Charllote havia andado o dia inteiro. Era tarde e o Sol iria se pôr novamente. Estavam perdendo tanto tempo por causa dela... Se é que ainda estavam procurando. Mas sua vontade de levar o diário até seu irmão era mais forte do que qualquer outra coisa, seja ela fome ou cansaço. Com esse pensamento em sua mente, Charllote ajeitou sua bolsa, e apertou o passo na floresta.

Andou até uma área deserta e olhou em volta. Haviam apenas árvores, os pássaros e ela mesma. Tentou imaginar se eles estavam por perto. Charllote suspirou e deu mais alguns passos em direção à um carvalho velho que estava à sua direita. Cansada, permaneceu ali e sentou no chão, na sombra da árvore. Quase adormeceu, mas algo a impediu de dormir ali. Passos e um chamado.

— Azulzinha! — uma garota baixinha começou a gritar na floresta — Estamos aqui!

Era Raven e seu gato-panda, que estavam gritando por ela. Charllote levantou e correu em direção aos gritos. Seus olhos começaram a avistar de longe a forma pequena e frágil da sua salvadora. Charllote não se conteve e começou a sorrir. Infelizmente, sua correria acabou quando tropeçou no seu próprio pé, caindo na frente de Raven, que apenas ficou olhando.

— R-Raven, desculpa, eu não queria ter caído desse jeito! — Charllote começou a se desculpar, mesmo sabendo que não havia motivo para fazê-lo, enquanto limpava suas roupas.

— Não tem problema! Panda tem certeza de que Charllote-san pode ser legal! — O gato-panda pulou no colo de Charllote, fazendo-a sorrir.

— Raven, vocês estão com os outros? Onde está meu irmão e Nashi?

— Nós nos separemos para procurar você. eu vim sozinha porque não queria vir com aquele comedor de metal-derretido-meio-lava-vulcânica! — Charllote sorriu ao perceber que se tratava de Gale. — Vamos nos encontrar agora, tudo bem?

Charllote concordou com a cabeça, e Raven levantou as mãos para o céu, jogando uma esfera escura que explodiu no céu como fogos de artifício, fazendo os pássaros se assustarem e fugirem. Logo outras três apareceram, uma branca, outra vermelha e uma acinzentada. Aquela era uma coisa que apenas Dragon Slayers da Quarta Geração podiam fazer.

Elas se sentaram e aguardaram os outros chegarem. Charllote retirou o diário de sua bolsa, ansiosa, tentando imaginar o que pensariam ao descobrir que fora ela quem encontrara aquela pista sobre seus pais e onde pudessem estar. Logo arbustos começaram a se mover, mostrando que alguém se aproximara. Eram Reed e os outros, que pela aparência, haviam corrido quase uma maratona. Logo atrás chegam Nashi e Dean, brigando para descobrir quem tinha corrido mais rápido. Lembravam um pouco com Gray e Natsu, e Charllote sorriu com esse pensamento.

— Charllote, me perdoe. — Reed começou a falar. Reed jamais diria isso, mas um certo exceed azul super responsável tinha o obrigado.

— Deixe as desculpas para depois, eu tenho uma coisa para vocês verem.

Charllote se levantou, com o diário nas mãos, e entregou à Reed, que examinou a capa. Todos se aproximaram para ver do que se tratava, com olhares curiosos.

— Charllote, onde achou isso? — Mizore roubou o livro das mãos de Reed e começou a examiná-lo novamente.

— Bem, quando saí correndo, demorou um pouco até eu encontrar uma cabana, eu passei a noite lá, e esse diário estava em cima de uma mesa. Eu li e achei que haviam coisas úteis para nós.

— Então... Basicamente, ele conta sobre onde está a ilha e nossos pais? — Dean se manifestou depois de ficar tempo suficiente calado.

— Não só isso, — Charllote acrescentou — Mas também diz quem temos de derrotar.

— Vamos ter que lutar com alguém? É alguém forte? Um mago poderoso? Ele é de longe? Que magia ele usa? Ele tem um nome? É ele ou ela? — Uma Nashi animadíssima saltitante começou a fazer seu clássico repertório de perguntas antes de uma luta, como sempre.

Quem iria culpá-la? Nashi era uma inocente de mente suja, tinha a mentalidade de alguém de cinco anos, assim como seu pai. Reed devolveu o livro à Charllote, que guardou em sua bolsa novamente.

— Para onde vamos então? — Mizore perguntou inocentemente.

— Para onde mais? Para a Ilha. Ela não fica muito longe daqui.

A missão de verdade começava agora.