu no seu rosto todo vermelho e disse, sofrida depois de ouvi-lo.

—Estrela: Eu vou perder ela para todos vocês.
Heitor suspirou e buscou a mão dela para pegar com carinho de irmão e a respondeu.

—Heitor: Mas é claro que não. Você vai ter ela e nós 2 para contar, é diferente.

Estrela soluçou limpando os olhos novamente Heitor voltou a dizer, não desejando que ela seguisse chorando.

—Heitor : Vamos passear? Fazer algo de bom o resto da tarde?
Ele soltou a mão dela para pegar seu cartão para pagar a conta e ela então disse.

—Estrela: Quando nossa mãe souber que matei aula, ela vai me matar.

Heitor riu. Pensava em avisar para Maria o que pretendia fazer junto com ela, que então ele disse.

—Heitor: Eu intercedo por você. Vem, vamos fazer coisas que como irmãos ainda não fizemos.

Ele se levantou e ela também rendida àquele convite.


Enquanto nas empresas San Román.


Maria puxava o ar do peito enquanto seguia nos braços de Estevão. Ele lhe acariciou nas costas e a beijou no ombro. Ele ainda seguia dentro dela, tinham tido um orgasmo arrebatador que deixou ambos sem alento e fora de órbita. Maria tinha ditado o controle de como tinham feito amor de um modo desenfreado, que fez ela gozar mais de uma vez e seguidamente e levá-lo junto com ela.
Ele então suspirou vendo ela relaxada nos braços dele e procurou os olhos dela, para dizer.

—Estevão: Espero que esteja claro que o que busca, já tem comigo, querida. Estou aqui rendido aos teus pés, entregue aos teus caprichos e vontades.

Ela o olhou em silêncio e ele deslizou as mãos para coxas dela, alisando-as. E ela então disse.

—Maria: Fiquei por 15 anos sem você Estevão. Sem as caricias de um homem e acreditando que eu já não era capaz de desejar elas. Me privei de tudo isso porque não te tinha mais
Estevão respirou fundo a mirando nos olhos. Diante daquela verdade, ele se sentia dividido. Dividido de uma maneira que não podia negar o que sentia nem esconder, que então ele a respondeu.

—Estevão: E eu sinto muito por em parte não me lamentar por isso. Porque devo ser sincero em te dizer Maria que não lamento por saber que não fez amor com mais ninguém, mas lamento por ter te machucado tanto e por isso não ter sido capaz disso. Minha consciência me acusa, mas meu ego me consola ainda que eu não mereça.

Ela ficou séria ao ouvi-lo. Claro que ele sentiria daquela forma. Ele sentia dono de seu corpo e seus desejos de mulher e pensava que era tudo por culpa dela mesma em ter confidenciado a ele aquela verdade. Que então assim, ela fez que ia sair do colo dele, mas ele a segurou firme dizendo.

—Estevão: Já não tem nada que posso esconder de você, já disse que conhece a parte mais terrível de mim, mas também a boa que é do homem que soube amar de verdade uma mulher como você Maria, mas que antes de você não era assim. Por isso estou sendo sincero.
Ele deu dois beijos nos lábios dela e depois, ela o respondeu.

—Maria: Descobri de verdade quem era você quando me casei. Foi uma pena.
Estevão pegou no rosto dela e disse firme.

—Estevão: Eu era alguém melhor quando te tinha, quando percebi que era digno de seu amor e de seus mais profundos desejos, Maria. Eu preciso voltar a ser quem eu era ao seu lado.
Maria moveu o rosto fazendo ele deixar de tocá-la e o respondeu.


—Maria: Não sou sua âncora, Estevão.

E ele então rebateu rápido as palavras dela.

—Estevão: Não é. Mas foi muito mais que isso para mim. Perdi o sentido de minha vida, não sabe o que senti quando pensei que não me amava. Quando vi que realmente tinha te perdido, me senti sem alma. Quando você foi, você me tirou a vida, a que eu tinha ao seu lado e era melhor. Eu também sofri Maria.

Maria deu um riso amargo depois ouvi-lo e o respondeu, indignada.

—Maria: Você quer comparar sua dor com a minha, Estevão? Eu sofri mais! Sofri por ser vítima de uma maldade e sofri nas suas mãos quando me deixou na miséria e sem meu filho!

Estevão fechou os olhos, engolindo em seco o que ouviu, respirou fundo depois e a respondeu voltando olhá-la.


—Estevão: E eu me arrependo tanto querida. A dor que senti não se compara com a sua, eu tenho essa consciência. Eu tenho acredite.

Ele a abraçou firme, a apertou nos braços e voltou a falar.

—Estevão: Sei que ainda me ama. Não faça nenhuma besteira, minha vida. Não faça.

Ele beijou todo rosto dela agora se deitando com ela no sofá.

Se beijaram despertando os corpos para se amarem mais uma vez. No pouco espaço que tinham no sofá, estavam juntos unidos com os corpos mais colados um no outro. Maria jogou o rosto de lado, uma perna dela estava em volta da cintura de Estevão, a mão dela lhe apertava no bumbum enquanto ele por trás dele ia e vinha dentro dela. Ela então buscou olhar o rosto dele. O amava mas necessitava de mais do que àquele amor.

As horas passou.

Maria acabou também vendo que como no trabalho no escritório de Geraldo, quanto na empresa não havia rendido nada. Por isso depois de ter pedido a Alma que entregasse as rosas junto aos chocolates que Estevão tinha lhe dado em seu apartamento e pedido para Marta ficar mais um pouco com Estrela, ela tinha optado em ficar até mais tarde na empresa estando assim no horário que já era, apenas ela com os seguranças ali.


Estevão havia passado para vê-la antes de ir, mas ela o tinha atendido da porta. Tinha passado tempo suficiente com ele naquela sala para atrasar seu trabalho, enquanto Heitor também tinha aparecido e contado a ela sobre sua tarde com Estrela e o que ela tinha em seu poder. O que ela pensou que não podia seguir escondendo a ela mais o óbvio e que por isso estava grávida e que Estevão antes de deixar a sala dela havia novamente falado da chance que se mereciam e aquele bebê.

Ela fechou então seu notebook alisando as têmporas. Já passava das 19:00 da noite. Sabia que já tinha que deixar tudo ir.

Ela então se levantou. Juntando suas coisas quando ouviu um barulho fora da sala dela.

Ela então olhou a porta fechada e ouviu vozes. Acreditava que já não tinha nenhum funcionário ali apenas os seguranças com ela que faziam rondas noturna.

Ela então caminhou largando suas coisas e foi até a porta. Ela abriu um tanto só para olhar sem ser vista e viu um homem de uniforme que ela não conhecia. Ele empurrava um carrinho de mão com caixas nele. Ela olhou intrigada até que viu outro homem com o mesmo uniforme, calça jeans e blusa cinza empurrando um mesmo carrinho com mais caixas.

Ela então fechou a porta e andou tentando entender o que tinha visto.

Aquele momento não era horário para nenhuma entrega ou abastecimento de nenhum setor. Ela então respirou fundo tentada em ver mais o que acontecia ainda que temesse ser vista.

Ela pensou no que fazer e então tirou os saltos. Como ela não sabia que teriam qualquer entrega, tampouco saberiam que ela estaria ainda ali se ela fizesse silêncio pensava que não há descobririam.

Que então assim ela abriu a porta novamente e olhou a área toda vazia outra vez e a meia luz. Ela então saiu e fez o caminho que viu que os homens fizeram.

Ainda que no meio do seu corpo levado pela adrenalina, sua mente consciente fazia ela ouvir as palavras de Luciano com seus tantos avisos de cuidados.

Ela então ouviu vozes que não vinha de seu instinto de proteção, pareciam que os homens que foram em algum lugar na direção que ela ia, voltavam. Ela então viu uma porta aberta onde era uma salinha pequena e entrou rápido fechando a porta. Os homens passaram conversando e nada o que podia denunciar a ela o que eles faziam ali. Quando a voz e os passos foram se afastando, Maria abriu a porta novamente e reparou os olhando pelas costas que os carrinhos que antes eles trouxeram cheios estavam vazios. Ela então voltou a andar, agora tinha que saber onde estavam aquelas caixas.

Porta e mais portas que ela via, ela abria até que ela achou uma fechada. Ela então mexeu na fechadura impaciente e bufou. Todos seus sentidos diziam que por trás dela escondiam algo.


Ela então pensou em quem poderia abrir aquela porta e bufou de novo por saber que tinha deixado seu celular na sala.

Ela encarou a infeliz porta convencida que ainda iria abri-la aquela noite e refez seu caminho até a sala.


Estevão passou a mão no rosto.

Estava no escritório de sua mansão bebendo um copo de conhaque forte. Ainda que não podia beber tinha pedido ao seu motorista que comprasse uma garrafa, já que Heitor e Alba mantinha a casa sem bebidas.
Ele bebia inquieto, inseguro, só pensava em Maria e o infeliz jantar que ela não tinha dado garantia nenhuma que voltaria atrás.

Ele então virou o copo e o botou vazio sobre a mesa e pegou seu celular novamente. Tinha ligado para ela e como sempre ela o havia ignorado até que quando ele ia ligar novamente, ela ligou primeiro, ele atendeu de pronto e a ouviu dizer de voz nervosa.

—Maria: Preciso que volte agora mesmo para empresa, Estevão. Agora!

Estevão ficou de pé não entendendo nada, mas temendo aquela urgência de Maria.